Acordei com o despertador do Daniel me alertando que ele devia levantar, na mesma hora ele se levantou de sobressalto e eu o acompanhei, mas sem muita pressa.

–Vamos nessa Mário?- perguntou ele ao irmão.

–Vamos sim. - respondeu Mário sussurrando.

–Espera aí, vou ver se não está mais chovendo.- eu disse e abri a cortina do quarto.- Não, está tudo bem agora.

–Então vamos, nós levamos vocês até a porta.- disse Marcelina se levantando.

Descemos as escadas e fomos em direção à porta, quando abri, Daniel me pegou pela cintura e me puxou para um beijo.

–Depois da escola nós passaremos aqui pra devolver essas roupas tá?- disse ele.

–Não precisa. Se quiserem podem ficar, elas combinaram tanto com vocês.- eu disse e ele me olhou confuso, como se não esperasse que eu responderia aquilo.

–Tá bom então.- ele disse por fim e os dois voltaram pra casa.

Eu não consegui mais dormir depois daquilo, acho que por algum motivo que eu não consegui descobrir, fiquei acordada o resto da manhã, mas quando meu despertador tocou, levei um susto porque o relógio do Daniel era silencioso e o meu era barulhento. Ri de mim mesma e fui me arrumar.

Quando estava pronta, chamei Marcelina, que ao contrário de mim, voltou a dormir, ela demorou um pouco pra conseguir levantar, mas conseguiu e foi ao banheiro enquanto eu me arrumava.

Quando ela saiu, descemos pra tomar café, pão de queijo com achocolatado e manteiga. Depois que acabamos, saímos em direção à porta para a escola, minha mãe, por algum motivo, não estava na cozinha àquela manhã, ela preparou nosso café e sumiu, não a vi naquela manhã, mas preferi deixar pra lá, pelo menos no almoço eu a veria.

Chegando na escola, era hora de começar a primeira aula, entramos na sala, mas não tinha ninguém, quer dizer, só alguns alunos jogando adedanha, Marcelina entrou e foi para seu lugar, mas quando eu ia colocar meus pés na sala, ouço Daniel dizer atrás de mim:

–A professora desse tempo faltou.

–Sério?- perguntei, espantada.

–Sim, acabei de ouvir a diretora falar pelo microfone, só que achei estranho porque ela nunca foi de faltar.

–É verdade. Mas poxa, se eu soubesse disso, teria ficado mais tempo em casa para não ter que ficar no tédio na sala.

–Vamos entrar então, comigo lá dentro seu tédio vai embora.- gabou-se e eu ri, mas acenei que sim com a cabeça.

Na hora do recreio, Daniel não teria treino e ninguém mais, o professor estava de folga naquele dia devido à confusão que aconteceu com o Jorge e por isso, eu e Daniel tivemos toda a escola só pra nós. Estávamos do lado de fora, exatamente atrás da parede da quadra de esportes.

Estava sentada no colo dele

enquanto ele estava sentado na grama fofa do chão, com uma mão abraçando a minha cintura e segurando-a, e a outra na minha coxa. Uma de minhas mãos estava sobre o seu peito e a outra estava no seu ombro, e ele ficava me beijando o tempo todo.

–Amanhã vai ser incrível, não vai?- Ele perguntou, olhando para baixo, para a minha coxa e fazendo círculos naquela parte do corpo. Eu concordei com a cabeça.

–Não acredito que estamos namorando á um mês!- Eu disse sorrindo. Ele concordou com a cabeça.

–Nem eu. É incrível como quando algo que a gente esperou por tanto tempo finalmente acontece, o tempo passa tão rápido.- disse ele, sorrindo.

–Vamos assistir um filme super romântico amanhã e depois?- Eu perguntei, porque ele tinha planejado me buscar em casa depois do almoço, para irmos ao cinema.

–Depois a gente pode fazer o que você quiser. Podemos ir á um parque, uma feira, ou ficar só de bobeira por aí. Você escolhe.- Ele disse sorrindo e me abraçando com força, coloquei minha cabeça sobre seu peito e ele colocou a mão que estava na minha coxa nos meus cabelos, massageando-os de leve.

– Podemos ir á um parque. Eu não fui em um ainda.- Eu disse e ele concordou com a cabeça, fazendo seu queixo roçar sobre o topo da minha cabeça, me causando arrepios.

Naquele exato momento, o sinal indicando fim de recreio tocou, bufei e nos soltamos indo até a sala de aula.

Marcelina narrando

Depois que acordei, ainda um pouco acabada por ter dormido tão pouco, consegui me arrumar e ir para a escola, me sentei em minha cadeira e logo depois Mário apareceu me dando um beijo.

Ficamos conversando até a hora que a professora chegou, mas no recreio, compensamos o tempo que perdemos na sala de aula e ficamos lá na arquibancada da nova quadra, naquela sexta-feira, não haveria atividades na quadra pra ninguém, por isso, estava um silêncio até gostosinho, Mário e eu ficamos sentados na arquibancada. Ele se sentou no chão com as pernas esticadas e eu fiquei por cima delas, ele me envolveu com os braços pela cintura e encostei minha cabeça em seu peito, podendo assim, sentir o coração dele martelar na parte de trás da minha cabeça.

–Podíamos ficar aqui nos recreios em que eu não tiver treino.- disse ele.

–Podíamos. Não é o lugar mais adequado pra isso, mas eu gosto daqui. - respondi sorrindo e ele me beijou no pescoço.

Só saímos de lá quando o sinal tocou. Levantamos e voltamos pra sala.