Infame escrita por Apiolho


Capítulo 13
Capítulo 13 - Manual dos populares


Notas iniciais do capítulo

BOOOOOOOOOOOA NOITE! :3

Saudades de vocês.

Que ótimo saber que leitores novos chegaram por aqui. Por isso gostaria de agradecer a LolitaScarlett, karol, xLazzyta e AS Kiara Ogden por comentar no anterior. É maravilhoso, divino e muito satisfatória saber que há pessoa lendo minha fanfic e dando sua opinião.

Muito obrigada a Nuvem por favoritar LolitaScarlett e Tatx por acompanhar.

Espero que esteja do gosto de vocês. Se não, podem dizer.



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Capítulo treze

Manual dos populares

 "Desejo que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor pra recomeçar
Pra recomeçar"

(Amor para recomeçar - Frejat)

 

Alguém pode me explicar o que está acontecendo?

Mirei-o uma, duas, três vezes enquanto fechava e abria a minha boca. Nenhum som saia de lá, era como se eu fosse muda desde quando nasci. Ou quem sabe tinha desaprendido a falar.

— Mande uma mensagem para ele avisando. Por favor. — sussurrou.

Desde quando estava tão perto de mim? Suas mãos se encontravam próxima a minha cintura, porém seu rosto estava a centímetros do meu. Sentir dizer essas palavras ao meu ouvido fez-me despertar.

Isso significa que a velha Amie tinha voltado.

— Aprenda uma coisa Joshua: Se eu digo que irei me encontrar com ele é porque não vou mudar de ideia. Insistir para eu tirar algo da cabeça é só perda de tempo, do qual não quero desperdiçar contigo. — respondi-o rapidamente.

Ao dar meia volta para ir ao terraço o moreno me parou novamente.

— Você pode ser teimosa Young, porém eu sou mais. — o tom sério.

Ainda não aprendeu que nada adiantaria continuar a discutir comigo?

— Então faça o favor de me lembrar depois? Porque agora eu tenho um compromisso e infelizmente não poderei me atrasar.

— Pode ter certeza disso, pois eu farei questão de não fazê-la esquecer que lanchará comigo de segunda a sexta. Espero também que não me venha mais com desculpas para cima de mim, senão no outro dia todos saberão daquele segredo. — ameaçou-me.

Quê? Quando passou a ser outra pessoa a intimidar? Pensei que sempre era eu que metia medo nos outros.

— Disso eu já sei. — o meu nariz continuava empinado, a postura ereta, não mostrando o que sentia no fundo do meu coração. Aquele horror de que eu fosse o Phil de amanhã.

— Por enquanto é só isso. — como se tivéssemos mais o que conversar não? Ou que fossemos grandes amigos desde a infância que compartilhávamos nosso dia a dia a todo instante.

— Obrigada, até depois. — murmurei ao perceber que não me soltava.

Como se tivesse acordado tirou sua mão do meu braço rapidamente, deixando-me livre para fazer o que quisesse. E sem esperar um instante sai daquela sala.

“Já estamos aqui! Quando vai chegar?” — Jordan.

Sinceramente? A minha vontade era de fugir e me refugiar na biblioteca. Ler um livro é subitamente melhor do que ter de ficar escutando a voz daquele meu perseguidor do passado e a namorada ciumenta.

Subi degrau por degrau enquanto pensava se realmente ia abrir aquela porta e ter de conversar com eles. Decido por trocar a minha falta de vontade pela coragem e girei a maçaneta, podendo ver os dois sentados no único banco de lá.

— Ela não me... — foi o que ouvi antes que olhassem para a minha direção.

— Posso falar contigo Jordan? — questionei.

— Claro. — concordou ao dar um enorme sorriso.

— A sós. — balbuciei.

Seus dentes alinhados, brancos, e os lábios carnudos me faziam crer que muitas garotas desejariam namorá-lo, ou pelo menos beijá-lo. Sem falar de ainda obter um maravilhoso par de olhos esverdeados, o cabelo loiro e curto, ser alto e ter um corpo considerável, fazendo com que eu compreendesse a mirada fulminante que recebia da Anabelle.

Ao abrir a boca essa “perfeição” se esvaia.

— Não se garante? — foi o que argumentei ao perceber que não largava o garoto.

— Mais que você sim. — rebateu.

— Então solte-o e deixe-me falar com ele em particular. — a calma com que eu pronunciava as palavras me dava raiva.

