Acordo mas apenas porque perdi o soo , não tive nenhum pesadelo , como sempre Peeta me protege dos pesadelos .

Olho para ele que dorme tranquilamente , sorrio ,tento me desvencilhar de seus braços que agora estão em torno de minha cintura , com cuidado saio , abro a porta com cuidado e olho novamente para ele que dorme lindamente , fecho a porta com medo se ser pega em flagrante.

Olho em volta e vejo que aparentemente sou a única acordada o sol ainda não está forte, provavelmente é umas seis da manha , resolvo ir até o riacho e pegar água para fazer um chá .

Caminho lentamente até o riacho ouvindo o canto de alguns canários , me sento na grama e olho para a beleza ao meu redor , sei que é loucura o que estamos fazendo , mas é a nossa única salvação , sabemos que estaríamos nos preparando para a arena nesse momento, o que aconteceria se não tivéssemos fugido? Eu morreria na arena ? Quem seria o outro tributo masculino Peeta ou Haymitch ? Qual seria a mentira dessa vez para tentarmos ter uma chance de escapar da morte ? será que eu quereria sair de lá e ter mais pesadelos ? e se Peeta fosse o meu parceiro e não voltasse comigo ? só essa possibilidade faz meu coração doer e ter vontade de chorar , não tenho certeza de meus sentimentos , mas a possibilidade de perde-lo simplesmente me destrói .

Bebo um pouco de água e agora percebo que não peguei nada para levar a água , vejo uma arvore com folhas longas , pego uma delas e coloco a água , não é muito, mas dá para quatro pessoas beberem, já que Haymitch não bebe nada além de água ardente.

Caminho de volta tentando não derrubar toda a água , e finalmente consigo chegar sem derramar uma gota se quer , vou caminhando até onde estava a fogueira na qual tem um pote que bebemos água ontem , vou caminhando até lá mas trombo em algo , ou melhor em alguém , Peeta que saiu da barraca tromba em mim sem querer e a água derrama toda sobre mim , olho para minha roupa toda molhada o frio me atinge , porque apesar da neve ter derretido ainda falta alguns dias para a primavera .

_Kat, desculpa – olho para ele.

_Bom dia – não consigo ficar brava com ele sei que foi sem querer , sorrio para ele que me avalia tentando ver se não estou brava com ele.- Não se preocupe foi um acidente.

_Bom dia- diz com um enorme sorriso.

_Sem pesadelos.

_Sem pesadelos- ele confirma.

_Acho que preciso trocar de roupa estou com frio.

_Vou no riacho pegar a água .

Concordo com a cabeça , e sigo para a minha barraca , entro e vejo minha mãe e irmã dormindo , sorrio e vou até as mochilas , abro as que estão com as roupas e separo as minhas , escolho uma blusa de lá fina e simples que Cinna fez para mim, escolho uma calça jeans já desgastada e coloco minhas botas de caça , separo as roupas de cada uma e deixo separadas, assim como os poucos sapatos .

Saio da barraca no mesmo instante em que Peeta chega com a água em um caneco , sorrio para ele , colho algumas folhas de camomila e vou até ele, acendo a fogueira e lavo as folhas, estamos em silencio, sinto o olhar de Peeta em mim e olho para ele que fica vermelho ,sorrio para ele.

_Me passe o caneco e para de me admirar.- brinco com ele.

_Ei- rimos juntos – admiro mesmo tá, o que é bonito deve se ver.

Fico vermelha.

_E fica mais linda corada.

_Cale a boca e me passe esse caneco – tento parecer brava mas sorrio de canto.

_Toma- ele se senta na grama .

coloco as folhas dentro da água e me sento ao lado dele esperando a água ferver , ele me puxa para mais perto de si e passa o braço envolta dos meus ombros, essa aproximação não me incomoda de nenhuma maneira, ao contrario é extremamente reconfortante, e maravilhoso estar ao lado dele.

_Sabe- levanto meu olhar para ele – achava que você desistiria de fugir.

_Por quê ?

_Achava que não viria sem Gale.

_Ele tinha outros planos.

_Por que ele não quis vir ?

_Porque quando contei que você e Haymitch viria ele não quis vir , perguntou se eu deixaria você e eu disse que não , ele me perguntou se eu deixaria ele se a mãe não quisesse ir e eu disse que ele a convenceria , mas ai quando eu disse do levante no oito ele disse que tínhamos que lutar, e eu não concordei, ele disse que não iria e eu disse que tudo bem, ai naquela tarde o predo pegou fogo e eu ajudei Grace e seus netos e esqueci o assunto , voltei para casa a noite falei com minha mãe e Prim , e de manha falei com vocês e aqui estamos nós , a milhares e quilômetros do doze e da capital.

