Pura Confusão - Cobrina escrita por LabWriter


Capítulo 27
Nada de promessas


Notas iniciais do capítulo

Oiie!
Desculpa ter demorado tanto para postar, mas minhas aulas começaram há algumas semanas, e agora eu tô estudando de manhã. Resultado: eu morta de sono, sem vontade ou energia para fazer nada.
Mas aqui estou eu com um capítulo novo.
Aliás, queria agradecer todas as pessoas bonitas que acompanham a fanfic, principalmente quem está comigo desde o começo. Dia 25 de janeiro, Pura Confusão - Cobrina fez 1 ano. 1 ANO!! Mds, socorro. Muito obrigada por todo o apoio, são os comentários,as recomendações, os favoritos, tudo isso, que me faz continuar escrevendo e postando pra vocês. Escrever me faz muito bem e eu fico muito feliz de poder compartilhar essa felicidade com minhas pessoas bonitas.
Obrigada, amo vocês ♥♥♥
Espero que gostem!



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COBRA

A primeira coisa que fiz ao entrar no QG foi expulsar a Jade. Eu precisava pensar,e pra pensar precisava de silêncio. Não posso dizer que ela entendeu, mas isso também não me importava.

Me joguei na cama, sem saber o que fazer. As palavras de Karina ecoavam na minha cabeça.

     “— Não precisa disso...você não precisa fazer isso, não comigo.

     — Preciso. Especialmente com você.

     — Por que?!

   — Porque eu tô começando a gostar de você. E isso não pode acontecer.”

Eu sabia que algo assim aconteceria. Não dá pra ficar com seu amigo e fingir que nada aconteceu. A última coisa que eu queria, era que ela saísse machucada dessa história. Não suportaria vê-la sofrendo de novo, muito menos por mim. Nós não podemos ficar juntos. O pai dela me odeia, assim como o resto da família, fora o fato de que ela é menor de idade.

Espera. O que?

Quase me dei um soco quando percebi que cogitei a possibilidade de um relacionamento com ela. Eu não sou assim, não costumo pensar desse jeito. O que está acontecendo?

Concluí que ficar trancado dentro do QG não ajudaria em nada. Fechei tudo e saí pra dar uma volta. Ao passar pela academia, vi a Karina com a família. Ela estava rindo, e estava feliz. Acho que se acertaram.

