Maria Joaquina narrando

Depois de algum tempo, acordei ainda sentindo a cadeira em minhas costas. Olho para o lado e vejo que Daniel não está ao meu lado. Talvez tivesse ido no banheiro. Então, abro a janela e vejo que ainda estamos voando, não sei por quanto tempo eu dormi, mas talvez a viagem leve mais tempo do que eu imaginava. Aproveitei que não tinha nada pra fazer e comecei a ler uma revista que eu tinha trago na bolsa.

Quando comecei a ler, Daniel apareceu e voltou ao seu devido lugar.

–Já acordou amor?- ele perguntou.

–Já sim. Tava no banheiro?- perguntei.

Ele assentiu com a cabeça e depois perguntou:

–E aí? Tá gostando da viagem?

–Demais. É tão gostoso sentir esse balanço.- respondi sincera.

–Eu também acho. De todos nós, o Paulo é o único que já experimentou essa sensação.

–É mesmo, ele foi o único que já andou de avião.

–Será que a Marcelina tá curtindo?

Procurei por Marcelina e vi que ela dormia no ombro de Mário, que dormia também.

–Faz quanto tempo que estamos aqui?- perguntei.

–Não sei, umas três horas talvez.- respondeu Daniel.

–Quanto tempo falta pra gente chegar?

–Cinco horas, talvez.

–Tudo isso ainda?

–Sim amor, porque são oito horas de São Paulo para Acapulco. Oito menos três, dá cinco.

Fiquei impressionada, então eu cochilei por três horas e não sabia? E o pior é que eu agora estava com fome, será que dava pra comer os biscoitos que trouxe na mala que estava comigo? Minhas dúvidas sumiram quando vi que as aeromoças estavam vindo com a comida. Eu pedi uma Coca Cola e um sanduíche, de brinde veio um polenguinho e um biscoito em forma de rosca. Daniel pediu o mesmo, começamos a comer juntos e eu percebi que com a chegada deles, Mário e Marcelina acordaram, com certeza deviam estar com fome também.

Daniel narrando

Apesar de estar gostando bastante da viagem, eu já estava ficando cansado de ter que ficar ali dentro do avião, muitas pessoas poderiam ficar com má circulação por estarem sentadas por muito tempo, mas procurei disfarçar e manter a calma, não ia adiantar em nada ficar nervoso. Só Deus sabe o alívio que eu senti quando ouvi o piloto dizer:

–Senhores passageiros, apertem seus cintos de segurança pois daremos início ao procedimento de descida e de pouso.

Então, finalmente depois de horas eu pude relaxar, já estávamos no México, mas antes de pousarmos pude ver que o céu estava completamente estrelado, ainda tinha a lua iluminando tudo.

–Olha só o céu.- eu disse para Maria Joaquina, ajudando ela a olhar pela janela.

–Que lindo, dificilmente o céu fica estrelado assim.- ela concordou.

–É mesmo, por isso eu fico maravilhado quando olho o céu e ele fica assim.

Enfim o avião aterrissou, meu relógio marcava 23 horas da noite. Não seria problema encontrar o hotel, já que pegaríamos um táxi no fim do aeroporto e sabíamos falar espanhol.

–Nossa, até que enfim. Eu já estava ficando com as pernas dormentes de tanto ficar ali dentro.- falou Alícia quando saímos do avião.

–É porque você está acostumada a correr. O pior fui eu que quando voltei para o Brasil, fiquei mais do que agora, quase dois dias sentado em um avião, mas valeu a pena.- disse Paulo.

–Pelo menos valeu a pena agora né? Foi uma coisa tão gostosa se sentir nas nuvens.- falou Marcelina.

–É mesmo, incrível.- concordou Mário.

–Depois que voltarmos para o Brasil, poderemos fazer mais vezes né amor?- perguntou-me Maria Joaquina.

–Lógico, é só falar.- respondi sorrindo.

Depois, descemos para o saguão e pegamos nossas malas, em seguida, fomos até a entrada do aeroporto, onde diversos táxis estavam em uma enorme fila.

–Gente, vamos ter que nos dividir em duplas para podermos pegar os táxis.- disse Gabriel.

–Isso não é problema, a gente só tem que saber falar em espanhol. Todos aqui sabem falar espanhol?- perguntou Matheus e todos assentiram.

–Eu e Valéria treinamos espanhol quando soubemos que viríamos pra cá.- falou Davi.

–É verdade. Fizemos em casa uma aula oral e depois pesquisamos em livros, cadernos e até na internet.- disse Carmen.

–Então vamos nessa!- disse Jaime.

Em seguida, fomos para fora do aeroporto e vimos que uma fileira enorme de táxis esperava por nós. Calculamos a quantidade de táxis que tinham lá pra ver se não sobraria ninguém. Não, todos indo em dupla daria pra todo mundo ir junto. Eu e Maria Joaquina pegamos um, Mário e Marcelina pegaram outro, Paulo e Alícia pegaram outro e depois cada um foi se dividindo para entrarem nos táxis. Mas nós éramos tantos que quando todos já estavam nos táxis, não sobrou mais nenhum, a fila de táxis ficou vazia em apenas um minuto.

Em poucos minutos, já nos encontrávamos em frente ao portão do hotel em que ficaríamos. Descemos, ajudei Maria Joaquina com as malas e esperei que todos saíssem também. Quando estávamos todos na calçada, entramos e pegamos as chaves de nossos quartos. Assim que entrei no quarto, tratei logo de tomar um banho e dormi, pois já estava muito cansado apesar de ter ficado o dia inteiro sentado.

Marcelina narrando

Assim que cheguei em frente ao portão do hotel, fiquei impressionada com o tamanhã dele, não esperava que ele fosse tão grande assim. Então, quando entramos, colocamos nossos nomes e pegamos nossas chaves. Assim que entramos em nosso quarto, fiquei também impressionada com o tamanho dele. Tinha uma televisão de plasma, uma cama de casal bem grande e uma janela que dava pra ver a enorme piscina, fiquei encantada. Aproveitei que Mário tinha ido tomar banho e fiquei admirando aquela paisagem linda que talvez eu leve bastante tempo pra ver de novo.

Mário narrando

Não sei porque quase evitei que Daniel escolhesse esse lugar pra passarmos as férias, ele disse que aqui seria um bom lugar e eu quase o fiz mudar de ideia, mas me arrependi severamente. Aqui é muito bom, foi um dos melhores lugares que eu já fui na minha vida. Mas amanhã falarei com ele e pedirei desculpas por quase ter feito ele desistir de vir para esse lugar. Aposto que aqui vai ser um lugar que nos dará muitos dias de felicidade, amor e diversão.

Assim que saio do banho, vejo Marcelina na janela, olhando para o horizonte.

–Oi.- eu digo.

–Oi.-ela responde me beijando.

–Admirando a vista?

–Sim, é muito linda.

–Combina com você.

–Combina com nós dois.

–Ainda teremos muitos dias para apreciar essa vista. Toda noite poderemos ficar aqui um tempo, antes de irmos dormir. O que acha?- propus.

–Excelente ideia.- e voltamos a nos beijar. Ficamos ali por algum tempo até que nos separamos pela falta de ar.

–Agora eu preciso tomar banho.- ela disse e eu assenti. Aproveitei para pôr uma roupa mais confortável e me deitei. Logo em seguida, ela voltou, deitou ao meu lado e dormimos.