Dez Desejos escrita por Gii


Capítulo 47
Bandidas do faroeste mexicano? Sério?


Notas iniciais do capítulo

EEEEEI, mais um capitulo!!! Hoje eu tenho prova novamente, por isso não poderei responder os reviews ainda, mas amanhã eu já dou um jeitinho, ok?
Boa leitura!



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Capitulo 48 — Bandidas do faroeste mexicano? Sério?

Jacob

O sol já tinha se ido á muito tempo. Os grilos cantavam sua sinfonia exuberante e o vendo dançava na grama alta. Uma noite perfeita, digna de ser guardada na memória... Mas não pela beleza daquela noite arejada, mas pela preocupação.

No segundo em que Quil colocou Claire na cama nós fomos expulsos do quarto e a porta foi trancada. Quil batia na porta de cinco em cinco minutos desde então.

Ele pegou uma cadeira rosa com a forma de um flamingo que encontramos quando chegamos á cozinha — Se é que aquilo podia ser chamado de cozinha — e colocou ao lado da porta do quarto onde a Cigana Maluca e a Clairezinha estavam.

Tentei conversar com ele, tentar tirar um pouco sua tensão com alguma piada ou assunto interessante, mas o garoto parece um zumbi. Papo zero com ele.

Em compensação Jonathan não calou a boca um segundo, mexendo em tudo o que ele conseguia tocar. Ficou falando de como aquela mulher estava diferente, em como nunca a imaginara vestida daquele jeito, a não ser talvez para ir á uma festa fantasia e em como aquela casa era legal.

A casa em seu total não era tão pequena quanto eu imaginava. Tinha escadas para o subsolo e lá tinha um labirinto de quartos e salas. Nem vou comentar que em todos os lugares tem o cheirinho especial da ervinha da Lesley... Especialmente em uma estufa que encontramos enquanto dávamos uma voltinha. Se a policia aparecesse ali teria um GRANDE trabalho a fazer.

Uma coisa que eu descobri com essa visita á Tia Lesley é que a maconha não faz tanto efeito em lobos. Nosso organismo é mais forte do que os dos humanos e acaba nem fazendo efeito aquela fumacinha mal cheirosa.

Viu? Ser lobo é uma droga! Nem virar drogado eu posso! Não que eu queira virar, nem nada...

Talvez a fumaça da maconha tenha afetado a cabeça de Jonathan, porque ele parecia um garotinho em um parque de diversão, falando, gritando, pulando... Mas graças aos céus ele parou quando encontrou um quarto onde era lotado de espuma de travesseiro — aquelas que usam para colocar dentro de almofada, colchão, etc. — e começou a pular que nem um idiota lá dentro, de um lado para o outro, se jogando em cima da espuma fofinha.

Torci para que ele batesse a cabeça na parede e desmaiasse, mas não aconteceu. O lado bom é que logo se cansou e agora ele estava perdido no meio das espumas lendo o livro que ele trouxe, em completo silencio.

Espero que ele não saia de lá tão cedo.

O caso é que eu não conseguia ficar parado. Eu já estava preocupado com Claire e ainda por cima Seth e os passageiros restantes não apareceram ainda. Eles já deviam ter aparecido, sendo tão tarde como era! Será que havia acontecido alguma coisa?

Eu voltei para a sala que dava para o quarto de Claire e me joguei no sofá laranja fluorescente. A poeira subiu do sofá e eu espirrei umas duas vezes antes de voltar a me encostar nele.

Quando eu comecei a dormir eu não tenho certeza, mas quando eu acordei o céu já estava clareando.

— Ainda bem que acordou! Pensei que as paredes não iriam aguentar muito mais tempo — reclamou uma mulher que estava deitada no chão embrulhada em um cobertor roxo — Finalmente... Silencio.

