Endless Love escrita por STatic


Capítulo 42
Capítulo 42


Notas iniciais do capítulo

Oláa mores!! Eu demorei né?! Eu sei, desculpem. Eu estava com uma junção de preguiça com falta de inspiração, e nossa, não recomendo!
Mas aqui estou! Antes, deixem eu dizer obrigada pelos comentários e DanielaMartins que favoritou! Vocês são incríveis, já sabem.

Sobre esse capítulo: Ele é importante!! Eu estive ansiosa para escrever ele durante muito tempo, então espero mesmo que gostem! E aliás, eu atendi um pedido da Bella Caskett, feito há trinta anos trás hahahhah Antes tarde do que nunca, hã?

Enfim, espero que gostem! Boa leitura!



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Castle POV

E nós teríamos um menino. Kate estava certa – eu devia mesmo estar tão surpreso com isso? Minha experiência dizia que não. Mas, de qualquer maneira, eu ainda tinha esperanças...

Mas um menino! Por mais que eu houvesse imaginado uma garotinha exatamente como Kate, eu estava no momento em um novo nível de felicidade ao imaginar o que viria pela frente. Seria novo, e seria assustador não saber o que esperar, mas ainda assim, era totalmente empolgante.

Agora mesmo, tudo o que eu podia imaginar eram brinquedos e carros e explosões, então eu claramente teria um filho em algum filme antigo dramático e ruim. Eu não me importava, eram os clichês o que eu conseguia pensar agora.

Apesar de Alexis jamais ter me deixado para trás no quesito brinquedos e aventuras quando criança, com um menino seria diferente, eu podia ter certeza. Mas de qualquer maneira, seria maravilhoso.

Kate havia, claramente, ficado emocionadíssima com a novidade. Eu podia ver todo o prazer em estar certa flutuando ao redor dela como uma aura, o que seria extremamente irritante, não fosse o sorrisinho que ela parecia incapaz de tirar do rosto. No fim das contas, era apenas adorável.

—Você acha que ele terá seus olhos? – perguntei enquanto estacionava o carro no lugar em que Kate apontou.

Ela sacudiu a cabeça. -De jeito nenhum. – disse simplesmente.

Certo, ela estava muito certa disso.

—O quê? – perguntei, me virando para ela no banco.

E de repente Kate parecia constrangida. Constrangida de verdade, com o rosto corando e olhos desviando.

—Ele vai ter os seus olhos. – respondeu e saiu do carro.

Eu tive que apressar o passo para acompanha-la, enquanto ela caminhava em direção ao parque. Nosso parque, com nossos balanços e estranhamente vazio. Aquele era um lugar especial, era óbvio. E estar ali, naquele dia? Apenas tornava tudo ainda mais especial.

Quando, após alguns passos, consegui alcança-la, nós caminhamos lentamente e lado a lado, sem qualquer pressa.

—Não tem a menor chance de eu estar errado duas vezes.

Ela sorriu um pouco, mordendo os lábios. – Pois você está.

—De jeito nenhum. -eu falava com a mesma certeza que ela. – Duas vezes seguidas? Não mesmo, eu me recuso.

Ela riu agora, parando. -Se recusa?

—Sim.

Ela sacudiu a cabeça, e voltou a andar. - Você está errado... Com certeza errado.

Eu a olhei por alguns segundos. Ela tinha um ar distante agora, parecia ver longe e eu imaginava se de repente ela podia mesmo saber algo assim. Não... Aquilo era bobagem. Definitivamente bobagem. Kate voltou a me olhar quando sentiu que eu a encarava, e novamente parecia constrangida. Eu ergui as sobrancelhas, a incitando a continuar e dizer o que estava passando em sua cabeça.

Ela desviou o olhar, encarando a frente. Eu fiz o mesmo, notando sem muita surpresa que estávamos bem próximos aos balanços agora.

—Você está bem?

— Sim, minha cabeça está incomodando um pouco, não se preocupe. É só que... -ela para e respira fundo. -Desde que eu descobri que estava grávida, e mesmo antes, se eu for honesta, eu imaginava um garotinho com seus olhos, e seu rosto e seu jeitinho... E bom, eu não quero abrir mão dessa imagem.

