No Matter What escrita por Lennister


Capítulo 2
Capitulo II


Notas iniciais do capítulo

Então voltei! Obrigada por acompanharem, fiquei muito feliz com os comentários e tudo mais. Espero que gostem do capitulo ele tá repleto de Faberry pra vocês...



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Capitulo 2 - O Labirinto

Mercedes me mostrou onde eu ia dormir.

O lugar não era chique com aquelas comas imensas e aquelas coisas que vemos naqueles quartos que estamos acostumados, e isso é estranho, não o fato do quarto não ser luxuoso por que reparando onde eu estou é meio difícil, mas sim o fato de eu conseguir me lembrar dos outros quartos, esses aconchegantes, lindos e tal, por que eu não me lembro de nada, nem do meu nome, passado ou tudo que uma pessoa comum conseguiria se lembrar.

Eu ia dormir em uma rede, junto as outras garotas, Mercedes me disse que todas dormiam juntas já que a maioria tinha medo de ficar sozinha. O lugar era grande, não tinha paredes, por isso o vento entrava, mas a temperatura ali na clareira, era serena, nem tão fria nem tão quente.

Era um bom lugar, tinha que admitir.

Assim que Mercedes terminou de amarrar a minha rede que ficou bem de frente aos muros gigantes, que escondiam o labirinto.

– Bom aqui é um ótimo lugar, digo você vai ficar próxima de mim, já que eu durmo umas duas redes atrás da sua - apontou pro local, olhei rapidamente sem dar muita atenção, na verdade eu não dava a menor atenção pro que ela dizia, não que ela fosse chata, longe disso, mas por que meus olhos estavam focados naquela enorme parede de pedra.

Aquilo era tão surreal.

– Quinn fica ao seu lado - isso atraiu minha atenção e eu virei minha cabeça tão rapido que tive medo de quebrar, meu peito palpitou - dependendo do ângulo você vai poder ver a cara dela - deu de ombros, enquanto terminava de arrumar minha "cama".

Voltei a olhar pro muro, foi então que de lá saíram algumas pessoas, quatro na verdade, reconheci Santana no meio delas.

Franzi o cenho.

– O que elas estão fazendo ali?

Mercedes olhou pro lugar em que eu apontava, ela respirou fundo antes de me lançar um olhar e voltar a mexer na rede.

– São as corredoras.

Me lembrei do que ela tinha me dito quando entrei na cozinha. Sobre eu correr tão bem como uma corredora.

– E o que elas fazem?

Mercedes riu.

– Não é óbvio - rolou os olhos - elas correm.

– Mas...

– Hey chocolate, você não deveria estar começando a preparar a janta? Eu estou morrendo de fome.

A tal Santana gritou enquanto se aproximava, ela era uma garota bonita eu tinha que admitir, usava uma calça marrom e uma camisa azul dobrada até os cotovelos, tinha um colete de couro preso no corpo ele fazia um X sobre seu tórax e usava um cinto, pude ver umas facas ali e isso me deixou ainda mais intrigada, por que ela precisaria de facas pra entrar ali?

– Como se você não vivesse com fome Santana, não sei pra onde vai tanta comida.

A garota grunhiu e se aproximou, me ignorando totalmente.

– Você esta é com inveja por que eu tenho um corpo lindo - piscou maliciosa.

Mercedes bufou.

– Não é por que eu estou presa com mais de cinquenta garotas e sem nenhum homem que eu vou cair na sua Santana

A latina riu alto.

– Não sabe o que está perdendo - piscou de novo. Mercedes murmurou algum palavrão antes de sair pisando duro.

A garota ao meu lado , observou a negra se afastar e balançou a cabeça, então seu rosto se virou pra mim e o sorriso irônico voltou pro seu rosto.

– Então fedelha, gostando do seu novo lar?

Bufei. Aquela garota sabia ser irritante.

– Não pretendo ficar aqui por muito tempo

Ela me observou por alguns segundos, e eu senti um arrepio subir pelo meu corpo com o olhar intenso dela. Ela se aproximou e seu rosto ficou perigosamente perto, ela não conseguiu causar a mesma sensação que Quinn e eu respirei aliviada.

– Olha só fedelha, você precisa entender que as coisas não são do jeito que você imagina, assim como você todas querem sair, mais não conseguimos, por isso se eu fosse você tiraria as suas patas do caminho e me acustamaria a ficar aqui e lutar pela sua sobrevivencia como todas as outras fazem - seu olhar era tão ameaçador que eu achei que ela fosse pular em mim, sua voz fria e rouca me fez engolir em seco. Duas vezes. Ela pressionou seu corpo sobre o meu me encurralando entre o pilar que eu estava encostada e ela. - Não é por que Quinn gostou de você que eu vá também, por isso é melhor tomar cuidado, se quiser continuar viva. - Abriu um sorriso malicioso. Meu corpo tremeu e não foi uma sensação boa.

