Chapter 5 – Mission almost impossible

[Natasha Romanoff]

Pisco os olhos algumas vezes, tentando manter-me acordada apenas alguns minutos a mais. O cansaço era perceptível em mim, à vontade de dormir chegava a ser uma tentação. Porém, eu teria que resistir, pelo menos mais um pouco.

O que estou fazendo agora? Simples. O que faço praticamente todas as noites antes de dormir... Estudando. Eu estou com a cara grudada nos livros há quase umas três horas, tempo suficiente para me fazer implorar por uma boa soneca longa e profunda.

Diferente da maioria das pessoas na minha idade, eu não costumo ir a festas com muita frequência e muito menos curtir com os amigos uma noite de bebedeiras e loucuras, até porque, eu nem tenho tantos amigos pra isso, apenas a Bobbi, a Pepper e o Peter – eu não sei se ele conta, afinal, não convivemos muito um com outro fora da escola, mas eu o considero um ótimo parceiro de laboratório nas aulas da Sra. Houston –, por causa deles é que eu não sou completamente uma nerd antissocial.

Estava tão concentrada nas equações em meu caderno que só percebi que meu celular estava tocando quando já havia duas chamadas perdidas nele. Porém na terceira, não hesitei em atender a quem me ligava, um sorriso enorme estampado em minha cara quando vi quem era.

– Oi amor. – pronuncio docemente, ansiosa para ouvir a voz de meu namorado outra vez.

– Oi minha linda, como você está? – Bucky soa um pouco nervoso demais, e rapidamente estranhei esse fato.

– Eu estou bem. Morrendo de saudade de você, mas bem. – respondo com uma expressão duvidosa em meu rosto, não entendendo porque ele parecia tão apreensivo naquele momento – Sua voz tá estranha, aconteceu alguma coisa? – indago, visivelmente curiosa.

– Não, não. – ele trata de apressar-se na resposta, e isso só serviu pra me deixar mais desconfiada – É só que, você sabe, eu estou há tanto tempo longe de você que fico desse jeito, todo preocupado e cheio de ansiedade pra te ver.

Não evito o sorriso bobo que surgiu em meus lábios, qual eu até julgaria ser apaixonado.

– Ai, que fofo. – comento como se estivesse dirigindo a palavra a uma criança, fato que o fez rir do outro lado da linha – Também estou ansiosa pra te ver. Aliás, quando é que você volta mesmo?

– Foi justamente pra isso que eu liguei. – ele revela, ao fundo de sua voz o silêncio permanecia, o que indicava que ele estava sozinho em seu quarto, pois se seu parceiro de dormitório Billy estivesse com ele, eu já teria ouvido alguma piada em relação a nós dois – Infelizmente eu não vou poder voltar, pelo menos não nessa semana.

Um suspiro frustrado exala de meus pulmões. Aquela notícia certamente me deixara um pouco triste.

Eu conheci Bucky no começo do ano passo, em uma lanchonete qualquer do Queens. Nós nos tornamos amigos depois de um tempo, e todos os fins de semana nos encontrávamos no mesmo lugar na hora do almoço. Não demorou muito pra que eu me apaixonasse por ele e vice versa, então decidimos namorar.

Um mês depois disso, Bucky recebera a notícia de que ganhara uma bolsa de estudos para a Universidade de Washington, e vendo uma grande oportunidade para meu namorado, o incentivei a aceitar. Faz quase seis meses que eu não o vejo, e embora saiba que ele esteja correndo atrás do seu sonho de se tornar um advogado, ás vezes sinto-me chateada por não tê-lo comigo e poder vê-lo somente a cada seis meses.

– Ah, que pena amor. Eu sinto tanto a sua falta. – lamento, meu tom de voz um pouco melancólico, e pude ouvi-lo suspirar do outro lado.

– Eu sei, também não vejo a hora de voltar. Mas acho que na semana que vem eu consigo escapar daqui pra visitar você, pelo menos por alguns dias. – o mesmo informa, deixando-me mais aliviada e um pouco mais feliz.

Por mais que o tempo que irá passar comigo seja pouco, o importante é que poderei vê-lo, e isso é o que eu mais quero.

– Ótimo, acho que consigo sobreviver se esperar apenas mais um pouquinho. – brinco, o fazendo rir de meu comentário meio dramático.

– Nat, Nat, dramática como sempre. – sua voz soa divertida, eu simplesmente dou de ombros, mesmo sabendo que ele não veria, e sorrio de mim mesma por isso. Repentinamente um barulho irreconhecível vindo do outro lado da linha, faz com que Bucky pronuncie apressado – Desculpe amor, mas eu preciso ir, tenho um monte de coisas pra fazer.

Assinto, suspirando logo em seguida.

– Tudo bem Bucky. Boa noite. – desejo, esboçando um sorriso nostálgico em meus lábios. Como eu queria que ele estivesse aqui agora – Te amo.

