Quando o Amor Chega escrita por Miss Viegas


Capítulo 11
Vida nova, escola nova


Notas iniciais do capítulo

OIIIIIIIIIIIIII! EU VOLTEI AGORA PRA FICAR, PORQUE AQUI, AQUI É MEU LUGAR! Pois é meu queridos! Voltei, desculpem a imensa demora, problemas acadêmicos. Contudo, agora eu vou escrever pra valer. Sei que vocês poderiam até ter desistido mas... não desistam de mim! Aqui está mais um capítulo, espero que gostm. ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/59150/chapter/11

O diretor Kelly já podia imaginar o teor daquela conversa, tudo que ele sempre quisera era um motivo, um que fosse, para poder colocar os alunos do professor Charles Xavier na rua por justa causa. Por isso, vigiava-os á procura de algum comportamento ruim, algazarra ou até mesmo algum deslize no controle de seus poderes que causassem dano aos outros alunos ou ao patrimônio escolar, contudo tudo em vão. Os alunos do Instituto eram bem comportados, tiravam boas notas e sempre evitavam confusões seja com a irmandade que sempre provocava ou com os outros alunos que os excluíam abertamente. Daí a visita do professor Charles obviamente não seria para tratar de alguma advertência dada aos seus pupilos, mesmo assim o diretor Kelly não daria a mão á palmatória.

- Não sei o que poderia ter vindo tratar aqui, para tratar de seus alunos com certeza não foi, eu os aceitei aqui mesmo os considerando uma ameaça...

- Diretor Kelly – Charles o interrompeu mantendo  a voz calma – sobre meus alunos serem uma ameaça, acho que ficou mais do que esclarecido que eles não o são e o senhor tem que aceitar isso, contudo não posso negar que foi um dos meus alunos que me trouxe aqui. Tenho uma aluna nova, diretor, e vim aqui para...

- Nem pense nisso! Não admitirei mais nenhum mutante aqui. Já bastam os que tenho que aturar.

- Diretor, o que o senhor  chama de aturar, eu o chamo de interação e convívio. É necessário que humanos e mutantes convivam e descubram que não possuem somente diferenças mas também semelhanças.

- á partir do momento que se descobre ser um mutante, isso já é uma diferença, o qual não se pode negar.

- Da mesma forma como há diferenças entre os próprios humanos, e todos aprenderam a lidar com isso.

- Há uma grande diferença entre convívio social com diferenças e convívio social com aberrações. Não admitirei mais nenhum deles aqui e ponto final!

- Bem, diretor, não queria entrar nesse campo,  pois supus que pudéssemos resolver isso de forma pacífica e civilizada, no entanto,  visto que seu preconceito e resistência impede eu devo lembrá-lo que os direitos dos mutantes estão assegurados por lei.

- Está me ameaçando, professor Xavier?

- Só estou ressaltando que não estamos tão desamparados assim. Foi decidido que mutantes têm direito a freqüentar espaços públicos livremente e isso inclui escolas e universidades. Então, impedindo que minha aluna estude aqui, o senhor estará violando a lei federal e sujeito a receber as punições referentes.

O diretor Kelly cobriu-se de visível rubor. Ele estava furioso, aquelas  aberrações estavam mesmo tomando conta de tudo e pelo visto ele seria obrigado a aceitar mais uma em sua escola. Logan observava como a raiva estava subindo pela cabeça de Kelly, no fundo achava graça de como ele achava que estava por cima e como Charles o derrubou do cavalo, ele mesmo já fora cético, achando que os mutantes estavam completamente sós, no entanto, Charles o mostrou o contrário e ele também estava disposto a lutar para que seus alunos não sofressem tanto como ele e outros mutantes mais velhos sofreram. E se para isso fosse preciso encarar aquele bufão do Kelly, ele o faria.

- Sabe de uma coisa – começou Logan que até então permanecera calado, sua voz demonstrava um pouco de deboche – além dos mutantes estarem seguros por lei federal a freqüentar todos os lugares, acho que também o estão caso sofram humilhação ilegal e danos morais, afinal de contas, é dever também da escola proporcionar a convivência pacífica entre seus alunos e punir os que a  ameaçam, incluindo suspensões e detenções, o senhor faz isso diretor Kelly? Pune seus alunos humanos por provocarem e humilharem seus alunos mutantes? Pois caso não, temos todo direito de fazer uma denúncia ao conselho escolar.

