Dez Desejos escrita por Gii


Capítulo 58
Deve-se abalar com a morte do inimigo?




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Capitulo 59 — Deve-se abalar com a morte do inimigo?

Jacob.

Dizem que quando uma coisa realmente muito ruim acontece — ou uma coisa realmente muito boa — e você está vendo ela acontecer naquele instante, tudo fica em câmera lenta e partes de sua vida passa em flashes na sua cabeça.

Dizem que você lembra-se de coisas que fazia anos que lembrava e aprecia cada pedacinho da sua vida. Como de fosse uma despedida.

Ao menos tinha o gosto amargo de despedida.

E para falar a verdade, eu nunca acreditei muito nessas coisas... Não até aquele momento. Até o momento em que tudo que eu consegui enxergar depois do disparo eram os olhos vermelhos de Renesmee.

[...]

“Eu não tenho certeza se isso vai dar certo, Jacob” Murmurou Quil pela decima oitava vez desde que saímos da reserva. Ele vinha andando com Claire pendurada em suas costas “E se der algo de errado? E se elas não se gostarem?”

“E porque elas não iriam se gostar?” perguntei assim que paramos em frente á mansão branca.

Quil a colocou no chão e acariciou os seus cabelos antes de se virar para mim e responder:

“Temos que ver os riscos, Jake. Renesmee é bem mais forte que a Claire”

“Quil, não é como se elas fossem saiu no tapa!” Eu falei revirando os olhos.

Quil abriu a boca para me responder, mas foi interrompido pela voz infantil de Renesmee.

“Oi... Quem é você?” perguntou Nessie, parada em frente á Claire, que parecia paralisada ao ver a meia-vampira.

“Uh, Nessie, essa é a Claire” Disse Quil meio receoso ainda “Claire, fala oi para Renesmee”

Mas a única coisa que a garotinha fez foi espalmar as suas mãozinhas gorduchas no próprio rosto e dizer com uma voz extremamente infantil:

“Você é tãããããão linda! Parece uma das minhas bonecas!”

Renesmee sorriu satisfeita pelo elogio, arrumando sua postura e sorrindo de volta para Claire.

“Eu sei”

[...]

“Eu quero ir para escola! É isso que crianças normais fazem na minha idade! Afinal, estamos ou não tentando agir como pessoas normais?” Berrou estridentemente Renesmee para Edward, que parecia inabalável em sua decisão.

“Filha, não é como se você fosse totalmente normal... Tem alguns riscos que...”

“Não, não e não!” Renesmee bateu os pés no chão “Eu quero ir para escola!”

“Essa vai ser uma longa noite...” Comentou baixo Emmet comigo “Tenho pena de você cara”

Eu apenas balancei a cabeça, ignorando o que ele queria dizer com isso.

[...]

“Ganhei de novo, Seth!” Riu Ness, subindo em cima da pedra mais alta enquanto eu e Seth chegávamos logo em seguida.

“Não vale! Você roubou”

“Não roubei nada! Apenas fui mais inteligente que vocês e usei táticas menos recomendadas para conseguir o meu objetivo.”

Eu e Seth rimos revirando os olhos para a sua pose de garota sabe-tudo, com as duas mãos sobre a pequena cintura de criança.

“Em outras palavras, você roubou” Eu disse e eu e Seth gargalhamos quando ela me olhou feio por um segundo e depois concordou com o que eu disse.

[...]

“ Jacob.” Edward me olhou um tanto incerto “Meus sentimentos por você são como dois lados de uma moeda. Por mais que eu não goste que você tenha tido o imprinting com a minha filha, eu não poderia imaginar alguém que pudesse ser bom o suficiente para Renesmee. Eu simplesmente não posso imaginar termos que nos explicar a um ser humano se Renesmee se apaixonar por um deles e logo eles terminarem.”

Eu o olhei fixamente por um segundo antes de exalar, aliviado pela resposta positiva para a minha pergunta. Toda a preocupação que vinha se acumulando sobre mim se dissipou com aquela resposta.

“Ok! Posso lidar com isso” Eu sorri, satisfeito.

[...]

Renesmee riu sombriamente á minha frente antes de me olhar outra vez “Você não me ama, Jacob. Você a ama!” Ela apontou o indicador para Bella, me fulminando com o olhar.