Eu sempre soube. Ela não precisa de mim, nunca precisou. Eu era apenas a pessoa que ela procurava quando as coisas davam errado, e agora tudo iria se ajeitar. Meu “trabalho” está feito, só me resta me afastar antes que a gente se machuque.

~~~&~~~

Três semanas se passaram. Tudo está estranho.

A dona dos olhos azuis nunca mais me procurou. Às vezes eu a via passando pela praça, logo de manhã, com a camiseta da Academia do Gael. Depois, na hora do almoço, ela voltava pra casa e saía de novo logo depois, com a camiseta do colégio. Acho que suas férias tinham finalmente acabado.

Era bom vê-la feliz depois de tanto tempo ouvindo suas palavras de desabafo e tristeza. Durante algumas semanas ela perdera seu olhar selvagem e determinado, parecia perdida. Agora ela recuperara isso, parecia pronta para derrubar qualquer um que surgisse na sua frente.

Eu não faço nada. Voltei a velha rotina: acordar, trabalhar, treinar, trabalhar mais um pouco e dormir. Apenas isso, sem salvar a garota em perigo, sem levar socos e ameaças do Mestre Gael e sem ter o prazer de apreciar o sorriso de um certo alguém direcionado para mim. Parece que há um grande vazio em mim. Não tinha como negar, a garota faz falta, mas não há nada que eu possa fazer. Ela decidiu seguir o próprio caminho para não sofrer, e eu devia fazer o mesmo.

 

KARINA

Faz quase um mês que eu não falo com ele. Não tem sido fácil, tem momentos que tenho que usar todas as forças para não o procurar e lhe dizer o quanto sinto sua falta. Todos os dias, quando vou até a academia, dou uma rápida olhada nele, só pra ver se está tudo bem. Não fico olhando tempo o suficiente para alguém perceber, muito menos ele, ou para os nossos olhares se encontrarem.

As coisas com a minha família nunca estiveram tão bem. Meu pai está me treinando para campeonatos oficiais, a relação com Bianca, apesar de ainda ser meio conturbada, está melhorando, e João tem sido extremamente atencioso. Nós conversamos por horas e rimos bastante. Acho que ele se sente sozinho, afinal, Pedro viaja de um lugar para outro por causa dos shows da Galera da Ribalta, Dandara e Gael estavam sempre ocupados e Bianca parecia não querer ficar perto dele (o que contraria completamente a cena que vi há alguns meses).

Ninguém me pergunta do Cobra. Nem pai, nem irmã e nem amigos. Todos perceberam que nos afastamos e devem ter achado que seria melhor não tocar no nome dele. E é melhor mesmo. Às vezes me pergunto se realmente estou gostando dele ou...apaixonada, quem sabe. Mas nunca tiro uma resposta de mim mesma. Parece que quanto mais eu penso nisso, mais confusas as coisas ficam.

Sei que não tem o que fazer. Ele não me via, e ainda não me vê, desse jeito. Além do mais, meu pai não gosta dele. Se com o Pedro já era ruim, eu imagino se fosse com o Cobra. Tenho certeza de que foi melhor me afastar. Já bastava o sofrimento por tudo o que estava acontecendo, não precisava de mais e não queria perder meu melhor amigo. Enfim, isso acabou acontecendo de qualquer forma.

Desperto da minha “reflexão” com batidas leves da porta do quarto. Batidas típicas da Dandara.

— Pode entrar.

Ela abriu a porta, carregando um daqueles sorrisos de mãe que eu adoro.

— Seu pai quer falar com você.

O olhar dela mudou, parecia triste de repente. E então eu soube que alguma coisa tinha acontecido. Mas não falei nada, apenas me levantei de a segui até a sala. Ao contrário do que pensei, João e Bianca não estavam por lá.

Meu pai estava sentado na mesa, com alguns papéis em sua frente. Assim que me viu deu um sorriso e pediu que me sentasse ao seu lado. Dandara se sentou também, e eu sabia que ela estava ali para manter o controle das coisas.

— Então, filha…— meu pai começou. — eu quero que você saiba que isso não vai ser fácil pra ninguém, mas todos nós te amamos muito e estamos do seu lado. Está bem?

— O que tá acontecendo? — perguntei, já meio aflita.

Ele me passou os papéis e pediu que eu desse uma olhada. Os olhei fixamente por alguns segundos. Eu estava suando frio enquanto os envelopes passeavam pelos meus dedos. Não queria ler nada, pois sabia que tudo ia mudar. Toda a paz que encontrei durante as últimas semanas iria desaparecer.

Ainda relutante, comecei a passar os olhos pelas palavras, e eles se enchiam de lágrimas a cada linha. Aquilo não podia estar acontecendo. De novo não. Eu achei que isso tinha sido esquecido...já fazia tanto tempo.

— Eu não entendo… — tentei falar em meio ao desespero. — Por que isso? Por que agora?

— Eu também não entendo, Karina. Mas vai dar tudo certo. Eu prometo. — meu pai tentou me acalmar, mas não deu muito certo.

— Não prometa nada que você não possa cumprir.

A frase saiu automaticamente, eu não pensei, só falei. E não havia raiva, só mágoa. Acho que tudo o que aconteceu nos últimos meses me afetou de uma maneira bem mais profunda do que eu imaginei. Ninguém falou nada, então continuei.

— Quando é isso?

— No sábado.

Era terça. Faltavam poucos dias.

Eu já devia saber que ele não tinha desistido. O objetivo do Lobão era fazer a vida do meu pai um verdadeiro inferno. Se ele conseguisse minha guarda, como aqueles papéis diziam que ele queria, tenho certeza de que seu plano daria certo.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Espero que sim, pois eu escrevi com muito carinho. Por favor, comente. A opinião de vocês é super importante e me ajuda a desenvolver a fanfic.
Beijos!!!