O Tempo que Leva escrita por Bruna Guissi


Capítulo 21
Não me Pare Agora


Notas iniciais do capítulo

Etaa, atrasei de novo, mas aí está!
Um abraço e boa leitura!!
Don't Stop Me Now – Queen



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Não dormi muito bem na noite passada. Para falar a verdade, mal dormi.

Acordei bem cedo, o sol nem entrava direito pela janela. Rastejei ensonada até a sala e sentei no sofá, encolhida com meus pensamentos. Ele vai para Itália. Suspirei com o queixo apoiado nos joelhos.

Como poderia ir com ele? Como? Tenho um ano de faculdade para terminar, minha família, nenhuma garantia de emprego lá fora... Suspirei de novo.

E nada o prendia aqui.

Para falar a verdade, essa promoção dele me parece meio que pensada há muito tempo; só que Ian jamais aceitaria se... se a mãe dele ainda estivesse viva. Nem uma semana depois da mãe ter falecido, ele recebe uma oferta de emprego absurdamente ótima. Já estavam querendo manda-lo há tempos, tenho certeza.

Isso só significa que ele merece ainda mais essa oportunidade.

Mas como eu poderia ir junto? Como eu poderia dizer não?

Tanto o “vá” quanto o “fique” não são bons. Não o suficiente.

Preciso... preciso de uma solução. Agora. Urgentemente.

Levantei-me do sofá num ímpeto de procurar meu celular que foi mais forte do que eu. Nunca achei que fosse precisar usar esse número. Não, ainda mais fora do serviço. Disquei o número de Marion.

Eu não podia pedir para que ficasse, mas não iria deixar que fosse sem ao menos tentar acompanha-lo.

Bonjour? – ouvi a voz sonolenta no outro lado da linha. Merda, esqueci que era cedo.

–Marion, me desculpe pela hora. – falei.

–Mikaela? Ah, mon aprentti, o que seria assim tão urgente nessa hora da manhã? – perguntou com a voz alegre, sem se incomodar com o fato de eu provavelmente tê-lo acordado.

–Marion, preciso da sua ajuda. – falei depressa, tentando não me atrapalhar – Preciso saber se o que me disse ontem é sério.

Conversei com ele por alguns minutos, que podem ter se estendido por cerca de uma hora, talvez mais.

–Obrigada. – falei meio sem fôlego – De verdade.

Desliguei o telefone, meio desorientada. Tá, tudo bem. Respira fundo, Mikaela. Não sei nem dizer o que sou eu ou Jusiete mais.

Meus pais. É, o próximo passo são meus pais.

Tonight I'm gonna have myself a real good time

(Essa noite eu vou me divertir)

I feel alive and the world is turning inside out Yeah!

(Eu me sinto vivo, e o mundo está virando do avesso, yeah)

I'm floating around in ecstasy

(Estou flutuando em estase)

So don't stop me now don't stop me

(Então não me pare agora)

'Cause I'm having a good time having a good time

(Porque eu estou me divertindo)

Olhei para o relógio do celular; sete e meia. Cedo ainda, dava para chegar lá antes das nove se pegasse o ônibus das oito. Corri para o quarto, tentando não fazer barulho. Peguei um short qualquer e uma camiseta simples para me vestir na sala. Troquei de roupa e amarrei o cabelo no nó frouxo de sempre. Calcei os sapatos e procurei uma folha de papel onde pudesse anotar um bilhete.

“Precisei sair, não é nada de mais. Mais tarde conversamos. Amo você. – Mikaela.”

Peguei apenas umas bolachas e uma garrafa de água para jogar na bolsa antes de sair de casa correndo. O ônibus não atrasou; cheguei a casa dos meus pais as oito e quarenta, sem atraso. Lá o café da manhã estava fervilhando a essa hora.

Toquei a campainha três vezes rapidamente, ouvindo passos logo em seguida.

–Mikaela? – meu pai abriu a porta, o rosto confuso – Por que não avisou que viria? – ele abriu espaço para que eu entrasse. Dei um sorriso agitado para ele, apesar da pressa – Vamos, venha tomar café.

