Dez Desejos escrita por Gii


Capítulo 3
Voo para o Inferno, todos a bordo!!


Notas iniciais do capítulo

Olá, babys! Como vai vocês?
Sabe, eu realmente fiquei muito feliz de ver a quantidade de pessoas interessadas na fic. Me toca o coração ver que existe realmente pessoas que gostam do que eu escrevo e isso me deixa cada dia mais animada para continuar a escrevendo mais e mais.
Esse capitulo é para todos vocês, que leram e gostaram de qualquer parte que seja do que eu escrevi. Eu não poderia ser mais agradecida.
Boa leitura!



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Capitulo 03 - “Voo para o Inferno, todos a bordo!!”

Minha sorte era enorme, eu já havia dito isso? Nossa! Eu era uma tremenda sortuda! Daquelas que deixa o trevo de quatro folhas e o pé de coelho sendo apenas itens que não valiam nada.

Estou falando sério.

Após ficar quarenta minutos com o Imbecil do professor de Sociologia — Eu disse que alguém me ama muito lá em cima — na detenção, me dando um sermão por tentar matar meu melhor amigo eu estava indo para o meu dormitório. Graças a Deus!

E eu iria voltar para lá com a Jasmine, que também tinha pegado detenção por ser pega matando a quarta aula para namorar.

Mas o que foi mais cômico, não foi encontrar Jasmine na detenção. Foi que colocaram ela e o Marcos, seu namorado, na mesma sala de detenção. Em resumo, eles ficaram se beijando a detenção toda, já que o professor não saiu do meu pé.

Bom, pelo menos alguém havia se dado bem nesse dia maravilhoso.

— Marcos, para! A Anna está aqui. — Jasmine sussurrou ao meu lado.

Nós andávamos pelo campus, que agora estava totalmente escuro e deserto. Provavelmente só estava assim por causa de que deve ter alguma festa de despedida rolando por aí.

— é, eu estou aqui! — Ecoei.

— Desculpa Anna. — Ele riu e se separou da Jasmine, parando de beijar seu pescoço e fazer eu não ser mais uma vela.

— Então? Quando você vai para a casa da sua tia? — perguntou ele, tentando puxar assunto.

Eu suspirei pesadamente. Eu não queria pensar naquilo agora. Eu teria muito tempo na casa dela, me lamentando todos os dias para gastar meu precioso tempo pensando nisso enquanto estava aqui.

— Amanhã. Meu voo sai às nove horas da noite. — eu respondi a contragosto.

Queridos passageiros, o vôo 198 com destino ao inferno sairá as nove horas.

Lembrando que após passar a linha do inferno, ambos piloto, co-piloto e aeromoça pularão do avião e ele irá cair em uma espiral mortal até a casa de sua Tia Leslie.

Obrigada pela Preferencia.

— Então ainda iremos nos ver amanhã? — perguntou Jasmine, com uma pontinha de esperança. Eu sabia no que ela estava pensando. Ela sempre fazia isso. Queria usar de sua maquiadora profissional para a sua superprodução antes de ir para casa.

Eu a olhei de soslaio.

— Você finalmente vai dormir no nosso quarto? — desviei da sua pergunta.

Eu realmente não queria ver ninguém amanhã. Já bastava ter que aturar a minha tia as férias todas e agora, antes de ir, tenho que fingir que estou feliz por isso?

— Ei! Eu já dormi lá! — Jasmine fez sua melhor cara de emburrada.

Eu ri e até o Marcos começou a rir da careta que ela fez logo em seguida. Todos da escola — acho que até os diretores — sabiam que aquela garota fofinha com cara de santa, dormia a maioria do tempo no quarto do namorado... E eu nem vou dizer o que eles devem fazer de noite.

Só sei que eu me distraí com eles por tempo suficiente para acabar pisando em falso e descobrindo que pisara em um buraco onde morava duas corujas. Se chamarem Jess e Liph se não me engano. Tinham sido adotadas pelo clube Ambientalista da escola.

E já que sou a pessoa mais sortuda do mundo, elas não ficaram felizes e saíram do buraco, começando a voar na minha direção.

Eu berrei quando uma bicou meu braço. Elas voavam pelo céu escuro, impossibilitando de eu ver por onde elas vinham. Eu entrei em pânico. Eu ia morrer atacada por corujas!!

