A Colheita de Sangue escrita por Amber Dotto
Dia seguinte
Isobel combinara de tomar café da manhã na casa de Olivia. Phil também aparecera. Ela não contou sobre o fato de que iria encontrar sua mãe em algumas horas, e eles tentavam convencê-la de que era loucura viajar.
— Bel, você conhece esse cara a quanto tempo? Duas semanas?
— Três.
— Não faz muita diferença. A questão é que isso é uma loucura... Você namorou Mathew por quanto tempo?
— Queridinha, Mathew foi o único namorado dela. — Interviu Philip. — E você Isobel sempre foi tão cautelosa... “ai, eu não quero apressar as coisas, eu não quero me machucar.” O que foi que aconteceu? Fizeram uma lavagem cerebral nela Liv, isso sim.
— Vivi tempo demais querendo controlar as coisas, e as coisas não são bem assim... Nós nos beijamos ontem a noite.
— Só um beijo? Que coisa sem graça! Você parece aquelas adolescentes de 16 anos. — Respondeu Olivia.
— Baby, você só o conhece a três semanas. — Retrucou Phil. — Eu sei que ele é bonito, aliás lindíssimo, e que tem algo que encanta as pessoas, Eu adorei o Dean e super apoio vocês saírem, mas vou voltar no X da questão, você só o conhece a três semanas. Não pode pedir licença do hospital para ficar o final de semana inteiro com ele.
— Eu não estou falando de amor, quero dizer... talvez eu esteja me apaixonando por ele. E sabem da maior? Eu vou fazer o impossível para fazer dar certo as coisas entre nós.
— Você ouviu isso Phil? Ela está louca, é caso de internação! O que será que fizeram com a minha amiga?! — Ironizou Olivia.
— Que tal vocês me darem um tempo?! — Indagou a garota.
— Amorzinho, não precisamos de te dar um tempo, você precisa se dar um tempo. — Afirmou Phil. — Acabou de sair de um relacionamento de anos, não pode se atirar no colo do primeiro que aparece.
— Já me dei tempo demais, até quando vocês acham que eu devo ficar em casa chorando por Mathew e pelo fim de nosso relacionamento? É hora de agir como uma mulher adulta, e parar de sentir auto piedade. — respondeu.
— Aposto que está fazendo isso para chamar a atenção dele. — Comentou Olivia. — Aposto que ainda pensa nele todas as noites.
— Chamar a atenção de quem? — Indagou Isobel colocando o dedo indicador na testa como se estivesse tentando lembrar de algo.
— Mathew. — Ela insistiu.
— Quem é Mathew? — Questionou Isobel zombando.
— Vaca! — Exclamou Liv.
— Se vocês soubessem o que eu estou sentindo... É tudo tão bonito! Eu me sinto calma, segura, protegida, desejada.
— Tudo bem, você é quem sabe... Não vamos nos opor a sua decisão, mas lembre-se que nós te amamos, e sempre vamos te apoiar, independente de qualquer coisa.
— Obrigada! É bom saber que eu posso contar com vocês. Eu só preciso de um pequeno favor.
— E qual seria? — Questionou Olivia.
— Não comentem sobre a viagem com ninguém, nem com o meu irmão e nem com o meu pai. Principalmente com o meu pai, quando eu chegar, eu aviso o que aconteceu.
— Você não vai avisar nem para o seu pai? — Questionou Philip. — É, vejo que as coisas realmente estão mudando.
— Meu pai nem sabe quem é Dean Winchester, na certa iria falar por horas na minha cabeça. Quando voltarmos, eu pretendo apresentar meu pai a ele... Mas por enquanto é muito cedo.
Isobel olha em direção a janela, onde um som rude e uma estridente buzina os incomodam.
— Bom, eu acho que o seu querido Dean chegou.
— É, ele realmente chegou. — Comentou Philip ao olhar pela janela. — É melhor não se atrasar, já que ele é tão importante assim para você... — Prosseguiu voltando para a mesa. — Eu também estou indo, não tenho a vida feita como vocês, tenho que dar duro para conseguir algo. O café da manhã da Liv não é um dos melhores, mas é sempre bom ter a companhia de vocês. Tenham um bom fim de semana minha querida, e aproveite o momento.
— Não se esqueça de usar camisinha. Eu tenho umas com sabor em algum lugar nessa casa... — Disse Olivia revirando seus pertences.
— Ok Liv, nós já entendemos que você gosta do babado. Agora para! — Ordenou Phil. — Amiga, aproveite o fim de semana!
— Até mais. — Respondeu Isobel se despedindo dos amigos.
Stanford
O céu estava nublado, e a chuva parecia que iria durar eternamente. Jess estava encolhida com seu livro em pequeno sofá que havia no canto da sala. Ela olhou para Sam que se aproximou e lhe deu um pequeno beijo na testa.
— O que faz acordada a essa hora? — Indagou Sam.
— Eu... Er... não importa. Você também não conseguiu descansar um pouco mais?
— Não; acho que estou nervoso com a proximidade da entrevista. Eu tenho medo de não conseguir a bolsa. — Respondeu suspirando pesadamente.
