Diamond: A história de uma loba escrita por meriesha


Capítulo 19
Nosso arco-íris


Notas iniciais do capítulo

*lendo as notas do capítulo 7*: "sério, me desculpem por me ausentar por décadas ç-ç mas juro que não faço isso de novo" AHAM SENTA LÁ, CLÁUDIA.

desculpa gente, eu fiquei muito enrolada (DE NOVO!) com MEPs e collabs, mas foi pior dessa vez porque os collabs foram bem massacrantes. Então, toda vez que eu resolvia escrever eu ficava tipo "aaaaaaaaaa, eu tenho que fazer o collaaaaaaaab D'x" porque caso eu não faça, eu fico muito agoniada e com a consciência pesada. :'')
Admito que esse definitivamente não é meu melhor capítulo, maaaaaaaas... fazer o que né peoples :V

(HOJE É MEU ANIVERSÁRIO, YAAAAAAAAAAAAAAY~ *taca confete*)


[capítulo revisado e editado em 16/02/2018]



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 Diamond

 

— Não adianta se esconder de mim. — uma voz fina e assustada, entretanto, determinada, ecoou na floresta. — Eu sempre estarei junto com você. Estamos ligadas para sempre.

— Por favor, me perdoe. — Diamond estava praticamente se afogando nas próprias lágrimas, seus olhos estavam extremamente vermelhos. — Me... perdoe...

— Loba má. É isso o que você é. Loba má! — a voz parecia trêmula.

“Loba má.” — Diamond repetia as palavras em sua mente, agonizando no chão de terra, pondo sua pata esquerda sobre seus olhos, envergonhada de si própria

Era isso o que ela era realmente?

“Loba má.”

Por trás de toda aquela bondade?

“Loba má.”

 

Acordei ofegante e com os olhos marejados. Imagens de meu pesadelo mais recente ainda surgiam em minha mente, fazendo-me abaixar minhas orelhas. Rapidamente procurei por algum sinal de vida na caverna, mas todos os meus irmãos estavam dormindo. Graças à Deusa.

Ainda sacudindo a cabeça, ouvi um som familiar e tranquilizador. Olhei para a entrada da caverna e vi uma das coisas que mais amo: chuva! Saí correndo do chão duro da pequena caverna e me joguei na terra molhada, enquanto era banhada pela chuva.

— Hum, eu já ia te acordar — mamãe apareceu. —, mas vejo que isso não é mais necessário, certo? — ela sorriu.

— Onde está o papai? — perguntei, rolando na terra fofa, recebendo as frias gotas de chuva que caíam do céu.

— Foi patrulhar o território. — mamãe respondeu pacientemente. — E sim, você pode sair. — ela deu uma piscadela.

— Mas...

— Apenas vá, querida. — ela me interrompeu enquanto ria. — Aproveite a chuva!

Dei um fino sorriso e comecei a correr. Sem destino, sem metas, sem objetivo. Estava apenas correndo pela chuva, deixando meus pelos brancos úmidos e levemente encaracolados.

Enquanto eu olhava distraidamente para o céu, fazendo meu caminho para a floresta, acabei caindo numa enorme poça d’água.

— Droga! — grunhi enquanto tossia e me levantava daquela poça desconfortável. Sacudi meu pelo freneticamente, mantendo meus olhos fechados. Mas assim que os abri, diversas gotas de chuva caíram em meus olhos, e eu vi apenas um borrão laranja na minha frente.

— Saiu para nadar, princesa? — obviamente era Radius, me provocando como sempre. Fico me perguntando como ele sempre me encontra.

Abri e fechei meus olhos algumas vezes antes de respondê-lo. Quando minha visão voltou ao normal, fitei-o por alguns instantes. Seu pelo alaranjado parecia estar num tom ainda mais forte de laranja, devido à chuva.

— Engraçadinho. — bufei e lambi sua bochecha. Ele desviou o olhar.

— Agora, de verdade, o que faz aqui nesse tempo horrível? — ele questionou, curioso.

— Hum, o que você faz aqui nesse tempo “horrível”? — rolei os olhos ao dizer a última palavra, pois acho a chuva muito agradável.

— Procurando um lugar para me abrigar, na verdade. — ele se espreguiçou — Por que raios você não está na sua toca quentinha?

— Bom, para mim, esse tempo é maravilhoso! — eu disse ao mesmo em que saltava e engolia algumas gotas de chuva. — Eu adoro a chuva, o cheiro da terra molhada, a sensação de ter os pelos úmidos.

— Huh, isso é bem peculiar. Imagino então que você não queira buscar um abrigo comigo. — Radius deu de ombros.

Pensei rapidamente na proposta. Por que não? A chuva estava começando a ficar mais forte, de qualquer modo, e logo aquelas leves gotas pacíficas se transformariam numa intensa tempestade.

— Na verdade, eu quero sim. — estufei o peito da mesma maneira que Mike faz e corri para a floresta. Com o canto do olho, vi Radius quase escorregando e correndo atrás de mim.

Apesar do barulho incessante da água caindo, a floresta estava calma. Todos os seres viventes devem estar escondidos agora, evitando a chuva. Entretanto, eu e Radius acendemos aquele lugar, pois constantemente caíamos no chão ou batíamos em alguma árvore sem querer. Se alguém me olhasse não diria que eu tenho o dom da caça, pois a situação estava bem ridícula. No bom sentido.

Às vezes eu me sentia desconfortável no meio daqueles pinheiros, pois me lembrava de meu pesadelo esquisito, mas Radius me fazia esquecer desses e de outros problemas. Quando estávamos juntos, o mundo parecia perfeito.

