TBF - Tempos Modernos escrita por Cactus Stories
Notas iniciais do capítulo
Kyra, minha OC preferida!
.P.O.V. Soluço.
Eu andei as duas quadras de distância entre minha casa e a escola, quando cheguei, notei que meu pai não estava em casa, tinha um bilhete em cima da mesa da cozinha:
"Filho, fui no supermercado e só volto de noite, não esqueça de alimentar o Quebra-Miolos e o Banguela"
Como ele poderia insinuar que eu me esqueceria do meu melhor amigo? Fui correndo para o jardim, com um cesto de peixes e chamei pelo Banguela, um pouco depois, ele apareceu, tinha acabado de acordar, eu sabia.
– Olha o que eu trouxe para você... - eu disse, mas ele já tinha visto o cesto e devorava os peixes com uma rapidez que nunca vai deixar de me impressionar, quando terminou, ele me olhou como quem diz "o que achou da escola?".
– A escola foi legal, tem uma garota na minha classe que está me ajudando, ela é bem bonita, a Merida...
Banguela começou a me empurrar de leve com a cabeça e fez aquele barulho que mais parece uma risada.
– O-O quê? Não, eu não estou gostando da Merida! - eu falei, um pouco mais alto do que queria.
– Soluço gostando de alguém, essa vai entrar para a história. - disse uma voz que eu conhecia bem.
Era a Kyra, minha vizinha, ela também tinha poderes, podia se transformar em qualquer animal, ela tinha cabelos negros cacheados na cintura e olhos âmbar.
– Eu não estou gostando da Merida! - eu gritei.
– Espera, você está gostando da nossa vizinha?
– A Merida é nossa vizinha? - eu perguntei, será que ela tinha me escutado quando gritei?
– Sim, por quê? - ela perguntou, virando um Fúria da Noite e vindo falar com o Banguela.
– N-Nada... - eu gaguejei. - Pode virar uma humana, por favor?
– Claro, mas antes... - ela disse, virando um gato preto. - Vou contar para a Merida que você é nosso vizinho.
Ela atravessou meu quintal e foi para a casa do lado, espera, a casa da Merida é do lado da minha? E virado bem para a janela do meu quarto, quando fui impedir a Kyra de chamar a Merida, ela já tinha gritado o nome dela, e já tinha recebido um "já vou!" lá de cima.
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.P.O.V. Merida.
Eu tinha acabado de chegar em casa, joguei a mochila em cima da cama e fui tomar um banho, quando saí do banheiro, notei que Kyra estava me chamando lá embaixo, gritei um "já vou!" para ela e desci as escadas correndo, quando cheguei no quintal, ela estava encostada na cerca que fazia divisória com a casa do lado, e, do outro lado, estava o Soluço.
– Adivinha a novidade? - Kyra falou.
– Não, não adivinho. - eu respondi.
– Estraga prazeres... - Kyra murmurou. - O Soluço é nosso vizinho! Ele mora na casa do lado da sua e eu moro do outro lado da casa dele!
Percebi que Soluço ia falar alguma coisa, mas, um vulto preto pulou em cima dele.
– BANGUELA! - ele gritou. - Você SABE que isso não sai!
Quando ele se levantou, estava todo molhado, do seu lado estava um enorme lagarto preto com... ASAS?!
– Isso é o que estou pensando que é? - eu perguntei.
– Se está pensando em um dragão, PARABÉNS, você ganhou um Fandangos! - brincou Kyra.
– Se vocês não se importarem, eu estou coberto de baba de dragão, então... Licença, vou tomar um banho, já volto! - disse Soluço, entrando na casa.
– Você gosta dele não é? - perguntou Kyra, quando ele entrou.
– De onde você tirou essa conclusão? - eu perguntei.
– Tenho meus contatos...
– Eu não gosto dele!
– Gosta sim!
Não gosto!
–Gosta sim!
– NÃO GOSTO!
