Infame escrita por Apiolho


Capítulo 8
Capítulo 8 - Aos tolos um "tchau" de Miss.


Notas iniciais do capítulo

BOOOOOOOOA TARDE! :3

Como estão? Eu estou ótima.

Agradeço demais a deehmarruccia, karol e Class por comentarem no anterior. Foi até que rápido esse não é? São muito importantes para mim queridas a opinião de vocês.

Obrigada também a Mari Crolman por acompanhar. Com certeza me deixa honrada saber que mais pessoas estão observando a minha humilde fic.



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Capítulo oito

 Aos tolos um "tchau" de Miss

 "O amor romântico é como um traje, que, como não é eterno, dura tanto quanto dura; e, em breve, sob a veste do ideal que formámos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em que o vestimos. O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão. Só o não é quando a desilusão, aceite desde o princípio, decide variar de ideal constantemente, tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes, com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida"

(Fernando Pessoa)

 

Sabe o que é demasiado bom? Algo verdadeiramente estupendo?

Não, não é o sol nascendo lindamente pela manhã ou os pássaros cantando. Nem o fato de que minha mãe fez panquecas com um desenho de uma cara feliz nela com calda de chocolate, mas sim porque o Jordan — vulgo meu ex pretendente irritante — deixou de me mandar mensagens.

Isso não é demais?

Sim, sim, sim! E nunca aceitaria uma opinião contrária.

— Amie. — chamou alguém.

Apenas ignore. Repeti para mim mesma.

— Não vai me responder? Sei que está escutando. — continuou.

“Ver seus olhos amedrontados, enquanto me suplicavam por misericórdia de maneira silenciosa por conta do pano que cobria sua boca, era uma das coisas que mais me davam prazer. Muito mais do que ficar ouvindo gritos para que eu não a matasse. E era isso o que tinha a certeza de que ia fazer ao levantar a marreta...”

— Que horror! — gritou perto de mim.

Fitei-a da maneira mais sombria que podia, mesmo sabendo que pouco expressaria o que sentia, por ter interrompido a minha leitura.

— Você é fresca Charlotte, então sua opinião não conta. — declarei.

“E passei por entre seu corpo com lentidão, apenas para presenciar mais uma vez o medo transparecer em sua face...”

— Não sou. — negou com prontidão.

Suspirei com amargura ao perceber que tinha sentado ao meu lado, e isso aumentou ao notar que outra pessoa resolveu a acompanhar.

— John Walker é o assassino. Agora que sabe o final pode dar atenção a ela não é? — declarou.

Olhei para aquele ser, analisando friamente cada parte de seu rosto e corpo para que eu nunca mais esquecesse essa figura a minha frente. Até porque alguém que me passa o um spoiler sem meu consentimento nunca sairia ileso.

— Quem é você? — esbravejei.

— Por que quer saber? — rebateu com outra pergunta.

Odeio desconfiados.

Tanto que me lembro que até coloquei isso no meu perfil do Orkut em dois mil e sete. Quando minha mãe viu tudo o que eu botei queria marcar uma consulta em algum psicólogo por só ter escrito coisas que não gostava e nada como “amo RBD”, “adoro ursos de pelúcias” ou ter feito alguma declaração para a minha família naquela rede social.

Fazer o que se eu não curtia aquele grupo de malucos?

Aquilo não era de Deus! Sendo que a letra citando "não sigo os demais" deve ter feito muita gente roubar, matar ou xingar os colegas, do qual ainda devem ter alegado que a música deles foi a culpada por isso.

— Não vai me dizer o motivo?

— Ursos. — sussurrei.

Desculpa a “viagem”, ainda não tinha saído do transe.

— Também sou apaixonada por eles! — animou-se Charlotte.

— Se quiser... é... compro um para ti. — gaguejou o garoto.

— Mesmo? — os olhos brilhando.

— Claro, tudo para ver um sorriso teu Lotte! — declarou.

Onde chegou nesse assunto? Ah! Foi minha a culpa.

Mas por fim lembrei do que o ser tinha feito.

— É que estava pensando sobre o falecido Orkut, desconfiados, Rebeldes e... deixa para lá. Qual é seu nome mesmo? — parei logo essa azaração sem graça.

E o silêncio reinou pelo ambiente.

— Ele? É o Nate. — respondeu a ruiva para mim..

Peguei um livro que se encontrava dentro da mochila e rabisquei um negócio na minha lista negra. Isso significava de que ele sofreria em minhas mãos. Neste mesmo instante levantei-me e andei olhando para cima, como se fosse superior a eles.

— Quer saber um segredo Charlie? — quase engasguei ao tentar pôr um apelido e falar de maneira amigável com ela, só que gritando.

Estava na porta da biblioteca já.

— Ele é completamente afim de ti.

— Verdade? — quis saber.

Possivelmente estava sonhando em esquecer o Joshua com outro menos afortunado no quesito beleza. Porque se não tem cão, caça com gato mesmo.