Eu a encarei, notando novamente seu jeito distante... Ela parecia diferente. Eu não sabia identificar o que, mas ela estava. Não algo relacionado a gerar um ser humano dentro de si. Era algo mais, algo que eu não estava vendo, o que era quase inédito. Mas ela parecia – e estava, eu podia saber- feliz, emocionada e... Algo mais.

Era muito irritante não conseguir lê-la.

—Bom, eu sou mesmo um belo exemplo de beleza. -disse por fim e ela riu, me olhando novamente.

—Eu sei. E tem toda essa... inocência. E bondade. E amor pela vida! – ela exclamou. – São ótimas qualidades. Quem não ia querer algo assim para um filho?

Droga, quando foi que ela ficou tão boa com as palavras? E quando foi que eu havia ficado tão sem jeito com elas?

—Eu tenho algo que me faz ser assim. -disse, pegando sua mão que balançava entre nós dois. Ela sorriu, mas sacudiu a cabeça.

—Eu não fiz isso. É algo que já nasceu com você... É Castle!

Eu não consegui encontrar o que dizer, então voltamos a andar. Chegamos até os balanços vazios, e era como se eles estivessem sempre esperando por nós.

Permanecemos em um silencio confortável por alguns minutos, apenas admirando a paisagem, as poucas pessoas indo e vindo, e quando voltei a olhar, Kate tinha um sorriso de tirar o folego no rosto, aquele de um milhão de quilowatts que iluminava seu rosto, um brilho novo no olhar. Estava realmente difícil acompanhá-la aquela tarde.

— O que foi? -perguntei e ela se virou para mim, parecendo surpresa, como se estivesse se esquecido completamente da minha presença ali. Ela me olhou por um longo minuto, como se estivesse pensando em algo muito sério, tomando decisões importantíssimas.

E então Kate me pegou completamente de surpresa, mais uma vez.

— Você se lembra quando se apaixonou por mim? Ou quando percebeu que estava apaixonado por mim? – ela perguntou. Não parecia chateada ou melancólica, de maneira alguma. Parecia apenas genuinamente curiosa e estranhamente focada. Em que exatamente, eu não fazia ideia.

Eu não precisava pensar muito naquela resposta. Respirei fundo, antes de começar a falar.

—Sabe, quando nós nos conhecemos pela primeira vez... Quando você apareceu naquela festa e quase esfregou seu distintivo na minha cara...

Ela riu um pouco, e eu me virei de maneira desajeita, do melhor jeito que pude, completamente em sua direção. Quando Kate não disse absolutamente nada, eu continuei.

—Você me deixou sem folego naquela noite. Eu venho tentando recuperá-lo desde então. – a olhei atentamente, observando cada pequena reação as minhas palavras. Nós nunca tínhamos conversado honestamente sobre aquilo. A não ser naquela vez sob uma bomba, e não era nem de perto a mesma coisa. – Quando nós começamos a trabalhar juntos, eu queria descobrir todos seus segredos... Você era como meu mistério particular. Você me surpreendia e me desafiava todos os dias.

Ela me encarava com olhos sérios e quase me sondava, absorvendo tudo. Ainda assim, não disse nada, um sorriso no canto dos lábios que ela tentava controlar.

—Eu sabia já nas primeiras semanas que eu nunca iria querer perder você. 

O sorriso que ela tentava controlar venceu, então.

—Então você me amava durante todos aqueles anos?

—Sim, mesmo que eu tentasse negar. Era sutil, no começo, mas...

—Nós fizemos evoluir. -ela completou e eu sorri.

—Exato. Toda a confiança, todas as experiências... Apenas fizeram com que ficássemos mais fortes e unidos. Nos fez crescer juntos.

Ela sorriu e mordeu os lábios novamente – eu estava começando a me preocupar com a saúde deles - e desviou o rosto, olhando para baixo, o cabelo cobrindo parte do seu rosto.

—Às vezes eu tento pensar no exato momento em que eu comecei a me apaixonar por você. 

Olhei mais atentamente para ela, notando que seus olhos estavam fechados, a voz doce e nostálgica. Estiquei minha mão e toquei a sua que segurava fortemente a corrente do balanço em que ela estava.

—E então?

Ela respirou fundo, como se se preparasse para algo que mudaria sua vida, e finalmente abriu os olhos, levantando a cabeça. Ainda sem olhar para mim.