– GOSTA SIM! - ela berrou. - E NEM VEM TENTANDO ME ENGANAR QUE EU SEI QUE É VERDADE!
Nós continuamos essa discussão por alguns minutos, até que o Soluço voltou.
– O que estavam fazendo?
– Eu... Bem... Estava mostrando isso que eu encontrei no parque para a Merida! - disse Kyra, tirando um objeto parecido com uma palheta de guitarra azul. - Uma escama de Nadder Mortal!
– O que é um Nadder Mortal? - eu perguntei.
– Já te mostro! - disse Kyra, correndo para dentro da casa do Soluço, um tempo depois, ela apareceu na janela.
– Soluço! - ela gritou. - Onde está o seu caderno de desenhos do ano passado?
– O que você está fazendo no meu quarto? - ele gritou.
– Por Odin, só podia ser o retardado do Soluço, se eu perguntei pelo caderno, eu estou no seu quarto procurando ele, né, bestão?
Soluço corou um pouco e virou de costas para mim, fazendo carinho no dragão, eu pulei a cerca que dividia os jardins e fui falar com ele.
– A quanto tempo você tem ele? - eu perguntei, apontando para o dragão.
– 2 anos... O nome dele é Banguela.
– Por quê? Pelo que eu vi, ele tem dentes...
Nesse momento, o dragão abriu a boca e escondeu os dentes dentro da gengiva, eu olhei espantada por um tempo.
– Faz sentido...
De repente, ouvimos a Kyra gritar.
– ACHEI! AGORA SÓ PRECISO DESCER DESSA CADEIRAAAAHH! - depois disso, ouvimos um barulho de algo caindo no chão.
Subimos as escadas correndo e nos deparamos com a Kyra, caída, o quarto do Soluço com todas as janelas e portas de armário abertas, roupas jogadas para todos os lados e uma cadeira com rodinhas caída do lado da Kyra, eu achava que sabia o que tinha acontecido, mas decidi esperar ela falar, o que só provou que eu estava certa.
– Eu procurei o caderno em todo lugar e não achei, então resolvi subir nessa cadeira para procurar em cima do armário, eu encontrei o caderno, mas quando eu fui descer a cadeira correu e eu me estabanei aqui... Aaaaiiii... - ela resmungou.
Eu e o Soluço tivemos uma crise de risos quando terminamos de ouvir tudo, eu estava segurando minha barriga de tanto que ela doía, mas lembrei que hoje minha mãe tinha visitas.
– Gente, tenho que ir, minha mãe quer que eu conheça o filho do amigo do meu pai porque ele é um "Ótimo Partido" e etc etc etc... Então, vou indo.
Quando desci as escadas, consegui ouvir a Kyra falando para o Soluço algo como "Tá com ciúmes da sua namoradinha?". Fingi que não ouvi e fui para casa, quando cheguei, minha mãe estava conversando com o tal garoto que ela queria que eu conhecesse, mas, assim que me viu, ela me puxou para a cozinha e disse:
– Filha! Onde você estava? O Genésio estava te esperando!
– Estava na casa do vizinho, e pouco me importa se ele estava me esperando ou não...
– Tenha modos quando for falar com ele, Merida!
Voltamos para a sala e o Genésio disse:
– Olá, Merida, meu nome é Genésio, quer sair comigo hoje à tarde? - ele me lembrava aqueles bichinhos de pelúcia que você aperta a barriga e eles falam, exatamente isso...
– Hoje não dá, porque... eu marquei de mostrar uma coisa para o me amigo lá no parque! - e disse, com a mão na maçaneta da porta.
– Vamos lá! Você pode marcar com o seu amigo outro dia!
– Vá com ele, Merida! - disse minha mãe, autoritária.
– Tenho que ir, tchau! - eu disse, saindo de casa correndo, pensando em quem eu chamaria para ir comigo para qualquer lugar longe da minha casa, mas a única pessoa que eu lebrava, morava perto de mais. Soluço.
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