Sábado à noite. Matthew voltara para casa depois de horas vagabundeando pelas ruas. Havia ido ao ninho de Kurt sozinho, conversara um pouco com o mesmo e se alimentara por lá. Quando acabara de trancar a porta da sala e se virara, dera de cara com Catherine de braços cruzados. Sua feição era séria e doentia.

- O que fez ontem? – Catherine perguntara. Matthew estava encarando-a sereno. Continuara andando e passara reto por ela, subindo as escadas indo em direção ao seu quarto. Abrira a porta do mesmo e tirara a blusa, jogando-a pelo chão. Catherine adentrara o local rapidamente.

- Você não deveria ter trago-a aqui!!! – Catherine exclamara, aumentando seu tom de voz. Sua expressão era de raiva.

- Me deixe, Catherine! – Matthew exclamara, empurrando-a com força contra a parede, ouvindo o barulho das costas da menina batendo contra o gesso. Saíra do quarto e batera a porta do mesmo, descendo as escadas. Catherine fora atrás dele e o parou na sala.

- Escute-me quando falo com você! Eu te criei, te ensinei tudo que é hoje em dia. Não queira competir forças comigo Matthew, você sabe que é batalha perdida. – A menina encarava o garoto, falando com um tom de voz baixo e frio. – Você não deveria ter trago-a aqui! Na minha casa! Aquela imunda... – Catherine gritara, andando rapidamente pela sala, nervosa.

- Você não me diz o que fazer, Catherine. EU JÁ CANSEI DE VOCÊ E SUA LOUCA OBSESSÃO! Você é um demônio maldito! – Matthew gritara nervosamente e no segundo seguinte pôde sentir as mãos da menina em volta do seu pescoço, apertando tão fortemente que as unhas adentraram a pele, ferindo-o. O rosto dela se aproximou do dele e ele pode escutá-la sussurrar.

- Não me desafie. E nunca mais traga aquela garota aqui. Nunca mais a procure. Você é meu, Matthew. De mais ninguém. Passarei por cima de quem for, e até mesmo de você. Não duvide disso. – Catherine sussurrara. Matthew empurrara ela com ambas as mãos, fazendo toda a força possível e conseguira fazê-la soltar-lhe.

- Eu tenho pena de você. – Matthew pronunciara com todo o nojo estampado em seu tom de voz. Catherine virara as costas e subira as escadas rapidamente.  Matthew tocou seu pescoço e olhou para os seus dedos brancos manchados de sangue. Levantara do chão e pegara seu casaco, jogado em cima do sofá, abrindo a porta no segundo seguinte e saindo de casa. Não aceitava ameaças, muito menos de Catherine. Encarara o frio – para ele inexistente – das ruas e uma frase ecoava em sua cabeça: Agora, saindo de casa, uma briga estava sendo comprada. E ele sabia que a menina não iria economizar armas para tê-lo de volta.