Logan enfatizou a palavra “humanos” e notava-se um toque de prazer em sua voz (apesar de séria) quando mencionou fazer uma denúncia, isso foi o suficiente para o diretor Kelly baixar a guarda, mas não sem antes dar a impressão que iria explodir na frente de Charles e Logan.

- Muito bem, acho que por lei sou obrigado a admitir uma nova aluna. – disse ele controlando a voz – No entanto, preciso de detalhes sobre ela, em que ano está, se está apta para ser encaixada em uma turma, se poderá acompanhar o ritmo, que poderes tem...

- Acho que esse detalhe não consta numa ficha escolar diretor – cortou Logan – Se o senhor for eleito presidente daqui a alguns anos, quem sabe, mas por enquanto essa informação pode ser mantida em sigilo de for da vontade do aluno.

- Tudo bem Logan. – falou o professor Charles notando que Kelly estava ficando vermelho de novo devido ao deboche de Logan – Diretor, ela possui poderes inofensivos, pode controlar a vida vegetal ao seu redor, não acho que seja uma ameaça. Se o senhor permitir, ela pode ajudar com a jardinagem da escola, caso ela se interesse e também concorde. É uma boa oportunidade para também incentivar outros trabalhos voluntários á fim de melhorar a escola e economizar verbas e direcioná-las para outras atividades.

Logan por um instante abriu a boca para mencionar o outro poder de Wulcan, mas Charles o fez calar com seu olhar. O diretor Kelly por sua vez ficou pensativo, realmente, eles eram aberrações, mas seus poderes poderiam ser úteis desde que não destruíssem nada. Resolveu contemporizar, pelo menos naquele momento.

- Muito bem, professor Chavier. Então estamos acertados, traga a aluna aqui na segunda, preciso organizar os papéis e verificar onde ela vai ficar.

- Muito obrigado diretor Kelly – Charles estendeu a mão para Kelly, mas este fingiu não ver. – Vamos Logan.

- Não tem o que agradecer, afinal é direito de vocês – admitiu Kelly aborrecido.

- Sorte nossa – murmurou Logan seguindo com Charles para a porta.

Assim que saíram, Kelly deu um murro na mesa e derrubou um pequeno vaso, Logan e Charles que tinham acabado de sair conseguiram ouvir. Passaram pela secretária que os olhava abismada e encolhida em sua mesa e só falaram quando chegaram ao portão.

- Eu acho que ele não gostou da idéia de ter Wulcan como aluna. – comentou Logan entrando no carro.

- Não é uma questão de gostar Logan, é uma questão de cumprir um dever para com a lei. Não poderia conceber que Wulcan ficasse somente na mansão, ela está em idade escolar.

- Charles, e os papéis da antiga escola dela? Como faremos para consegui-los, ela veio pra cá, fugindo e...

- Não se preocupe quanto a isso Logan, a lei também assegura sigilo quanto a isso, parece que perceberam que nem todos os mutantes tem a possibilidade de ter seus históricos escolares e documentos em mãos, sabem que muitas famílias os abandonam portanto, não quiseram fazer da documentação um impasse para a integração deles na sociedade.

- Mas esse Kelly colocaria um impasse para a integração deles no mundo inteiro, não acha? – disse Logan com um sorrisinho no canto dos lábios.

- Diretor Kelly é um homem muito intolerante. – disse Charles com seu habitual gesto de cruzar os dedos das mãos – Talvez um dia compreenda, se todos compreendessem, o mundo seria um lugar melhor para se viver para ambas as partes.

- Tomara que não seja no dia de São Nunca. – comentou Logan dando partida no carro.

***

Kurt e Wulcan voltavam do shopping alegres, apesar do incidente com Amanda eles se distraíram, lancharam, Wulcan comprou algo de que precisava e vinham conversando sobre várias coisas. Kurt contou como era a escola em que estudavam, mas talvez ela logo soubesse.

