Matthew adentrara a espaçosa sala de estar e notara que estava vazio. Estranho, era para Catherine estar ali como de costume, parada de frente à janela. Desabotoou sua camisa devagar, irritando-se logo com um botão teimoso que cismara em se enroscar no pano de sua blusa naquele momento. Puxou com tamanha força que todos os botões saltaram rapidamente pelo chão da sala, tingindo o carpete de cor escura de vários pontinhos brancos. Deslizou a camisa pelas suas costas e jogou-a por cima do sofá, dando meia volta e caminhando em passos lentos até a escada. Ao chegar no corredor notou que a porta do quarto de Catherine estava aberta. Empurrou-a devagar, ouvindo um ranger de leve da porta com o chão e adentrou o quarto, vendo no centro do mesmo o médio caixão tampado. Aproximou-se do mesmo e ergueu a tampa silenciosamente, observando o rosto sereno e juvenil da garota ali deitado. Seus olhos mantinham-se fechados e ela parecia estar em torpor. Os cabelos caíam suavemente pela sua face, pareciam beijar-lhe a pele delicada como mármore. Os traços de seu rosto lembravam-no muito uma boneca de porcelana. Parecia tão frágil. Nunca havia parado para reparar desse jeito em Catherine. Sacudiu a cabeça e tirou aqueles pensamentos da mente. Repôs a tampa do caixão no local e se encaminhou até seu quarto, dirigindo-se até seu próprio lugar de descanso, mergulhado em suas próprias fantasias e devaneios.

Catherine poderia ser do jeito que fosse, mas chamava-lhe a atenção de uma certa forma. Pelo laço que tinham, por tudo. Mas, havia algo em Isabelle que ele não saberia explicar o que era... Ela lhe chamava atenção. E ele sabia que esse jogo de sedução era muito perigoso. Em um triângulo amoroso, uma das pontas sempre sofre ou se quebra. E uma dúvida pairava em sua cabeça: Qual das duas pontas ele deveria quebrar?