My Remedy-Percabeth escrita por Smiling Cat


Capítulo 5
Estranho.




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—Hoje o dia está simplesmente maravilhoso, não? — perguntei à atendente da livraria, olhando fixamente para a parede de vidro.

Quando me virei para a atendente da livraria, ela tinha seus olhos arregalados e um pequeno sorriso de deboche no rosto, provavelmente estava me chamando de louca mentalmente. No entanto, acho que ela acabara de arrumar uma história interessante para contar, já que a vida dela deve ser limitada ao seu uniforme de trabalho, mas não acho que isso realmente venha ao caso. A questão é: Como eu vim parar aqui; essa é uma história entediante, porém, vou contá-la.

Tudo começou quando minha mãe abriu as cortinhas do meu quarto e acendeu as luzes, ou seja, ela me acordou. E não, não era tarde, ainda eram seis horas da manhã, e eu estou de férias. A pior coisa que se pode fazer para me acordar é “jogar” luz em meu rosto. Então, como esperado, eu fiquei mal humorada— o que não é novidade já que todo dia estou assim.

Durante o café da manhã, minha mãe recebeu uma ligação dizendo que um dos seus tios avôs havia morrido, e claro que ela tinha que chorar por isso. Isso pra mim foi patético.

—Ele já morreu, está no céu, não tem o porquê chorar por isso— foi o que eu disse à minha mãe.

Dei minhas sinceras palavras acolhedoras e tudo o que recebi de minha mãe foi:

—Você é uma insensível, Annabeth — Atena me lançou um olhar desaprovador — Meça suas palavras antes de usá-las. As pessoas geralmente choram por saudade.

Depois disse continuei comendo meu cereal colorido. Eu realmente não entendo minha mãe. Primeiro ela diz que eu deveria ser mais bondosa com as pessoas e quando eu o faço, levo bronca. Cansei disso.

O tio avô da minha mãe que faleceu morava em Paris e o velório seria esse fim de semana. Atena inventou de comprar a passagem de avião hoje. Sim, a passagem. Eu não vou com ela. Não que eu não estivesse a fim de ir, pelo contrário, mas minha mãe disse que eu só iria atrapalhar com esse meu jeito seco de ser. Apenas as passagens não bastaram. A irritante tinha que inventar de comprar roupas e livros novos para a viagem.

Quando entramos na livraria, cada uma foi para um lado. Optei por aqueles livros que tinham um titulo relacionado à morte, apenas para irritar minha mãe, contudo, não achei muitos que me interessaram por isso acabei levando apenas dez livros, entre eles um que me chamou muito a atenção: Carta de amor aos mortos.

E aqui estou eu. Parada ao lado da atende, que segura duas sacolas cheias de livros. Ela é muito alta e, ao que parece, ama calçar saltos altíssimos — que não combinam nada com a roupa que está usando.

—Obrigada e volte sempre- diz e me entrega as sacolas.

Quando as seguro, meus braços falham e eu deixo as sacolas caírem no chão, que, levando em conta meu tamanho, não foi uma longa queda. Mesmo assim, não pude deixar de notar o quão rude foi esse gesto.

—Annabeth, se apresse — minha mãe passa ao meu lado, carregando várias sacolas.

Com esforço, pego as sacolas do chão e dou uma ultima olhada na brega atendente.

—É, vou voltar sim — digo, ironicamente.

************

Desde que chegamos em casa, os telefones não param de tocar. Não é possível nem ao menos dizer à minha mãe que preciso de uma colher para me cortar, pois a mesma não para quieta por um segundo. Acho que quando eu for dormir, vou ficar escutando barulho de telefone, mesmo que ele não esteja tocando.

Eu já estava me sentindo sufocada pelo som do telefone e da voz de minha mãe. Pensava que só existia esse barulho até que, graças a Deus, ouço um barulho de carro e, ao olhar pela janela percebo que se trata de um maserati vermelho.

Percy saiu do carro, foi até o porta-malas e retirou uma caixa azul enorme. A caixa era tão grande que caberia um bolo de três andares dentro. Do outro lado do carro sai uma garota de lá. Ela tem um estilo próprio. A morena usa fones de ouvido e mexe a cabeça, provavelmente no ritmo em que a música toca. Seria a namorada dele?