Depois de alguns hematomas leves, encontramos uma toca pequena. Poderia ser de uma raposa, mas o buraco estava muito grande. Hm, talvez outros animais tenham se abrigado nesse local?

— No momento não há ninguém. — Radius farejou. — Vamos.

— Eu não sei se você percebeu, mas não cabem dois lobos aí dentro. – arqueei uma sobrancelha. — Talvez dois ou três coiotes. Mas lobos?

Ele analisou a toca e me olhou rapidamente.

— É claro que cabem! Entre.

Apesar de discordar, entrei naquela espécie de buraco. Estava quentinho e eu poderia dormir ali tranquilamente. Cavei um pouco a terra para tornar o espaço um pouco maior.

Logo, Radius entrou também, e sem que eu percebesse, estava aconchegada nele.

— Aqui está melhor do que lá fora. Bem melhor. — ele comentou colocando sua pata sobre a minha.

— Sim... está. — eu corei um pouco e me enrolei feito uma bolinha. Gostaria de poder observar Radius, mas estava um pouco envergonhada de virar minha cabeça apenas para olhá-lo.

— Hum... está com sono? — Radius perguntou. Sua voz falhou um pouco, e ele pareceu constrangido.

— Não. Mas talvez eu durma... — sorri e me deitei em seu pelo laranja que me aquecia de diversas formas.

 

***

 

— Ei! — acordei com o focinho de Radius cutucando o meu.

Abri meus olhos lentamente.

— A chuva passou. Ela ficou bem forte, devo admitir. — ele comentou. — Pude ouvir alguns trovões.

Ainda sonolenta, dei um sorriso abobalhado. Mas rapidamente ele sumiu, pois lembrei que deveria estar em casa. Desajeitada, me levantei, e bati com a cabeça na terra acima de mim. Ugh, esqueci que estava numa toca minúscula.

— Acalme-se, princesa. Ainda está de manhã, a chuva não durou muito. — Radius riu.

— Oh...

— Mas vamos sair logo desse lugar apertado. — ele fez uma careta. — Preciso esticar meus músculos!

Lentamente, saímos da toca. Sacudi meu pelo — agora sujo — e Radius fez o mesmo. Algumas gotas finas de água ainda insistiam em cair do céu cinzento.

— Quanto tempo você tem até que seus pais comecem a se preocupar? — Radius perguntou, fitando o céu.

— Acho que até o Sol-Alto, talvez? — respondi distraidamente. — Por que a pergunta?

— Hum... Podíamos fazer algo divertido enquanto isso. — ele sorriu. — O que acha?

Abanei minha cauda discretamente e devolvi o sorriso.

— Claro!

— Então me siga. — ele latiu e começou a correr.

Semicerrei os olhos e corri atrás dele. Uma brisa suave sacudia meu pelo, que já estava seco, mas ainda manchado de marrom.

Chegamos numa parte da floresta até então desconhecida para mim. Havia alguns arbustos com flores amareladas, e outros apenas com folhas. A terra parecia mais fofa aqui.

Ouvi um som diferente. Era uma espécie de piado, porém... melodioso? Um canto de pássaro, eu acho. Mas nunca havia ouvido um assim, por isso ainda estava em dúvida. Era extremamente afinado.

— O que é isso? — perguntei. — Digo, esse som, o que é?

Radius parecia intrigado.

— Você nunca ouviu um canto de rouxinol?

— Não. Eu deveria? Além do mais, o que é um rouxinol?

Ele riu um pouco e apontou sua pata para uma árvore. Notei um pequeno pássaro amarronzado cantando despreocupadamente. Bom, ao menos minha dedução estava certa, mas fiquei um pouco envergonhada. Será que Radius me achava ignorante por não sequer saber o que era um canto de rouxinol?

Aquilo é um rouxinol. E eles cantam.

— Oh... É bonito. — eu fiquei hipnotizada pelo pequeno ser com uma voz tão bela.

— Sim, é. Bonito. — Radius me olhou e vagarosamente enrolou sua cauda com a minha. Continuei a observar o pássaro, fingindo não ter notado.

De repente, senti uma onda de calor invadir meus pelos. Mas não era aquele calor habitual que eu costumo sentir toda vez que estou com Radius; ele não vinha do meu corpo, e sim do céu. Olhei para o alto e lá estava ele: o Sol, brilhante e imponente, e seus raios quentes estavam caindo sobre nós. Próximo a ele, algo que eu nunca havia visto.

— Ei! E aquilo, o que é?! É deslumbrante! — mostrei à Radius uma listra colorida que pintava o céu azul.

— Aquilo? É um arco-íris. Ele aparece quando o Sol retorna após a chuva. Dizem que é uma forma da Deusa Loba demonstrar amor, mas eu só acho que é um mistério da natureza.

— Como você sabe de tantas coisas? — o encarei, divertida.

— Não importa muito. — ele esfregou seu focinho no meu. — O que importa é se você vai me deixar ensiná-las para você.


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Notas finais do capítulo

altas treta hein, e esse sonho aí no começo, peoples? teorias? hehehhehehehe -q

~playlist~
Cry Baby - Melanie Martinez
Dollhouse - Melanie Martinez
Beautiful Now - Zedd ft. Jon Bellion
Accidentally In Love - Counting Crows
Waiting For Superman - Daughtry

❖ Obrigada por ler! Nos vemos no próximo capítulo! ;D ❖