Foi somente então que eu reparei no chão ao redor do sofá. Pessoas deitadas para todos os lados da casa, embrulhada em cobertores e tomando um tipo de sopa verde que apesar da cara desastrosa, mas eles pareciam gostar.

Reparei que do lado de fora da janela o verde tinha sumido e estava tudo branco.Montanhas e mais montanhas de neve espalhadas pelo vasto campo verde.

Havia nevado e eu nem ao menos percebera. Como foi que ocorreu uma mudança tão brusca de temperatura? Quando fui dormir ainda estava fresco...

— Hey, Jake. — Chamou Seth aparecendo na porta da sala

— Seth! — Exclamei aliviado.

Eu tinha que admitir que senti alivio ao ver Seth, ele era como o meu irmão mais novo chato e mesmo aquelas poucas horas sem ele do meu lado, fiquei preocupado.

Mas afinal, quem não ficaria? Já tinha se passado horas e eles não chegavam nunca...

— Quando foi que...

— Eles chegaram assim que você dormiu — Quil me cortou — Achei melhor não te acordar, você precisava de um descanso. Quanto tempo mesmo você ficou acordado?

— Acho que... dois dias? — Eu disse esfregando a cabeça ao senti-la latejar de tanto dormir — Mas o que aconteceu enquanto eu dormia?

Vi Quil hesitar respirando fundo e olhando para os pés.

— A velha tinha razão. — Murmurou a contra gosto Quil.

Eu comecei a abrir a boca para perguntar do que ele estava falando, mas fui interrompido.

— Acho melhor falarmos disso em outro lugar — Disse Seth olhando sutilmente para as pessoas que assistiam aquilo com interesse.

Ele começou a pular algumas pessoas e indo em direção da porta da frente. Eu me levantei com agilidade e segui Seth junto de Quil. Paramos na pequena varanda de madeira velha, olhando para toda aquela neve.

Quil fechou a porta atrás dele, nos deixando sozinho.

— Que velha você está falando, Quil?

— A Tia Lesley — Sorriu Seth achando graça — Ela e Quil não se deram muito bem e agora Quil insiste em chama-la de velha, o que eu acho estranho já que nem ruga a mulher tem.

— Agora deu para defender ela? — Perguntou Quil irritado

— Ah, ela está ajudando Claire, é o mínimo que posso fazer — Sorriu Seth genuinamente. — E você também devia ficar agradecido.

Quil bufou irritado.

Eu me acomodei melhor no meu lugar encostado na parede da casa. Aquela seria uma longa conversa.

— E como ela está? — Eu perguntei tentando não perder o foco da conversa.

— Do mesmo jeito, com aquelas mesmas roupas ridículas de sempre e me chamando de Cuile! — Resmungou Quil — Sério, o meu nome é tão fácil e simples! Como ela conseg..

— Não ela! A Claire, sua anta! — eu o cortei revirando os olhos quando vi que ele se referia á Lesley. Quil ficou vermelho.

— Claire está bem melhor. — Respondeu Seth em seu lugar — Ela já acordou algumas vezes e tomou aquela sopa sagrada da tia Lesley, mas logo voltou a dormir. Lesley acha que ela talvez tenha que descansar um bocado ainda antes de poder voltar a andar.

Eu fiquei aliviado. Claire estava bem. Salva.

— É... A velha estava certa ao final. — murmurou Quil à contra gosto — Se tivéssemos tentado levar Claire no hospital teríamos pegado a nevasca...

Eu prendi o ar no pulmão por alguns segundo e o soltei fortemente com aquilo. Aquela mulher estranhamente sabia o que iria acontecer.

— Ela está certa em tudo, você quer dizer. — continuou Seth como se lesse meus pensamentos — Sobre a neve, sobre a sopa, sobre Claire...

— Ta, ta! Ela é a rainha da verdade! Iupii!

— Ah, qual é Mal Humorado! Ela é legal! Talvez um pouco piradinha e... Bem viciada em maconha, mas é uma boa pessoa! — defendeu Seth e eu não pude evitar sorrir quando ele sorriu.