— Giovanna! O que você fez pras pobres corujas? — Jasmine me olhou espantada.

Eu estava sendo atacada e ela se preocupa com as corujas?

— Quem é Giovanna? — perguntou Marcos, enquanto eu tentava desviar dos ataques

— É o nome completo dela.

— Como eles podiam discutir isso agora? Eu estou sendo atacada!

— Corre em ziguezague! — Gritou Marcos rindo.

— Ri da desgraça dos outros mesmo! — Eu gritei enquanto corria mesmo assim, pelo campus, em ziguezague. Senti algo picar meu ombro. — Foi sem querer! Desculpe Liph! Desculpe Jess!

Ahh, ótimo! Agora eu estava pedindo desculpas para corujas.

Eu corri em ziguezagues sendo atacada pelos corujas macabras até chegar no meu alojamento e me trancar no quarto. — Elas entraram dentro do prédio e me perseguiram.

Me joguei na cama cansada demais para trocar a roupa. Duas aulas de Sociologia, quase matei meu melhor amigo, segurei vela por meia hora e fui atacada por corujas! Aquele tinha sido o melhor dia de todos.

Suspirei fechando os olhos.

Alguma coisa poderia acontecer de bom pelo menos. Tipo, eu parar de sonhar com aquele garoto lobo maldito. O meu dia não tinha sido dos melhores e eu merecia pelo menos um sonho tranquilo, não merecia? Porque alguém lá em cima não me dava uma mãozinha?

Meu corpo relaxou um pouco e eu sem perceber, eu fui sendo arrastada pela minha inconsciência

***

Ele saiu do meio das arvores, correndo na minha direção. Fitei sua beleza incontestável.

— Anna? — sua voz rouca soou e eu não pude evitar de sorrir.

Eu era o imprinting do Seth e o seu abraço era quente e reconfortante. EU me sentia no paraíso, flutuando entre as nuvens quando seus braços contornavam meu corpo. Eu me sentia mínima naquela prisão quente. Sentia como se todos os meus sentimentos estivessem libertos e que eu finalmente podia ser feliz. Eu apoiei meu ouvido em seu peito, sentindo a sua quentura transpassar a minha pele. Suas ondas de calor tão reconfortantes.

O Dejavú me arrebatou e eu me lembrei de já ter vivido essa mesma cena.

Estávamos á centímetros de distancia e sua respiração em meu rosto. Estávamos prestes a nos beijar, mas esse era aquele momento de filme, onde é obrigatória uma parada e um último olhar de paixão entre os mocinhos. O momento onde o olhar diz o quanto eles se amam.

E logo em seguida, o coração já pula pela boca, já prevendo o próximo passo. O selar de Lábios...

Toc Toc.

Acordei em um pulo, percebendo só agora que havia dormido e o dia já amanhecia. Olhei para os lados, procurando... Alguma coisa, até perceber o que acontecera.

ARGH! Cruzei os braços e enterrei a cara no travesseiro.

Toc Toc.

— Vai embora! — Gritei, acrescentando mentalmente: “Filhodaputa”— mas minha voz ficou um pouco abafada pelo travesseiro que tampava meu rosto

— Ô vaquinha, abre aqui! Eu não vou embora! — a voz de Jonathan soou através da porta. Por um segundo fiquei parada, desejando que ele fosse embora de uma vez, mas minha culpa me fez levantar. Eu havia feito ele parar na enfermaria no dia anterior.

Escancarei a porta e ele estava lá, com seu sorriso debochado na cara. Seus ombros largos estavam de fora, e o tronco só coberto pela regata branca. Ele era musculoso... Tão musculoso quando um certo garoto moreno eu andava sonhando… Eu balancei a cabeça, tentando tirar a semelhança deles da cabeça.

— Bom dia, raio de Sol! — Ele disse rindo — Dormiu bem?

Ele passou por mim e foi se jogar na minha cama. Eu revirei os olhos fechando a porta.

— Sim e você? — respondi indo em direção ao closet.

— Mais ou menos. Minha cabeça doeu a noite toda...

Eu o olhei com remorso. Ele falou de propósito!

— Desculpa por isso. Desculpa mesmo, juro que não foi minha intenção — Eu disse ainda no closet — Não entra aqui.

— Eu nunca entro. — Ele disse do lado de fora e eu ri.

