Elisa olhou pra cima e pensou que era  um passarinho se aproximando , mas quando a coisa ficou mais próxima pôde ver que era um homem.  Ele despencava do céu e iria cair em cima dela. Rapidamente Elisa entrou em seu quarto e logo depois o cara caiu na sacada provocando um grande estrondo! 

      Suas costas estavam nuas e sangravam muito, ele estava encharcado de sangue e haviam penas brancas se misturando ao vermelho. Ele aparentava ser jovem, seus cabelos eram claros e seus olhos azuis . Era musculoso e tinha um sorriso irônico estampado no rosto.

        Elisa olhava pra ele assustada. Como aquele homem foi parar ali?

         _ O-olá ! _ Virou o rosto para ela e sorriu, sua voz estava rouca.

         _ Oi. _ Ela não sabia o que fazer.

         _ Pode me ajudar? Não se assuste, eu estou bem ! Só com um pouco de dor._ Ele continuava a sorrir, tentando dar segurança a ela.

         _ Ok. Já volto. _ Ela correu até a cozinha e pegou o kit de primeiros socorros para ajudar. Não pensou em mais nada, somente pegou-o e voltou ao seu quarto com pressa._ Fica quieto, vai doer!

        Ele assentiu e Elisa começou a limpar o sengue com álcool e algodão sem nenhuma delicadeza.

        _ Aiiii! _ Gemeu.

        _ Foi mal! Eu não sou muito delicada.

        _ Deu pra perceber! _ Ele revirou os olhos e Elisa mostrou língua. _ Qual seu nome?

        _ Elisa e o seu?

        _ Arthur._ As feridas dele eram enormes, pareciam buracos bem fundos. Obrigado por me ajudar, te devo uma. _ Sorriu.

        _ Por que você sorri? Está machucado, levou um tombo...

        _ Eu sorrio, porque...por que você não sorri?_ Perguntou em tom desafiador.

        _ Não tenho motivos._ Disse simples.

        _ Não tá feliz em me ver? O que está fazendo você infeliz?

        _ ISSO NÃO IMPORTA, VOCÊ É QUE TÁ MACHUCADO! _ Gritou com raiva.

        _ Desculpe._ Olhou pro lado.

       Elisa se sentiu culpada, ele só queria ajudá-la também.

       _ Você precisa tomar banho._ O levantou e apoiou seu braço em seu ombro.

      Ela abriu a porta do banheiro e o colocou lá dentro.

       _ Vou buscar toalha e roupas, fica aí o tempo que quiser. _ Foi até o quarto de seu pai pegar uma muda de roupas.

      Quando voltou bateu na porta do banheiro, ele abriu, pegou as roupas e agradeceu.

       Elisa estava confusa, queria explicações.

       _ Que coisa hein, o cara cai do céu de repente! Nem vou perguntar o que aconteceu. _ Pensou enquanto esperava Arthur sair do banheiro.

      O garoto saiu com as roupas do pai dela, secando seus cabelos com a toalha. Se sentou na cama de Elisabeth e fez gesto para ela se sentar também.

       _ Acho que te devo explicações.

      _ Sim.

      _ Eu sou um anjo, ou melhor, era. Eu fiz algumas coisas erradas a uma pessoa, ela ficou com raiva e me acusou por ter cometido um crime, então arrancaram minhas asas e me jogaram aqui como punição. Agora sou um humano, como você. _ Sua voz era calma, e seus olhos estavam fixos nos de Elisa.

        _ Tá bom cara, você pode ficar aqui de boa. Chegar na terra agora, sem conhecer nada, deve ser foda!

         Ele assentiu e sorriu.

        _ Obrigado!_ A puxou pelo braço com muita força, fazendo ela parar entre suas pernas.

        Elisa arregalou os olhos surpresa e ficou sem palavras. Seus rostos estavam extremamente perto. A respiração de Arthur era calma e seu cheiro era refrescante, mas seu corpo era quente.

        _ De nada._ Sorriu. Ela bateria nele se estivesse em bom estado, mas depois de tanto chorar  se sentia fraca, queria ser protegida por alguém.

       Arthur não podia ler os pensamentos de Elisa, porém entendia seus sentimentos, ela estava sozinha e sentia vontade de chorar a todo momento, seu coração estava frágil e precisava de amor. Ele estava decidido a dar todo o amor que ela precisasse, daria o seu coração por ela. Involuntariamente os dois se abraçaram, compartilhando calor.

        _ Eu ficarei ao seu lado! _ Sussurrou  acariciando a cabeça dela.