—Você sabia que a primeira vez que nos conhecemos, não foi a primeira vez que nos conhecemos? – perguntou, e então minha respiração estava presa, minha voz impossibilitada de se formar. E então ela olhou para mim.

Se eu achava que algo estava diferente em seus olhos antes, agora eu tinha a mais absoluta certeza. Algo havia mudado, algo que eu não via em meses. Toda uma luz, uma autoconfiança que eu achava estar perdida... Estava ali, puramente expressa em seus olhos.

E mais, eu tinha a sensação, ao olhá-la, que ela tentava transmitir algo, tentava me fazer notar algo. Eu, por outro lado, estava cada vez mais confuso, mas podia ver que ela estava chegando onde queria.

—O quê? - consegui colocar para fora.

—Uma tarde de autógrafos... Eu esperei na fila por uma hora para ter meu Flowers for Your Grave autografado.  – confessou.

Eu não sabia o que dizer. Olhando para trás, para a Kate Beckett que me achava tão horrivelmente irritante e que dizia -embora eu no fundo soubesse a verdade- que não era fã dos meus livros, esperando por uma hora por um autógrafo? Eu não sabia o que era mais perturbador: Isso ou fato de eu não me lembrar dela - como aquilo era possível? – ou ainda, como ela se lembrava daquilo?

— Foi pouco tempo depois que minha mãe morreu... Eu esperei todo aquele tempo na fila, nervosa e ansiosa. -ela riu, seu olhar distante, em uma outra época e eu não tinha certeza se estava respirando. – Quando chegou minha vez, você olhou para cima e sorriu. Eu não sei o que viu em meu rosto, eu não sabia nem mesmo o que fazer comigo mesma naquela época, mas você apenas olhou para mim, e disse que o que quer que fosse que estava acontecendo, melhoraria. Quão estranho é isso? Você me conhecia, e sequer me conhecia!

Eu ainda não havia conseguido encontrar minha voz. Nem o que dizer.

Ela me olhou agora, a emoção evidente em seus olhos.

—Foi tão importante, Castle. -sussurrou. – Seus livros, você... Durante aquele período terrível quando eu tentava lidar com meu mundo desmoronando ao redor de mim. Você foi importante. Tão importante quanto agora, tantos anos depois.

—Kate... -tentei, mas ela me cortou, levantando a mão que estava repousada em seu colo.

—Quando nós nos encontramos naquela festa, eu era uma pessoa diferente. Muito tinha acontecido, e muito tinha mudado, e eu tive que mudar junto. Eu fui resistente a você. Fui resistente por que eu tinha medo, por que eu tinha me esquecido como ser uma pessoa de verdade. Quando você apareceu, eu estava quebrada. -ela deu um sorrisinho triste e distante, e me calou novamente quando sacudi a cabeça ferozmente, abrindo a boca para negar o que ela dizia.

—Eu não estava me divertindo. - voltou a dizer, murmurando. – E você me assustava, Castle. Deus, como você me assustava! Você me assustava por que começou a desmoronar aquela parede sem ao menos tentar, e então... E então eu estava apaixonada por você.

Ela me olhou novamente, seus olhos claros nadando nas lágrimas que se recusavam a cair completamente

— Demorou muito tempo para eu perceber, mas quando o fiz... Me deixou sem folego, também.

Não importava quanto tempo passasse, não importava o que nós passamos juntos, ainda assim, depois de tudo, Katherine Beckett conseguia me surpreender, conseguia me deixar totalmente sem palavras.

Eu queria responder, dizer a ela tudo o que passava pela minha cabeça, mas ainda não encontrara minha voz, e parecia que ela não estava em nenhum lugar nem remotamente próximo. E antes que eu pudesse encontra-la, a realização – o que ela tentara me fazer ver, o que ela estava realmente tentando me fazer entender desde o começo – me atingiu.

Ela se lembrava.

Kate POV

Eu podia sentir as lágrimas caindo pelo meu rosto, como uma idiota.

Era para ser algo leve, algo que nos deixasse rindo e que pudéssemos contar mais tarde. Mas, é claro, não havia acontecido.

Uma vez que eu começara a falar, eu simplesmente tinha que dizer.

Eu passara muito tempo sem aquelas memórias, sem saber completamente aquela parte de nossa história, e ela era tão perfeita, tão nossa, e eu simplesmente tinha que dizer em voz alta.