Era estranha nossa intimidade. Eu já o vira de cueca e se trocando para ir para escola — na oitava ano — inúmeras vezes e ele também já me vira, mas era diferente agora.

Sempre o considerei um irmão, mas isso... era bem mais facil quando ele não tinha todos aqueles músculos e aquele queixo quadrado.

Tirei a roupa rapidamente e fui atrás do meu vestido de alcinha azul claro que eu havia separado semana passada. Ele seria confortável para um viajem de avião.

— Mas porque você ainda estava de uniforme quando entrei? — ele perguntou.

— Eu estava cansada demais para me trocar, ontem a noite. — omiti a parte em que fui perseguida por corujas, evitando a provável gozação com a minha cara. Eu já teria que aguentar Marcos e Jamile rindo da minha cara, não daria esse gostinho para Jon também.

Revirei os olhos sozinha, no fundo do meu closet.

Ouvi uma respiração forte perto, quando a minha alça do sutiã caiu do meu ombro. Me virei rapidamente para ver o que era, mas não havia nada. Porém, uma olhada rápida para o espelho e a tempo vi o reflexo de um cabelo curto de um certo garoto que conversava comigo.

Jonathan estava me espiando??? Achei o vestido e o coloquei rapidamente, já sabendo que estava sendo observada. Que pervertido!

— Tsc, tsc. Sabe, eu pedi para certa pessoa ficar fora do meu closet! — Eu disse correndo e conseguindo ver ele sair do closet correndo.

— Ahaa! — Eu o encarei. Ele estava sentado na cama como se não tivesse acontecido nada.

— Hã? o que? — ele fez sua melhor cara de desentendido.

Eu o encarei por alguns instantes, com os olhos semicerrados o observando atentamente.

Que moleque mais malandro. Mas se ele não pensa que eu não vi, está muito enganado.

— Nada. Acho que estou vendo coisas... — Eu disse esperando a sua reação. E consegui o que queria. Vi ele respirar fundo e seu corpo relaxar.

Hmm... então eu não vi coisas. Ele estava aliviado. Que moleque mais tarado.

— Então, o que veio fazer aqui? — perguntei indo me sentar do lado dele, ainda o observando.

— Ah! Vim perguntar se poderíamos ir junto para o aeroporto. Meu vôo também sai ás nove.

— Claro que sim! — Eu ri — Vai ser bom ter alguém para ir junto às portas do avião ao inferno.

Ele não riu como eu, apenas ficou em silêncio, me observando.

— Nunca entendi porque você não gosta da casa da sua tia. — ele jogou verde e eu respirei fundo, tentando pensar em como diria aquilo novamente.

— Eu já disse. O problema não é com a minha tia ou a casa dela. Eu queria ir para Los Angeles ficar com a minha madrinha… Ou ao menos ir para minha casa. Faz tanto tempo que eu não vou lá.

Lembrei-me de quando eu corria pelo quintal com a minha mãe. Tantas coisas nós fazíamos juntas, mas agora, eu só os vejo no Natal e no meu aniversario. Eles estão mais preocupados com o trabalho do que comigo.

Um braço forte passou pelo meu ombro e uma respiração veio em meu rosto. Um perfume forte invadiu-me e eu estremeci com o cheiro.

Eu sempre amei aquele perfume dele... Era forte e tinha aquele cheiro que deixava meus pelos do corpo arrepiados. Tinha um cheiro meio amadeirado e masculino.

— Não fique assim. É só seus pais terminarem aquele projeto e você já vai poder ir para casa. Tenho certeza. — Ele me abraçou de lado, me reconfortando.

— Obrigada. — Eu disse sorrindo um pouco — E você vai me visitar no fim de mundo, né?

— Eu sempre visito, não? — Ele riu e me soltou — Então o que vamos fazer até as nove horas?

— Você eu não sei, mas eu vou fazer minhas malas e despacha-las. — Me levantei e puxei ele para fora da minha cama — Então saí, que eu não quero você me atrapalhando.

— "Saí que eu não quero você me atrapalhando" — ele me imitou, fazendo uma voz fininha — Tudo bem, Tudo bem. Você vai ficar agradecida à mim ainda hoje. Eu vou, mas eu volto!

— Sete horas aqui, ok? — Eu disse antes de ele sair do meu quarto. — Sem atrasos!

— Beleza vaquinha! — Ele jogou um beijo antes de se virar e sair.