Se fosse minha mãe a porta, a primeira coisa a ser perguntada seria: “O que faz aqui há essa hora?”.

–Obrigada, eu comi no ônibus. – falei agitando o pacote na minha mão. Ele franziu o rosto, caminhando até a cozinha.

–Bom, então me diga o motivo de ter vindo tão cedo para cá. – pediu.

Minha mãe estava sentada na mesa, olhando o batente da porta por onde passávamos, confusa.

–Mikaela?

Respirei fundo, sentando-me a frente deles. Não seria uma conversa fácil. E não foi mesmo; fiquei cerca de três horas numa conversa intensa com meus pais, caminhando pela cozinha, arrumando os pratos, ajudando com o almoço que minha mãe começava a fazer.

Meu pai permaneceu sentado o tempo todo, sem falar muito, apenas fazendo perguntas, o rosto extremamente contrariado. Não estava gostando nada disso.

–Tem certeza de que não está desperdiçando uma oportunidade? – perguntou, o rosto sério fazendo o silêncio tomar o ambiente – Todo seu trabalho duro? – encarei os olhos esverdeados dele, sabendo que queria uma resposta honesta. Sentei-me em sua frente.

–Não. – falei, a voz baixa – Mas não posso simplesmente deixar de lado... – mas não consegui terminar; ele pegou na minha mão com firmeza, silenciando-me.

–Está bom assim. – falou, o rosto mais brando. Os olhos dele estavam meio agitados, mas tinham aquele ar de quem viu um bocado de coisa, e que esse bocado de coisa ajudara a tomar sua decisão – Sei que não é uma decisão inconsequente. Eu espero que não seja. – explicou.

Não é. Não é. Não consegui dizer em voz alta; apenas sorri de volta. Ouvi minha mãe murmurar alguma coisa. Virei para ela.

–Espero que não se arrependa, filha. – falou, os olhos embaçados. Mãe é sempre mãe, e pai é sempre pai.

I'm a shooting star leaping through the sky

(Eu sou uma estrela cadente saltando pelo céu)

Like a tiger defying the laws of gravity

(Como um tigre, derrotando as leis da gravitade)

I'm a racing car passing by like Lady Godiva

(Eu sou um carro de corrido passando, como a Lady Godiva)

I'm gonna go go go

(Eu irei, irei, irei)

There's no stopping me

(Não tem como me impedir)

Saí dali para pegar o ônibus sentindo o peito inflamado. Recusei aos pedidos para que ficasse para o almoço, dizendo que tinha algo para fazer. Algo que precisava fazer. Jusiete, onde você se enfia quando mais preciso de ti, coisa de outro mundo?

I'm burning through the sky Yeah!

(Eu estou queimando pelo céu, yeah)

Two hundred degrees

(Duzentos graus)

That's why they call me Mister Fahrenheit

(É por isso que me chamam de Senhor Fahrenheit)

I'm traveling at the speed of light

(Estou viajando na velocidade da luz)

wanna make a supersonic man out of you

(Eu quero fazer uma mulher supersônica de você)

As aulas voltariam daqui oito dias; eu tinha de fazer isso agora. Ao invés de me dirigir para o ponto de ônibus, corri para a estação de metrô uma quadra abaixo. Levei quase uma hora para chegar ao campus, e já sentia meu estômago se revirar de fome.

Adorava a grama sempre verde e as grandes cozinhas industriais do instituto onde estudava. Era tudo como uma casa para mim. Uma velha, confortável e divertida casa. Senti um aperto no peito. Era a decisão certa, tinha de ser. Não podia deixar tudo de lado agora. Não agora.

Don't stop me now I'm having such a good time

(Não me pare agora, eu estou me divertindo tanto)

I'm having a ball don't stop me now

(Eu tenho um objetivo, não me pare agora)

If you wanna have a good time just give me a call

(Se você quer se divertir, é só me ligar)

Don't stop me now

(Não me pare agora)

Don't stop me now

(Não me pare agora)

I don't want to stop at all

(Eu não quero parar por nada)

“Shhh.” Ouvi em algum lugar. Ok. Mas... “Shh! Você já tomou uma decisão. Tem coisas que a gente não pode deixar de lado.”