Todos da sala se engasgaram de surpresa ás suas palavras. Minha mente parecia um turbilhão de pensamentos confusos e incoerentes

“Eu não sou idiota, Jacob. Você me ama só porque meus olhos são idênticos ao da minha mãe, porque tudo o que saiu de seu tempo humano está em mim! Não, você não me ama e eu não quero te amar” Ela disse com acidez em seu tom.

“Nessie, por favor...” Eu tremia.

“Pare com isso! Eu não quero mais ouvilo. Eu te odeio!” E então ela olhou para todos os vampiros ao redor da sala, parando por final especificamente em Bella “Eu odeio todos vocês!” Ela correu para cima, obviamente, para seu quarto e fechou a porta ruidosamente.

[...]

“Me-Me desculpe, Jacob. Eu... Eu te amo. Eu quero mesmo ficar com você... Eu apenas estava de cabeça quente e... E eu não sei o que deu em mim!” Ela disse entre as lágrimas e meu coração se espremeu contra meu peito ao ouvir aquelas palavras saindo de sua boca.

“Você me ama?” perguntei ainda surpreso.

“Com todo o meu coração” Ela disse antes de jogar seus braços ao redor do meu pescoço e se pendurar ali, enquanto nós selavamos nossos lábios.

[...]

“Que foi? O que está olhando? Meu rosto está sujo?” Ela perguntou confusa, passando a mão no rosto como se para limpar alguma sujeira.

“Não, não está sujo” eu respondi sorrindo.

“Então qual o problema?”

Eu sorri apreciando a sua expressão confusa no rosto e soltando um suspiro pesado, ainda observando como ela era linda.

“Nada de mais”

[...]

Meu corpo tremeu inteiro de raiva e eu me segurei para não acabar me transformando um lobo ali mesmo.

Renesmee continuou sem fazer nada a respeito daquela mão boba do garoto em sua bunda, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo de se fazer. Como se todos os seus amigos a tratassem daquele jeito.

“Então você deixa ele passar a mão em você desse jeito? É assim que é suas amizades?” Eu urrei entre dentes, com os dentes trincados a fuzilando com o olhar, mas ela nem ao menos se abalou, nem mesmo quando viu que eu tremia como um celular no vibracall.

“Você conhece esse cara, Nê?” perguntou o cara ao seu lado e eu rosnei para ele. Ele me olhou assustado, recuando levemente.

Renesmee me fuzilou, claramente dizendo que me queria longe dali e da sua escola.

“Não. Não faço ideia de quem seja. Vamos embora daqui, Math” Ela finalizou um olhar rude antes de virar arrastando o garoto com ela para dentro da escola.

[...]

“Ele é só meu amigo, Black!” Ela gritou e eu esfreguei o rosto com as duas mãos, cansado daquilo “Me desculpa, mas eu não podia simplesmente aceitar na boa você me fazendo pagar mico na frente dele!”

“Ah, agora eu faço você pagar mico? Bom saber!”

“Qual é, Jake... Já faz quase três semanas que aquilo aconteceu e você ainda está me enchendo o saco... esquece isso. Eu te amo e é isso que importa”

Ela me deu um beijo e apesar de todas as frustrações e como sua desculpa parecia ridícula, eu me deixei levar.

[...]

Senti Renesmee ficar rígida em meus braços assim que viu a minha Beta aparecendo em nosso campo de visão. Revirei os olhos para aquele ciúme bobo.

“Hey Jake” Cumprimentou Leah com um sorriso largo, ajeitando a camiseta que estava erguida até a barriga.

“Não tem somente o Jacob aqui, se não percebeu, cachorra” rosnou Renesmee.

“Olá para você também monstrinha.” O rosto ficando amargo “Como anda os seu irmão Frankenstein? Ouvi dizer que ele conseguiu uma noiva.”

“Ah, você vai ver quem é irmã do Frankenstein...”

“Parem vocês duas! Então Leah? Qual o problema?”

“Sam está chamando para uma reunião” Ela falou entredentes ainda encarando Ness.

“Tudo bem, eu já estou indo, agora parem de rosnar uma para a outra”

[...]

Renesmee sorriu um sorriso trinta e dois dentes, piscando pesadamente, visivelmente sonolenta.

Seu corpo nú ainda grudado ao meu me fazia sentir arrepios constantes e o toque com a sua pele era no mínimo delirante.

“Eu te amo, Jake...” Ela sussurrou já semiconsciente, dando um leve beijo em meu pescoço antes de desabar em sonhos e eu fiquei apenas ali, levando a minha pequena Nessie.

[...]

