O Tempo que Leva escrita por Bruna Guissi


Capítulo 25
Don't Worry


Notas iniciais do capítulo

É amanhã, minha gente!
Um abração pra vocês! Aproveitem a leitura!!!
Three Little Birds – Bob Marley



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/590196/chapter/25

Ian me olhou como se risse d aminha expressão assustada. Senti-o apertar de leve minha mão. Era agora; entrando ali não tinha mais volta. Olhei para rás, vendo de longe meus pais na janela, acenando felizmente. Estava todo mundo ali. Todo mundo.

Quando meu pai foi se despedir, me deu um abraço forte e me segurou por vários segundos. Sabia que eu estava ansiosa.

–Filha, você sabe que sempre que precisar, pode voltar. – falou me soltando um pouquinho, para que pudesse me olhar nos olhos – Mas você vai se sair bem. Vai sim. – encorajou-me – E Ian é... um bom rapaz.

Enfiei a cabeça no peito dele por mais alguns segundos.

–Vou sentir falta de vocês. – falei suspirando.

–A gente também vai, Mika. Mas vai ficar tudo bem.

Don't worry about a thing,
'Cause every little thing is gonna be alright.
Singin': "Don't worry about a thing,
'Cause every little thing gonna be alright!

Então respirei fundo e voltei a olhar para frente. Hoje de manhã foi uma pequena correria em casa; tínhamos de despachar as coisas, finalmente liberar o apartamento para o casal que iria alugar, e ficou tudo meio confuso.

Para falar a verdade eu nem sei como a gente acertou tudo, nem sei como deixei para ficar ansiosa só agora. Ian parecia bem mais tranquilo do que eu, a todo momento.

–Bom, eu tenho os caras como amigos desde pequeno, mas pra ser sincero... Pouca coisa me prende aqui. – falou quando estávamos encaixotando as últimas coisas. Encarei-o meio sem jeito. Ele sorriu docemente para mim – Mas não sei se conseguiria ir sem você. – admitiu com um sorriso no rosto, corando. Não deixou de me olhar nos olhos.

Lembro-me de ter me jogado nele por cima da caixa, derrubando-nos no tapete da sala já vazia. A última vez no apartamento foi muito revigorante. Nunca tinha feito sexo no chão antes.

Era fácil amar Ian, ao mesmo tempo em que era turbulento. Não por termos problemas; nós sempre conversamos sobre tudo, como se a amizade estivesse ali antes de tudo. Mas era agitado, era sempre uma pequena surpresa diária; um novo arrepio na espinha, um novo frio no estômago.

Rise up this mornin',
Smiled with the risin' sun,
Three little birds
Pitch by my doorstep
Singin' sweet songs
Of melodies pure and true,
Singin', ("This is my message to you-ou-ou:")

Era emocionante e bom. Era fácil porque era incrivelmente empolgante.

A gente começou a subir as escadas de mãos dadas. Ele ria da minha tensão.

–Relaxa. – falou, soltando a mão e passando o braço pelos meus ombros quando entramos no ambiente hermeticamente controlado. Olhei para as poltronas na minha frente, soltando um suspiro – Se tiver medo, sabe que pode se agarrar a mim. – falou. Finalmente senti uma pontinha de ansiedade na voz dele.

Singin': "Don't worry 'bout a thing,
'Cause every little thing is gonna be alright."
Singin': "Don't worry (don't worry) 'bout a thing,
'Cause every little thing is gonna be alright!"

Estreitei os olhos para ele, mostrando a língua. Procuramos os assentos e nos acomodamos bem na fileira da porta de emergência. Ian ficou encarando a pequenina janela por uns instantes, até eu dar uma risada.

Ele virou para me olhar, confuso.

Se tiver medo, sabe que pode se agarrar a mim. – falei, um sorriso debochado no rosto. Ele revirou os olhos, mas sorriu logo em seguida, olhando-me com uma expressão que continha segundas intenções.