- Espero que sim, todas essa mudanças foram tão rápidas que eu nem me lembrei que tenho que continuar a estudar. Saí de casa, não peguei nenhum documento, só minha carteira de identidade que sempre anda comigo, de resto, nada. Tomara que não seja problema. Pelo que você me disse já passaram umas barras na sua escola.

- É, quando os mutantes foram descobertos, foi como uma revolução. Convocaram os pais pra decidir se continuaríamos estudando lá, a Jean fez um discurso alegando que qualquer um poderia nascer com o gene X e que os pais teriam que conviver com isso e enfrentar o que acontecesse.

- Parece que a Jean tem um dom com as palavras – disse Wulcan rindo.

- É, ela convence muito bem as pessoas. Soube que rola um clima entre ela e o Scott, só por alto.

- Bem, na verdade todo mundo nota, só eles que não.

Os dois riram, Kurt notou que Wulcan estava mais espontânea, mais natural, parece que o gelo entre eles que havia no início da tarde  fora quebrado. Mal viram, já estavam chegando na mansão.

- Bem, o que posso dizer? – começou Kurt quando entraram em casa – Muito obrigado pelo passeio, espero retribuir de algum jeito, foi muito bom pra mim sair um pouco daqui de casa.

- Não precisa retribuir nada Kurt, foi divertido pra mim também, que bom que fez bem a você, quem sabe agora você volta a ser o que era, também quero ver aquele Kurt engraçado e piadista que sempre ouço falar. – disse Wulcan sorrindo.

Kurt por um momento ficou admirando o sorriso dela, não se conteve e a abraçou forte.

- Obrigado – foi tudo que conseguiu dizer.

Os dois subiram as escadas, Wulcan queria se trocar, relaxar um pouco, a diversão é muito legal, mas também cansa. Comeram uma pizza muito boa, contudo ela não faria desfeita e se juntaria a todos na hora do jantar, que seria dali a algumas horas. Resolveu tomar um banho frio pra relaxar, incrivelmente ela adorava gelo, talvez por estar sempre quente e fazer fogo. Ficou um bom tempo debaixo do chuveiro e quando saiu, colocou uma roupa leve. Deitou-se na cama, com os braços cruzados atrás da cabeça e analisou seu quarto, pela primeira vez realmente parou pra pensar em tudo que lhe ocorrera. A imagem da mãe, sempre fria e impassível  estava longe agora, pensou se isso era certo, afinal de contas mãe é mãe, no entanto, ela sempre a tratou como um nada. Seu irmão lhe veio a mente também, sempre com seu jeito conciliador, como será que ele estaria agora? Estaria preocupado? Será que não deveria falar onde estava, com quem estava e como estava? Talvez não naquele momento, fora tudo muito recente, era melhor dar um tempo até fincar mais suas raízes ali na mansão, pois de uma forma ou de outra, ainda que muito longícua a hipótese, sua mãe poderia querer ela de volta, ainda que fosse pra ser uma cobaia de experimentos. Olhou em volta, seu guarda roupa com roupas escolhidas por ela, sua sapateira com sapatos coloridos e muitos tênis all star. Seu banheiro, sentiu sua cama macia, aí pareceu que a ficha finalmente caiu. Estava numa casa de mutantes como ela, amigos verdadeiros que sabiam e sentiram o que ela provavelmente sentira. Acabara de voltar de um cinema na companhia de um amigo mutante, ela se lembra que só saía com a mãe e Diggory. Kurt lhe contara sobre a escola, ela não tivera amigos próximos na antiga escola, ninguém com quem rir, partilhar segredos, agora ela tinha. Sabia que podia procurar Vampira e Kitty a qualquer hora, para fofocar, discutir moda. Tinha professores novos, que lhe tratavam muito bem, até mesmo beirando um carinho paternal, como sua própria mãe nunca lhe dera. A todos esses pensamentos, se sentiu imensamente feliz, uma felicidade e tranqüilidade que ainda não havia experimentado, inconscientemente um sorriso se formou no seu rosto, continuaria pensando nas coisas que haviam ocorrido se não ouvisse alguém entrando de repente.

