A Colheita de Sangue escrita por Amber Dotto


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do capítulo.
Boa leitura e beijinhos



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— E então Megan, o que tinha de tão importante para me dizer? — Questionou Dean ao sentar na mesa em que ela estava.

— Olá Dean, eu estou muito bem. Obrigada por perguntar. — Disse a garota bebendo um gole de cerveja em seguida. — Como foi o seu jantar com a Isobel?

— Megan, por favor. Você disse que era importante o que tinha para me dizer...

— E é, mas eu gosto das preliminares. — Disse mordiscando os lábios.

Dean ficou desconcertado por uns instantes e fechou os olhos tentando manter a concentração. Ele dizia a si: Ela é apenas um corpinho bonito, você não deve agir feito um canalha.

— Eu não tenho tempo para brincadeiras Megan.

— Mas teve tempo para sair e ficar com aquela maldita. — Rebateu.

— Eu vou embora, já vi que não vai dar em nada esse nosso encontro. — Respondeu Dean levantando e encarando-a.

Megan segurou firme no braço do rapaz, e o puxou novamente para a cadeira. Dean sentou, e percebeu que Graham os observava de longe.

— Na cidade há uma lenda, conhecida como a lenda do...

— Reverendo, eu sei. E também soube que há mais de uma versão dos fatos. — Disse o caçador interrompendo a garota.

— A lenda do reverendo é real. Eu cresci ouvindo meu pai falar sobre ela; ele dizia que os que se sacrificavam para o bem comum eram especiais... Doze garotas devem ser mortas a cada 30 anos, para o bem da cidade.

— Para o bem da cidade? — Questionou Dean debochando.

— Sim! Cotton Ridge passou por momentos difíceis, e essa foi a solução para o problema dos cidadãos.

— Megan, estamos falando sobre o assassinato de garotas. Meninas que tinham uma vida inteira pela frente. Como você pode ser tão fria assim?

— Dean, eles querem me matar, eu sou uma das próximas garotas a ser sacrificada. Você é a minha única esperança.

— Eu não entendi. Porque acha que eu sou sua única esperança? — Respondeu o rapaz fingindo não entender.

— Eu não sei quem você é, o que faz, mas eu senti que você era um bom homem e que podia confiar em você. Eu sei que não é um agente do FBI, e o meu pai também sabe.

— E quem você acha que eu sou?

— Eu não sei... Você vai me ajudar? — Questionou Megan.

— Eu posso tentar Megan, mas você precisa me dizer a verdade. O que mais você sabe sobre toda essa confusão?

— Os assassinatos seguem um padrão. Garotas de 24 anos, filhas de pessoas influentes... uma por mês. Todas foram mortas no lago Deke, e esse lago fica dentro de uma propriedade, pertencente aos Fretcher.

— Então esses Fretcher têm alguma ligação com os assassinatos?

— Não. Os Fretcher foram mortos de forma misteriosa e restou apenas uma descendente deles... Isabele Fretcher.

— Você sabe onde essa Isabele Mora?

— Não. Ela foi embora a alguns anos e ninguém teve notícias dela desde então... alguns pensam que ela morreu, mas eu não sei ao certo.

— Então os assassinos estão invadindo uma propriedade privada.

— Não. A filha de Isabele Fretcher cedeu a propriedade para a prefeitura desenvolver ações sócio educadoras para as crianças da cidade.

— Então a filha dela ficou na cidade?

— Sim, você não faz ideia de quem estamos falando, não é? — Questionou Megan.

— Não, eu não sei, mas acho que se quer minha ajuda, você deve dizer o que sabe.

— Isabele Fretcher é mãe da sua querida Isobel.

— como você sabe de toda essa história?

— Escutei sem querer uma conversa do meu pai com o prefeito.

— Então, o seu pai é o reverendo?

— Não! Você é sempre sonso? O reverendo é uma entidade.... Eu presenciei a um dos rituais quando eu tinha uns 5 anos e nunca mais esqueci aquela cena de horror. Seus olhos ainda me causam medo

— O reverendo é um demônio?

— Eu não sei. Você acredita nessas coisas? — Questionou curiosa.

— Não importa Megan. Eu vou ver se encontro algo sobre essa Isabele.

