Infame escrita por Apiolho


Capítulo 1
Capítulo 1 - Não sou nada parecida com a Miss simpatia


Notas iniciais do capítulo

BOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOA NOOOOOOOOOOOITE! :3

Sou nova, então cuidem de mim galera. Quero que tenhamos uma boa convivencia. Por favor, não hesitem em dizer se não gostaram. Qualquer coisa. Quero muito a opinião de vocês.

Muito obrigada desde já! Espero muito que tenha comentários sobre esse capítulo para me motivar.

Feliz ano novo, volta as aulas e tudo o mais.



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Capítulo um

 Não sou nada parecida com a Miss simpatia

"Não sou obrigado a vencer, mas tenho o dever de ser verdadeiro. Não sou obrigado a ter sucesso, mas tenho o dever de corresponder à luz que tenho."

(Stéfanie Carvalho, Miss Alagoas 2011)

 

Preto no branco. Oito ou oitenta. Bem ou mal. Escolhi ser rude. Não tenho amigos, porém isso é irrelevante. Nem sequer me apaixonei. Nunca me considerei uma pessoa doce ou me corto. Meio termo nunca foi minha praia.

— Dá um sorriso para mim gata. — disse um em minha direção.

Ultrapassei-o sem nem olhá-lo e segui marchando rumo à sala.

— Ela é tão gostosa. — a malicia era notada de longe.

— De que adianta ser linda se é mal amada? — essa voz é feminina.

— Acha que terminou com namorado?

— Só se isso ocorrer todo o dia, porque parece que está sempre de mal humor.

— Sim, como se tivesse chupado um limão azedo. — parecia estar rindo.

Nem sequer os fitava enquanto ouvia seus comentários em relação a minha pessoa. A expressão do meu rosto parecia se amargar a cada palavra dita por eles. Só que nada disso me importava tanto.

Um silêncio maravilhoso.

Foi o que eu senti quando passei pelo corredor perto da minha classe, que daqui a pouco estaria cheio de meninas gritando e vários corpos se colando um ao outro, mas que agora poderia ser comparada a uma biblioteca.

O choro alto de algum ser me despertou.

Seja corajosa e não corra, por favor. Era o que eu repetia para mim mesma enquanto pensava que se ninguém se encontrava aqui provavelmente era um fantasma. Só que o alivio veio quando vi que uma garota de cabelos curtos, loira e pequena se encontrava estirada no chão.

Acho que era do mesmo ano que e meu: o último antes da faculdade.

— Levante-se. Agora! E aproveita e engole esse choro, sua fraca. — a minha voz saiu de maneira rude.

Já viram que eu não sou nada fofa né?

O meu problema é que eu sou sincera demais e nem sequer consigo segurar a minha boca. Não sou daquelas que mostram um sorriso, são gentis com todos, mas que por trás só faltam apunhalar as suas costas.

Para que amigos se existem salgadinhos, balas e refrigerantes?

— E-eu fui rejeitada pelo Josh. — tentou se explicar.

Odeio pessoas assim.

E o que eu sempre desejei era nunca se tornar como essas garotas que só se importam em ter um amor para chamar de seu, botar uma coleira neles enquanto os usam para fazer tudo o que querem.

— Pior ainda se for por um homem. E por que ainda não está em pé? Quer que todos vejam a sua figura patética? Desse jeito acharei que ele tem razão em não gostar de ti. — declarei.

Pareceu me obedecer, para que no segundo seguinte a visse dando as costas para mim.

— Você é muita má, e se continuar assim morrerá sozinha! — a amargura em suas palavras era sentida em seus olhos.

Expressiva. Isso o que eu também não sou.

Tentei guardar para mim a vontade de falar que já tinham me dito algo deste gênero milhares de vezes.

— Saia comigo. — o rosto corado enquanto olhava para baixo.

Da onde esse garoto saiu?

Mas sabia que era do tipo insignificante, tímido, submisso.

— Não. — respondi simplesmente.

A minha passagem por entre ele foi feita com êxito. O que foi muito surpreendente, já que geralmente me encurralam na parede e só desistem quando eu parto para a violência.

Sentei na parte de trás, mas não do lado da janela. Aquela local era dos populares e eu nem sequer me atreveria a ficar perto daqueles selvagens. Que se acham os melhores.

— Você. — gritou um loiro em minha direção.

Parecia um leão prestes a me atacar.

Pensar nisso me fez rir, apenas por dentro.