- E aí? Como foi?! – era Kitty, seguida de Vampira – Como foi o encontro?

Wulcan despertou de seus pensamentos e olhou pra Kitty surpresa, é devia ter imaginado que ele queria saber como foi o cinema com Kurt.

- Oi Kitty – disse ela levantando as sobrancelhas e sorrindo – Como vai? Pode entrar.

- Ah não enrola. Como foi?

- Eu disse pra ela não entrar assim Wulcan, mas você sabe como ela é.

- Tudo bem, Vampira, não tem problema. Bem, foi legal, conversamos bastante. No início a gente tava meio travado, sem saber por onde começar, mas depois fomos nos soltando.

- E... – Kitty parecia ansiosa.

- E fomos no cinema – disse Wulcan – Depois comemos pizza e voltamos para a mansão.

- Ah, bom, é um começo, o Kurt estava muito pra baixo, acho que isso alegrou ele.

- É mesmo, eu o vi de relance lá em baixo, parece que já não está com aquela postura triste, deprimida, parecia estar até batendo um papo com o Bobby.

- Só tem uma coisa que eu fiquei meio desconfiada.

- O que? – perguntou Kitty.

- Houve um momento que estávamos na frente da porta do cinema, conversando. Aí de repente, notei que o Kurt ficou distante, vi que ele estava olhando para o lado e percebi que uma garota olhava para nós. Parecia meio brava, tinha uma cara de muito poucos amigos.

- Quem era? – perguntou Vampira temendo a resposta.

- Era a ex dele, como é mesmo o nome dela?

- Amanda.

- Isso, ela estava olhando a vitrine de uma loja e nos viu, Kurt ficou olhando para ela, mas depois desviou o olhar, percebi que tinham se notado. Depois a sala abriu e entramos, fiquei meio pensativa, afinal, isso não estava nos planos, queria que ele se divertisse, não ficasse deprimido.

- Mas ele ficou, Wulcan?

- Não, mas percebeu meu desconforto, falou que não tinha problema e que a culpa não foi minha. Me agradeceu porque o tirei de uma situação ruim.

- Que fofo!  - exclamou Kitty.

- Bem, que bom que tudo terminou bem, mas não imaginava uma dessa, foi muito azar a Amanda estar no shopping justo quando vocês estavam lá. Se bem que o Kurt deve aprender a lidar com isso, saber que mesmo que ela esteja nos mesmos lugares ele tem que manter a cabeça erguida.

- Eu concordo, não foi culpa dele afinal de contas. Deixa eu mostrar o que comprei.

Ela apanhou o pacote que havia comprado, tinha dito que não compraria muita coisa, mas acabou se empolgando. Comprara uma paleta com 120 cores de sombra, alguns pincéis de maquiagem, delineadores de várias cores e mais alguns gloss e batons. Parecia exagero,  mas visto que Kitty olhava tudo aquilo fascinada, ela soube que teria com quem dividir.

- UAU! Você comprou uma loja inteira!

- Bem, não comprei só pra mim, né Kitty?, posso dividir com vocês, no fundo eu até gosto de maquiagem, mas minha mãe não comprava pra mim tanto como eu queria, pra falar a verdade ela não comprava quase nada que eu queria.

As três permaneceram ali comentando sobre as cores da moda, fofocas sobre a escola e a saída de Kurt e Wulcan.

Ao mesmo tempo, o professor Charles e Logan regressavam da escola e da conversa com o diretor Kelly, chamariam Wulcan para informá-la sobre algumas coisas que precisava saber sobre a escola de Bayville. Logo na entrada, encontraram Jean e pediram que ela desse o recado de que esperavam Wulcan no escritório. Jean foi ao quarto de Wulcan onde a encontrou com Kitty e Vampira rindo.

- Wulcan, o professor Charles quer falar com você no escritório. Está esperando.

- Agora?

- É, acho que é sobre seu ingresso na escola.

- Tudo bem, meninas, eu já volto. Nossa, não é legal, parece que eu vou estudar na mesma escola que vocês. – disse ela se dirigindo para a porta.

