Quando o Amor Chega escrita por Miss Viegas


Capítulo 12
A novata - parte 1


Notas iniciais do capítulo

"Essa Miss Viegas não tem vergonha na cara, some por meses e agora volta na maior cara de pau querendo que a gente leia a fic dela." É, eu sei que é isso que devem estar pensando e sinto muitíssimo pela demora, tanto que dividi esse capítulo porque quero fazer ele bem legal. Please, sei que querem me jogar meteoros mas não desistam da fic! Escrevo porque penso muito em vcs!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/59150/chapter/12

Wulcan não estava nervosa no seu primeiro dia de aula, estava na verdade muito tranqüila. Seu material estava todo arrumado, Kurt comprara com todo carinho. Ela só estava pensativa, o professor Xavier fizera questão de acompanhá-la no primeiro dia, dera a entender nitidamente que o diretor não era o que se podia dizer “um poço de tolerância”, então ele não estava tão feliz assim com uma novata mutante. Além disso, era uma escola onde todos tinham consciência de que  mutantes existiam e tinham que conviver com isso, trabalhar seus sentimentos de medo, repulsa e sabe-se lá mais o que. Contudo, lá estava ela, prestes a entrar em uma nova escola com uma nova condição, assumindo totalmente que era uma mutante e com esse pensamento ela se sentia muito confiante. Desceu para tomar café e o dia já começou doce, uma vez que Kitty havia feito panquecas com doce de leite para o café da manhã.

- E aí? Pronta para o primeiro dia? – ela perguntou enquanto passava mais doce nas panquecas.

- Acho que sim, as coisas pelo menos são mais explícitas, não tem ninguém fingindo que não sabe o que somos. – disse Wulcan tomando um gole de suco de laranja.

- Isso não significa que as coisas sejam mais fáceis, minha amiga. Devo dizer que você enfrentará muitas coisas e pessoas, só que desta vez nós estaremos com você, não terá que enfrentar as coisas sozinha como fez antes de vir pra cá.

Wulcan se limitou a sorrir, era verdade. Agora tinha a quem recorrer. Depois de tomar café, se dirigiu ao escritório do professor Xavier, onde este já a estava aguardando com Logan para levá-la a escola.

- Vamos lá, Espoletinha. – disse Logan.

Ela os acompanhou até o carro, era um conversível de dar inveja a qualquer garotão. Logan era o motorista, ela permaneceu calada a maior parte do tempo, olhava de vez em quando para Charles por baixo dos olhos se perguntando se ele estava lendo sua mente e vendo o que ela estava sentindo. Mirava o lado de fora da janela do carro e observava a paisagem, aquela seria a paisagem que ela veria á partir de então, Bayville era seu novo lar, o que passou havia passado e não importava mais.

- Chegamos Wulcan. – o professor Charles disse tirando-a de seus pensamentos. – Vamos, temos que falar com o diretor.

- Eu também vou, só pra dar um apoio – disse Logan puxando o freio de mão com um tom que para Wulcan pareceu cheio de intenções, estava claro que ele não gostava do diretor.

Os alunos da escola ficaram olhando para os que desceram dele, sabiam quem era mas Wulcan era nova. Ela avistou Scott e os outros chegando ao longe, percebeu também que as pessoas a olhavam insistentemente, pelo visto mesmo antes de entrar na escola, ela já era o assunto do dia.  Cruzaram a entrada e o corredor, os olhares continuavam insistentes, Wulcan evitava olhar para qualquer pessoa, teria tempo para conhecer quem andava por aqueles corredores e depois receava olhar e alguém interpretá-la mal, achando que estava desafiando ou algo do tipo. Chegaram a sala do diretor, a mesma secretária da vez anterior lançou-lhes um olhar assustado após dizer que podiam entrar.

- Bem, diretor Kelly, nós estamos aqui para... – começou Charles.

- Não precisa falar nada, Xavier. – disse Kelly com um pouco de rispidez. – Eu sei porque está aqui. Então, essa é a aluna, não é? – Kelly olhou Wulcan de uma forma bem arrogante, olhando-a de cima. Isso desagradou tanto Logan que quase em um reflexo cerrou os punhos, Kelly não podia tratar as pessoas assim!

- Prazer senhor, sou Susan. – disse Wulcan estendendo a mão.

- Prazer. – disse Kelly secamente ignorando a mão de Wulcan. – Bem, suponho que você saiba as regras de uma escola...

- Já estudei antes senhor. – rebateu Wulcan, se Kelly achava que iria humilhá-la podia esperar sentado.

- Uma regra eu deixo bem clara: sem acidentes ou confusões. Se você causar qualquer dano ao patrimônio escolar ou se envolver em qualquer confusão com outro aluno terei todo o direito de expulsá-la.

- Claro, Diretor Kelly, esperamos que essa regra também seja aplicada aos outros tipos de alunos que comumente provocam mutantes. – alfinetou Logan.

- Só estou zelando pelo bem da minha escola.

- E eu estou zelando pelo bem de Wulcan. – disse Logan alterando a voz.

- Wulcan? Esse deve ser seu nome mutante, por falar nisso, Charles me falou sobre seus poderes, mas eu gostaria que você me falasse mais sobre eles.

- Diretor Kelly – começou Charles antes que Logan desse mais uma resposta malcriada – Acho que esta questão é relevante por hora, é o primeiro dia de Susan. Talvez o senhor não precise citar as regras com tanta ênfase para ela como se ela não soubesse tais, lembro-lhe que em meu Instituto também instruímos os alunos para conviver de forma civilizada com todos.

- E além disso... – Logan disse com voz séria – ela não está aqui por caridade.

Kelly olhou-o com raiva, contudo sabia que não podia recusar, era a lei, mas não conseguia esconder a repulsa por ter aquela menina ali.