Eu tinha que ter certeza que não estava imaginando coisas, que aquilo não era, de maneira alguma, um truque do meu cérebro até então defeituoso.

Castle me encarava estático, e eu não sabia o que se passava em sua cabeça, mas pude ver o momento em que ele soube.  Pude ver o reconhecimento em seus olhos, a surpresa quando eles se arregalaram um pouco assim como a felicidade contida, com o medo de que fosse apenas sua imaginação.

Eu podia entender. Era como eu me sentia, afinal.

—Talvez tenha sido quando nós nos beijamos pela primeira vez? Ou antes, quando atirei em Dick Coonan? Ou mesmo quando você me deixava louca no começo? Mas eu não sei... Talvez você tenha razão. – olhei para longe, e depois de volta para ele. – Talvez tenha sido algo gradual, e nós nos apaixonamos um pouco mais todos os dias. Com a maneira que você me fazia sorrir, me fazia rir, me irritava ou me deixava completamente maravilhada com o homem que é... Como podia ser diferente, com você salvando ou, ao menos, me ajudando a salvar minha vida? – eu ri um pouco. -Eu sei, é cafona. Mas, Deus, como é verdadeiro!

Ele ainda me olhava como se eu tivesse acabado de aterrissar na Terra, pele verde e tudo.

—Você se lembra? – Castle perguntou soltando uma respiração, ainda parecendo chocado. Observei quando ele levantou do balanço, tropeçando em suas próprias pernas, e deu alguns passos, acabando com a distância entre nós, parando bem a minha frente.

—Eu me lembro. -respondi, incapaz de evitar o sorriso estúpido. Eu sentia que a qualquer momento meu rosto se dividiria em dois.

Seus olhos brilhavam e ele balançou a cabeça, parecendo prestes a entrar em combustão.

—De tudo mesmo? – perguntou com aquela expressão tão infantil e perfeita, e eu ri.

Ele pegou minhas mãos e me levantou do balanço, de modo que fiquei bem a sua frente. Levantei a cabeça para olhar bem em seus olhos, tentando evitar as lágrimas que eu sabia serem inevitáveis.

—Então eu amava você desde o primeiro dia? – perguntei cética, me referindo ao que ele havia afirmado tantos dias atrás, enquanto me levantava. -Como se isso fosse verdade!

Nós dois rimos ao mesmo tempo e antes que algo mais pudesse ser dito, seus lábios estavam nos meus, meu corpo pressionado contra o seu. Era ridículo, considerando tudo, mas ainda assim era algo diferente. A sensação dos nossos lábios juntos, nossas mãos, nossa pele, tudo. Era diferente, como chegar em casa após uma longa viajem. E ainda mais ridículo eram as lágrimas estúpidas que eu não conseguia controlar.

Abri meus olhos, apenas para encontrar o par mais azul me olhando de volta, lágrimas brilhando ali, um sorriso incapaz de ser contido. Encostei nossas testas, olhando e absorvendo cada detalhe dele, tentando fazer com que ficasse gravado para sempre em minha mente. Eu não queria perder aquilo nunca mais.

Ele me beijou novamente, e depois me abraçou forte, mergulhando seu rosto em meus cabelos, assim como eu fiz em seu pescoço, sentindo seu cheiro tão característico.

Eu ainda chorava, e não parecia que aquilo mudaria em algum momento próximo, então eu disse o que precisava dizer, a voz embargada.

—Obrigada, Castle.

Ele me apertou com mais força por mais um segundo, e depois se afastou para me olhar.

—Pelo que?

—Por não desistir de mim. Por não desistir de nós. Por me dar isso. -disse.

Ele sorriu, aquele sorriso que eu adorava e que era capaz de me aquecer por dentro.

—Como se isso fosse possível. -respondeu simplesmente, copiando minha frase de mais cedo, e depois: - Eu amo você, Kate Beckett.

Eu respirei fundo, como se fosse a primeira vez em meses, e respondi a verdade mais pura e sincera de todas.

—Eu amo você, Rick Castle.


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Notas finais do capítulo

FIM!
Okay, não heheh Ainda temos alguns capítulos, sugestões?
Eu vou tentar não demorar com o próximo, mas *engole o choro* minhas aulas voltaram!
Enfim, me digam o que acharam, foi um capitulo importante e eu quero meesmo saber o que vocês acharam!
Beejo!