Oportunidades escrita por Laren


Capítulo 10
▸Envelheço na cidade.


Notas iniciais do capítulo

Então, como gostaram, eis aqui uma espécie de continuação do anterior. Iria terminar tudo agora, mais acabei me prolongando demaaaaais (e tendo umas ideias loucas :x) então provavelmente vai ter mais 1 ou 2 capítulos, também não quero tornar cansativo (demoro pra desenvolver relacionamento :v), mas espero sinceramente que vocês gostem. Ainda mais pelo gênero, Universo Alternativo nunca foi meu forte, mas gostei dessa ideia e pretendo deixar tudo bem explicadinho pra vocês. ❤️

Envelheço na cidade - Ira ❤️ (música gold)



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Mal passou um dia e Shikamaru já tinha visita. Desceu a contragosto para a recepção, imaginando que só poderia ser a loira de outrora. Entretanto, assim que chegou, viu apenas um dos guardas — aparentemente vestidos com roupas comuns de Suna — o encarando com sua costumeira carranca, e ficou confuso de vez.

Ou talvez fosse um estratégia, Shikamaru era bom com isso. Claro, uma figura pública tão importante quanto Temari não deveria sair passeando por aí, aliás ela não fazia o tipo que cumprimentava seus súditos com um sorriso amigável na cara. Aliás, ela não tinha nada de amigável. Pelo visto, era impaciente. Ou talvez o velho havia adiado sua volta. Bom, isso seria uma grande vantagem.

— Irei te escoltar — o segurança murmurou com sua voz grave e sobressainte, olhando-o de soslaio enquanto agradecia ao recepcionista.

O Nara acenou positivamente com a cabeça, pensando no grande problema em que havia se metido. Talvez seria melhor ter ido embora quando seu lado mais preguiçoso falou. Entretanto, não poderia voltar atrás, não agora.

Saiu respirando fundo assim que percebeu que iriam a pé. Mas não era de todo ruim, já anoitecia e a expectativa era a de esfriar também. Por tal motivo, já saiu devidamente agasalhado — enquanto o brutamontes ao seu lado vestia roupas simples de verão, não deixando de chamar atenção naquele final de tarde.

— Aonde estamos indo? — O até então embaixador de Konoha perguntou com as mãos nos bolsos do enorme casaco.

— Jardim de cactos — falou baixo, na real intenção de que ninguém ouvisse. — Era patrimônio cultural. Porém agora é propriedade do palácio.

Shikamaru assentiu torcendo, no íntimo, para que não fosse tão longe quanto o próprio majestoso palácio. Parando para observar melhor, Suna tinha riquezas incomparáveis, não excluindo a não tão vaga semelhança com um deserto. Porém tudo fora bem estruturado e adaptado para a população. De certa forma, admirável.

Passaram por feiras ao ar livre, lojinhas com anunciantes organizados no quesito barulho, estabelecimentos mais sérios, como uma joalheria... Era impressionante a diversidade dali, e como todos pareciam viver bem uns com os outros, naquele momento. Uma cena deslumbrante.

Viu uma gama de pessoas comprando ali, comprando aqui… Mães passeavam com seus filhos alegres — ou não — pela rua larga, e garotos e garotas eram vistos conversando, discutindo, comemorando a juventude que os abraçava.

Shikamaru já era praticamente um adulto. Se sentiu velho naquele momento, vendo jovens aos montes se divertindo e fazendo coisas características de suas idades.

Depois de atravessarem aquela parte do reino, a rua começou a estreitar mais, até que dividiu-se em dois caminhos, como uma leve bifurcação. À direita, via-se o trajeto que levava ao ponto mais alto, onde esteve antes. E à esquerda, não muito longe, um portão de ferro velho e gasto, porém grande, se erguia em entalhes perfeitos. Para lá seguiram e o guarda, disfarçadamente, retirou uma chave do bolso da sua bermuda, puxando as duas portas num ranger incomodativo.

Adentraram em passadas curtas, e Shikamaru pôde ver os tufos verdes de vegetação aumentando de tamanho à medida que avançavam. Viu o primeiro cacto, pequenino, quase que escondido. E foi passando por maiores que pareciam estar ali a mais tempo, causando uma vista tão bela. O guarda parou; não disse nada, somente balançou a cabeça para que ele continuasse. E, distante, já era possível ver uma silhueta de pé.

Shikamaru se aproximou ainda mais, até ser encarado por aqueles olhos da cor da esmeralda novamente. Mas dessa vez sentiu algo diferente. Ou talvez fosse impressão. Manteve-se alerta.

— Está atrasado.

— Não é minha culpa.

Temari soltou algo que se assemelhava muito a um suspiro, e convidou-o a se pôr ao seu lado.

— Olha… — Apontou para ele.

— Nara Shikamaru.

— Olha, Nara, não é como se eu tivesse simpatizado com você, apenas não concordo com isso. — Respirou fundo, porém não de forma brutal. — Meu pai está desejando tomar a Folha, ocasionar uma guerra. E você é uma isca.

Foi direta, direta demais. Shikamaru ficou momentaneamente surpreso, mas logo recobrou seus pensamentos. Bem que achara aquilo muito estranho. Mas se fosse verdade…

— Então eu teria que ter voltado? — Franziu o cenho com desconfiança.

— Sim. Para salvar seu reino, na verdade. Porque a intenção inicial era manter você aqui e te tornar o desencadeador de uma guerra. — Suspirou novamente, dando uma olhada naquela paisagem tão bonita. — Preste atenção. A verdade é que o Quarto tem uma sede de poder e por isso está seguindo… as pessoas erradas. Meus irmãos estão sempre o apoiando. Eu sou contra tudo isso, pelo menos quanto à abordagem planejada por eles.

O Nara parou para pensar. Então o manteriam como uma espécie de prisioneiro em Suna para gerar uma revolta? Planejavam dominar Konoha, a terra onde nascera, cresceu, viu as coisas mudarem, deu tudo de si pela terra amada… Para tudo ser arrancado deles assim, numa brisa carregada de sangue e tragédias?

— Então irei voltar. — Virou-se, já pensando numa forma de impedir aquela maluquice. Mas teve seu braço segurado firmemente por Temari.

— Fique. Tem que haver um jeito de impedi-los daqui. Se você for, pode ser julgado como indisciplinado.

Shikamaru parou para analisar suas opções. Se, por um lado, alertaria todos do perigo, do outro poderiam não acreditar nele e ainda acusá-lo por não cumprir o objetivo da viagem.

— Sim, é melhor. — Soltou-se da mão dela. — Mas para tal, precisarei da sua ajuda.


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Notas finais do capítulo

Não revisei, então qualquer coisa... Já sabem. ;) Até amanhã!



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