Eu estava passando pela pior coisa da minha vida, talvez fosse pelo minha infantilidade e por não saber lidar com coisas simples que a vida me proporciona. Passo grande parte do dia deitada na cama, olhando para o teto.

Fala sério, eu sei que nada aconteceria mesmo que eu ficasse horas nessa posição. Nada cairia do céu pra mim.

De qualquer forma, eu esperava que o destino me mudasse, que me desse vontade de sair lá fora e ver graça no mundo. É um lugar totalmente inofensivo que pouco vale minha atenção.

Todas as noites em claro, madrugadas escuras sem estrelas no céu para contemplar. Nem sabia porque eu procurava por elas mesmo assim.

Não sei o que significava estar viva ou tentar viver o máximo, realmente não sei; choro por motivos que nem eu mesma entendo. Talvez eu precisasse de ajuda, ou outras pessoas precisassem simplesmente por não terem uma mentalidade como a minha: de não ligar se o sol nascerá amanhã de manhã, ou nesta noite apareceria uma lua cheia iluminando cada parte das ruas.

Pelo menos uma vez, eu saio de minha zona de conforto para pegar um ar diferente do habitual. A sensação é de liberdade.

Um grito sai de minha garganta. Sinto vários olhares para mim, mas que diabos está acontecendo? Olhem para outro lugar, se distraem com coisas inúteis, cuidem de suas vidas.

Olho para o lado e encontro um homem aparentemente com a mesma idade que eu, 25, ele me olha como se eu fosse outra pessoa qualquer. As mãos dentro do bolso e os cabelos rosados sendo levados pelo vento latente, me fazia não conseguir olhar para outro lado que não fosse ele.

— Qual é?! — ele disse, tirando o cachecol do pescoço e colocando no meu — Você é estranha. Não quero ver uma estranha com frio.

Daquele dia em diante, observei a sociedade com outros olhos, sabendo que existem pessoas que vale a pena conhecer.

Vinte e cinco anos e minha vida está imóvel
Estou tentando subir aquela grande colina de esperança
Por um destino.