— Não perderei para ti, Amie Young! — gritou.

Se ficar apaixonada é igual a ser louca e possessiva que nem ela prefiro nem começar a senti-lo. Qual é a necessidade de berrar essas insanidades? Se eu ainda esfregasse na cara dela de que o queria pelo menos, mas nem isso falei.

Com uma troca de olhares entre nós duas resolvi por puxá-lo até o outro lado da porta, o que foi um sucesso por não sermos atrapalhados. Sentei-me na escada, sendo acompanhada por ele.

— Seu gosto para mulher é péssimo. — declarei.

— Está falando de você também? — tentando segurar o riso.

— Não, naquela época fazia ótimas escolhas.

— Acha mesmo? Porque pelo que vi você ficou em quarto na “lista de mais gostosas”, já a Belle ficou em segundo. — rebateu.

— Possivelmente nem leu os comentários do lado do meu nome não? Se prestasse mais atenção perceberia que dentre eles estaria “É a melhor”. — devolvi com maestria.

— “Mas perigosa”. Não é o que estava escrito depois? — o escarnio em seu tom de voz.

— Apenas um detalhe.

— Concordo, enquanto no ranking você está abaixo de três.

Resolvei que ia dar um ponto final naquela palhaçada.

— O que você queria conversar comigo em?

— Eu sei muito bem o seu jogo, mas pensei que não ia se cansar tão fácil ao ponto de mudar de assunto. Desistiu de debater é? — provocou-me.

— Porque o mais importante aqui é tratar de nunca mais ver a sua cara de panaca de novo, e não ficar tratando sobre infantilidades! — fui direta.

— Vai me matar por acaso?

— Ao contrário do que espalham por ai eu não sou líder de gangue para ficar assassinando qualquer um que tiver no meu caminho, tá legal? Só quero que trate de dar prioridade a sua namorada, e não a mim que já deixei claro que a única coisa que vai ter da minha pessoa é um pé na bunda. —bombardeei-o.

— O que eu quero é ser seu amigo. Dá para entender? — disse.

— Só que eu não Jordan! — exclamei.

Ouvimos um barulho e eu olhei para baixo, no entanto não vi nada suspeito. Deixei isso de lado e resolvi por terminar esse assunto de uma vez por todas.

— Espero estar tudo entendido e que pare de me perseguir, se não vou pensar que ainda gosta de mim e... — comecei, mas fui interrompida.

— Você que não está compreendendo. Eu amo a Anabelle Stuart e ela é a pessoa mais importante para mim, é inteligente, linda, meiga e está sempre ao meu lado. Só quero tentar ser seu amigo para mostrar a todos que eu não sinto mais nada por ti e te esqueci faz tempo. — gritou.

— Digno de apaixonado, ou seja, ridículo. — comentei.

Escutei algo se abrindo e só deu tempo de olhar e ver alguém se agarrar ao pescoço do loiro com euforia, fazendo-o quase cair para trás. Constatei que era nada menos que a sua ficante.

— Não liga para o que ela disse amor, foi lindo! — exclamou.

Depois disso o que houve? Um casal trocando beijos e eu saindo pela surdina. Nada poderia ser melhor do que me livrar deles por um tempo, mas como citou o poeta Carlos Drummond de Andrade: “No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho”.

— Bom dia vadia, eu voltei. — cumprimentou-me ao me ver.

Era nada menos que Lindsay. Aquela patricinha que era a verdadeira puta e megera da história ao ficar espalhando mentiras sobre mim pela escola.

— Que bom que veio me procurar, porque daí não preciso ir atrás de ti para dar o presente. — a raiva corroendo pelo meu sangue.

— Qual? Melhor do que homens te procurando para transar contigo? Fiz um favor ao conseguir obter mais lucro por minha causa. — devolveu com sarcasmo.

No decorrer da estrada tinha é uma vagabunda com um falso peito.

— Com certeza.

Levantei minha mão em forma de punho e dei um soco bem no meio do seu nariz. O que se seguiu foi que deu uns passos para trás e botou a mão no local por conta da dor que estava sentindo.

— Agora seu rosto está perfeito, e pasmem, sem precisar fazer plástica. Todavia não precisa me agradecer querida, já que é para retribuir a sua ajuda.

Quando ia me afastar a loira teve a audácia de me puxar pelo cabelo e me levar ao chão por conta do meu desequilíbrio, para depois começar a me dar tapas – dos quais eram tão estabanados que me fazia ter mais certeza que era uma fresca.

