Touch me

Take me to that other place

A turma de Administração de 2002 já podia jogar para o alto os capelos e comemorar. A festa de formatura prometia ser inesquecível, foi o que disse os representantes de turma. Abarai Renji estava ansioso para se divertir com os amigos. Afinal, depois de tanto trabalho duro, ele finalmente se esforçou. É claro que foi com algumas notas vermelhas, um choro aqui e outro ali. Muita recuperação e um pouquinho de charme, o ruivo estava se despedindo da Universidade de Karakura, para embarcar numa viagem de alto conhecimento. Um roteiro de viagem criado por seu amigo Grimmjow, para conhecer vários países e culturas diferentes. Renji se encontraria com ele em Nova Deli dali 20 dias.

Renji estava terminando de se arrumar, quando a campainha do apartamento tocou. Pelo horário, imaginou que fosse Ichigo, já que iriam junto para a festa. Ele entrou, apressando-o, mas Renji ainda precisava passar perfume e decidir se prenderia o cabelo com um lenço ou se deixava solto.

— Assim está ótimo para mim. — Ichigo disse, olhando para o ruivo que havia enrolado um lenço preto no topo da cabeça.

— Hmm. Então é melhor eu tirar.

— Hey! Você pediu minha opinião pra que?

— Para saber o que não fazer — ele deu uma gargalhada e dois tapinhas no ombro do amigo. Ichigo ignorou a brincadeira de mal gosto, e decidiu pegar uma cerveja na geladeira.

— Soube que o Shuuhei vai levar o Ishida na festa.

— E o que tem isso?

Ichigo moveu a cabeça para o lado, observando Renji pentear novamente os cabelos vermelhos.

— Achei que você fosse ficar, sei lá, vocês estavam se agarrando até semana passada nessa cama. Só quis ser um amigo legal e contar a novidade.

Renji olhou para Ichigo e deu um sorriso divertido.

— Relaxa, não eramos namorados, nem nada do tipo. A gente só ficava de vez em quando.

— Sei, mas quem foi mesmo que me ligou as duas da manhã para falar “Shuuhei não apareceu hoje, ele não aceita minha viagem”. — Ichigo levantou as mãos, abrindo aspas no ar.

— Eu estava bêbado. Não sinto nada por ele — Renji balançou a cabeça — está certo, eu gostei dele, mas isso já tem algum tempo. Eu decidi passar aquela noite com ele porque…

Ichigo nunca saberia o motivo. Renji atendeu o celular que estava tocando no bolso da calça jeans. Enquanto falava, ele ajeitou os fios rebeldes que insistiam em ficar para cima, assim que estava pronto, estalou os dedos pegando a carteira e as chaves de cima da mesa. Ichigo o seguiu para fora do apartamento e Renji despediu-se da pessoa, desligando o celular enquanto trancava a porta.

— Quem era?

— Ah! Uma pessoa aí. Vamos?

Ichigo achou suspeito a atitude de Renji, mas não insistiu. Eles desceram pelas escadas, pois o elevador estava em manutenção. Desde que Renji se mudara para aquele prédio, há quatro anos.

O carro de Ichigo estava estacionado na porta do prédio, era um automóvel compacto, cabia apenas duas pessoas.

— Essa noite nem se você quisesse perder a virgindade no carro conseguiria. — Renji comentou, quando afivelou o cinto de segurança. — A não ser que você arrume uma mulher bem pequena, sabe… tipo a Rukia.

Ichigo revirou os olhos, aquela piada já estava sem graça havia meses.

— Somos apenas amigos.

— Sim, sim.

Ichigo decidiu não discutir, ele sabia que era uma batalha sem vencedor. O trajeto para a festa foi tranquilo, no estacionamento, encontraram-se com Ikkaku e Yumichika, que estava na garupa da moto.

Quando entraram, foram recepcionados por Inoue, que convidou-os para registrar o momento nas cabines de fotografias. Os quatro entraram em uma cabine apertada, mesmo que Inoue pedisse para que fossem em duplas.

— Vou pegar alguma coisa para beber e procurar a Rukia, o que você vai beber? — Ichigo perguntou.

— Pode ir lá, eu vou dar uma volta e ver quem já chegou, depois a gente se encontra. — Renji acenou para Ikkaku que estava sendo arrastado para a pista de dança por Yumichika.

Renji cumprimentou alguns amigos, abraçou algumas colegas da faculdade que estavam emocionadas pelo momento e chegou até o bar. Ichigo conversava com Rukia e Sado. Do outro lado, ele viu Shuuhei chegar de mãos dadas com Kira. Aquilo não o incomodou, muito pelo contrário. Renji não sentia nada por Shuuhei desde o final do ano passado, quando eles tiveram uma briga e o ruivo foi esfriar a cabeça na biblioteca. Precisava estudar para uma prova de cálculos e Shuuhei acabou que arremessou seus livros pela janela, após uma discussão.

Na biblioteca, Renji encontrou seu professor de Ciências Políticas, Kuchiki Byakuya. Foi um encontro do acaso que acabou se tornando algo muito maior. Os encontros esporádicos passaram a ser frequentes, e com horário marcado.

Se ele contasse, ninguém acreditaria. Pior, se alguém descobrisse que eles estavam se encontrando, Byakuya poderia ser repreendido pela universidade e manchar sua reputação profissional.