Respirei fundo, o coração apertado. A incerteza, apesar de ser oposta a determinação que sentia, me corria por dentro. Tão, tão esquisito.

I'm a rocket ship on my way to Mars

(Eu sou uma nave especial em direção a Marte)

On a collision course

(Em rota de colisão)

I am a satellite I'm out of control

(Sou um satélite, estou for a de controle)

I am a sex machine ready to reload

(Eu sou uma máquina de sexo pronta para recarregar)

Like an atom bomb about to

(Como uma bomba atômica, pronta para)

Oh oh oh oh oh explode

(Oh oh oh oh oh explodir)

Quando terminei voltei em direção ao metrô agora já passando das duas da tarde. Sentia uma tontura forte por causa da fome, mas comeria ao chegar em casa. Sabia que Ian não estaria lá.

Respirei fundo, encarando o banco vazio em frente ao meu. Eu só... sei lá. Engoli em seco e balancei a cabeça, afastando as ideias da cabeça. Precisava falar com Ian. Agora!

Senti o refluxo de uma refeição fraca fita há muitas horas queimar minha garganta. Não posso deixar as coisas assim. Preciso resolver isso já.

I'm burning through the sky Yeah!

(Eu estou queimando pelo céu, yeah)

Two hundred degrees

(Duzentos graus)

That's why they call me Mister Fahrenheit

(É por isso que me chamam de Senhor Fahrenheit)

I'm traveling at the speed of light

(Estou viajando na velocidade da luz)

I wanna make a supersonic woman of you

(Eu quero fazer uma mulher supersônica de você)

Olhei para o painel de estações, procurando a mais próxima de onde queria descer. Bairro Altibam... Estação quarenta e dois, perto da Cafeteria Il Latte! Isso!

Levou vinte minutos para chegar onde queria, o estômago doendo. Shhh, Sapulinho.

Corri pela calçada, subindo a avenida até o fim, onde um dia me dissera que trabalhava. Ian teria uma pequena surpresa hoje. Olhei para o relógio novamente; três horas. Quase lá.

Só que por algum motivo senti o asfalto nas palmas das mãos, percebendo-me de joelhos de repente.

–O quê?...

Senti minha cabeça rodar forte, percebendo que tivera um pequeno apagão e tropeçara. AGORA NÃO, NÉ!

Don't stop me don't stop me

(Não me pare, não me pare)

Don't stop me hey hey hey!

(Não me pare, não me pare hey hey hey)

Don't stop me don't stop me ooh ooh ooh

(Não me pare, não me pare ooh ooh)

Don't stop me don't stop me

(Não me pare, não me pare)

Have a good time good time

(Divirta-se, diversão)

Don't stop me don't stop me Ah

(Não me pare, não me pare ah)

–Moça, você está bem? – ouvi uma voz em algum lugar. Minha vista começava a embaçar. Merda! Tentei levantar, apoiando uma mão no joelho.

“Claro, matar-se de inanição é sempre muito útil.” Cala a boca...

Mas voltei a cair, agora com uma mão no meu braço me segurando. Olhei para o rosto e não o conhecia. Era um senhor com a expressão aflita, falando alguma coisa que não conseguia processar.

–Ahn..? – perguntei, tentando me concentrar.

–Algum lugar que possa ir? – perguntou, ajudando a me por de pé. Agora percebi um jovem ao lado dele, devia ter seus dezoito anos.

–Um lugar? – perguntei – Ah, eu estou tentando chegar àquela empresa de desin de instrumentos... – qual era o nome mesmo?

–A associada da Ibanez? – perguntou o rapaz com umas sacolas pardas nos braços. Parecia ser o neto do senhor que me segurava preocupado.

–Isso! Sim, essa mesmo! – falei, sentindo a cabeça pesada.

–Mocinha, você se alimentou hoje? – perguntou o idoso de maneira severa, e tive de dar um sorriso sem graça.

–Eu não comi direito. – ele franziu o rosto para minha resposta. O garoto revirou os olhos para a reação do avô.

–Vô, não incomoda a moça. – falou com a voz implicante. Consegui soltar um riso fraco – Tem alguém que conheça na empresa, moça? – perguntou o rapaz, de maneira solícita. Dei um sorriso de alívio.