Eu suspirei. Esse menino está cada vez mais endiabrado. Eu senti por um momento, a vergonha me tomar. O que ele pretendia querendo me espiar? Eu balencei a cabeça, tentando deixar aquilo de lado.

É como dizem: O tempo passa, as pessoas mudam.

Corri ao meu closet para fazer minhas malas. Não queria ficar o dia todo fazendo as malas mas eu sabia que era bem o tempo que eu levaria. Um dia todo.

***

Eu já havia as despachado, deixando só uma bagagem de mão. Coloquei ela em cima da cama e me joguei ali. Ah, como eu estava cansada.

— Hey Anna! — Jon apareceu na porta aberta e deu um sorriso.

— Hey Jon! — Eu ri — Você não está atrasado não?

Ele olhou para o relógio em seu pulso.

— Na verdade não. Estou pontual hoje.

Eu o olhei com falso espanto. O Jonathan? Pontual? Em que hemisfério?

Ele fez uma careta para minha cara de espanto

— Vamos logo. Aposto que vai estar um inferno aquele aeroporto.

Eu ri.

— Novidade. — Eu disse, já sabendo que era totalmente verdade. Afinal, nós já tínhamos experiência com viagens.

Saímos do alojamento e nos despedimos dos pouco que sobravam — que se fosse ver, não era quase ninguém — e fomos para o nosso taxi..

***

— Você não devia fazer isso. — Eu disse novamente, tentando convence-lo que aquilo era besteira.

— Anna! Eu vou com você e pronto. Eu vi como você estava triste por ir sozinha para aquele lugar e eu já me decidi! Eu vou com você e pronto. — ele sentou na poltrona ao meu lado

Eu balancei a cabeça. Aquilo era um egoísmo imenço! Ele estragaria as férias dele para ir ficar comigo — uma garota rabugenta — no meio do MATO!

— Você vai ficar entediado e vai embora. — eu falei, tentando engolir a felicidade de saber que ele iria comigo. — Isso que vai acontecer.

Ele revirou os olhos e segurou meus ombros, visivelmente irritado.

— Olha aqui garota. Eu vou porque você é minha amiga e não quero ouvir um pio de reclamação, está me ouvindo mocinha?

Ele ficou me encarando, mudando o olhar de um olho para o outro. Eu comecei a rir com a cena.

— Ta doida, maluca? — Ele franziu a testa, ainda segurando meus ombros, mas riu um pouco de mim.

— Não papai. Eu vou obedecer. — Eu disse em meio as risadas para ele.

Ele revirou os olhos e colocou o cinto.

— Já que eu sou seu pai agora, coloque o cinto sua maluca. — Ele disse, ainda com o semblante um tanto quanto sério.

Eu revirei os olhos. Isso estava totalmente errado. Ele não devia estragar suas férias por minha causa... Quem sabe, quando ele chegasse lá e visse o quão primitivo era, ele desistisse e voltasse correndo para casa.

Coloquei o cinto e fechei os olhos, sorrindo ao imaginar a cena de Jon pegando as malas e fugindo. A aeromoça falava no microfone. Agora só mais duas horas e meia de viajem tranquila... Com o Jonathan falando que nem uma velhinha com dor na ciática.

— Isso foi para mim? — Ele me encarou pelo canto do olho. Opa, eu nem havia percebido que falara aquilo em voz alta.

— Não. — eu falei ironicamente.

— Ah é assim? — Ele sorriu maldoso para mim, com um olhar selvagem — Então acho que você merece um bombardeio.

Ahh não...

Ele se virou para mim e começou a fazer cosquinhas em minha barriga, me fazendo ter uma crise histérica de risos — Que por acaso, chamou a atenção de metade do avião.

— Não... Não... Jonathan! — Eu ri sem folego, tentando parar as mãos dele — Por favor, para!

Ele fez mais cosquinhas e eu perdi o ar.

— Filho da mãe... Sua vez! — Eu aproveitei que ele parou por um instante e comecei a fazer nele.

Ele não parava de rir, rindo tanto ou mais que eu, até que ele prendeu minhas mãos.

— Chega... — ele ofegou — Deu dor de cabeça.

— É... eu também estou. — Eu esfreguei a cabeça e provavelmente bagunçando mais os meus cabelos. Ele riu balançando a cabeça e me ajudando a arruma-los.

É. Talvez não seja tão ruim que ele vá.


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