Voltamos para o quarto de Sophie e nos acomodamos da melhor forma que podíamos. Minha irmã ainda estava deitada na cama, seu rosto inchado e vermelho, assim como seus olhos.

– Sophie se lembrou e a situação não é nada boa! – Bruce falou.

– Chega desse mistério! O que foi que ela viu?

Bruce explicou tudo, cada mínimo detalhe que, aparentemente, Sophie se lembrou ele nos contou. Papai se sentou perto de minha irmã e a abraçou, ele tentava se manter calmo, mas era visível que ele estava tenso. Seu pequeno gesto foi o suficiente para fazer Soph desabar no choro mais uma vez. Quando Bruce terminou de falar, só era possível ouvir os soluços dela.

– Precisamos entrar em contato com o resto dos Vingadores! – Drake falou.

– Já fiz isso! Eles estão vindo para cá! – mamãe falou e ele assentiu, Sophie se soltou de papai e, fungando, começou dizer:

– Tem mais uma coisa!

– Querida...

– Não mãe! Eu não vou mentir! Eles precisam saber!

– Muito bem! Mas tenham em mente que tudo o que Sophie viu, tudo o que falamos aqui é subjetivo. As chances de acontecer e de não acontecer são iguais! – mamãe falou e assentimos. Me apoiei nos meus joelhos e Camille apoiar as mãos em cada um dos meus ombros. Então Sophie começou. Obviamente, ela tentava se controlar, mas a cada frase que ela dizia uma lágrima descia de seus olhos. Então a bomba veio. Senti minha namorada apertar meus ombros enquanto eu apertava meus dedos. Ao final de tudo, Sophie já soluçava desesperadamente. Não agüentei ficar ali, me levantei do chão e sai do quarto ouvindo alguém me chamar.

A questão é que para os outros aquilo realmente poderia ser subjetivo, mas eu e Sophie sabemos que tudo o que ela já viu ate hoje aconteceu. Desde as pequenas ate a coisas grandes, tudo aconteceu. Entrei no meu quarto e bati a porta. Nada vai acontecer com ela. Eu na vou deixar nada acontecer com ela. Quando dei por mim, eu tinha aberto um buraco na parede com o meu punho.

– James! –ouvi meu pai me chamando do outro lado da porta.

– Me deixa pai! – mas isso não o deteve. Steve entrou no quarto e fechou a porta atrás dele, caminhando em minha direção.

– Hey, olha para mim. Você não pode e não vai perder a cabeça agora! Já passamos por muita coisa para a essa altura você perder a cabeça! - ele falou.

– Não vou suportar perde-la pai! Não dá!

– Porque que você não usa esse pensamento para fazer algo de útil ao invés de ficar socando as paredes da casa?

– Tipo o que?

– Eu não sei! Mas se tem alguém que pode descobrir o que fazer é você!

– Não sei se posso lidar com isso!

– Vocês seis fizeram sozinhos e sem treinamento o que com anos de experiência nós não conseguimos! Vocês vão pensar em alguma coisa! – falou e eu assenti. – Com uma leve diferença! – olhei para ele com uma cara interrogativa e, provavelmente, engraçada, porque ele riu. – Nós vamos estar lá para ajudar vocês! Vamos protegê-la meu filho! Eu prometo!

– Obrigado pai! – falei e o abracei.

– De nada! – falou e então me soltou. – Agora você vai limpar esse rosto e nós dois vamos descer! Porque não existe só você nessa situação! Sua irmã está muito triste pelo o que viu e Camille precisa do seu apoio agora mais do nunca!

– Eu sei! – falei e caminhamos ate a porta. Descemos e todos os outros vingadores já estavam lá. Todos acomodados da melhor maneira possível. Nossa ampla sala parecia pequena com todo mundo ali! Avistei Cami sentada no piso de madeira, no lado contrário ao meu. Atravessei a sala em sua direção e me sentei ao seu lado, passando meus braços pelo seus ombros. – Me desculpe por ter surtado! – murmurei para ela.

– Você tem esse direito. – seu rosto estava vermelho e inchado.

– Não, eu não tenho. Mas eu estou aqui pra você agora, meu amor. E não vou a lugar algum! – falei e beijei o topo de sua cabeça. Senti seus braços circularem minha cintura e ela apoiou a cabeça no meu peito. Era tudo o que eu precisa naquela hora. Logo minha mãe desceu e se sentou perto de Bruce.

– Bom podemos começar a reunião. – papai falou.

– Espero que você tenha um bom motivo para nos chamar aqui a essa hora da manha! – Tony reclamou.

– Temos sim Tio Tony. Mas primeiro precisamos que todos mantenham a calma. – Jade falou e então começou a explicar tudo. Deixando por ultimo a parte que mais afligia a todos nós.

– Tem mais uma coisa! – mamãe falou, olhando em nossa direção. Então a bomba foi solta. Natasha, que ate então estava em pé acabou se sentando. Clint passou a mão pelos cabelos, aflito.

– Isso é verídico? –ele perguntou e todos assentimos.

– Nós vamos escondê-la. Protegê-la, custe o que custar! – Natasha falou.

– Natasha, eu não acho que isso vá ajudar. – mamãe falou.

– Você não pode me impedir de tentar proteger a mina filha. Tenho certeza de que se fosse Sophie ou Jade vocês iriam fazer de tudo para mante-las vivas.

– Não estamos dizendo isso Nat, mas se a visão de Sophie estiver certa, não adianta esconde-la! - papai falou.

– E cadê ela que não esta aqui para dizer isso com as próprias palavras? – Natasha revidou.

– Não fale da minha filha como se ela fosse à causadora disso tudo!

– Hey, chega! Ta legal? Chega! – Camille falou se levantando e me levantei junto com ela. – Chega de falar de mim como se eu não estivesse aqui! Chega de acusar a minha melhor amiga quando ela ta sendo tão vitima disso tudo quanto eu! - ela falou e olhou para os pais. – E chega de querer tomar as decisões por mim! Vocês dois foram ausentes para mim a minha vida inteira e desde que voltaram isso não tem sido diferente! Não vai ser agora que vão opinar por mim! Nunca fugi de uma briga e isso não vai acontecer agora! Se eu tiver que morrer pro mundo ser salvo, vai ser isso que vai acontecer!