Rise up this mornin',
Smiled with the risin' sun,
Three little birds
Sit by my doorstep
Singin' sweet songs
Of melodies pure and true,
Sayin', "This is my message to you-ou-ou:"

Era a primeira vez que viajaria de avião, e seria algo emocionante e divertido (pelo menos nas primeiras horas); não faríamos conexão, então ficaríamos horas ali, podendo aproveitar da companhia um do outro. Pena que não eram cabines privativas.

Singin': "Don't worry about a thing, worry about a thing, oh!
Every little thing is gonna be alright. Don't worry!"
Singin': "Don't worry about a thing" - I won't worry!
"'Cause every little thing is gonna be alright."

Ele levantou o braço do banco que nos separava e se aproximou, prendendo-me no banco. O avião estava quase vazio, mas tive de olhar em volta para ver se não tinha ninguém observando.

Ian..! – tentei falar antes de ele morder minha boca rapidamente, só para que pudesse me calar. Revirei os olhos, vermelha. Ele se encostou no assento dele, me puxando com uma mão na lateral do meu corpo, quase que tocando o aro do meu sutiã, e a outra na minha nuca, sem que eu pudesse escapar.

Ele abriu um sorriso ainda maior quando suspirei ao senti-lo apertar de leve os fios de cabelo que segurava.

Foram alguns segundos muito bons, nos quais eu derreti completamente. Só acordei quando percebi que ele tinha me soltado, e eu estava com a boca entreaberta, de olhos fechados, obviamente em transe. Pisquei várias vezes até enxergar o rosto risonho de Ian, debochando de mim.

Revirei os olhos, dando um soco no braço dele.

Adivinha quem vai ficar sem sexo por uma semana? – ameacei, mostrando a língua para ele.

–Ahn, o Robb? Mas não vejo porque isso seja importante. – disse, sorrindo de modo azedo para mim – Até porque, além da Itália ser absurdamente romântica, você não aguenta dois dias longe disso tudo. – disse apontando para si, e logo em seguida apertou minhas bochechas. Tive que rir quando ele rebolou sentado tentando “seduzir-me”. Não é como se aquilo fosse sexy, mas também não era necessário.

Depois do que pareceram muitos minutos, as aeromoças começaram a passar no avião não muito cheio para dar as instruções. Ian logo assistiu atentamente, como uma criança empolgada. Tive de contê-lo umas quatro ou cinco vezes que quis chamar a aeromoça por aquele botãozinho só para ver se funcionava.

–Funciona sim! Agora fica quieto peste! – disse, rindo da cara bicuda dele – O avião já vai decolar. – adicionei com a voz doce.

E foi assim: ao viso para atar os cintos logo depois das instruções; o avião taxiou pela pista e então, finalmente, sentimos aquele impulso enorme de amolecer o corpo que indicava que, dessa vez, não tinha volta. Só descendo na Itália mesmo. Ian segurou minha mão quando o avião finalmente estabilizou, o rosto meio esbaforido.

Então, muito lentamente, olhou pela janela. Ele deixou o ar escapar em surpresa. Apertei de leve a mão dele, olhando para a mesma cena. O piloto falou alguma cosa sobre velocidade no autofalante que supostamente deveria ser interessante, mas o rosto incrédulo e impressionado de Ian era mil vezes mais.

É incrível... – murmurou baixinho. Senti que, apesar de impressionado, ainda tinha um pouco de tensão nos ombros.

Abri um sorriso, finalmente soltando o sinto que me prendia. Levantei o braço do banco e me abracei a ele. Ele virou para me encarar surpreso, minha cabeça confortavelmente encaixada no ombro dele.

–É que assim é mais gostoso. – expliquei. Senti o corpo dele relaxar aos poucos.

Singin': "Don't worry about a thing,
'Cause every little thing is gonna be alright" - I won't worry!
Singin': "Don't worry about a thing,
'Cause every little thing is gonna be alright."
Singin': "Don't worry about a thing, oh no!
'Cause every little thing is gonna be alright!

Olhando pela janela, sentindo o calor do corpo dele ali, era impossível não acreditar que as coisas, no final, dariam certo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aee!!
Espero que tenham gostado!
espalhem amor, e opiniões!
Beijos e abraços!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Tempo que Leva" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.