— O que foi? — dei de ombros.

— Por que tratou o meu amigo daquele jeito?

Claro, um idiota defendendo o outro.

— Não sabe o motivo mesmo? — provoquei.

— Ele te ama há dois anos e só agora teve coragem de se declarar e você o responde de maneira tão desprezível. Só para ter o prazer de ver alguém sofrer? — a raiva estampada em seu semblante.

— Quer saber? Se ele ficou tanto tempo gostando de mim, não acha que deveria ter arranjado um discurso melhor? Se ele disse poucas palavras o respondi da mesma maneira.

Pareceu ficar sem palavras.

— Se não tem nada mais a falar é melhor sair agora, até porque não estou com uma mínima vontade de conversar sobre coisas sem importância.

— E se... — gaguejou.

— Estou me irritando contigo, e é sério! Por acaso não consegue nem falar uma frase direito? — exclamei.

— Você um dia vai se apaixonar por alguém, mas será rejeitada. E espero que a pessoa te machuque tanto ao ponto de nunca mais querer...

— Continue. — sussurrei.

O lado bom de ser inexpressiva é que nunca aparecerá no meu exterior o que sinto por dentro.

— Viver! Uma pessoa amarga, fria e mesquinha não merecia nem ter nascido.

— Acabou?

— Sim. — finalizou.

Partiu dali de forma ligeira. Já eu agradeci por ele não ser da minha classe.

Com o tempo várias pessoas começaram a entrar. Os murmúrios ditos pelas gurias, enquanto ficavam sussurrando sobre quem estaria na nossa sala, me dava mais vontade ainda de estar dormindo em minha cama neste momento.

Ou quem sabe vendo algum filme de terror.

— Joshua! — berrou um grupo de garotas.

Ele andava de maneira lenta enquanto sorria para elas de maneira cafajeste. O corpo ficava mais atlético com a camisa um pouco apertada que usava. Olhos azuis esverdeados destacavam em seu rosto e combinava com a cor preta de seu cabelo.

Sem contar as covinhas que eram perfeitas para o seu tipo. Daquele mulherengo, popular e quebra-corações. Talvez apenas a última fosse o que tivéssemos em comum.

— Me chamem de Josh, por favor. — foi o que disse.

Será aquele da qual a garota falou?

Depois disso simplesmente deu de ombros e foi em direção a um grupo de meninos, deixando-as suspirando para trás. Mas a minha dúvida maior era: Qual bicho as mordeu? Só de ver um garoto um pouco bonito ficavam desse jeito? Sem falar o modo como mexiam com o cabelo.

Olhei para os garotos e notei que todos riam do que ele falava. Só que parei de fita-los rapidamente quando o dito cujo me encarou de maneira descarada.

— Nem tente algo, é impossível! — sussurrou uma a outra.

— Mas ele é tão cool*.

Para mim alguém assim era medíocre. Andando de maneira superior e debochando de todos, sem falar no quanto o resto os idolatram.

Na sexta série um desses veio se declarar para mim e eu o rejeitei. No outro dia eu era a pessoa mais odiada, tanto que até a mulher da lixeira começou a me ignorar e deixar para mim o pior lanche. E ainda mais quando na outra semana ele tinha mudado de colégio por conta disso.

— Se o Jordan ainda estivesse aqui não acharia isso. — respondeu.

Droga! Ainda não esqueceram dele?

— O que aconteceu?

— Aquela vaca disse “não” para o Jo. O coitado sofreu tanto que foi embora. Como ela pode ser tão cruel? Não poderia simplesmente sair com ele uma vez pelo menos para deixa-lo feliz? Ainda mais com tanta gente querendo estar no seu lugar. — respondeu.

Sabia sem nem mirá-la que estava apontando para mim.

Só que cada parte de sua historia entendiante tinha estampada a hipocrisia. Se eu tivesse aceitado sua declaração muita gente correria atrás de mim para me ameaçar com o intuito de que terminasse com ele.

— Era mais bonito que o Joshua? — perguntou de maneira eufórica.

— Não, mas era muito mais gentil e educado. — devolveu.

Isso era. Eu tinha de concordar.

A professora chegou e parou com a conversa de todos. Só que as gracinhas se iniciaram quando ela se abaixava, ainda mais quando se sentou na carteira de alguns garotos.

Intitulei-a como tipo 2, ou seja, a vadia.

— O que acharam de mim queridos? — questionou ao final.

Levantei a mão rapidamente.