O que Wulcan não tinha ouvido foi o final de um som de “bunf” antes de sair, Kurt estava passando e escutou que o professor queria falar com ela, talvez tivesse conseguido falar com aquele chato do Kelly e matriculado Wulcan na escola de Bayville, isso lhe parecia muito legal. Por sinal, já lhe passava um idéia na cabeça. Passou rapidamente em seu quarto e se teleportou de novo.

Wulcan chegava no escritório do professor, ansiosa. O viu sentado em sua cadeira com o professor Logan em pé ao seu lado.

- Sente-se Wulcan e feche a porta, precisamos conversar sobre algo muito importante.

- Com licença professor. – disse ela sentando na cadeira que ele lhe indicara.

- Bem, como você deve saber, está em idade escolar, portanto é meu dever como seu professor e protetor colocá-la em uma escola regular. Logan e eu fomos tratar disso hoje.

- E devo dizer que não foi tarefa fácil, Espoletinha. – disse ele com deboche.

- Isso não vem ao caso agora Logan, bem, o fato é que colocamos você na escola de Bayville e começa na segunda feira.

- Mas professor, eu não tenho nada, nenhum histórico, documento, nem mesmo cadernos.

- Não se preocupe com isso Wulcan, a lei assegura que mutantes podem se matricular mesmo sem históricos de escolas antigas, afinal, nem todos possuem condições tão regulamentadas. Quanto ao material, você poderá comprá-los semana que vem, peça a alguma das meninas para emprestar para você o que precisar para o primeiro dia. -  “E olha que eu estive no shopping hoje, ai, que chato!”, pensou Wulcan. O professor se ajeitou na cadeira, pois entraria em um assunto mais delicado. - Mas agora quero entrar em um assunto mais delicado com você, há coisas que precisa saber sobre o local que vai estudar. Há coisas que não lhe contamos antes porque ainda estava em uma fase adaptativa. Nós, os X-men não possuímos divergências somente com humanos intolerantes, como é o caso do diretor de sua escola, porém também com mutantes que seguem ideais diferentes dos nossos... ideais distorcidos do que seja uma convivência ideal.

- O que ele quer dizer, Espoletinha, é que há mutantes que só querem fazer confusão e não concordam que a gente não adira ao movimento.

- Logan, me deixe explicar. Há um grupo de mutantes chamada de a Irmandade, que são regidos por um mutante muito poderoso chamado Magneto. Ele era um grande amigo meu, no entanto, nossas idéias sobre um mundo ideal divergem consideravelmente.

- É um mutante meio intolerante...

- Bem, Wulcan, a questão é que os mutantes da Irmandade sempre fazem questão de usar seus poderes de forma agressiva, buscando brigas e confusões. Nós, ao contrário, não usamos nossos poderes para tal fim, só em casos necessários. O que quero que perceba é que a Irmandade pode querer se aproximar de você, tentar saber sobre seus poderes.

- Não se preocupe professor, não os usaria para fazer mal. Só usei uma vez, o que levou a polícia a me perseguir, mas um garoto queria me atacar e ainda não tinha noção de como controlar, como estou aprendendo agora. E tenho muita certeza de que é aqui que quero ficar, não me interessa essa tal de Irmandade nem esse tal de Magneto.

- Wulcan, Magneto é muito engenhoso, ele acredita que humanos e mutantes deviam guerrear e os mutantes assumirem o controle do mundo, no entanto, há meios mais pacíficos de se conseguir a convivência ideal.

- Até consigo entender o Magneto professor, afinal os humanos nos atacaram primeiro, mas o senhor tem razão, tem meios melhores e mais duradouros de se conseguir algo, acho que não devíamos tentar nivelar forças, mas somar. Não se preocupe, me controlarei e colocarei todo meu esforço para ser uma boa aluna tanto aqui quanto na escola.

- Muito bem, Wulcan. Era só isso, segunda vamos acompanhá-la e apresentá-la para o diretor. Pode ir agora.

- Obrigada professor... por tudo que está fazendo por mim. Com licença. – Wulcan saiu e Logan logo tomou a palavra.

- Gostei da segurança da Espoletinha, ela parece que sabe o que quer.

- Eu sei Logan, no entanto, você também sabe que a Irmandade e Magneto usam diversos meios para conseguirem algo.