— Mas agora que sei como se chama lembro que disseram que tem AIDS, herpes e que apenas está te bajulando porque quer transar e depois jogar fora. Quase fez isso comigo também, mas ai peguei-o beijando a Lindsay Ross ontem. Desisti de ter qualquer coisa com ele no instante seguinte. — fiz-me de vítima.

— O quê? — vi-a no mesmo instante batendo nele.

Pelo jeito foi porque falei da vadia.

— Adeus tolinhos. — dei o “tchau” de miss antes de ir para a classe.

Ninguém conta o final de uma história que estou lendo em vão. Sofrer pelo menos um pouco vai. Quando cheguei na sala o que notei foi uma caixa em formato de coração na minha carteira.

E o que eu pensava era: deve ter até bomba ali, exceto chocolate.

— Não vai abrir? — a expressão animada.

Em todo o lugar que vou estará Deboni?

— Foi você que colocou isso aqui? — estava pronta para brigar.

— Lê o cartão primeiro antes de culpar a mim. — totalmente rabugento.

Notei um papel branco perto do pacote e peguei-o rapidamente.

“Obrigada Amie Young por me ajudar, espero que não te decepcione. Você é MARAVILHOSA.

— Molly.

Dei de ombros e amassei o recado antes que ocorresse um mal entendido sobre isso. Nem sequer abri o presente para ter a certeza do que me aguardava.

— Está bem em? Até meninas agora estão começando a te amar. — implicou.

Tarde demais!

— Qual seu problema? Não sabe nem interpretar um texto direito? Isso não é nem de longe uma declaração. — dei um sermão.

— É claro que sim. Não percebeu o elogio que ela te deu?

— É? E sabe por acaso qual classe um tal de Nate está? — mudei de assunto.

— Não. — a expressão tinha passado de alegre para amargurada.

— Ele anda direto com a Florewce, acho que é porque está afim dela. Tem o cabelo loiro curto, olhos pretos e pelo que notei faz natação. — declarei.

Estranho! Pareceu ficar mais aliviado com meu comentário, porém acho que é porque deve ter se lembrando quem era.

— Está no último ano, assim como nós, contudo acho que é na turma 4. Mas por que quer saber? — respondeu-me rapidamente.

— Por vingança. — declarou.

— O quê? Eu pensei primeiramente que gostava dele, mas quando disse da Charlotte mudei de ideia. No entanto realmente os boatos sobre ti são verdadeiros?

— Do que está falando? — estava perdendo a paciência.

— Que quem termina contigo sofre as consequências depois. Quer dizer que estavam namorando? É isso? — esbravejou.

— Pense o que quiser, não me importo. — disse enquanto me afastava dali.

— Não vai sair sem me responder. — pegou-me pelo braço antes de eu passar pela porta.

— Somos amigos, parentes ou temos um relacionamento sério para que eu seja obrigada a te dar alguma satisfação por acaso? Não né? Então deixe-me fazer o que eu quiser em paz!

— Parece que sempre tem o prazer de ficar esfregando na minha cara que não temos nada né? Que é superior e não precisa de ninguém. Que seja, mas só espero que quando ficar mais velha, sozinha e amargurada não se arrependa de tudo que fez. — rebateu.

— E o que falar de ti? Não preciso nem comentar para saber do que exatamente estou dizendo. Melhor sozinho do que mal acompanhado, Joshua Deboni. — sussurrei perto dele.

Peguei meu caderno, uma fita e caneta o mais ágil que pude e corri pelo corredor a procura do idiota, todavia o que pensava realmente é que se tivesse algum doce no que a “Mole” deu eu ficaria com pena por tê-lo deixado esquecido naquela sala junto com o popular fajuto.

— Lotte, acredita em mim. — parecia implorar.

Achei o alvo.

— Por que a Lindsay? — questionou.

Peguei a caneta e escrevi umas coisas em duas folhas de papel, pouco me importando se alguém estivesse vendo o que eu fazia. Coloquei as fitas e colei na parte de trás dele de maneira discreta. Estava escrito em uma “Cuidado! Não se aproxime. Tenho AIDS...” e na outra “e transo sem camisinha”.

— Isso não é verdade. — o desespero tomando conta dele.

— Mas ela disse claramente que você a beijou ontem! — gritou.

Começaram a rir quando passavam por eles, e não por conta da briga. Possivelmente foi por causa da minha tão preciosa arte ou a traquinagem aprontada por mim.

— Estamos discutindo aqui, não é nada demais. — repreendeu o guri.

— Acho que é não por causa disso Nate.

— Como não? — quis saber a Charlotte.

Deixei um silêncio no ar ao saber que tinha os instigado a descobrir o mistério.

— Essa é a minha deixa. — dei novamente aquele “tchau” de miss.

Vingança é um prato que se come frio, mas mesmo assim muito gostoso não é?