–Sim! Meu namorado trabalha lá. – expliquei – Preciso resolver um assunto lá. – adicionei, sem querer dar detalhes. O rapaz sorriu de volta.

–Nós te acompanhamos até o prédio, é no final na avenida, mesmo. – disse o jovem. Fiz questão de negar, mas o idoso insistiu vigorosamente.

–Não poderia deixar que saísse por aí passando mal. Não é cavalheiresco. – dei um sorriso, lisonjeada.

Acompanharam-me até a porta, e agradeci antes de saírem para o caminho de onde viemos. Foi muito gentil da parte deles.

Entrei no prédio gelado por causa do ar condicionado, as ideias clareando aos poucos. Caminhei até a recepção e pedi as informações que precisava.

–Marcou hora para falar com ele? – perguntou a mulher com o cabelo amarelo. Mascava u chiclete de cheiro doce enjoativo, encarando-me sem interesse.

–Não, não marquei, mas...

–Ele tem uma agenda apertada, só atende com hora marcada. – interrompeu a mulher. Senti uma veia estalar na minha testa.

–Só diga a ele que a namorada dele está aqui sim? – falei de maneira meio rude, deixando-a surpresa. Então ela arqueou uma sobrancelha.

–Você é a Mikaela? – foi minha vez de ficar surpresa.

–Como sabe meu nome? – perguntei na defensiva. Ela deu um sorriso como quem diz “Espera um minutinho, querida.”, e pegou o telefone da linha interna da empresa.

Fui até o sofá da recepção sentar-me. Senti a cabeça pesar por um momento, então fechei os olhos.

Senti um pequeno chacoalhão nos braços, acordando-me desorientada.

–O quê..? – então vi o rosto de Ian na minha frente, parecendo aflito.

–Mikaela, o que aconteceu com você? – perguntou, o cenho franzido – Está branca demais.

Senti ele me puxar para que eu ficasse de pé, e agarrei-me aos braços dele ao perder o equilíbrio. Senti o estômago doer de novo.

–Quando foi a última vez que comeu hoje? – perguntou, o tom de voz nervoso fazendo-me encará-lo. Os olhos eram severos, mas preocupados. Dei um sorriso sem graça.

–Comi umas bolachas e água hoje de manhã. – respondi, sabendo da bronca que viria.

–Pelo amor de Deus, Mikaela! – então me guiou gentilmente para a parte de trás da recepção, entrando por uma porta de vidro para um corredor, então para uma segunda porta de vidro. Sentou-me na cadeira e parou de pé para me encarar. Olhei em volta.

A sala não era muito grande, mas tinha espaço confortável ali. Tinham violões, guitarras, baixos, violinos e violoncelos pendurados na parede atrás da mesa. Essa, por usa vez, estava cheia de blocos de desenhos, e uma mesa de desenho digital, fora um telefone, uma caneca de café e uma placa com o nome de Ian. Dei um sorriso para ele.

Percebi que estava vestindo roupas com as quais eu não estava acostumada a vê-lo novamente. Menos formal do que ontem, usava apenas uma camisa preta com as mangas arregaçadas e uma calça jeans escura. Caminhava nervosamente pela sala, me encarando.

–Você tem que almoçar. – falou balançando a cabeça, pegando o telefone e falando rapidamente com alguém. Desligou e voltou a me encarar – Onde estava com a cabeça para ficar sem comer o dia todo, sua doida? – perguntou sentando-se na mesa na minha frente.

–Está muito bonito, sabia? – falei ignorando a pergunta, fazendo-o suspirar. Sentia o corpo meio amolecido, Ele parecia impaciente – Precisava falar com você. – expliquei.

–E pra isso tem que fazer greve de fome? – perguntou com um olhar irritado e cético. Dei uma risada fraca, fazendo-o revirar os olhos.

–Eu só me esqueci de comer. – me defendi, sem força nenhuma. Não sei se era a fome, ou se era o que eu tinha a dizer, mas com certeza usava um tom de voz manso e lento no momento.