A porta do restaurante abriu, Sassy e Graham se olharam assustados. O Xerife Martin estava visivelmente furioso, e andava com muita determinação em direção a sua filha. Ele não disse nada, e ao se aproximar, puxou Dean pela gola da camisa.

— Jeff, Jeff...isso é abuso de poder. — Disse Dean em um tom sarcástico dando-lhe em seguida um de seus melhores sorrisos.

— Seu filho de uma puta! Quem lhe deu o direito de falar com a minha filha? — Ele respondeu lançando Dean contra a mesa.

— Papai, não! — Suplicou Megan tentando intervir.

— Acho que a pergunta é: Quem lhe deu o direito de sacrificar garotas inocentes para obter riqueza? — Retrucou Dean alterando a sua voz e lhe empurrando mais forte ainda.

— Eu não sei sobre o que você está falando. — Respondeu olhando ao redor, para ver quem estava presente no local e acabara de presenciar tal cena. — Você é louco, e eu não vou permitir que um moleque que se diz ser do FBI, espalhe mentiras sobre minha pessoa. Eu sempre fui um bom homem, um pai de família exemplar, todos sabem disso.

— Não são mentiras Xerife. Acha mesmo que os moradores de Cotton Ridge são estúpidos? Você não tem pistas, não há suspeitos e os pais das garotas “assassinadas” andam por aí sorrindo. — Prosseguiu se aproximando de Jeff e sussurrando em seu ouvido em seguida. — Diga-lhes para pelo ao menos esperar que seus filhos estejam enterrados para começar a dar festas.

— Ok, eu digo. — Respondeu o xerife dando um passo para trás e dando um soco em Dean em seguida. O rapaz olhou para ele atordoado, mas não perdeu o sorriso. Megan levantou-se rapidamente para ajudá-lo.

— Você está bem Dean?

— Estou. É preciso mais do que um velhote para me afetar.

— Que diabos há com você papai? — Questionou Megan irritada. — Eu sei que nunca tive um bom relacionamento com essas pessoas da cidade, mas a sua obrigação era protege-las. E não ajudar aos assassinos.

— Eu mandei você ficar fora disso Megan. Você é uma vergonha para a nossa família.

— Vá para o inferno! Você é que me envergonha. — Respondeu a garota.

— Eu vou repetir mais uma vez, porque talvez você não tenha entendido. Eu não sei nada sobre os assassinatos. E se eu fosse você, daria o fora da cidade Dean Winchester.

— Está me ameaçando?

— Não, por enquanto eu estou avisando. Já sei que você não é um agente do FBI.

— Eu não vou a lugar nenhum Xerife. Gostei da cidade e pretendo ficar.

— Gostou da cidade ou de uma certa morena? Seu nome é Isobel, não é?! — Questionou o Xerife. — Aquela garota é tão boa, todos gostam dela. Seria uma pena se algo ruim acontecesse. — A expressão de sarcasmo de Dean desapareceu. Tudo o que ele sentia era raiva.

— É melhor você não pensar em encostar em um fio de cabelo dela Jeff Martin, porque vai ter que suportar uma quantidade de dor muito maior da que você pode infligir a ela. — Respondeu Dean segurando o seu rosto com força.

Graham que apenas observava a discussão decidiu intervir e logo levou Dean para fora do restaurante.

— O que foi aquilo? Esse é o tipo de cara que a minha irmã quer para a vida dela? Um agente do FBI que acredita em lendas do reverendo e que agride ao xerife.

— Ele a ameaçou... e eu não consegui me controlar. Se aquele desgraçado do Jeff pensar em encostar na Isobel, eu acabo com ele.

— Jeff não vai machucar a minha irmã, ele a adora... de onde você tirou essa ideia absurda?

=— Quer saber? Esquece! Me desculpe pelo incidente em seu restaurante, não vai mais acontecer eu prometo.

— Eu não estou preocupado com a briga Dean. Eu quero saber o que está acontecendo. Minha irmã parece estar interessada em você e eu não quero que ela se decepcione novamente.

— Eu não posso te dizer o que está acontecendo. São questões de...

— De protocolo, eu já sei, mas eu vou lhe dizer o que você deve fazer com essas questões de protocolo.

— Esse é o meu último caso, e depois disso, eu juro que te conto o que você quiser.

— Porque vai abandonar a sua carreira? — Questionou Graham.

— Estou cansado dessa vida. Eu não ganho nem um obrigado pelas coisas que eu faço.