Não deixei continuar a me atacar sem machucá-la mais um pouco, fazendo-nos ficar nos brigando naquele corredor que dava ao terraço. Chutei até a parte intima dela, mas infelizmente não era homem para depois disso se retirar por conta da dor.

— Parem meninas! — gritou um homem.

Era o cara de cabelo roxo. O injustiçado. Phil.

— Se não eu vou chamar o diretor. — continuou ao perceber que não mexemos um músculo para obedecê-lo.

Senti-o segurar-me pelo braço e empurrar a outra, para depois me puxar em direção a outro local. Logo reconheci ser aquele em que dei o meu lanche para ele.

— Obrigada. — sussurrei.

Fitei-o e percebi que continha um corte na boca, assim como um band-aid na bochecha. Isso significava que as retaliações não haviam parado. Então até quando essa violência ia continuar? Era isso que eu me perguntava.

— Não foi nada. Fiz isso por ter dividido a sua comida aquele dia comigo. — confessou.

Se soubesse que eu sou a culpada de não ter seu dinheiro, seu alimento e o rosto sem machucados nunca faria algo assim por mim. Tudo por causa da minha covardia.

— Se não fosse por ti eu não teria cabelo agora.

Ele gargalhou tanto que um pouco de sangue escorreu de seu lábio, fazendo-me pegar a primeira coisa que vi para limpá-lo. O que por sorte era uma toalha.

— Mesmo tendo parado a briga você está horrível! — praticamente gritou.

Dei de ombros ao dar um fraco tapa em seu ombro.

— Igualmente Phil. — revidei.

— Como sabe meu nome? — quis saber.

— É impossível não reconhecer alguém com mechas roxeadas andando pela escola.

O silêncio se fez presente e ele nem sequer questionou como me chamava, porém para mim era algo bom. Só seria ruim para uma pessoa que está afim do garoto e ele não mostrava interesse, o que não é o caso.

— Tem algum lanche ai contigo ainda? — o tom receoso.

Já estava demorando a pedir.

— Vai querer me roubar de novo é? — lembrei-o.

— Um homem como eu tem suas necessidades. — revidou.

Vasculhei a mochila e encontrei um misto “quente”, sendo que o queijo estava tão frio e duro que nem eu me sentia com vontade de saborear. Só que ao ver o que tinha pegou rapidamente e devorou em poucas mordidas.

É, o peso da consciência está liderando agora.

— Bebida. — disse de maneira pausada por ter se engasgado.

Quem manda ser precipitado?

— Pode ser água pelando igual ao inferno com gás? — questionei só para deixa-lo mais desesperado.

— Passa para cá! — berrou com dificuldade.

A garrafa estava morna, mas mesmo sabendo que o gosto seria horrível dei a ele ao me pedir o liquido. Tomou uns dois goles e começou a tossir, ficando com o rosto vermelho. Umas migalhas do pão caíram pelo chão com esse ato e logo conseguiu se recuperar.

“Ainda não terminamos nossa conversa mocinha!” — Jordan.

— Você é sortuda sabia? Tem dois caras competindo por você. — disse.

— Como assim? — fiz-me de desentendida.

— Todo mundo está cansado de saber que rejeitou o cara mais popular no final do ensino fundamental, fazendo-o se transferir pelo trauma que você o causou. E agora ele volta e fica te seguindo e mandando mensagens, sem falar do Josh que brigou com o Jordan na frente de todo mundo para te defender. Vai dizer que não estão afim de ti agora?

— Dou graças por esses dois não estarem apaixonados por mim. — confessei.

— Uma virgula, ainda não.

— Faça o favor de não vir com essas macumbas de gótico para cima de mim ok? — fiz o sinal da cruz.

— Eu não sou nada disso, nem pai de santo, punk e muito menos emo. — parecia uma patricinha enfezada nessa hora.

— Só falta pintar a unha para se tornar um desses grupos que só se vestem de preto. — argumentei.

— Olha a puta falando. — declarou.

A raiva aumentou, mas tentei deixar isso de lado ao responder a mensagem do meu antigo admirador.

“Continue a dar uns “amassos” na sua namorada e me esquece. Espero também que cumpra o que pedi outro dia e delete meu número. Obrigada e até nunca mais.” — Amie.

— Não, você é idiota por acaso? Deveria é ter dito que queria se encontrar com ele. — tentou aconselhar o emo.