Pensar tanto em Kuchiki Byakuya acabou atraindo-o para lá. Renji deu um sorrisinho na direção do professor, que manteve sua expressão séria e impassível, como sempre. Ele era alto e com um ar de sofisticação exalando pelos poros. Um homem bonito e atraente. Renji mexeu a cabeça e apontou discretamente para o outro lado. Ele pegou um copo de uísque no bar e caminhou na direção que apontou. Deu uma olhadinha para trás, e viu Byakuya começar a andar também.

Renji passou por algumas pessoas e bateu nas mãos de colegas, beijou amigas no rosto e continuou andando, bebendo um gole do uísque. Ele encontrou um corredor por onde os garçons andavam para ir até a cozinha, despistou algumas pessoas que perguntaram o que ele faria ali.

— Onde fica o banheiro? Lá no salão está muito cheio e eu não consigo aguentar. Comi muito queijo. — Renji colocou a mão na barriga e o garçom mandou ele ir no vestiário que ficava no segundo andar. O ruivo agradeceu e subiu uma escada curtinha. Ele encontrou o vestiário masculino, mas também tinha um feminino e uma terceira porta que dava para um escritório vazio. Renji puxou as persianas com cuidado, olhando o salão cheio de pessoas dançando.

Ele olhou para trás, levando um susto quando a porta se abriu.

— Desculpe, eu não queria te assustar. — Byakuya entrou e fechou a porta, travando com uma chave, só por segurança.

— Tudo bem, eu só estava distraído. Que bom que veio. — Renji aproximou-se e logo o abraçou, roubando-lhe um beijo. — Achei que você fosse me ligar para a gente combinar algo essa noite, vou viajar amanhã a tarde. Queria fazer uma despedida.

Byakuya passou as mãos pelas costas de Renji, recebendo com agrado os beijos que ele espalhava pelo seu rosto, lábios e pescoço.

— Não marquei nada, pois achei que você iria querer passar a noite com seus amigos. Afinal, essa festa também é sua. Deve aproveitar.

— Eu estou aproveitando, com a melhor pessoa. — Renji levou as mãos até os ombros de Byakuya e o trouxe na direção da mesa. — Sabe que eu sempre quis fazer isso em cima da sua mesa? Lá na sua sala — Renji afastou alguns objetos da mesa para o lado e sentou em cima — Toda vez que eu assistia sua aula, ficava fantasiando isso.

Byakuya não era muito de falar, mas sabia agir quando precisava. Ele ajudou o ruivo a retirar a camisa que vestia, entre um beijo e outro. Renji abaixou as próprias calças, facilitando os movimentos da mão de Byakuya por dentro da boxer que vestia. Não demorou muito para ele retirar todas as peças que faltavam. Renji virou-se, com as mãos apoiadas sobre a mesa, a cabeça de lado e os cabelos soltos levemente caídos sobre os ombros. Byakuya beijava toda a extensão de suas costas, uma das mãos ainda segurava o membro do ruivo, de tempo em tempo voltava a massagear com mais rapidez, principalmente quando Renji começava a falar obscenidade, que deixava o Kuchiki mais excitado.

Foi como Renji queria, em cima da mesa, ele achou que ninguém ouviria seus gemidos, se o fizesse bem alto, não com toda aquela música agitada tocando no salão. Byakuya movia seu corpo, entrando e saindo de dentro de Renji com mais facilidade após colocar a camisinha que o ruivo trouxera, seus gemidos eram contidos, o rosto se torcia, enquanto apertava os lábios, naquele momento, Renji sabia que Byakuya abriria os olhos. Na primeira vez, ele foi elegante o bastante para informar que iria gozar, mas agora não precisava dizer nada. Renji mexeu os quadris, e os dedos de Byakuya ficaram mais fortes na pele dele. O rosto de Byakuya se aliviou, e permaneceria daquele jeito por mais algum tempo. Renji adorava admirar aquela expressão de prazer no rosto do professor.

— Essa não é sua mesa, mas foi muito melhor do que eu pensei. — ele sabia que Byakuya não ia responder, recebeu um beijo carinhoso e desejou poder dormir só um pouquinho antes de sair daquela sala. Mas teria que deixar para depois, pois alguém estava esmurrando a porta para abrir.

Byakuya imediatamente ajeitou as roupas no corpo, para ele foi mais fácil, pois só precisou abaixar a calça. Renji foi se vestindo rapidamente, enquanto planejava alguma desculpa muito boa por estar ali trancado com seu professor.

— Finalmente vocês me ouviram. — Byakuya falou, assim que a porta foi aberta. Renji já estava vestido, embora o suor em sua testa, e os cabelos grudando denunciasse que — Aqui está muito abafado, estou todo desalinhado e suando. Não pensei que fosse esse tipo de tratamento que uma empresa com uma tradição tão impecável fosse me proporcionar — ele continuou falando com aquela pose nobre que ele tinha e a voz firme.

Imediatamente os homens que estavam tentando abrir a porta pediram desculpas e ofereceram para Byakuya uma mesa numa área mais apropriada, pois não sabiam porque haviam o levado para aquela sala, já que ali era somente um escritório da contabilidade.

Renji deu uma piscadinha para o professor, e deixou que ele fosse na frente. Afinal de contas, tinha algumas coisas a aprender com Kuchii Byakuya. Com certeza ele iria fazer um curso extensivo quando retornasse de viagem.

Teach me

I know I'm not a hopeless case