Estragar a brincadeira agora ia ser cometer um pecado. Só que mesmo não sabendo do que ocorreu o Joshua parecia me fulminar quando entrei na sala, como se tivesse falado que tinha assassinado sua família inteira.

— Que foi? Não fui eu que matei teu cachorro atropelado. — comecei.

Ignorou-me ao virar o rosto.

E sabe o que eu acho com tudo isso? Que ir cedo para o colégio não é tão ruim assim. Só que isso sumiu um pouco quando ao abrir a caixa em formato de coração notei que apenas tinha três chocolates.

Quem comeu o resto vai pagar!

— Foi você que pegou os meus doces? — berrei.

De novo nada falou, nem sequer olhou para mim.

Tentei de tudo para que me respondesse, até xinguei-o de várias maneiras, mas não pronunciou uma misera palavra. Como assim? Será que fiz algo de errado? Tanto faz, o que eu quero mesmo é apreciar aquele pouco que tinha.

— Delicioso. — sussurrei para mim mesma.

Sorte que tinha sobrado uns bons, como de coco e leite. Percebi que o Joshua começou a me observar neste instante, mas desviou quando virei minha face em sua direção.

Que isso? Agora tenho de ficar lidando com os caprichos do ranzinza covarde? Ainda deu para ficar brincando de “vamos ficar brabos com a Amie”.

— Que idiotice é essa Deboni? Vai ficar dando uma de infantil mesmo? — não aguentava mais ficar quieta.

— Eu que não estou mais com vontade de falar contigo Young. Desisto de tentar agradar alguém como você. Para que me esforçar nisso se sempre vai me dar patada? — reclamou como um velho que é.

— Quer dizer que não preciso mais dar aquela resposta daqui uns dias?

Fiquei animada com essa possibilidade.

— Não. — negou prontamente.

— Mas disse que tinha abrido mão da minha pessoa não?

— Porém ainda quero tentar te mudar, por isso ainda proponho de lanchar comigo. — declarou.

— O quê? Não tenho nada a arrumar em mim.

— Com certeza há, mas se em uns meses achar que ainda é melhor ficar sozinha realmente irei te deixar livre para fazer o que quiser.

— Não irei precisar ficar te ouvindo se nada der certo nesse seu plano? — perguntei.

— Isso mesmo.

— Estou começando a achar que não vai ser tão ruim o que propôs.

— Então podemos passar o recreio hoje juntos? — o brilho no olhar.

— Tenha paciência, não confirmei nada ainda Joshua.

O intervalo chegou, junto com a certeza de que não precisaria ficar do lado do Deboni. Uma pequena felicidade bem no fundo me acarretou, no entanto isso tinha de acabar.

— Que merda é essa? — gritei.

Lá estava a “Mole” com uma mini saia e top em forma de uniforme escolar. Um som de funk foi ouvido por mim enquanto ela rebolava no meio do pátio e piscava para os meninos que ficavam a olhando.

Já eu resolvi por encerrar com essa palhaçada ao dar um tapa forte nela e desligar o botão no local de onde saia aquele projeto de música sem nem pensar. Até porque a raiva me subiu no instante em que vi essa cena. E nem sequer fugi, apesar de estarem vaiando o meu ato.

— Isso foi ridículo. O que está pensando em fazer?

— Está falando da minha dança? Se quiser posso descer até o chão. — questionou.

Agora mesmo que o espirito de barraqueira me subiu.

— Não é nem por estar rebolando de uma forma tão dura, parecendo uma bêbada enquanto requebra. É sim por estar usando essa roupa que nem serviria direito para uma criança. O que você tem na cabeça?

— Eu... — interrompi-a.

— Já sei, titica de galinha!

— Mas foi você que me recomendou isso ontem Amie. — choramingou.

Não, não, não! Ela vai começar a chorar?

— Estava sendo irônica tudo bem? Sabe o que está parecendo com esse showzinho? Uma puta...

Ia continuar se não tivessem me pegado e me levado para o outro lado. E essa pessoa era justamente a Valerie, o que me surpreendeu. Pensei que ela gostasse de uma briga.

— Não estraga, deixa ela dançar ok? Se atrapalhar não vão mais filmar. — brigou.

E então vi-a ligar novamente o rádio e começar a arriscar uns passos mais ousados, só que a outra já não mais a acompanhava. O que eu vi foi essa garota sair correndo com lágrimas nos olhos, mas nem me abalei.

Se não aguentam a verdade pedem para sair!


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem, pleeeease.

O título teve base em: "ao vencedor, as batatas" de Quincas Borba.

Nada contra RBD gente, eu assistia e ainda ouvia as músicas deles e decorava. Admito isso, então não achem que sobre não serem de Deus é minha opinião, coloquei só para brincar.

Ah, a imagem não é minha (confesso que achei parecida a mulher da gif um pouco com a Amie). Se tiver qualquer erro não hesitem em avisar e me desculpem se houver.

Beijos e obrigada.