Seth tinha aquele dom nas pessoas. Aquela alegria que emanava de seus poros quando estava feliz. Impossível não ser contagiado com toda aquela felicidade que ele distribuía.

— Agora é sério, vocês tem alguma teoria para... O que ela faz? — perguntei seriamente, desmanchando o meu sorriso.

— A minha é que ela é algo parecido com Alice, mas mais... Certa. Ela parece tentar controlar o futuro que ela vê — Seth foi o primeiro a falar. — Do tipo, ela vê todos os futuros exatamente como Alice, mas tenta manter aquele que acha que é o melhor, tentado de tudo o que está no seu alcance.

— A teoria dele é muito melhor que a minha. — Riu Quil brevemente — Eu estava pensando mais para louca com problemas psicológicos e mentais sérios. Talvez uma crise de meia idade adiantada ou algo assim.

Seth mandou um olhar cortante para ele.

— Eu pensei algo parecido com o Seth — murmurei ignorando a briguinha boba deles — Algo como uma cigana ou algo assim.

— Vidente. — Jon disse abrindo a porta e nos assustando — Ela é uma vidente.

— Daonde você saiu? — Exclamou Seth dando um pulo de susto e colocando a mão no peito.

— Sério, desde quando ele ficou tão silencioso? — Perguntou Quil de olhos arregalados — Acho que ele está andando demais com a gente, viu?

Jonathan ignorou a conversinha paralela e continuou a falar.

— Ela mesmo me disse que tinha o dom do Olhar. — Jon veio até perto de mim e encostou do meu lado na parede — Estava conversando com ela até agora.

Quil bufou e resmungou algo como “confraternizando com o inimigo” que eu o ignorei por completo.

— O que vocês conversaram?

— Nada de muito importante no total — Ele deu de ombros com indiferença — mas ela mencionou no final, quando eu perguntei como ela sabia que estava vindo mais uma nevasca e ela me disse que a família dela descendia de Magas Nômades do nordeste do México, famosas por roubar bancos sem ameaçar a vida de ninguém e nunca serem pegas por nenhum xerife, já que possuía o dom do Olhar.

Silencio.

— Magas nômades vindas do nordeste do México que eram assaltantes e nunca eram pegas porque previam o futuro? — perguntou Quil com aquele tom incrédulo. — Ta e essa velha ainda quer me falar que a “erva” que ela usa é para fins medicinais e ela nunca “usou” para outra coisa! Rá, ela pensa que nós caímos nessa?

— Eu acredito nela. — Disse Seth simplesmente.

— Oque!!?

— Eu também — Diz Jon

Quil olhava para eles como se eles agora tivessem virado alienígenas.

— Ah, qual é Quil! Por que toda essa implicância com a tia da Anna? — perguntou Jon revirando os olhos — Isso é tão infantil.

— É irmão, você está exagerando um pouco... — Eu disse — E também, por que ela não pode ser? Nós não somos lobos afinal? Por que ela não pode ser uma vidente descendida de bandidas do faroeste mexicano?

— Cara, pensei que Anna era descendente de Italiano, não de mexicano — comentou Seth para Jon que franziu a testa concordando.

— Vocês vão mesmo confiar nessa louca? — Quil perguntou ressentido.

Nós três olhamos um para o outro antes de responder juntos.

— Sim! — e Quil nos olhou indignado.

— Isso... Isso é um complô! Traição!

— Quil, para com essa criancice!

— Criancice uma ova! Vocês ainda irão ver o quanto essa velha é maluca e não digna de confiança! — Ele falou com ressentimento na voz e saiu pisando duro, entrando novamente dentro da casa, batendo a porta em seu caminho.

Eu respirei fundo.

— O que deu nele? — Perguntou Seth, tão confuso quanto eu.

— Ele deve estar com ciúmes. — disse Jon — E raiva.