- Quanto a isso, Charles não se preocupe. Ela tem muitos amigos aqui da mansão e se isso o tranqüiliza, eu também fico de olho nela, só por precaução. – acrescentou Logan com um sorrisinho.

Na hora do jantar, Wulcan comentou com Kitty e Vampira sobre a conversa com o professor, elas ficaram muito alegres. Emprestariam algo para Wulcan no primeiro dia de aula, depois sairiam para comprar o que mais ela precisasse. Kurt parecia mais alegre, surpreendeu os meninos com algumas piadas, sua fisionomia havia mudado, já não estava mais tão dura e pra baixo como estava a alguns dias, o que para Vampira e os outros foi uma boa surpresa. Saiu da mesa e foi ao seu quarto, pegou um embrulho e foi até o coreto. Depois se teletransportou de volta para a sala. Muitos já haviam saído da mesa, Wulcan ia levar seu prato para a cozinha, mas sentiu uma mão em seu braço. Era Kurt, ele lhe disse baixo:

- Me encontre no coreto depois.

- Vou só escovar meus dentes e levar o prato e já vou.

Ela ficou se perguntando o que será que ele queria com ela. Escovou os dentes e se dirigiu ao coreto, para Kurt era mais rápido, ele se teleportava mas ela andou um pouco e viu a silhueta dele.

- Estou aqui, Kurt. O que queria? – ela o observou, estava na sua forma humana. – Você fica assim o tempo todo?

- Assim como?

- Como humano, podia ficar na sua forma natural quando estiver aqui na mansão.

- Eu ultimamente não me lembrava disso, mas eu ficava mais na minha forma natural aqui sim.

- Pode ficar agora? – perguntou ela, queria ver melhor como ele era. Kurt imediatamente mexeu em seu relógio e logo apareceu em sua forma normal. Percebeu que Wulcan o olhava insistentemente, não com espanto, mas talvez num mixto de admiração e observação.

- Eu sou muito feio? – disse ele fazendo graça.

- Não, é que eu gostei desse tom de azul. Sua pele é tão... diferente.

- É, é peluda.

- É como se fosse uma pelúcia, mas bem macia. – Kurt corou, ela falava tudo tão naturalmente e espontaneamente. – Por que me chamou aqui?

- Erm, bem, eu estava passando pelo seu quarto na hora que a Jean foi levar o recado do professor pra você, deu pra ouvir que ele tinha conseguido vaga pra você, então eu resolvi fazer uma coisa pra você. Bom, você me levou no cinema hoje, e eu disse que compensaria de alguma forma, então resolvi comprar isso pra você. Achei que precisaria. – ele lhe estendeu um embrulho, era bem grande e um pouco pesado.

- Puxa, Kurt, não precisava. – ela começou a abrir e ficou surpresa. Era um kit escolar. Tinha um caderno, um estojo, várias canetas, lapiseiras, borracha e uma agenda pequena. Era tudo de um tom lilás e haviam canetas coloridas, pretas, azuis.  Wulcan ficou encantada, não só porque era tudo lindo, mas também pelo gesto de Kurt. – Muito obrigada, Kurt, eu nem sei o que dizer. Muito obrigada!  - ela deu um beijo no rosto dele.

- Imaginei que você iria precisar de caderno e caneta pro seu primeiro dia. – disse ele um pouco sem jeito por causa do beijo. – Você me ajudou, agora era a minha vez.

Os dois riram e conversaram mais um pouco, depois se dirigiram para a mansão. Wulcan deitou em sua cama naquela noite com a sensação de ter vivido um dia maravilhoso, fora ao cinema, ganhara um presente e iria começar em uma nova escola, pra falar a verdade era como se tivesse começado a viver de novo. Parecia que aquele dia foi como Natal, onde se ganha um monte de coisas boas. Com um sorriso e um sentimento de muita paz, adormeceu, já um pouco ansiosa para o dia em que iria pra escola e recomeçaria seus treinos mutantes.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Bem, agora o próximo vai sair mais rápido, promessa!
Bjinhos e obrigada por acomanharem!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Quando o Amor Chega" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.