Uma quentura começava a se fazer presente sobre seu corpo.

Estava se tornando um calor insuportável, e esse calor a despertou de seu sono.

Beckett abriu os olhou e se deparou com vários lençóis em cima de si, sua roupa não era sua roupa, e aquela com certeza não era sua cama ou seu quarto.

Ela nunca tinha estado deitada naquela cama, mas tinha que confessar que já havia sonhado.

Kate lembrava pouca coisa do que havia acontecido. Só lembrava que tinha batido na porta dele e que tinha sido abraçada. Apenas isso. O resto sua mente lhe escondia.

Levantou da cama e começou a andar pelo quarto explorava cada canto daquele lugar, admirando o ótimo bom gosto de Castle.

Castle, mas afinal, onde ele estava?

Ela não sairia do quarto com a calça e a blusa dele, o que Martha e Alexis pensariam dela?

Beckett não queria ser vista como mais uma na cama dele. Ela sabia que não era e que nunca iria ser, mas mesmo assim apenas ela e ele sabiam.

Durante todo tempo que esteve separada dele, Beckett sonhava com o momento que em que estaria em seus braços novamente.

A primeira relação amorosa foi o clímax para ela tentar revelar seus sentimentos. Ainda não tinha conseguido, mas sabia que um dia ela conseguiria.

Ouviu um barulho vindo do banheiro, o chuveiro tinha sido ligado, era ele. O que ela faria? Esperava ele sair ou ia ate ele? Mas ele estava tomando banho!

Opps, desde quando isso a impedia mesmo? Ela já tinha visto, tinha provado, e se deliciado, o que poderia ser surpresa? Nada.

Então nada a impedia, há não ser a vergonha de ter batido na porta ele pedindo ajuda e ter desmaiado.

Caminhou em direção ao banheiro e parou na porta, ela não iria simplesmente entrar e se jogar debaixo do chuveiro com ele ou iria? Com certeza não.

A porta estava aberta, entrou e o viu de costas dentro do box lavando os cabelos. Através do vidro ela visualizou seu corpo de costas. Ele era lindo e tinha um belo traseiro. Kate o admirou por alguns instantes sem dizer uma palavra ou mexer um músculo. Parecia que ela nem estava ali.

A única coisa no momento que ela queria era entrar no box juntamente com ele e deixar claro seus sentimentos e seus desejos.

Sentimentos: Ela o amava e sentia falta dele.

Desejos: Ela o queria para si como na primeira vez. Kate Beckett queria ser dele novamente como se nada tivesse acontecido, como se fosse a primeira vez.

Ela já havia o havia perdoado, e tinha certeza que ele também já havia feito o mesmo. Senão não teria a acolhido como na noite interior. Castle podia muito bem a ter mando embora e ter falado para ela sumir de sua vida, mas o que ele fez nenhum outro homem seria forte o bastante para fazer.

Castle a acolheu, a abraçou, a esquentou e a respeitou. Beckett não poderia querer algo melhor, pois ele, Rick Castle era o melhor.

– Obrigada. – Ela sussurrou hesitante, sua voz quase não saiu e seus olhos fitavam o homem assustado e ao mesmo tempo sorridente.

– Você acordou! - Ele sorria para ela. Ah aquele sorriso que deixava seus olhos pequeninos.

Kate amava aquele sorriso, sempre foi uma forma de dizer que tudo estava bem. E ali era a única coisa que ela precisava.

– Eu mandei sua roupa pra lavanderia, então você vai ter que continuar usando as minhas.

– Sem problemas. - E não havia mesmo. As roupas de Castle eram muito confortáveis. - Rick, onde posso tomar banho?

Ainda de costas ele olhou pra ela por cima do ombro, um olhar malicioso e sugestivo. - Aqui.

– Mas você está tomando o seu.

– Kate Kate - Ele se virou e começou a sair do box indo em sua direção, ela ia se afastando mas sabia que daria de costas com a porta que havia fechado. Oh ele estava nu, e nu ele não poderia está. – Sua inocência me fascina.

– Castle, não faça isso. – Ela disse já de olhos fechados, respirando pesadamente por causa da proximidade de seus corpos.

– Eu não estou fazendo nada. – Beckett tentava de todas as formas permanecer com os olhos fechados, e estava conseguindo, ate que seu corpo lhe traiu e ela olhou para o homem de olhos azuis penetrantes em sua frente.

Aquilo poderia parecer ate engraçado, afinal, eles estavam brigados e agora estavam quase se amando novamente, e no banheiro.