- Muito bem. – disse ele de mau humor abrindo uma gaveta e entregando um papel para Wulcan. – Este é seu horário, o número da sala está escrito aí também. Bem-vinda. – disse Kelly virando-se.

O “ bem-vinda” de Kelly foi tão amistoso quanto pêsames em funerais, mas Wulcan não ligava muito pra isso, não esperava nada muito diferente.

- Não vai levá-la pessoalmente diretor? – perguntou Logan em uma visível provocação.

- Não precisa, professor – disse Wulcan – Eu me viro sozinha.

- Obrigado, diretor. Vamos Logan.

Charles, Logan e Wulcan se dirigiram para a porta até que Wulcan se virou de repente.

- Diretor Kelly, como o professor Charles já mencionou quais os meus poderes, percebi que os canteiros da escola precisam de reparos, se o senhor permitir posso dar um jeito. Sei muito de jardinagem.

- Contanto que não destrua nada está tudo bem. – disse ele virando a cabeça levemente.

Wulcan não respondeu, apenas seguiu o professor Logan e Charles pela porta da sala, a secretária permaneceu com a cabeça baixa olhando papéis, mas eles sabiam que ela devia estar apavorada. Chegando ao corredor, Charles parou sua cadeira.

- Bem, Wulcan, é aqui que a deixamos. Não se preocupe com nada, Kelly não fará nada contra você e aqui você tem seus amigos, não estará sozinha.

- Obrigada professor.

- Se cuida, Espoletinha. – disse Logan antes de se afastar com Charles. Ao vê-los, Wulcan respirou fundo, olhou para o corredor e foi procurar sua sala.

***

Logan e Charles saíram da escola ainda sob os olhares dos alunos e tinham a certeza de que Kelly também os observava. Ao chegaram no carro e se acomodarem, Logan perguntou:

- Achei que fosse mostrar para a Espoletinha quem é a Irmandade e dar mais... digamos detalhes sobre eles.

- Não achei prudente, Logan. E depois é bom que Wulcan sinta o ambiente primeiro. Não queria impressioná-la logo no primeiro dia, é bom que ela tenha suas próprias impressões. Além disso, não estará só, tenho certeza que qualquer problema os outros intercederão por ela. Qualquer intercorrência ou dúvida que ela tenha, poderá tirar conosco, mas quero que ela sinta como as coisas são.

- Bom, espero que não tenha mesmo, porque eu detestaria saber que o Diretor Kelly fez algum mal para a Espoletinha.

Logan tinha um sarcasmo diferente, não era repleto de ironia ou revolta, mas um toque de preocupação, o que Charles pôde perceber nitidamente.

- Parece que você se importa bastante com Wulcan. – disse ele olhando-o firmemente.

Logan não respondei, ligou o carro e começou a dirigir até a mansão.

***

Wulcan permaneceu no corredor parada por alguns instantes olhando o papel que continha os horários, as salas e o número do seu armário. Como não tinha levado muita coisa, não tinha o que guardar então só procurou o número para memorizar onde ficava. Percebeu que olhavam pra ela por onde passava, não importava se eram escolas para mutantes, escolas de humanos ou uma em que ambos convivessem, novatos sempre seriam olhados daquela forma.

Achou seu armário, era bem fácil a localização, agora precisava achar a sala, mas não queria correr o risco de entrar no meio de uma aula (já que devia estar começando) e pagar o mico de ser a sala errada. Resolveu perguntar a alguém. Mal deu dois passos e, distraída olhando seu horário, esbarrou numa menina derrubando seus livros. Refeita da surpresa do esbarrão, Wulcan se abaixou para pegar os livros que haviam caído.

- Nossa, me desculpa! Eu estava distraída.

- Não se preocupe... – começou a garota a falar gentilmente. No entanto, mudou seu tom rapidamente, começou a fitá-la melhor e seu olhar logo modificou-se. Ela levantou e Wulcan terminou de pegar os livros, entregando-os a dona.

- Olha, desculpa mais uma vez. Você sabe onde fica essa sala?

A garota no entanto não disse uma palavra, ficou examinando a mutante de cima a baixo com olhar de despeito e arrogância. Wulcan por sua vez não deixou de perceber.

- Tem algo errado?

- Hum! – a garota deu meia volta e seguiu pelo corredor. – “O que será que ela faz aqui?”, pensou.

Wulcan permaneceu parada olhando a garota se afastar.

- Eu hein. O que será que houve? – perguntou pra si mesma.

De qualquer forma ela precisava achar a sala logo, senão já começaria perdendo a primeira aula o que seria péssimo perante o Diretor Kelly, que com certeza só queria um motivo mínimo para implicar. Andou mais um pouco e por sorte achou a sala.

- Deseja algo? – o professor perguntou. Ainda não tinha começado a aula, estava arrumando seus instrumentos na mesa e a sala ainda estava uma algazarra com alunos conversando.

- É, eu sou a nova aluna Senhor.

- Muito bem, pode sentar-se, começarei logo.

- Obrigada.

Wulcan escolheu um lugar perto da janela, muito alunos a olharam e cochicharam, talvez por ser novata, talvez por seu estilo, mas o professor logo pedira silêncio e começara a escrever algumas linhas no quadro negro, que ela rapidamente começara a anotar. Prestaria atenção em todas as aulas para ser uma boa aluna, concentrou-se rapidamente e nem teve tempo de olhar a sala e os colegas e se por acaso havia alguém do Instituto na mesma sala que ela, mas não havia problema, era só o primeiro dia e ainda haviam muitas novidades vindo por por aí...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Gpstaram? O próximo será mais rápido possivelmente
Beijos da Miss Viegas e obrigada!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Quando o Amor Chega" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.