_Se arrepende ?

_Não.

_Queria que ele tivesse vindo ?

_Ele fez a escolha dele, mas por que pergunta ?

_Não sei – ele não diz nada por alguns segundos- bom saber que não me deixaria para traz .

Sorrio envergonhada .

_Depois de tudo você só absorveu isso .

Brinco.

_Foi o que mais me importou .

_nunca te deixaria para traz.

Ele sorri.

_Wonnnnn que casal mais lindo- ouço a voz de Haymitch mas nem me importo apenas reviro os olhos .

_Cala a boca velho bêbado e fedorento e nos deixe em paz.

_Olha só a docinho não negou o que eu disse – fico vermelha e percebo Peeta sorrindo de canto mas mesmo assim fala:

_Acho melhor para antes que sua água ardente sirva para regar as sementes que iremos plantar.

Ele fecha a cara e levanta as mãos mostrando rendição.

Olho a água e a mesma já está fervendo.

_Haymitch pega os copos o chá está pronto.

_Ta.

_Vou pegar os pães .- Peeta se levanta e eu vou até a fogueira e tiro o caneco , com a ajuda de uma colher tiro as folhas e deixando apenas a água do chá , Haymitch volta com alguns copos e com sua garrafa.

_Você sabe que uma hora essas garrafas irão acabar não é ?

_Até lá já vou ter descoberto como fabrica-las.

_No meio da mata ?

_Sim.

Rio de sua teoria.

_Ou pode simplesmente ficar sóbrio.

_Ou nada. Essa palavra não existe no meu vocabulário.

Rio e ele ri um pouco.

_Do que estão rindo ?

_Da possibilidade deu fabricar água ardente.

_Não, da possibilidade de algum dia ele estar sóbrio.

Peeta ri conosco.

_Agora entendo.

Ele coloca dois pães em cima do tronco/mesa e corta um pedaço e me entrega.

_Obrigada- ele sorri e pega outro para ele .

_E o meu ?- Haymitch pergunta

_Você pode pegar- Peeta responde bebericando um pouco do chá que coloquei para ele , bebo o meu sorrindo.

_Mas a docinho também pode e você pegou para ela.

Peeta não fala nada só sorri .

_Sua mãe e irmã vão dormir o dia inteiro ?

Olho feio para Haymitch .

_Elas estão cansadas .

_Ok.

_Vamos .

Falo me levantando, eles se entreolham com uma feição de duvida.

_Aonde ?- perguntam juntos

_Caçar – respondo- ou achavam que estava brincando ?

_Achei que tava brincando – Peeta fala

_Não estava , assim como também falava seríssimo quando disse que amassaria sua panelas – olho para Peeta que se levanta de imediato.

_Vamos – rio de seu desespero.

_Pois eu vou ficar aqui- Haymitch fala cruzando os braços atrás da cabeça.

_Também falava serio quanto a suas preciosas garrafas .

_Você não fará nada e eu não vou.

_certeza ?- pergunto.

_Absoluta.- fecha os olhos

_Ta bom- sorrio , Peeta arregala os olhos ele sabe o que vou fazer.

Saio rumo a barraca de Haymitch, que abre os olhos e arregala os mesmos , pego duas garrafas entre as milhares que ele troce e na mesma hora ele entra .

_Docinho não faça isso.

_Eu avisei.

_Calma meus amores papai está aqui , essa bruxa não fará mal a vocês .

Rio .

_Sai – falo.

_Não.

_Ou sai, ou irei derramar em toda sua barraca - ele obedece relutante e devagar vai para traz , saio da barraca e abro a tampa de uma .

_Vamos ver ande jogo esse conteúdo.

_Solte agora as garrafas.

_Talvez no riacho.

_Solte docinho.

_Ou posso aumentar o fogo que já está no fim da fogueira .

_solte as garrafas agora docinho.

_Ta bom.

Ele parece aliviado mais percebe o que eu quis dizer, mais tarde demais uma das garrafas já se quebrava em vários cacos no chão.

_Sua louca – ele grita e coloca a mão na cabeça.

_Então vamos ?

Pergunto para ele balançando a outra garrafa.

_Vamos.

Sorrio , digo que devolverei apenas no fim do dia se ele se comportar.

É com toda a certeza terei trabalho com esses dois.