– Cas... você está nu... na minha frente... – Ela tentava raciocinar.

– Estou tomando banho e não é algo você não tenha visto. – Castle se aproxima pra beija-la já segurando em seus cabelos e rosto, quando está próximo aos lábios a provoca mordendo e se afasta apenas para olha-la, Beckett estava novamente de olhos fechado, mas dessa vez seus lábios estavam entreabertos como se estivesse esperando algo acontecer. – Ou você se esqueceu? Por que se você se esqueceu, posso lembra-la bem rapidinho ou bem demoradamente.

Beckett sabia que não aguentaria toda aquela provocação verbal, por dias ela sonhou com a noite que eles tiveram, por dias ela desejou está novamente em uma cama com ele matando todo o desejo de seu corpo ou apenas o fazendo aumentar.

– A água está quente? – Ela perguntou já quebrando sua barreira de proteção. Por que fugir? Ela já estava ali mesmo.

– Está sim, mas por...- Castle tentou dizer por que, mas ela tinha se livrado de suas mãos e andado em direção ao box, parou em frente e retirou a blusa. Como estava sem sutiã seus seios ficaram a amostra, mas ela ainda estava de costas para ele. Como só para provocar, ela se virou na direção do olhar dele e começou a retirar a calça bem devagar sustentando o olhar com ele.

Terminado seu show de provocação ela adentrou o box e esperou por ele, como ele não foi ela voltou percebeu que ele ainda estava e boca aberta, paralisado pode-se dizer. Beckett riu e andou em sua direção pegando sua mão o puxando para o chuveiro.

– Você um dia me mata. – Ele sussurrou olhando para os olhos dela, ainda estava hipnotizado pela beleza dela, mais também estava hipnotizado pela sua ousadia e força.

Kate Beckett era uma caixinha de surpresas, com certeza.

– Só se for de prazer, por favor. – Ela passou as mãos sobre o cabelo dele e o puxou de leve. Ela sabia que isso o enlouquecia, só levava a lembranças de uma noite de amor. – Obrigada.

– Pelo o que exatamente? – Castle perguntou a trazendo para perto de seu corpo que estava debaixo do chuveiro que derramava uma água quente, mas não ao ponto de incomodar, nada seria capaz de incomodar os dois, principalmente o olhar que seus olhos transmitiam. No começo os de Kate não transmitiam nada, quase nada. Agora... agora algo estava diferente, seus olhos brilhavam só por olhar para ele, seu coração se animava só por sentir ele perto. Antes ela tinha um muro que não deixava nem seus próprios olhos transmitirem o que sentia, o que desejava, o que seu coração queria transmitir, demostrar. E agora... agora estava tão fácil, ela só precisava falar, nada a impedia de declarar tais palavras presas do outro lado do muro por tanto tempo, tempo ate demais.

– Por ser você mesmo em todo momento, por ser carinho, por saber perdoar, e... – Ela poderia simplesmente falar “ Por me amar”, mas não disse – Nunca pare de me amar.

– E por que eu pararia? – Ele perguntou sorrindo, a água não caia em seus corpos porque ele havia desligado, nem sentiam falta.

– Porque... – Beckett o beijou antes de falar, ela precisava ter certeza ( Ela já tinha) do que estava fazendo. Ela sabia que era ele, não precisava de mais nada para comprovar isso, o beijo era apenas um suspense para seu próprio corpo. O beijo que começou como uma forma de carinho estava se tornando perigoso e sensual demais, oh como ela gostava daquilo. Mas antes precisava falar, ela queria falar, ela precisar falar, e ela iria. – Nunca pare de me amar porque eu estou descobrindo o que é amor com você. Algum dia, e de alguma forma eu vou fazer com que tudo fique bem, mas não agora. Eu te amo, e você não sabe o quanto é embaraçoso dizer isso em voz alta, mas prometo que vou aprender a soltar mais este sentimento. Por você.

– Eu aprendi a amar com você e vou continuar. Você me surpreende a cada dia, e a cada surpresa dessas, mesmo que pequenas, me fazem te amar mais e mais. E digo que vou continuar aprendendo, continuar amando. Por você.

– Não... Por nós.

Ele a beijou, mais um beijo carinhoso e demorado, eles sentiram muita falta de ter os lábios um do outro para si. Cada segundo que passava enquanto se beijavam era a prova de que o amor só cresceria e que eles estariam juntos. As brigas, as mentiras, isso não existia mais. Ficou no passado, e como dizem...

“Você não vai ao passado e nem o passada vai ate você.”