Foi então que um barulho alto, me fez olhar pro lado do labirinto assustada, Santana não recuou e eu a empurrei, ela grunhiu irritada, mas não me importei, corri até aquelas paredes, enquanto o barulho aumentava, ele era alto e muito estranho, me aproximei parando a alguns metros do local, olhei pra dentro do muro, o corredor enorme era uma especie de beco, que tinha duas entradas para a esquerda e outra pra direita, não dava pra saber o que tinha depois das entradas, havia algumas plantas, rasteiras e espécies de cipó, elas estava na parede, grudadas.

O barulho aumentou e foi então que as paredes começaram a se mover.

Paralisei.

Como era possível que paredes daquele tamanho se mexessem? Olhei pra cima, assustada, admirada, não sei ao certo.

As paredes se moviam devagar quase como mágica, e era incrível.

O barulho ficava maior conforme elas se aproximavam, olhei pro corredor e as paredes agora se aproximavam com mais força.

Elas iriam se fechar e eu ia ficar ali, presa naquele lugar, assustador cercado de desconhecidas. Cercada de pessoas que eu não conhecia e podiam me matar. E assim como eu fiz de manhã, simplesmente não pensei, apenas corri pra dentro daquele labirinto, antes que as portas se fechassem. Parei no corredor e olhei pra t´ras tosas as garotas estavam lá e todas tinham um olhar assustado.

– Fedelha que porra você tá fazendo? - Quinn tinha os cabelos bagunçados e gritava, os muros estavam quase se fechando. Observei a expressão dela, não era irritada como eu achei que ela ficaria por eu estar fugindo, indo atrás da minha liberdade, e sim assustada, completamente apavorada. Santana ao lado dela gritava, mas Quinn continuava apavorada. E pela primeira vez desde que tinha chegado aqui senti que eu tinha feito uma grande besteira.

As portas estavam bem mais próximas, pensei em correr de novo pra clareira, mas não consegui era como se minhas pernas estivessem travadas, gritei por ajuda, então Quinn empurrou Santana e correu pra dentro do labirinto, as paredes estavam quase se fechando e eu pude ver que ela se esforçava no espaço que ficava cada vez menor, seu corpo grande tinha dificuldade, por mais magra que ela fosse, ela teve que se virar de lado e grunhir enquanto aumentava o passo, minhas pernas voltaram a se mexer e eu corri, ela estendeu a mão e eu a puxei, nós duas caímos no chão no exato momento em que aquele muro gigante de pedra se fechou.

Quinn estaria esmagada agora, se ela não tivesse sido rápida o suficiente.

Nossa respiração estava ofegante, puxei o ar com força e senti meu peito doer, Quinn que estava em cima de mim, respirava com dificuldade, ela puxava o ar com força e eu fazia o mesmo, quando finalmente nossa respiração voltou ao normal, ela ergueu a cabeça.

– Que merda você pensou sua trolha? - Ela se apoiou nos braços e me encarou, seu corpo tremia, e seu olhar mesmo estando muito irritado estava apavorado, senti um tremor, por que ela estava assustada?

– Eu... Eu - procurei pelas palavras, mas não havia nada, nada que pudesse explicar o que tinha acontecido - Eu não sei ... - admiti, frustrada.

Quinn bufou. Ela se levantou e me puxou pelo braço, com força. Seu olhar apavorado vagou pelo corredor, ela me levou até a final e parou pensando qual lado tomar. Seu corpo tremia.

– Quinn o que está acontecendo?

– Temos que sair daqui - sua resposta curta e direta, me fez tremer. Senti algo ruim no peito tinha algo de errado com esse lugar, puxei o rosto de Quinn e observei o pavor cintilando em seus olhos verdes. Tinha algo aqui, algo que fazia

Quinn tremer.

– Quinn o que está acontecendo?

Ela me encarou por um tempo, antes de bufar e soltar meu braço.

– O que está acontecendo fedelha é que nós acabamos de assinar nosso atestado de óbito. - Ela gritou

– Mas...

– Escuta - ela se aproximou com fúria e encurralou meu corpo na parede, assim como Santana fez alguns segundos atrás e dessa vez um arrepio subiu pelo meu corpo. Quinn realmente causava sensações estranhas em mim - Esse lugar - sua voz era fria, e apavorada - Não é o que você pensa, não é a sua liberdade, na verdade ele é o que te prende aqui, ele tem coisas que ninguém gostaria de ver, esse lugar é o inferno fedelha e ele vai matar a gente.

