Viva la vida escrita por slytherina


Capítulo 4
Listen to your heart


Notas iniciais do capítulo

Temporada 4. Último episódio. Sam está dividido entre a lealdade a seu irmão, e o senso de dever. Ele deve deter Lilith com o auxílio de Ruby, nem que para isso tenha que perder a si mesmo e dar adeus a sua humanidade.



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I know there's something in the wake of your smile.
I get a notion from the look in your eyes, yeah.
You've built a love but that love falls apart.
Your little piece of heaven turns to dark



Sam estava ofegante e suarento. Acabara de brigar com Dean. Uma briga feia, com direito a socos, chutes e pontapés. E além disso o xingara. Dissera palavras cruéis. Tentara humilhá-lo, diminuí-lo, suplantá-lo. Em troca, Dean o repudiara, praticamente o expulsara do quarto de hotel e de sua vida. Sam estava cheio de cólera e veneno. Sentia que todas as mágoas e frustrações dos últimos meses explodiram naquele momento. Ele adorava seu irmão, mas Dean não o considerava mais um ser humano. Dean o considerava um monstro devido seu vício em sangue de demônio.


Era justo e esperado que Sam então se comportasse como um monstro... O que estava dizendo? Ele não era assim. Ele era melhor do que isso. Tudo o que fizera até aqui fora pelo bem maior. Ele não pensava em si mesmo, em sua sanidade ou sua humanidade. Ele pensava apenas em fazer justiça. Ele tinha que matar Lilith, e isso só seria possível se se tornasse um ser sobrenatural também. Um monstro. Se Dean não podia conviver com isso, então ele se afastaria de Dean e de seus amigos.



Sometimes you wonder if this fight is worthwhile.
The precious moments are all lost in the tide, yeah.
They're swept away and nothing is what it seems,
The feeling of belonging to your dreams



Os momentos felizes e despreocupados ficaram no passado. Os três Winchester percorrendo as estradas da América, combatendo o mal, o insidioso e o sobrenatural. Naqueles tempos, passavam dificuldades. Não tinham casa, nem sempre tinham comida. Viviam de golpes, fraudes de cartão de crédito, jogos de azar e pequenos bicos sub-remunerados. Seu pai vivia sempre ausente, e Dean estava dividido entre viver sua vida de jovem bad boy, e protetor de seu irmãozinho caçula. Sam vivia transferido de escola em escola, sem criar raízes, sem ter amigos para a vida inteira, sem poder confiar em ninguém e desabafar. Ninguém nunca poderia saber sobre a vida dupla que levavam.


Naquela época Sam achava que sofria, e que seu pai não era bom o suficiente para ele, e que Dean, mesmo sendo superprotetor e amoroso, nunca seria tão bom quanto uma vida normal e regular, em uma vizinhança de classe média como os civis tinham. Sam achava que sua vida era dura e sofrida, tendo que batalhar todos os dias para se manter inteiro e são, mas agora... Agora ele sabia a verdade. Seu pai fora um homem maravilhoso, que sempre pusera a família diante de si e de suas necessidades. Dean era o irmão de ouro, não apenas leal e cuidadoso, mas íntegro, honrado, moralmente reto e justo.


Sam... Sam sempre fora o danado. Desde antes de seu nascimento fora amaldiçoado. Sua vida não lhe pertencia. Seu destino fora traçado. Ele pertencia a um demônio ignóbil. Sua sina era servir ao mal, sendo um ser sobrenatural. Seu futuro não era promissor.



And there are voices that want to be heard.
So much to mention but you can't find the words.
The scent of magic, the beauty that's been
When love was wilder than the wind.



Sam estava determinado, enquanto dirigia o carro ao lado de Ruby, a demônia, sua cúmplice e atual mentora. Ultimamente só ouvia a ela. Não havia mais ninguém ao seu lado. Ele passara tempo demais ouvindo aos outros. Estivera tempo demais no quarto do pânico ouvindo a si mesmo. Ele podia ter sido um bom filho para seu pai e um ótimo irmão para Dean, mas isso agora pertencia ao passado. Assim como Bobby não confiava mais nele, nem Castiel o considerava como uma pessoa digna de salvação.


Aquilo tudo o oprimia, por que lá no fundo ele sabia que algo estava errado. Ele não estava feliz. Seu coração estava em frangalhos, como se ele estivesse preso em uma teia, afundando em areia movediça e não conseguisse se libertar. Sua salvação sempre fora Dean, mas agora nem Dean poderia vir até ele e lhe estender a mão, pois ele havia dado as costas a seu irmão.


Sam não conseguiu mais continuar. Freou o carro e estacionou no acostamento. Saiu do carro e se afastou um pouco. Deixou-se cair de joelhos na terra batida e vomitou. Logo as mãos suaves de Ruby estavam lhe acariciando a nuca. Dizendo palavras de alento mansamente. Ele não conseguiu afastar a ideia de uma cobra venenosa se arrastando por seu pescoço, enquanto sibilava a língua ferina. A tontura o fez cambalear.


– Você precisa de mais sangue. Tome o meu.


Sam sentiu o sangue doce e quente de Ruby em sua língua. Afastou-a de si.


– Não! Deixe-me um momento. Por favor!


– O que é? Está pensando nele? Em Dean?


Sam a olhou espantado. Será que ela podia ler sua mente?


– Ligue pra ele. Fale com ele, se é disso que você precisa. Eu estarei aqui, ao seu lado. Eternamente te esperando.


Sam pegou o celular e ligou para Dean. Ele atendeu.


– Dean... eu... eu pensei muito sobre o que aconteceu e... acho que as coisas saíram do controle. Eu ainda ... preciso de você, meu irmão. Eu ainda prezo sua amizade acima de todas as coisas. Essa é a única coisa que eu tenho certeza hoje em dia. Espero que você ainda me considere seu irmão e me perdoe. Por favor... Dean? Você esta aí?



Listen to your heart when he's calling for you.
Listen to your heart there's nothing else you can do.
I don't know where you're going
And I don't know why,
But listen to your heart before you tell him goodbye




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