— Você vai se sair bem. — Disse Jessica tentando anima-lo.
— Obrigado! — Respondeu Sam. — Eu te amo. — Sussurrou beijando-lhe a mão. Ele pensou na primeira vez em que disse isso a ela, e o quão nervoso ficou.
— Quer comer algo? Eu preparo. — Falou a garota levantando e indo para a cozinha.
Do lado de fora, John tentava tomar coragem para encarar Sam. Eles não se viam a mais de dois anos. E sabia o quão difícil seria leva-lo embora dali, mas estava determinado a impedir a ruina de seus filhos. Ele deu alguns passos e finalmente bateu na porta.
— Olá! — Disse Jess. — Posso te ajudar em alguma coisa senhor?
— Oi, bom dia! Essa por um acaso seria a casa de Sam Winchester?
— Sim, e você é?
— John Winchester. — Respondeu lhe estendendo a mão. — Sou pai do Sam.
— Pai? — Questionou Sam surpreso ao se aproximar de Jess. — O que faz aqui?
— Entre por favor. — Disse Jessica sendo cordial. — É um prazer finalmente conhece-lo. Quer beber alguma coisa? Um café, uma água, ou alguma bebida?
— Não é necessário amor. — Interrompeu Sam. — Você nos pegou em um péssimo dia pai, Jess e eu estávamos de saída e....
— Precisamos conversar. — Advertiu John.
— Eu acho que vou dar uma volta enquanto vocês conversam. — Informou a garota dando um beijo em Sam e saindo em seguida.
— Então, fale logo o que quer? É sobre Dean? Ele está bem?
— Sim, ele está. Eu não vim aqui para falar sobre Dean, ou sobre mim...
— Fale logo pai.
— Este é um momento muito complicado para mim, para nossa família e você precisa saber sobre as coisas que vem acontecendo. É muito importante e não há uma maneira fácil de fazer isso...
— O que? Não vai me dizer que eu sou adotado ou algo assim é?
— Eu vim falar sobre suas visões, e sobre os seus dons.
— O que? — Questionou Sam fazendo-se de inocente. — Eu não sei sobre o que está falando.
— É claro que sabe. E você não precisa mentir para mim.
— Quem lhe contou sobre eles? Jess? Ela te procurou?
— Não, a garota não me disse nada.
— Ninguém mais sabia sobre isso, quem foi que lhe contou? — Indagou o rapaz nervoso. — Eu não quero que ninguém saiba disso.
— Eu entendo o quanto isso é difícil para você, entendo bem mais do que você pode imaginar. Mas você não deve usá-los... seus dons vão ser a sua ruína.
— O que? — Questionou Sam.
— O demônio que matou a sua mãe está planejando contra nossa família novamente. Ele quer destruir você e quer destruir Dean. Você precisa ir embora comigo.
— Não, eu lhe disse anos atrás que estava fora! Eu vou me formar, vou casar com uma mulher maravilhosa, vou ter uma vida normal. Longe de toda essa história de demônios. Se o Dean gosta por mim tudo bem, é um direito dele, mas eu não vou voltar... Falando em Dean, onde ele está?
— Está resolvendo um caso.
— Dean anda resolvendo casos sozinho? — Questionou Sam. — Quanta irresponsabilidade de sua parte. Mas, isso já é de se esperar.
— Foi o Bobby que passou o caso para ele. Eu não sabia.
— É, problema é exatamente esse. Você nunca sabe nada dos seus filhos.
— Leia essa carta. — Disse John tirando-a do bolso. — E você entenderá o que eu estou dizendo.
— Não me leve a mal pai, mas eu não estou interessado neste assunto. Se veio só para isso, já pode ir embora.
— Está sendo egoísta como sempre. Acha mesmo que pode abandonar essa vida? Não dá, é impossível! Essas coisas virão atrás de você, e das pessoas que você conhece apenas por diversão.
— Se elas vierem, eu saberei me defender. Acho que anos de prática me dão alguma vantagem, não é?
— Tudo bem, só não diga mais tarde que eu não avisei.
— Bata a porta quando sair. — Respondeu Sam.
Dakota do Sul
Dean dirigiu por 3 horas até finalmente chegar em seu destino. Ele deixou Isobel em um hotel e fora para o endereço que conseguira no banco de dados da polícia.
Ao chegar, foi surpreendido pela visão de uma luxuosa casa rodeada apenas de árvores. Tocou a campainha, e ao ser atendido, entrou calmamente na casa e logo foi recebido pela anfitriã.
— Isabele Fretcher?
— Sim.
— Sou Dean Winchester, agente federal. — Respondeu lhe estendendo a mão e vendo-a engolir seco.
— Bom dia agente Winchester. Em que posso ser útil?
— Bom, em muita coisa... soube que abandonou sua família repentinamente. E que recentemente passou algumas propriedades para o nome do prefeito — Isabele o olhava friamente, mas não pôde deixar de lhe dar um sorriso tremulo.
— Eu não passei as minhas propriedades para o prefeito. Apenas lhe dei uma procuração para que ele pudesse usa-la como bem entender.
— E porque fez isso?