– O que você quer dizer? Podemos sair daqui não podemos?

Quinn riu, um riso histerico e cheio de pavor.

– Ninguém sobreviveu a uma noite aqui fedelha e te garanto que nós não vamos ser as primeiras.

Então um barulho cortou o ar, um barulho intenso que me fez fechar os olhos e tampar os ouvidos, era um grunhido assustador, tenebroso e horrível, Quinn engoliu em seco, sua pose de forte sumiu. Então eu vi, vi a coisa que fazia Quinn tremer, e meu corpo foi tomado pelo pavor, Estava escuro, quase não consegui identificar, mas era possível ver algumas coisas, era enorme, estranho, suas pernas eram mecânicas e possuía varias delas, seu corpo gosmento apareceu e junto ao grito agonizante, a parte mecânica me lembrava a de uma aranha, seu corpo era molenga, cinza e sua boca, cheia de saliva, tinha os dentes assustadores e afiados, e atrás um rabo que me lembrava um escorpião, um grito escapou da minha garganta, o bicho gritou e suas garras começaram a correr em minha direção.

– Vamos fedelha agora - escutei Quinn, mas minhas pernas não se mexeram eu estava apavorada. Que monstro era aquele? - Merda garota, mas que merda

Quinn puxou meu braço com força e me arrastou, tropecei sobre meus pés até conseguir ficar em pé e seguir Quinn que não soltou meu braço, acabei tropeçando em uma coisa gosmenta e cai, Quinn me levantou com força, ela grunhiu, o bicho continuava atrás de nós, vi os olhos da loira se arregalaram enquanto ela me erguia, assim que fiquei de pé ela entrelaçou nossos dedos e voltamos a correr, não sabia pra onde estávamos indo, mas Quinn parecia saber muito bem, ela apressou o passo, sem olhar pra trás enquanto eu ficava o tempo todo observando a criatura grunhir e correr cada vez mais rápido.

– Ele vai nós alcançar - gritei apavorada, Quinn olhou pra trás e viu a criatura a poucos metros, o monstro se aproximou e uma de suas patas foram pra frente, em direção a mim e a Quinn, gritei e senti meu corpo ser puxado pro lado, Quinn e eu caímos em outro corredor, ela se levantou e me arrastou, nossas mãos não se desgrudaram em nenhum segundo, continuamos a correr a criatura rugiu irritada, ela ficou confusa, mas assim que viu que tínhamos a enganado ela se voltou e eu vi que ela estava com muito mais raiva agora.

– Tenho um plano - Quinn gritou sobre o ombro.

– Elas são lentas - gritei em resposta.

Quinn assentiu

– Eu percebi isso - nós corremos com o monstro atrás, o corredor parecia tão infinito que eu achei que a criatura ia nós alcançar, Quinn apurou o passo e quando a criatura jogou de novo seu gancho , nos viramos pra direita e a criatura passou direto, vi ela escorregar enquanto passava pelo nosso corredor, Quinn parou de correr e respirou aliviada, escutamos outro grito brutal e um baque, a criatura havia batido na parede a frente.

– Conseguimos - murmurei feliz, Quinn soltou minha mão e respirou fundo ela se sentou e suas costas encontraram a parede. Me olhou.

– Esse foi só o começo fedelha

A olhei confusa.

– Existem mais criaturas? O que elas são afinal?

Quinn puxou o ar com força. Antes de abrir um sorriso estranho.

– Existem varias dessas criaturas, e nós a chamamos de verdugos
Enruguei a testa.

– Verdugos? - Quinn deu de ombros - E como elas vieram parar a qui?

A respiração de Quinn se acalmou

– Não sabemos como elas vieram parar aqui, mas acreditamos que assim como nós elas foram colocadas pelos criadores.

Me sentei ao seu lado. Essa historia ficava cada vez mais confusa. Quinn percebeu meu olhar e rolou os olhos.

– Você sabe, todo o mês vem alguma menina e bom alguém deve manda-la pra cá e como você viu esse lugar é muito organizado, digo recebemos alimentos toda a semana, as vezes umas roupas e essas coisas, até armas, e bom alguém manda essas coisas e nós os apelidamos - fez sinal de aspas - "criadores"

– As pessoas que me mandaram pra cá são os criadores? - Quinn assentiu. -

O que faremos agora?

Quinn coçou a nuca.

– Precisamos nós esconder

Assenti, então um pensamento passou pela minha cabeça.

– Você disse que ninguém sobreviveu uma noite aqui...

– Sim - suspirou - algumas pessoas ficaram aqui, e todas morreram - ela respondeu séria percebi pela sua expressão que era um assunto delicado e não queria falar sobre isso.