Seth olhou antônimo para Jonathan e eu fiquei confuso.

— Hã? Como assim?

— Acontece muggle¹, é que Lesley não deixou Quil entrar nenhuma vez no quarto desde que nós chegamos. — Disse Jonathan sarcástico — E é obvio que ele está com ciúmes, tanto de Lesley quanto de Seth já foi ele que foi levar a sopa quente para Claire quando ela acordou.

[Muggle¹: Trouxa em inglês. Palavra usada no livro Harry Potter para descrever os que não tem poderes mágicos.]

Eu franzi a testa não entendendo nada.

— Mas por que ela não o deixou entrar? — perguntei

— Alguma coisa relacionada á xacras, pensamentos pessimistas e que Claire poderia ficar exaltada com sua presença. — responde Seth com indiferença e eu concordo com a cabeça.

— Faz sentido.

— Mas, mudando de assunto... E agora Jake? Qual é nosso próximo passo? — Perguntou Seth com os olhos brilhando de expectativa.

— O que nós viemos fazendo até agora. Arranjar um meio de transporte o mais rápido possível e ir direto para o Brasil. — digo simplesmente encolhendo os ombros.

— Mas Jake... E Claire? — perguntou Jonathan — Pelo que Tia Lesley disse, ela não poderá sair da cama pelo menos por alguns dias!

— E também que os meio de transportes estão bem difíceis. — Disse Seth, coçando a cabeça — Há previsão de mais nevasca para os próximos dois dias e os helicópteros não ousam sair do aeroporto. Por que você acha que todos os passageiros ainda estão aí?

Eu respirei fundo passando a mão nos cabelos. Aquilo era um problema.

— Então estamos isolados do mundo por dois dias?

— Basicamente...— disse Jon pensativo — mas tem TV a cabo pegando, então podemos ver as noticias do mundo ainda.

Eu e Seth o olhamos de soslaio.

— Ta, eu entendi o que você quis dizer!

Eu respirei fundo pensando. Dois dias era muita coisa. Muita coisa podia acontecer e nenhum das perspectivas que eu via era boa coisa. Eu estava impressionado que nada de tão ruim tinha acontecido comigo, ainda mais com Renesmee no controle da Flor Magica dos Desejos.

Dois dias completos sem poder se deslocar seria jogar com a sorte e a boa vontade de Renesmee... E eu não queria brincar com coisas que não tínhamos.

— Mas... Não tem nem ao menos algum jeito de irmos andando? — pergunto coçando a cabeça — Podíamos nos transformar em lobos ir correndo!

Seth deu um suspiro desanimado enquanto falava.

— A cidade mais próxima fica horas daqui, mesmo de carro na velocidade máxima. Corrermos como lobos não faria muita diferença — ele disse — Sem falar que nem Jon e nem Claire podem virar lobos e acabariam virando picolé antes mesmo de pensarem na palavra Brasil.

Droga. Respirei fundo.

— Isso é um problema. — murmurei a contra gosto.

— Eu sei — Disseram Jon e Seth ao mesmo tempo, parecendo muito mais abalados do que eu.

Dois dias a menos sem a garota deles, sabendo que ela pode estar passando por qualquer tipo de coisa que a mente louca de Renesmee poderia fazer. Tempo no caso deles era algo com que eles não podiam desperdiçar.

— E se nós perguntarmos para tia Lesley? — sugeriu Seth de repente — Ela sendo quem é poderia nos ajudar!

— Sim! Talvez ela consiga ver alguma coisa sobre Anna! — Exclamou Jonathan parecendo excitado com a ideia.

Eu parei um segundo pensando naquela possibilidade, vendo que Jon e Seth me olhavam com expectativa, esperando pelo meu veredito.

Aqueles dois pares de olhos negros brilhando em minha direção.

Eu respirei fundo.

— Quem não arrisca não petisca. — Eu disse simplesmente.


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