— Pode falar.

— Quando chegou foi falsa apenas para agradar a todos, mas percebi rapidamente que queria era arranjar alguns alunos para transar depois da aula. Por acaso você não se cansa de ser tão puta?

Eu e minha boca grande.

— Acha isso? — com a expressão assustada.

— Tenho certeza, se não nem sequer estaria até agora se esfregando nos guris.

— Sua coragem é interessante. Não quer ficar comigo depois das aulas?

— Por acaso está dando em cima de mim? — minha voz ficou alterada.

— Podemos ficar com vocês? — era um moreno falando.

O sinal bateu, mas quando estava saindo a educadora me parou.

— Onde vai? — quis saber.

— No banheiro.

— Mas o outro professor irá chegar. E não me respondeu a pergunta.

— O único motivo de eu estar aqui nessa escola é para conseguir uma boa faculdade. E não para ficar saciando fantasias nojentas de uma mulher que nem se dá o respeito. Deveria era estar agora casada e não dando em cima de garotos que tem idade para ser seu filho. — soltei-me e fui em direção ao banheiro.

Sim, na verdade eu era sem noção. No entanto infelizmente eu acabo jogando para fora tudo o que sinto sem pensar nas consequências. Sorte a minha que essa tinha bom humor.

Entrei no primeiro sanitário que vi e me sentei no bacio – só que não completamente, até porque não quero pegar alguma doença contagiosa. Algo grudado naquela porta quase caindo aos pedaços chamou minha atenção.

“Top 5 das mais comidas

1 – Lindsay Ross

2 - Anabelle Stuart

3 – Valerie Howers

4 – Amie Young

5 – Charlotte Florewce”

E se você acha que eu estou nessa lista mediocre, machista e sem graça acertou. Era a número quatro, porém não foi isso que me deixou irritada e sim o que escreveram do lado do meu nome. Algo como: “a melhor, mas cuidado: é perigosa.” e “Concordo 100%”.

Que erros de português são esses? Credo!

Mas o pior era que eu notei que aquilo não deveria estar no banheiro das mulheres. Ao olhar para os lados notei que tudo era diferente, assim como o azulejo.

Pare a leitura que eu quero descer!

Não acredito, eu só devo ter pregado chiclete na cruz para estar no banheiro dos homens. Mas isso não vai ficar assim, eu irei é bater foto de tudo que está escrito aqui.

— Eu te amo. — voz feminina.

Uma declaração? Devo merecer mesmo.

— Não quero saber.

Nossa, será parece ser tão rude assim também?

Endireitei-me no vaso sanitário e tentei não falar uma palavra.

— Por favor Joshua, saia comigo! — praticamente gritou.

Claro. Só podia ser ele.

— Não vou sair com ninguém agora... Nina. — respondeu.

— É Valerie. — devolveu.

A terceira do papel.

— Isso nada me importa. Adeus.

Fiquei completamente embasbacada do quanto ele se mostrava o contrário do que parecia. Em minha mente se isso ocorresse não teria a rejeitado, mas algo como ter transado com ela nesse local imundo antes de descarta-la sem dó.

Ouvi depois uma batida forte de porta fechando e passos se aproximando. Algo tocando na minha maçaneta, ao ponto de virá-la e conseguir abrir. Será que fui tão burra de não haver trancado?

— Que sorte achar uma pervertida não? — começou.

O tom era forte e repreendedor, mas no fundo tinha um pouco de deboche também.

— Como sabia que estava aqui? — foi o que consegui falar.

— Esse tênis rosa e brilhoso não poderia ser de um garoto. Não concorda?

Por que não escolhi o azul em?

— Estou liberada?

— E o que veio fazer aqui? Ver-me pelado?

O rosto se aproximando de mim de maneira perigosa e melindrosa. Muito perto. Demais. Seu olhar parecia avaliar a minha reação enquanto sentia seu hálito se mesclar ao meu.

— Não! — exclamei com rudez.

Consegui fugir daquele cubículo nojento e sai em direção ao corredor sem nem olhar para trás. Agradeci aos céus que ao chegar o professor não se encontrava ainda na sala.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?

Podem me falar tudo. Seja "tá um bo***", "melhore essa coisa horrível". Mas, por favor, me ajudem a melhorar essa bagaça. Obrigada gente. Se tiver erros de português me perdoem, é que realmente não deu muito tempo de revisar.

Imagem não é minha.

Beijos e até uma próxima.