Assenti.

– Então por que você veio? Por que não me deixou sozinha ao invés de vir pra cá sabendo que vai morrer?

Quinn ficou calada e olhou pro outro lado, ela ficou assim por um tempo antes de suspirar e olhar pra mim, seus olhos verdes tão intensos causavam uma sensação gostosa no meu estômago.

– Quando te vi lá eu senti que não podia deixar você morrer - sussurrou, e mesmo estando escuro vi que suas bochechas ficaram vermelhas, sorri diante de seu rosto corado ela era tão tão linda, minha mão formigou de vontade de passar meus dedos por seu rosto sentir sua pele, aquele calor gostoso de novo.

– Vamos morrer nós duas -sussurrei

Quinn fechou os olhos, como se estivesse em conflito consigo mesma, não aguentei e deixei que meus dedos tocassem seu rosto suavemente, era quente macio, e me dava uma eletricidade assustadora, contornei sua bochecha, seu nariz a sobrancelha e o maxilar, depois devagar deixei que minha mão parasse em sua bochecha.

Aquela sensação de já ter feito isso antes inundou meu peito, e meu coração disparou.

Quinn abriu os olhos e eles encaram os meus, seus olhos verdes que agora tinham o dourado em maior evidencia me hipnotizava.

– O que você está fazendo comigo fedelha? - sussurrou, no começo eu fiquei confusa, até perceber seu corpo se aproximar do meu hesitante. Seu rosto estava perigosamente perto agora, tão perto que eu pude sentir sua respiração e meu peito se encheu com algo quente, algo que eu não pude identificar.

– Eu sinto que já conheço você Quinn, sinto que já te conheço a muito tempo.

Seus olhos intensos me estudaram, antes de ela fechar os olhos de novo.

– Eu sinto a mesma coisa

Meus olhos se arregalaram diante da confissão, a observei. Seus olhos continuavam fechados e por reflexo os meus desceram pro seus lábios entreabertos, minha boca salivou.

A boca de Quinn era tão convidativa, parecia tão macia, que meu corpo tremia só de imaginar tendo-a encaixada na minha, tremula minha outra mão se aproximou de seus lábios e eu os toquei de leve, como medo de que ela se afastasse, mas ela não o fez continuou do mesmo jeito então um pouco mais confiante, passei meus dedos sobre seus lábios, eram tão suaves e firmes, mordi o lábio prendendo minha respiração.

Quinn abriu os olhos e eles estavam mais escuros, suas pupilas estavam dilatadas e eu via que ela pensava a mesma coisa de mim, sentia o mesmo desejo que eu. Um arrepio subiu pelo meu corpo.

Sem pensar me aproximei e grudei meus lábios nos de Quinn, não foi nada grande apenas um encostar de lábios, deixei que a mão que estava em seu lábio caminhasse até sua bochecha e Quinn colocou uma mão em minha cintura apertando de leve. Me afastei devagar e antes que abrisse os olhos Quinn atacou meus lábio movendo-os devagar, meu peito inchou e eu senti que algo explodia dentro de mim, algo quente e novo, mas muito muito bom, meus lábios se encaixavam nós dela como se fossem duas peças perfeitas de um quebra cabeça, seus lábios suaves e doces, me fizeram gemer de prazer.

Caramba.

Ela puxou minha cintura com força pro seu corpo e minha mão foi pro seu cabelo loiro puxando de leve, mas a fazendo gemer e eu tive certeza de que aquele tinha se tornado o som, mais incrível que eu já tinha ouvido, e fosse o que fosse eu precisava escuta-lo de novo, Sua língua faminta pediu espaço entre meus lábios e eu abri a boca sem hesitar assim que nossas línguas se encontraram, nos duas gememos sem pudor, Quinn apertou minha cintura com força, sua mão firme me deixou arrepiada e em resposta puxei os fios loiros com força, ela gemeu de prazer, mas também de dor. Eu estava faminta, meu peito se enchia cada vez mais daquela sensação quente e meu estômago se revirava, como se ganhasse vida própria.

Então algo clicou dentro da minha cabeça, algo que encheu ainda mais meu peito. Foi confuso a principio, mais assim que consegui identificar o que era me afastei devagar, não sem antes deixar um pequeno beijo nos lábio rosados e inchados de Quinn.

– Rachel - sussurrei, maravilhada, Quinn abriu os olhos e me olhou confusa.

– O que?

Rachel– em olhos se encheram de lágrimas e eu senti que meu peito ia explodir de felicidade - meu nome é Rachel.


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Notas finais do capítulo

Então gostaram? Até o próximo! Comentários sempre be vindos!



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