Viva la vida escrita por slytherina


Capítulo 8
Live and let die


Notas iniciais do capítulo

2ª temporada, episódio final. Sam está morto e Dean surta.



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– Dean, já está na hora de enterrarmos Sam.


– Não!


– Você precisa sair desse estado de espírito, filho. Precisar comer, se reestruturar, afinal há trabalho a fazer. O fim do mundo, se lembra?


– Eu quero que o mundo se exploda. - Dean gritou transtornado.


– Dean, você não quis dizer isso.


– Não? Você acha que eu já não dei demais? Você acha que eu já não paguei demais?


Bobby o olhou assustado.


– Me desculpe, Bobby, mas é melhor que vá embora.


Bobby continuou no mesmo lugar, consternado.


– Vai embora daqui! - Dean gritou com ele.


– Você sabe onde me encontrar.


Bobby saiu, deixando Dean chorando lágrimas amargas por seu irmão morto.



– Sammy, você era um menino tagarela, sabia? Sempre perguntando coisas que eu não sabia como responder. "Por que não temos mãe? Por que nosso pai tem que viajar e nos deixar sozinhos? Por que não podemos viver como os vizinhos, que são tão felizes?" E eu ficava te dizendo "Pare de fazer perguntas, Sammy". O que eu poderia te dizer, mano? Um demônio matou a mamãe, e papai dedica a vida inteira dele na perseguição dessa entidade, para se vingar? Mesmo eu sabia que essa resposta não ajudaria a aceitar a realidade. Eu tomava conta de você quando era pequenininho. Era o meu trabalho, meu único trabalho, e eu o fazia de boa vontade, ninguém precisava me dizer nada. Você era a minha responsabilidade, era... a minha missão na vida: tomar conta do meu irmãozinho pé no saco.


Dean tomou alguns goles de whiskey e sentou-se próximo ao cadáver de Sam, deitado na cama do quarto da cabana. Ele parecia adormecido, em paz, com as mãos juntas sobre o abdômen, na posição em que ficam os defuntos no caixão. Dean olhava para o irmão com adoração, enquanto as lágrimas desciam livremente pelo seu rosto.


– Eu sempre fui um bom filho, Sammy. Sempre fui obediente, honesto, cumpridor das obrigações, diligente, cuidadoso... sempre procurei dar orgulho ao meu pai. Sempre procurei te educar no mesmo caminho, o mesmo proceder. Infelizmente eu falhei miseravelmente.


Dean juntou as mãos sobre o rosto, contendo os soluços que tentavam se libertar.


– Agora eu perdi você, Sammy. Como eu devo lidar com isso? O que eu vou fazer agora?


Dean olhou para o irmão, como se esperasse uma resposta, que ele sabia, nunca viria. Seu corpo tremeu por inteiro com os soluços.


– O que eu deveria fazer agora?


O grito de agonia ecoou na cabana solitária.



Do desespero e sofrimento extremo junto com a revolta e vontade de revanche surgiu a ideia louca de um pacto com o diabo. Dean sabia que pactos demoníacos eram como cordas grossas e fortes que os idiotas colocavam nos próprios pescoços, enquanto davam a ponta da corda para um ser maligno segurar ao seu bel prazer. Mais cedo ou mais tarde acabavam enforcados sem chance de salvação ou perdão.


– O que eu preciso fazer para conseguir um acordo? - Dean perguntou abatido e humilde para o demônio da encruzilhada, em forma de uma atraente mulher em roupa sexy.


– Primeiro pare de implorar. Pessoas abjetas e rastejantes me dão asco. Segundo, se você tentar me enganar, ou tentar descobrir uma forma de cair fora desse acordo, seu irmão pagará por isso.


– Você irá trazê-lo de volta?


– Sim, ele voltará a viver, são e salvo, sem nenhuma memória de sua passagem pelo inferno. E você, Dean, terá um ano de vida para desfrutar, e findo esse período, sua alma me pertencerá por toda eternidade. Tem certeza mesmo que quer apodrecer no inferno?


Em resposta Dean selou o acordo demoníaco com um ardente beijo.



Sam voltou a viver. Dean quase chorou ao vê-lo de pé, meigo e faminto, perguntando por novidades e se preocupando com o bem estar da humanidade. Ele queria aproveitar aqueles momentos domésticos ao lado de Sam, queria viver pela primeira vez, admirando a natureza, as pessoas ao redor, os simples prazeres da vida, mas Sam ainda estava preocupado com o bem maior, ainda queria salvar o mundo, mesmo pondo sua vida em risco.


E lá se foram outra vez, com os amigos Bobby e Ellen lutar contra o demônio Azazel e sua horda de monstros. O demônio do olho amarelo bem que tentou matá-lo, mas com a ajuda do fantasma de seu finado pai, Dean conseguiu usar o mítico colt e acabar de uma vez por todas com a maior ameaça que aquela família de caçadores já havia enfrentado. Custou a morte da família de sua mãe, ela própria, amigos valiosos, caçadores tarimbados e combativos, seu pai, e por pouco Sammy, sendo que Dean estava agora com os dias contados, mas aquele desgraçado foi destruído, e nunca mais iria voltar.


Live and let die (Guns 'n rose)

When you were young
And your heart was an open book
You used to say live and let live
You know you did
But if this ever changin' world
In which we live in
Makes you give in and cry
Say live and let die
Live and let die

What does it matter to ya
When ya got a job to do ya got to do it well
You got to give the other fella hell

You used to say live and let live
You know you did
But if this ever changin' world
In which we live in
Makes you give in and cry
Say live and let die
Live and let die


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