— Sempre participei de programas sociais. Eu deixei as propriedades para que eles pudessem usar em benefício da população de Cotton Ridge.
— Claro, o assassinado de jovens para que vocês continuem vivendo de forma plena.
— Eu não sei sobre o que você está falando.
— Dez garotas foram mortas nos últimos meses em sua propriedade.
— Eu não tenho nada a ver com isso, então se era só isso, eu já posso ir embora? Não acompanho as notícias sobre Cotton Ridge, não tenho interesse naquela cidade.
— E porque odeia tanto assim Cotton Ridge? Me parece um bom lugar para viver.
— Um dia aquela cidade foi um bom lugar para se viver... Talvez se eu tivesse nascido em outra família.
— Eu não entendi.
— Nem vai entender... eu não sirvo para aquela vida.
— Que vida?
— A de dona de casa exemplar, a de mãe dedicada. Eu nunca quis ter filhos, quem insistiu foi o meu marido. Ele é uma boa pessoa, mas não estávamos na mesma sintonia.
— Isobel está na cidade. Será que você ainda consegue se lembrar da garotinha que abandonou quando tinha apenas 9 anos?
— Eu não lembro e não faço questão rapaz. Se é mesmo do FBI, porque a trouxe?
— Isobel é importante para mim. E eu sei o quanto ela te procurou durante todos esses anos. Mas começo a pensar que essa foi uma ideia estúpida...
— Eu também acho rapaz... E, acho melhor você ir embora da minha casa, a conversa já passou do âmbito profissional para o pessoal, e eu não tenho o menor interesse de saber sobre essas pessoas.
— Você tem razão, e quer saber? Quem perdeu foi você. Isobel é uma garota maravilhosa, é bonita, é inteligente... E ela vai ser muito feliz sem você.
— Feliz? Quem vai faze-la feliz? Você? Se acha mesmo capaz?
— Eu realmente não sei. Mas isso não é da conta da senhora, é assunto meu e dela. Tenha um bom dia.
Cotton Ridge
— Olha aquele vestido... É incrível! Porque não entramos? — Questionou Liv a Megan.
— Olivia, estamos andando a umas duas horas. Estou entediada, porque não chama a sua amiguinha sem sal?
— A Bel não pode vir, ela estava muito ocupada hoje. — Mentiu a garota. — Mas vamos Meg, hoje é sexta-feira, e você precisa se animar.
— Animar perdendo o meu precioso dia em lojas para garotas frescas?! Fala sério.
— Por favor...
— Tudo bem Olivia. Entre e experimente quantas roupas você quiser.
Liv atravessou a rua correndo e entrou na loja. Ela analisava minuciosamente cada peça da boutique que era separada por tamanhos.
Megan por sua vez não disfarçava o esforço que fazia ao tentar ser agradável. De repente, Olivia pegou uma peça e insistiu para que ela experimentasse. Ela resistiu, mas acabou indo para o provador.
— Nada mal baixinha. — Ironizou Mathew ao surpreende-la.
— Ridículo! O que faz aqui?
— Nada demais. E você?! Virou amiguinha da Liv agora é?
— Liv não é tão chata como sua querida Isobel. Não sei o que vocês veem naquela mosca morta.
— Isobel não é como você. — Respondeu se aproximando dela e apertando o seu queixo.
— Graças a Deus. — Disse Megan furiosa empurrando sua mão.
— Você está cumprindo com sua parte no acordo?
— Claro, Dean e eu estamos bem próximos.
— Então porque diabos ele levou a Isobel para outra cidade? — Questionou Mathew.
— Como assim?
— Os dois saíram. Foram para a Dakota do Sul, passar o fim de semana como um casal apaixonado.
— De onde você tirou essa ideia absurda? Dean e eu jantamos no restaurante de Graham ontem à noite.
— E logo em seguida ele correu para o hospital e convidou Isobel para viajar com ele.
— Como soube disso?
— Aaron me contou. Olivia acabou comentando com ele... você sabe como ela é faladora.
— Ela é tapada, isso sim.
— Se não cumprir a sua parte no acordo, eu vou contar para todos o que eu sei sobre você e sua família.
— Não me ameace Walter... você sabe muito bem do que eu sou capaz.
— Exato Megan, eu sei do que você é capaz, mas e você? Você sabe do que eu sou capaz? Acho que não. — Disse Mathew sorrindo de forma sagaz. — Tire Dean Winchester do meu caminho, e não teremos problema amorzinho.
— Meg você está... — Dizia Liv que acabara de chegar no provador. — O que ele faz aqui? — Questionou ao ver Mathew no provador com Megan.
— Ele está esperando a Senhora Walter e acabamos nos encontrando por um acaso.
— Sei... — Respondeu Olivia desconfiada.
— Como você está Olivia? — Perguntou o rapaz.
— Bem Mathew, muito bem.
— Soube do seu casamento, e estou muito feliz por você e por meu amigo.
— Mathew, poupe-me de sua hipocrisia. Você sabe que eu só convivo com você por sua amizade com Aaron. Mas para mim, você não passa de um babaca. E quer saber, eu perdi a vontade de ficar aqui. Espero você do lado de fora Meg.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!