Um rastro do que seria um sorriso apareceu em sua face e meu coração parecia estar em meus ouvidos quando o barulho do tiro foi minguando.

A bala atravessara exatamente onde deveria ser o seu coração e apesar de agora Renesmee ter caído no chão ao meu lado, continuava a segurar a arma com força, apontando para ela mesma.

Minha mente estava paralisada demais para conseguir processar o que havia acontecido ou para poder se quer tentar ajuda-la de alguma maneira.

Ela mesma virou a arma e atirou. Ela mesma apertou o gatilho, fazendo questão de acertar de uma só vez o próprio coração. Ela atirou nela mesma!

— O quê... — Seth ficou de joelhos ao lado dela, trocando o olhar de mim para ela até ele parar na arma que ainda estava na mão dela.

Eu me virei para olhar o seu rosto pálido e assustado. Seus olhos estavam em mim e brilhavam com lágrimas.

— Desculpe... — Ela sussurrou agonizantemente antes de fechar os olhos com força.

Eu e Seth pulamos de nossos lugares quando a arma disparou novamente, fazendo alguns pássaros voarem. Eu desviei o rosto para não ver aquilo. Eu não conseguia ver aquilo...

Eu podia não ama-la mais como antes, mas ainda sim, ela era Renesmee, a garotinha que eu vira crescer e sempre teria um lugar dela no meu coração, exatamente como há um lugar ainda somente de Bella.

— Ja-cob — disse num ultimo sussurro afogado que continha seu choro dolorido antes do silencio eterno a engolir.

Não consigo ficar perto do seu corpo e muito menos olhar naquela direção. Seu sangue escorrendo pelas roupas e pingando no cais.

Seth se levantou de onde quer que estivesse e pegou Renesmee do colo. O silencio terrível que havia se instalado após o diparo me deixou perturbado. Gostaria de ouvir Seth tagarelando coisas banais como antigamente fazia, apenas para preencher aquele silencio e esquecer que a morte dela estava agora em minhas mãos para sempre.

Lembrando que os olhos chocolates, que amara até mesmo antes dela aparecer, nunca mais seriam vistos.

E apesar de saber que não era hora para pensar naquilo — não quando ainda o corpo dela estava quente e sendo carregado para dentro da lancha para ser deixado ao lado do dos outros dois corpos mortos — eu não conseguia evitar em pensar em qual seria a reação dos Cullen.

Qual seria a reação de Bella e Edward.

Seth e eu ainda estávamos estáticos demais quando finalmente cobrimos os três corpos com uma pequena lona que achamos por ali. A garota morena que esteva desmaiada até agora no cais parecia estar recobrando aos poucos a consciência, já que começava dar suspiros mais profundos e se mexer um pouco.

Deixei que Seth a pegasse do chão em meu lugar, me sentindo ainda impacaz de fazer qualquer coisa.

Quando ouço o som de passadas vacilantes vindo com rapidez, eu já sei quem é. Jon chega cambaleante e com o rosto vermelho, respirando com dificuldade.

Ele me olhou parecendo desesperado.

— Finalmente encontrei vocês! — ele ofegou parecendo aliviado, mas ainda com um ar desesperado. — Precisamos sair daqui urgente e... Por que tem sangue no chão e... O que ela está fazendo aqui?

Jon interrompeu a frase no meio, apontando o indicador para a garota desmaiada nos braços de Seth.

— Você a conhece? — pergunta Seth franzindo a testa, curioso.

— Por que temos que sair daqui urgente? — pergunto agora preocupado.

Mas nós não precisamos da resposta de Jonathan. Não quando se podia ouvir as sirenes gritando ali perto e eu sabia que estávamos encrencados se continuássemos ali.

Seth se apressou a carregar a garota desmaiada para dentro do barco enquanto eu tentava pensar como iriamos sair de barco se nem ao menos pilotar aquele negocio eu sabia.

Jon viu meu desespero e assim, assumiu o comando, desatando algumas cordas do píer e pulando para dentro da lancha.

— Como eles descobriram sobre nós? — perguntei para Jon, seguindo o garoto por todo lugar que ele corria e pulava, preparando as coisas para ligar o motor.

— Pegaram Nahuel não muito distante daqui e de algum modo ligaram ele ao cara correndo no meio do calçadão que nem um retardado — ele disse ao parar em frente ao local cheio de botões e controles, apontando para ele mesmo para indicar que o retardado era ele.

— Então estamos mesmo sendo perseguidos pela policia? — perguntei ainda não acreditando naquilo e ele confirmou com um aceno entusiasmado demais para alguém que estava sendo perseguido pela policia.