– Eu também. – sua voz soa quase que em um sussurro, fazendo-me fechar os olhos ao ouvi-la penetrar meus ouvidos.

Com isso, a ligação é terminada, algo que lamentei no segundo seguinte.

Olho para a tela do meu celular, observando a foto de meu namorado, sentindo um aperto no coração devido à saudade que sinto dele.

Mal posso esperar para vê-lo na próxima semana.

[...]

– Caramba Nat, eu não sei como vocês conseguem ficar tanto tempo assim longe um do outro. – Pepper comenta enquanto nos servimos na cantina, uma fila enorme logo atrás de nós – Eu não suporto ficar nem um dia sem ver o Tony.

Sorrio de sua confissão, enquanto Bobbi ao meu lado simplesmente revira os olhos.

– Infelizmente não tem outro jeito. – solto após um suspiro pesado, enquanto colocava em meu prato uma porção pequena de molho de carne.

– Graças a Deus eu não tenho namorado. – a loira exclama, o que faz eu e Pepper nos entreolharmos de maneira desconfiada – Um incomodo a menos pra mim.

Reviro os olhos, terminando de pegar tudo que comeria no intervalo, logo começando a dar meus passos em direção a uma mesa vazia no refeitório, acompanhada de minhas duas amigas.

– Sabe o que eu acho Nat? – nego com a cabeça, colocando a bandeja sobre a mesa e sentando em frente à Pepper, esperando que a mesma prosseguisse com sua fala – Que devíamos arrumar logo um namorado pra Bobbi.

A loira, que estava sentada ao meu lado, engasgou-se com a própria comida de repente, começando a tossir um tanto frenética, fazendo-me rir enquanto a observava.

– Você enlouqueceu Potts? – Bárbara indaga após se recompor, com certa indignação presente no tom de sua voz – E eu lá quero um namorado?!

– A questão não é querer querida, e sim o fato de que você precisa arrumar um namorado com urgência. – a garota responde, e parecia decidida a achar um par para minha amiga loira, afinal, ela era a única de nós que estava definitivamente sozinha. Esboço um sorriso torto, aquilo poderia ser interessante – Eu tava pensando no Clint, o que acha Nat?

Franzo a testa, um pouco confusa com sua escolha.

– Clint Barton, o irmão postiço do Rogers?! – pergunto, quase que afirmando, sentindo um gosto amargo em minha boca ao pronunciar o sobrenome do garoto que eu mais odeio.

Potts assente em confirmação.

– Nem pensar! Esse cara é um idiota. Aposto que já passou a mão em todas as líderes de torcida daqui. – Bobbi se impõem parecendo incomodada com a possibilidade, e isso me fez sorrir maliciosa.

– Apesar de ser amigo do Rogers, ele me parece uma pessoa legal. – dou minha opinião, tentando dar uma forcinha a Pepper, e Bobbi parece ter percebido minha intenção, pois seu olhar mortal virou-se contra mim.

– Ele também defendeu vocês duas diante dos insultos do Steve outro dia. – a namorada do Stark revela, e embora tenha tentado me focar na parte que Clint nos defendera, o fato de saber que Rogers me insultava pelas minhas costas também me deixara irritada, mas me controlei.

– E daí? Isso não significa nada. – a loira retruca indiferente, e logo percebi que não seria fácil convencê-la – Pra mim ele continua sendo um idiota metido a playboy.

Respiro fundo.

– Mas acho melhor se conformar com a personalidade do garoto, pois graças a Sra. Hastings, vamos ter que passar um bom tempo com ele e aquela peste loira. – lembro lamentavelmente, fazendo Bárbara suspirar em tremenda frustração.

A única de nós duas que parecia gostar daquela ideia era Pepper, que não desmanchava seu sorriso de “criança abrindo os presentes de natal” dos lábios.

Bufo. Embora tenha dito para Bobbi conformar-se com o fato, eu mesma ainda não me conformava, e honestamente, não tenho certeza de que isso chegará a acontecer. Fazer uma encenação de uma peça romântica com Steve Rogers é a última coisa que eu desejaria, mas o fato de que minha melhor amiga e o irmão postiço dele tenham entrado nessa também, me alivia um pouco. Afinal, se eu me ocupar em juntar Bobbi e Clint, quem sabe eu possa suportar a presença de Rogers durante as três semanas de preparação do trabalho.

Sorrio involuntariamente com minha brilhante ideia, percebendo que Pepper me observava como se estivesse lendo meus pensamentos. Uma troca intensiva de olhares e sorrisos cúmplices, qual Bárbara nem percebeu por estar ocupada de mais devorando seu lanche.

Era oficial. Acabara de dar a mim mesma uma missão quase impossível. Eu estava decidida a fazer acontecer a união de um novo casal... Clintobbi.