Capitulo 33 — Por Amor.POV Seth.

Tentei não exibir nenhuma emoção quando falei com Caroline. Era uma coisa quase impossível de fazer, com aqueles olhos chocolates brilhantes me olhando fundo e sorrindo para mim, é verdade, mas tudo ficou um bucado mais facil enquanto eu sentia a dor que Anna causava em mim... Quero dizer, que eu causava nela e que refletia em mim.

Dor.

A palavra parecia não abranger tudo o que sentia.

Era como se... Alguma coisa remosse o meu coração, apertando com força, o esmagando. Era uma mistura de agonia, tristeza, raiva, tudo de ruim misturado junto. E a sensação de sentir tudo isso ao mesmo tempo, era uma coisa semelha á dor.

Mas a maioria das dores é fácil de curar. Essa não parecia.

E o pior de tudo, o sentimento que me matava no momento, em uma dor separada da dela, era a culpa. Ela me açoitava sem dó nem piedade. Eu queria fazer todas aquela agonia parar e tinha que ser rápido. Eu precisava de Anna, ficar junto dela e vivermos juntos! Ela não podia falar não e simplesmente desistir. Ela teria que me ouvir antes de negar tudo o que tinhamos construido até agora.

Eu a queria e somente ela! Eu a amava, não importa que eu seja destinado á Caroline e que eu sinta mesmo alguma coisa por ela. Haveria como? Ela é idêntica a garota que eu amo, mas ainda ela não é Anna. Há uma diferença entre elas e, além de tudo quem meu lobo aceitou foi Anna!

E foi com esse pensamento que terminei rapidamente a conversa com a Caroline, sem transparecer nenhum sentimento que eu podia sentir por ela e correr floresta adentro, aceitando o seu pedido de desculpas com um aceno de cabeça e murmurando as instruções de ir atrás de Jonathan.

Eu estava ansioso demais para falar mais do que aquelas palavras. Eu queria sair correndo logo e ir atrás de Anna para convence-la a aceitar que não era daquele modo, desistindo de nós, que faria eu deixa-la ir.

Assim que eu finalmente consegui sumir da vista da garota eu comecei a correr o mais rapido que conseguia, em direção á casa de Jacob. Em um momento eu estava em duas pernas, no outro, em quatro patas, correndo contra o vento, que batia em meus pelos.

Tudo que acontecia agora... Todos aqueles acontecimentos estavam acabando comigo... Até eu mesmo podia sentir. Eu só queria simplesmente sentar, queria me deixar jogar no chão e ficar sem se mexer. Queria chorar sem ninguém me atormentar, dizendo que aquilo não era o que um homem devia fazer. Queria socar uma arvore ou qualquer coisa, até minhas mãos sangrarem ou eu perder as forças e ficar á deriva por algum tempo, até todo aquele estado de choque, raiva e culpa inicial se ir.

Mas eu tinha que continuar correndo, eu queria, mais do que tudo, Anna. Queria Giovanna Scavattine em meus braços para dizer que tudo o que tinhamos era real e que não era o imprinting. Queria convence-la que eu não me importava que ela se achasse egoísta por fazer aquele desejo... Que mesmo que alguém dissesse que era, eu não me importava nem um pouco.

Queria dizer que eu queria ela, mesmo sem aquele desejo e a necessidade que o imprinting impunha. Era ela. Ninguém mais.

Movido apenas por amor vou em frente

E é sempre, apenas, por amor que eu reduzo

Não me importava o que ela dizia ou aquela coisa estranha que sentia quando eu olhava seu clone, que me deixava sempre confuso. O meu coração só acelerava daquele jeito por ela. Meu sangue só esquentava quando esquentava com ela. A outra podia até tentar uma coisa parecida, sensações parecidas, mas tão fracas comparadas com as delas.

Anna era a certa.