— Era tudo que precisávamos — eu revirei os olhos bufando.

Jon de alguma maneira, que me pareceu complicada demais do que só girar uma chave como se faria em um carro, ligou a lancha no mesmo instante em que eu ouvia portas de carros batendo, o som de pés correndo contra o chão de madeira e as sirenes mais altas.

Nós estávamos á uns 100 metros do píer quando quatro policiais apareceram com armas na mão, disparando contra o barco.

Depois de mais alguns metros os policiais pararam de atirar e eu contei à Jon como eu me lembrava mais ou menos que Edward fizera o caminho para a ilha.

— Você tem certeza que isso está certo? — Ele perguntou franzindo a testa.

— Cara, eu posso não saber ligar uma lancha ou dirigi-la, mas boa memória eu ao menos tenho.

Ficamos algum tempo sozinhos e em silencio ali, apenas olhando para frente e sentindo a lancha sacolejar sobre os nossos pés, até que Seth entra na cabine atrás de nós, ainda carregando a garota desmaiada.

— Não soltou a garota ainda? — perguntei estranhando o seu ato.

— E deixa-la junto de todos aqueles corpos? — ele disse como se fosse óbvio — Se fosse eu desmaiado, tenho certeza que não iria querer acordar ao lado de gente morta.

Eu evitei pensar nos corpos, trocando o peso dos meus pés. Não queria pensar que pessoas haviam morrido nessa missão de resgate absurda em que havíamos nos enfiado. Não queria pensar que fora Renesmee que os matara e que muito menos que ela se matara. Aquelas seriam consequências que eu teria que lidar depois e que se eu sequer cogitasse a hipótese de pensar sobre aquilo agora, eu ficaria louco.

Seth pareceu perceber meu desconforto e tratou logo mudar de assunto. E devo dizer que a mudança foi bem vinda já que era um assunto que até mesmo eu queria falar.

— Então Jon, você disse que conhecia essa garota...?

Jon puxou uma alavanca ao máximo antes de soltar os controles e olhando para a garota nos braços de Seth.

— Deus, é verdade!! — disse ele antes de tocar cuidadoso o cabelo da garota, como se para ver se ela era real. — O que Jasmine está fazendo aqui? Eu e Anna a conhecemos.

— Você e Anna? Então quer dizer que ela é...

— Sim, Jasmine é a colega de quarto da Anna na nossa dimensão. — ele respondeu enquanto Seth a colocava com cuidado sobre um banco estofado azul no canto da cabine.

— O que ela faz aqui? — Seth perguntou.

— Não tenho a mínima ideia... Somente eu e Anna fomos á casa da Tia Lesley antes de virmos parar nessa dimensão... Não teria como Jasmine vir atrás de nós ou algo parecido...

— E se ela os seguiu escondido ou alguma coisa parecida? — perguntei

— Não tem nem como, teríamos percebido se nos seguisse. A não ser que...

— A não ser...?

— Eu não sei... Talvez Howtheir poderia ter mandado ela até aqui para nos ajudar, afinal não foi ela que atrasou Renesmee tempo suficiente para chegarmos? — Jon sentou ao lado de onde Jasmine estava deitada.

— Mas se ele já tivesse planejado isso, não estaria naquelas frases premonitórias que ele nos deu antes de começar toda essa algazarra atrás de Anna?

— Eu não me lembro de nenhuma garota atrasando Renesmee ou algo parecido naquelas frases — comentou Seth.

O silencio se instalou, apenas quebrado pelo ronco constante do motor e um bater frequente da lancha nas ondas. Depois de algum tempo eu apenas me limito a respirar fundo e olhar para a garota ainda desmaiada.

— Bem, acho que nossa única escolha é esperar ela acordar. — Eu digo me levantando — Temos ainda três horas de viagem pela frente, ainda quero ver se tem alguma coisa para comer por aqui.

Seth se levanta se esticando como um gato, parecendo cansado e ouvindo seus ossos estralarem em protesto. Ele parece tenso até naquele simples movimento.

Sei que ele tenta parecer relaxado enquanto nos aproximamos até Anna, mas aquela mascara de calma eu conhecia bem e eu sabia que por baixo daquilo tudo, havia um homem nem um pouquinho calmo. Ele murmurou alguma coisa sobre dormir enquanto nós dois descíamos da cabine, deixando Jon e Jasmine sozinhos.

