Bonnie POV

Foi mais um dia como todos os outros. Ninguém ficou perturbando minha mente. Okay, isso estava fora do normal. Durante a noite não houve nenhum show (assim como todas as segundas-feiras.), então Mangle resolveu aparecer. Eu, ela e Foxy ficamos umas duas horas conversando até que a mesma teve que retornar para a Kids Cove. Quando adormeci, tive o pior sonho de toda a minha vida.

Eu estava dentro da Pirate Cove. Saí de lá e comecei a caminhar por um dos corredores (no caso, o que levava até a área de shows). Quando cheguei, vi Foxy. Ele estava sentado, com os tornozelos amarrados. Chica estava à sua direita, e com um canivete em mãos. Freddy apareceu, e disse: “Tudo pronto”. Ela então pegou o braço de Foxy e começou lentamente a rasgar sua pele. Ele gritava alto, até que Chica alcançou seus músculos ele abaixou a cabeça, dizendo repetidas vezes: “Pare, por favor...” ela nem ligava, e continuava com seu trabalho. Olhei para cima. Vi os toys pendurados pelo pescoço. Alguns estavam com partes faltando, outros com o rosto levemente desfigurado. Nesse meu pequeno momento de distração, Foxy já havia tido o braço decepado (após chegar à parte do osso, Chica simplesmente quebrou-o.). Ele gemia de dor, e tinha uma pequena poça de sangue ao seu lado. Eu não esbocei nenhuma reação. Do nada, senti alguma coisa me ‘dominando’. Ah sim, era... Ele. Céus... Freddy pôs uma faca em minha mão. E não disse mais nada. Aproximei-me de Foxy e...

(não vai doer. Isso tudo acabará logo.).

Passei minha mão em seu rosto, que estava com uma expressão horrível. Na hora, não senti pena, não senti absolutamente nada. Até porque, não estava agindo por mim mesmo.

(quem sabe.)

Coloquei a ponta da faca perto de sua jugular. Por um momento, consegui ficar consciente. Mas então...

(tarde demais...)

Já havia cortado seu pescoço. Logo senti o sangue, ainda morno, escorrendo por meus dedos. Aquilo acabou. Chica havia desaparecido, Freddy também. Os toys já não estavam lá. Tudo havia sido apenas uma ilusão para que eu pudesse cumprir...

(o nosso objetivo )

Acordei. Foxy não estava ali. Na mesma hora meu coração acelerou, e corri para procura-lo. Cheguei na cozinha. Ali se encontrava o “Capitão”, com pelo menos dois cupcakes em cada mão.

_Ah, olá Bonnie! Você não acordou cedo hoje, então eu decidi vir buscar o café da manhã._ Ele disse com um sorrisinho.

Pulei em sua direção e o abracei bem forte.

_Por favor, nunca permita que eu faça...

_Fazer o quê?

_Oh... Nada.

Claro que ele não poderia saber.

(Concorda comigo, Bonnie? Para nossa própria proteção alguém tem que morrer...)

_Ótimo, sem querer derrubei esses bolinhos. Mas sem problemas, deve ter mais aqui._ disse Foxy enquanto revirava a geladeira em busca de comida.

À tarde, eu estava inquieto. Aquela droga de pesadelo não saía da minha mente.

(Isso foi doentio, não acha? Dizem que sonhos refletem desejos, meu caro. Sempre soube que seu “amor” não era verdadeiro.)

A guerra ia começar mais uma vez. Cale-se... Por favor. Só queria me livrar de você.

_Bon Bon... O que aconteceu?_ Perguntou.

_Ahn... Nada não.

Ele começou a alisar minha cabeça. Era óbvio que ficava na cara quando eu estava triste.

_Pode me contar.

O tom suave em sua voz me fez desabar. Resolvi contar tudo o que estava havendo. Sentia necessidade disso.

_Foxy... Eu sonhei que tinha te matado. Me desculpe. Não foi culpa minha. Foi... Essa coisa que tem dentro de mim. Ele me faz de fantoche. Toda hora, isso me atormenta. Fica me dizendo coisas... Diz que... Todas as coisas que eu faço são em vão... Ele me faz ter esses sonhos horríveis. Foi ele quem me fez fazer aquilo com a Mangle. Ela mesma comprovou que não fui eu. Por isso... Ele quis que ela morresse. Porque ela sabia sobre seu segredo. Por favor, me entenda... Nada disso que eu faço de ruim é por querer..._Comecei a chorar. Estava segurando aquilo por um tempo. Simplesmente não estava aguentando mais.

_Bonnie... eu estou aqui com você. Sempre estarei. Não dê ouvidos pra ele. Só finja que ele nem existe.

(Ele está mentindo! Oras, fique comigo. Não ouse me abandonar!)

_Cale-se!!!_ gritei._ Você não é nada! Então pare de me torturar! Pare!!!

Foxy me confortou em seus braços. Eu chorava aos soluços. Me senti aliviado, mas com medo. Não sabia o que poderia acontecer depois do que eu disse. Ele olhou fixamente em meus olhos. Abriu a boca, querendo falar algo, mas logo se interrompeu. Colocou sua mão esquerda no meu rosto e o trouxe de encontro ao seu. Senti sua respiração de leve.

_Bonnie, eu te amo, e não importa o que isso diga à você, meus sentimentos não mudarão. Só... Não se esqueça de quem você realmente é, de quem realmente se importa com você.

Ele me beijou em seguida. Tinha certeza. Era verdadeiro.

(Não acredito... Por quê? Bonnie... por favor, não faça isso.)

Senti minha cabeça pesar. Meus olhos se fecharam lentamente. Eu simplesmente apaguei.

(B-Bonnie... Tudo bem se você decidiu isso. Mas... Você me decepcionou muito. De verdade. Nós poderíamos acabar com tudo isso, com toda essa dor. Nada ia ficar mal, mas já que é assim... Só queria poder dizer uma vez na vida que me orgulhei de você. Mas já que não posso... Vou resolver essas coisas do meu próprio modo.)