Não só porque com ela havia o poder de Imprinting agindo, mas também havia o amor que conquistamos juntos, separadamente do imprinting, com o tempo. Que mesmo que Jon conseguisse chegar antes de mim na casa de Jacob e realizasse o desejo que Anna tanto queria, aquele amor que construimos iria prevalecer sobre o que quer que fosse e aparecesse pelo caminho. E esse amor estava lutando agora.

Era por ele que eu estava lutando.

Às vezes certo, as vezes meio confuso

Mas sempre forte, sempre, sempre mais quente

Se aquela história que ela havia contado para mim, da primeira vez que nós nos vimos era verdade, eu sabia que aquele desejo de imprinting tinha sido gasto em vão, porque assim que eu vi ela se levantando do chão molhado, com as folhas grudadas em seu cabelo, eu já sentia algo me puxando para mais perto dela, querendo ela ao meu lado. Sendo egoísta ou não. Sendo engraçada ou não. Apenas sendo a Giovanna que conheci, engraçada, com olhar sapeca e cara de boba apaixonada que ela fazia sempre que eu ficava tempo demais fitando seus olhos.

Porque assim que percebi ela, ninguém mais importava. Nem aquela outra que Jon disse que era destinada para mim, não me importava mais. Ela era tudo. Ela é tudo o que preciso e tudo que um dia eu vou precisar.

Eu senti minhas patas correm mais rápido, mal tocando o chão.

Se existe gente a minha volta eu não vejo

Pois o desejo é como um véu que me cobre

Não me importando com quem era contra, com quem apoiava. Não me importando com as opiniões alheias, muito menos com qualquer uma que era contra alguma coisa sobre ela.

Porque eu enfrentaria qualquer coisa por ela. Um meteoro, uma explosão, uma bando de vampiros, o bando todo, a tribo toda, o mundo todo. Tudo pra ficar com você e suas caricias... Com suas palavras doces e seus beijos que sempre me faziam delirar, sempre parecendo ser o primeiro beijo que davamos.

Por tudo aquilo, eu enfrentaria qualquer coisa. Até mesmo achar um meio de ir busca-la em outra dimensão! Até mesmo lutaria contra ela mesma!

E se a distância me revela ser pobre

Mais rico estou quanto mais perto de um beijo.

Mesmo que ficasse o dia todo pentelhando ela no trabalho, indo na loja só para ver ela arrumar mercadorias distraidamente, cantarolando alguma musica que eu não conhecia, somente esperando me notar e me colocar para fora da loja, para eu ficar esperando o dia todo, só para podermos passear de mãos dadas na praia.

Para eu ver como ela ficava tão linda quando estava brava ou quando inventava um apelido novo para mim.

Para nós rolarmos na areia da praia, mesmo que estivesse chovendo. Mesmo que quando fizesse frio e eu dissesse que era melhor ir embora antes que ela ficasse doente e ela dizia que não... Pois eu a protegeria.

E ficava brava quando eu não comia com freqüência suficiente, como uma mãe cuida de um filho, me ameaçando para comer o suficiente se não me expulsaria de sua casa.

E quando eu comia, comia rápido demais para seu gosto, nem sentindo o sabor da comida direito, para poder falar com ela e ficar só com ela, sem nada atrapalhar. Ficarmos o resto do dia sentado no sofá, assistindo um programa ruim de Tv e rindo do modo que o apresentador falava.

Por amor,

Eu perco o dia inteiro querendo te ver

Eu como tão depressa e nem sinto prazer

Por amor...

Porque eu a amo. E nada importa mais do que um sorriso dela. Porque eu faria tudo pelo amor dela.

Por amor...

Avistei a casa de Jacob com um alivio no peito e quase explodindo de ansiedade, já sentindo a presença dela ali, e pronto para lhe falar tudo o que sentia. Eu queria gritar para todos o que eu sentia e que ela estivesse lá para poder ver que a prova que eu fiz mesmo tudo aquilo por ela.

Ou era o que eu planejava até ouvir barulhos duvidosos vindo da casa de Jacob.