Os lobos podiam até mesmo ter o dom de dormir de pé se quisessem, mas Seth estava ansioso demais até mesmo para conseguir se deixar levar para um mundo com menos preocupações.

Eu fui em direção à cozinha do barco e vi quando ele se sentou em um lugar de costas para cabine, de frente para a agua, em um ponto que espirrava um pouco de agua. Eu entendi que o que ele precisava era de um tempo sozinho, apenas para pensar e que dormir era apenas uma desculpa.

Jon

O fato de eu saber pilotar um barco não melhorava em nada ao fato de eu ser ruim de estomago. Eu estava me segurando muito até agora, mas eu já sentia meu estomago protestando contra o sacolejo continuo do barco.

Três horas sem parar um segundo. Eu queria colocar minhas tripas para fora.

Jasmine já se mexia inquieta no banco em que Seth a deixara, parecendo ter o mesmo problema no estomago que eu. Não fiquei surpreso ao perceber que nem Seth, nem Jacob tinha esse problema, mas mesmo assim, era um tanto humilhante saber que até mesmo nisso os lobos eram melhores do que nós, meros humanos.

Eu olhava fixamente para horizonte, segurando a alavanca para que o barco continuasse a se movimentar, e tentando achar um ponto fixo para não acabar vomitando meu Big Mac em cima dos controles.

No horizonte, o azul celeste do céu se encontrava com o azul marinho acalmava o meu estomago ao mesmo tempo que o barco balançando ao redor daquela imagem linda o atiçava cada vez mais.

A minha coxa latejando também ajudava a manter a sanidade do meu estomago, apesar de tudo. Era como se dor que vinha de Anna tirasse o tanto essencial da atenção do estomago, o suficiente para não me fazer vomitar de uma vez, ao mesmo tempo que não era o suficiente para me fazer gritar de dor.

Anna parecia estar controlando sua dor, ora mais fraca, ora mais forte. Ela parecia não querer me atingir... Será que ela sabia que Seth não era mais seu imprinting e que não sentia mais aquilo? Será que ela tinha noção de Jasmine por aqui?

Me perguntei o motivo daquela dor tão forte na coxa. Será que ela se machucara ou foi culpa de Renesmee?

Eu me perdi em pensamentos, ainda me concentrando no horizonte para não vomitar e não pensar muito na dor em minha coxa esquerda, quando algo entre o mar e a céu me chamou a atenção. Um pontinho entre o intenso azul, como se fosse por culpa daquele pontinho, o mar separava do céu.

E para minha surpresa — ou nem tanto — depois de alguns minutos o pequeno pontinho começou a crescer e formar uma ilha.

Eu prendi a alavanca para que continuasse em linha reta antes de ir com agilidade até a porta chamando Seth e Jacob aos gritos para subirem ali. Voltei rapidamente até a alavanca, empurrando até o máximo que conseguia para ir o mais rápido que conseguia.

Seth e Jacob entraram correndo pela porta, perguntando como loucos o que estava acontecendo e eu simplesmente apontei para o horizonte.

Agora, não muito longe dali, em pleno sol das 9 horas da manhã, eu podia ver perfeitamente a ilha crescendo em nossa frente. Linda e fascinante. Verdes de diferentes tons e um azul cristalino cada vez menos intenso a cada metro mais perto da praia.

Eu senti uma tontura momentânea que sabia que não era minha quando faltava apenas algumas poucas distancias e Jacob teve que me segurara para eu não cair. A dor veio com intensidade máxima em minha coxa e eu por um segundo coloquei a mão em cima, como se eu pudesse sentir o machucado ali, como sendo o meu próprio.

A dor na perna foi tão forte que eu nem ao menos conseguia apoiar minha perna mais no chão.

Eu segurei no painel, ainda segurando a alavanca, mas começando a diminuir a velocidade conforme chegávamos mais perto da ilha.

Eu dei um grunhido de dor conforme já preparava parar ao lado de um pequeno píer que tinha tamanho suficiente apenas para aquela lancha.

Assim que chegamos mais perto eu percebi que não iriamos parar por muito tempo.

Vi Seth e Jacob correrem para fora da cabine com rapidez a cada metro mais perto do píer. Ali estava o que buscávamos todas aquelas semanas, paradas na ponta de píer, parecendo ansiosa para nossa chegada.

E eu estaria muito feliz de ver Leah e Anna juntas á nossa espera, se Leah não tivesse com o rosto fechado de preocupação e com Anna desmaiada em seus braços.


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