Ele suspirou pesadamente, observando-me. Então a porta atrás de mim se abriu, e a tal loura entrou e deixou uma bandeja com uma pequena refeição em cima da mesa, contendo ainda um suco e um pequeno pote de gelatina.

–Coma. – pediu ele.

–Eu preciso falar com você sobre uma coi-

–Coma. – agora mandou. Franzi o cenho em teimosia. Ele arqueou as sobrancelhas como se me desafiasse a falar sem comer. Franzi os lábios, cedendo. Estava mesmo faminta.

Comi lentamente (o processo todo vigiado por um Ian carrancudo para que não deixasse nada de lado) com medo de passar mal, mas também pela falta de energia no corpo.

Quando terminei, subi meus olhos em direção a ele, fazendo balançar a cabeça em descrença.

–É teimosa, teimosa demais. – murmurou.

I'm burning through the sky Yeah!

(Eu estou queimando pelo céu, yeah)

Two hundred degrees

(Duzentos graus)

That's why they call me Mister Fahrenheit

(É por isso que me chamam de Senhor Fahrenheit)

I'm traveling at the speed of light

(Estou viajando na velocidade da luz)

I wanna make a supersonic man out of you

(Eu quero fazer uma mulher supersônica de você)

Pegou a bandeja e colocou num outro canto da mesa para que pudesse sentar-se mais próximo a mim, cruzando os braços.

–O que foi? – perguntou, a voz leve – Sobre o que quer falar?

Respirei fundo, preparando-me psicologicamente. Fui direto ao assunto.

–Ian, o que diria se eu dissesse que não posso abandonar a vida que tenho aqui? – perguntei seriamente, sentindo a surpresa nele – O que faria?

Ele engoliu em seco, a boca entreaberta. Colocou uma mão no meu rosto antes de responder, descruzando os braços.

–Diria... Diria que entendo. – respondeu sem tirar os olhos dos meus – Diria que sei que tem coisas às quais é apegada, e que entendo porque não quereria deixa-las. – completou, o rosto meio turbulento.

Mas o que faria? – perguntei de novo. Ouvi a respiração dele falhar por um segundo.

–Acho que... que não iria. – falou.

Senti um salto no meu estômago frágil, e uma sensação de eletricidade no peito. Não contive o sorriso meio embaçado que dei a ele.

–Mas por que me pergunta isso? – quis saber; sua voz era fraca e seria, e seus olhos me encaravam curiosos e enigmáticos.

Levantei da cadeira, ficando com os olhos na altura dos dele. Coloquei as mãos no rosto dele, envolvendo-o afetuosamente. Percebi que tinha um ar meio conflituoso. Porém, assim como eu, já tinha feito sua decisão.

E era a mesma que a minha.

–Porque eu posso abandonar essa vida. – falei. Os olhos dele abriram em espanto, então riu incredulamente. Eu ri de volta, sentindo a vista embaçar.

Ele me puxou para um abraço apertado, então me afastou apenas para me olhar nos olhos. Que sorriso.

Tem certeza? – perguntou, então eu ri, e não consegui segurar a idiota da lágrima que escorreu. Acenei veementemente, rindo.

–Você não tem escolha. – falei, e ele riu – Eu não vou deixar você.

Com mais sucesso do que eu, os olhos dele estavam vermelhos e um pouco marejados, mas não deixou escorrer nenhuma lágrima. Na verdade riu do que eu disse, dando-me um beijo forte.

Senti meu peito se encher de... se sei lá! Eu me sentia quente por dentro.

Ele me afastou só para encostar o rosto no meu.

Como se eu quisesse qualquer outra coisa. – seu sorriso ficou gravado na minha retina.

Don't stop me now I'm having such a good time

(Não me pare agora, eu estou me divertindo tanto)

I'm having a ball don't stop me now

(Eu tenho um objetivo, não me pare agora)

If you wanna have a good time just give me a call

(Se você quer se divertir, é só me ligar)

Don't stop me now

(Não me pare agora)

Don't stop me now

(Não me pare agora)

I don't want to stop at all

(Eu não quero parar por nada)


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Notas finais do capítulo

Heeyy! É isso aí!
Não deixem de comentar, dar sua opinião, ou de espalhar seu amor!
Uma abraço :3



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