— Terá meu apoio para se estabelecer na cidade se quiser Dean. Mas se a decepcionar, eu acabo com você.

— Obrigado Graham. — Respondeu Dean que se despediu e foi para o seu carro em seguida.

Após deixar o restaurante de Graham, Dean dirigiu até o hospital... Ele queria ver Isobel, embora não soubesse o que dizer.

Eram oito da noite quando Isobel atendeu o seu último paciente. Ao leva-lo até a porta, ela pode ouvir de longe sua chefe latir com outros funcionários.

— Isobel, Isobel. — Ela gritou.

— O quê? — Questionou a mesma ao virar para ela.

— O que você ainda está fazendo aí? Temos um paciente na enfermaria que exige vê-la. Ele está descontrolado, e apresenta algumas tendências suicidas.

— Mas eu... eu não sou psiquiatra. Mande o Max atende-lo.

— Não foi um pedido Isobel, foi uma ordem. Agora vá!

Isobel franziu a testa e relutantemente pegou sua bolsa e dirigiu-se para a enfermaria. Ela deu uma olhada por cima do ombro e viu alguns funcionários cochicharem.

Ao passar pelos corredores, uma porta se abriu e ela sentiu alguém puxa-la para dentro da sala. Ela tentou gritar, mas uma mão firme segurou sua boca até que seu corpo começou a irradiar um calor muito familiar, como o que ela havia sentido na casa de Phil, então seu medo passou. Mas isso não impediu que ela o empurrasse contra a parede.

— Dean? — Vociferou Isobel ao vê-lo. — Quer me matar do coração?

— Foi uma pena assusta-la Izzy. — Ele disse sorrindo e ajeitando seu terno em seguida.

— Um cara com “tendências suicidas? ” É sério isso? Você tem sorte que...

— Que sua patroa não usa muito o cérebro? Não se preocupe! Eu paguei 50 dólares para um garoto e tenho que admitir que ele encenou muito bem.

— Eu pensei que você estivesse no restaurante de Graham com Megan. Ou que talvez estivesse preocupado em encontrar o assassino das garotas.

— Oh, eu estava. Até imagina-la incrivelmente sexy com esse uniforme de médica andando pelos corredores. — Ele completou analisando-a por completo.

— Dean. — Ela o repreendeu, mas ao sentir suas mãos novamente em seu ombro, ela tremeu. Seu corpo ansiava por aquilo.

Dean por sua vez, se aproximou mais ainda, tirando em seguida uma mecha de cabelo dos ombros dela. Ele se inclinou e beijou seu pescoço suavemente. Seus lábios macios fizeram Isobel se contorcer. Ele estendeu as mãos e a puxou pela cintura, beijando-a vorazmente em seguida.

— Não! — Ela exclamou desesperadamente tentando recuperar o fôlego. O calor que a acalmara minutos antes, agora lhe causava certo sufoco.

— O que foi? — Questionou Dean confuso. — Eu achei que...

— Eu acho que você não deveria ter feito isso.

— Me desculpe. Você está certa, eu me precipitei, mas não vim aqui apenas para isso.

— Qual é o real motivo de sua visita?

— Vou para a Dakota do Sul pela manhã, atrás de Isabele Fretcher e gostaria de saber se você quer ir comigo?

— Isabele Fretcher? Você andou xeretando a minha vida?

— Claro que não, isso faz parte das investigações.

— E porque você vai investigar minha mãe? Como soube onde encontrá-la?

— Digamos que eu tenho os meus métodos. — Respondeu Dean. — Eu prometo me comportar, se você quiser me acompanhar. Sei o quanto espera por esse momento.

— Eu nem sei o que dizer.

— Diga sim. — Ponderou o rapaz. — Eu te pego as 9 da manhã, pode ser?

— Tudo bem, eu vou te esperar.

— Izzy? Tenha cuidado com o xerife Martin. Eu não confio naquele cara e se ele encostar um dedo em você, eu juro que acabo com ele.

— Dean, ele não vai me machucar.

— Oh, é claro que não. Porque eu vou estar por perto para garantir isso.

— Aham. — Respondeu Isobel sorrindo.

— Você já encerrou o seu expediente? Quer que eu a leve em casa?

— Não é necessário. Eu estou de carro e fiquei de dar uma carona para o Max.


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