— Para de ficar me espionando e vá caçar um homem para ti ao invés de dar palpites na minha vida. — retruquei.

— Ter dois gatos na sua mão e ficar transando com qualquer um atrás da escola é desumano. Por que não aceita namorar um deles? Quem sabe assim te convencem a parar de se prostituir. — tocava o cabelo a cada palavra dita.

— Você, mais que ninguém, não deveria acreditar nos boatos que espalham por ai. — esbravejei.

— Então tira o que disse sobre mim antes.

— Não posso fazer nada se parece. — revidei para ver o que ia responder.

— Digo o mesmo, ainda mais quando eu te vi saindo do bloco dos fundos do colégio semana passada, com um garoto ainda. — informou enquanto arregalava os olhos.

Peguei seu rosto e aproximei-o do meu, fazendo-o ficar mais assustado ainda. Toquei em sua barriga saliente e dei uma piscadela em sua direção.

— Está com ciúmes? Por acaso também quer transar comigo é? Adoraria se fosse verdade. — murmurei em seu ouvido, para depois dar um pequeno beijo em sua bochecha.

— Está louca? — questionou em meio aos gaguejos.

— Só se for por ti. — sussurrei e engatinhei em sua direção, fazendo-o cair.

Fiquei por cima dele naquela mesma posição e fitei os seus olhos, esperando por uma outra resposta negativa de sua parte. Só que no fundo eu ria por saber que era essa a melhor maneira de intimidá-lo, era o que eu achava pelo menos.

— Mas eu sou gay! — exclamou com veemência.

Deixei-o largado no chão e levantei-me rapidamente, para depois pegar minha pasta e virar as costas para ele. Um sorriso se formava por dentro por ter vencido de novo ao ter minhas suspeitas confirmadas.

— Então pare de tocar nesse assunto, se não terei de fazer muito mais do que dar um simples selo na face. — ameacei.

Se tem uma coisa que eu prefiro é de acabar uma conversa, dar a palavra final. Deixar o outro embasbacado é que o mais me satisfaz. Nem sequer se lembrou de que eu o intitulei por ter ficado horrorizado.

“Não tem como apagar alguém que foi importante para você.” — Jordan.

Rolei os olhos mais de uma vez por ser tão teimoso, burro e irritante antes de tentar devolver o recado.

“Isso seria verdade se não estivesse namorando e eu não fosse a garota que já gostou.” — Amie.

Simplesmente desliguei o celular depois disso e entrei dentro da sala. Não se encontrava nem o Joshua, Charlotte ou outra pessoa para me atormentar ali. Só que a ausência da pequena ruiva me fez estranhar que algo estava ocorrendo, principalmente dos amigos do moreno de olhos azuis esverdeados.

Peguei o livro de auto ajuda e comecei a ler. Descrevia algo sobre ser uma mulher perfeita e popular, do qual cita que para ser amada por todos deveria se portar como uma Miss.

“Lição 3: Para ser uma Miss você não pode ser rude. Dar “bom dia”, mostrar um sorriso e não aumentar o tom de voz quando discute é essencial para encontrar amigos e um amor...”

Isso é a maior estupidez que eu já li. Para se dar bem na vida é preciso ser falsa? Ser uma mosca morta por acaso é algo bom? — sussurrei para mim mesma.

Questionei-me o porquê de estar lendo aquela idiotice em forma de letras e números e decido por guarda-lo bem no fundo da minha bolsa. Se eu não visse não estaria tentada a folhear as páginas dele. Com o sinal o Deboni entrou na classe e nem olhou para mim, sentando-se em seu lugar com a expressão fechada. Será que brigou com alguma garota? Ficou sem comer? Está de TPM? Por que eu estou falando sobre ele mesmo?

Possivelmente a resposta para as questões é que o Phil está certo ao dizer que estou ficando doida mesmo.


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Notas finais do capítulo

E ai? Achei meio doido, louco e nada criativo né? Desculpem-me.

A imagem não é minha, perdoem-me se tiver erros de português. Irei responder o resto dos comentários de meus queridos leitores o mais rápido que puder, até porque essa semana as coisas estão se suavizando.

Por favor, quem puder dar a graça de sua presença e dar um "oi", dizer que gostou, odiou, achou a pior história de todas. Podem sim dizer. Assim como recomendar que nem a diva da Class será super bem vindo. Como sempre muito significa para mim e me deixa feliz. :3

Beijos e até a próxima.