       _ Você é meu anjo da guarda?!_ Perguntou olhando firme em seus olhos azuis.

       _ Não, mas vou me esforçar pra ser. _ Beijou a testa dela.

       O tempo passou e começou a escurecer. Ambos começaram a sentir fome, então Elisabeth foi até a cozinha preparar algo pra comer.

       _ Onde estão seus pais Elisa?

      _ Eles não ficam muito em casa. _ Sua expressão mudou.

      _ Está triste por causa disso né?

      Lágrimas começaram a escorrer pelo rosto da garota, ela não conseguiu aguentar, a única coisa que ela queria era seu pai.

      _ Ei, não chore, por favor. Você é uma garota forte.

     _ Eu sei! Não deveria estar chorando._ Enxugou o rosto com raiva e subiu para o seu quarto. _ Peça uma pizza, Arthur.

       _ O quê?  Como faço isso meu Deus?_ Não tinha a mínima idéia de como fazê-lo.

      
       Enquanto isso, Ethan estudava uma maneira de como fugir do reformatório.

      "Se eu desativar o sistema de segurança, poderei fugir sem que as câmeras me peguem. Posso pedir para alguns amigos distrairem os guardas, então poderei pular o muro livremente, já que este não é tão alto."

       Com esta idéia na cabeça começou a organizar tudo.

       Arthur finalmente conseguiu pedir uma pizza e então quando ela chegou levou ao quarto de Elisa.

      Entrou e avistou uma garota com um pijama listrado, o short era bem curto e colado, a blusa era uma regata, as alças do sutiã estavam a mostra, o que deixava seu visual mais sexy.

      Ela dormia como um embrião, toda encolhida. Seus cabelos loiros e longos com dreds se esparramavam sobre a cama. Suas coxas eram grossas, sua sintura fina e seus pés delicados. Seu corpo era todo bem estruturado. A blusa estava um pouco pra cima, mostrando um pouco de sua barriga e costas, onde tinha uma tatuagem de uma fênix preta.

      Arthur ficou totalmente impressionado com a cena, ele a viu com outros olhos, a viu como mulher,  com desejo.

       _ Elisa?

      Uma imensidão de azul se abriu para ele e logo um sorriso dominou seus lábios. Elisa havia acordado.

       _ A pizza chegou._ As palavras quase não saíram.

      _ Ah, então vamos comer._ Ela se levantou animada, meio que saltitando.

      Arthur não conseguia tirar os olhos dela, era a mulher (adolescente)  mais bonita que já tinha visto.

      _ Arthur, para de me olhar cacete ! _ Ela sorria .

     _ Você é muito bonita.

     _ Para né, tem garotas mais bonitas que eu. Vamos comer.

     Arthur pensou em várias coisas enquanto comia e Elisa também.

     Ela nunca pensara que teria um homem tão bonito à admirá-la. Ele era realmente agradável , seus olhos penetrantes, seus cabelos lisos e loiros, seu sorriso sedutor e seu corpo forte. Seu carinho repentino por ela era o que mais chamava a atenção, pareciam se conhecer a anos.
    
      Assim que terminaram de comer foram se deitar. Arthur não poderia dormir em outro quarto, pois Logan chegaria no meio da noite. Então eles se deitaram na cama de Elisa.

      _ Vou falar pro meu pai que você é meu amigo e seus pais morreram recentemente e que precisa de um lugar pra ficar.
     
      _ Elisa._ A chamou.

      _ O que?_ Perguntou se virando para olhá-lo. Os dois ficaram cara a cara.

       _ Posso te beijar?

       _ Você é meu amigo, lembra?_ Sorriu.

       _ Seu pai não vai saber que nos beijamos. _ Seu olhar era perigoso.

      Ela assentiu.

      Arthur se aproximou mais, e de vagar encostou seus lábios nos de Elisa, foi suave, mas logo  começou a ficar mais molhado e intenso. O beijo se aprofundou, os lábios de Arthur envolviam os de Elisa e as línguas finalmente se encontraram. Ambos se empolgaram, Arthur subiu em cima dela a beijando mais, o desejo só crescia, mas Elisa o empurrou.

       _ Preciso respirar, vai com calma._ Disse ofegante.

       Ele distribuiu beijos por todo o seu rosto e ombro, depois finalizou com um selinho.

       _ Você beija bem._ Acariciou os cabelos da garota.

      _ Você também. _ Arthur saiu de cima dela e se deitou ao lado.

     Logo ambos adormeceram.