—Annabeth- ouço minha mãe chamar.

Sento-me corretamente no sofá e a encaro, com carranca.

—Eu vou para Paris hoje à noite. A nonna ficará com você enquanto estiver fora.

—Tá, tanto faz. Agora sai- mexo minhas mãos, em um gesto para que ela saísse.

Pelo menos havia uma noticia boa. Eu amo minha nonna.

Nonna significa avó em italiano. Minha família, por parte de mãe, não é italiana, porém minha avó mora na Itália e gosta tanto de lá que faz com que seus netos a chamem de nonna e seus filhos de mama.

A nonna é minha pessoa favorita no mundo. Ela não é normal, e isso é o que mais gosto nela. Ela é do tipo que dança as músicas de abertura das novelas, quando as mesmas começam, ama ir a parque de diversões e não aceita sair de lá sem ter andado bastante de montanha russa, ela ama ir ao shopping. Eu amo quando ela me conta as “noticias” das pessoas, não tem uma que se salve das desaprovações de minha nonna — principalmente as noras dela. A única coisa que eu não gosto nela é que: ela gosta se intromete demais na vida das pessoas e, principalmente, na vida amorosa. Eu não gosto de pessoas intrometidas.

*********

Logo após de irritar minha mãe com minha frescura para comer, eu decidi que: se eu fosse sair com Percy e seus amigos, eu iria fazer aquilo direito, afinal ele tem sido bem legal comigo e eu não sou uma pessoa tão má assim.

Eu não havia me esquecido disso. Pensei sobre isso a manhã inteira, na verdade, eu pensei em desculpas para não ir, mas acabei decidindo ir. Por ele.

Dirigi-me até o closet e comecei a escolher a roupa. Queria algo que realçasse a cor do meu cabelo.

Optei por uma camiseta preta manga cumprida, com um desenho do Mickey na frente, que deixava parte da minha barriga a mostra, porém não mostrava o umbigo, pois a saia cobria o mesmo. A saia era rodada, de cintura alta, preta com flores amarelas. Sou apaixonada por ela. A bota era preta com alguns botões dourados, ela chegava até um pouco acima dos meus joelhos. Os acessórios eram da Chanel. Eu simplesmente amo os acessórios de lá. (http://www.polyvore.com/for_fanfic_my_remedy/set?id=161626074)

Provavelmente devo ter levado umas duas horas para acabar de me arrumar, mas, finalmente, consegui ficar... Apresentável.

*******

Ouço a campainha tocar, Percy deve ter chegado.

Desço lentamente os degraus, cobertos um tapete vermelho, da escada. Minhas pernas parecem estar travando. Gostaria tanto que estivesse chovendo no momento. Não sei o porquê de eu estar fazendo isso, e eu teria desistido se não tivesse me esforçado para chegar até a porta.

Ao chegar ao hall de entrada, minha mãe estava indo atender a porta, mas eu a empurrei.

–Aonde você vai? – Ela me perguntou, arqueando uma das sobrancelhas.

Por que ela tem que se intrometer tanto na minha vida? Atena é realmente muito chata. Não acho que o fato de ela ser minha mãe signifique que ela tenha que saber tudo sobre minha vida.

Abro a porta e me deparo com Percy escorado na parede, ao lado da porta, entretido em seu iPhone, que, ao me ver, desliga o mesmo e sorri de canto. Antes de fechar a porta eu olho para minha mãe e respondo:

–Não te interessa.

********

Olho para Percy e tudo parece meio esquisito. Ele abre a boca para falar alguma coisa, mas desiste. Parece que ele está incomodado com a minha presença, mas não é só ele. Sinto como se eu tivesse que fazer algo, mas não sei o que, já que não tenho contato físico com ninguém.

Será que ele está esperando um abraço? Não Annabeth, não seja burra. Ninguém quer abraçar você.

Eu não sei o que significou aquilo, mas eu me estiquei um pouco – mesmo de salto, o ombro de Percy ainda ficava alguns dedos maior do que o meu – e baguncei os cabelos dele. O moreno pareceu surpreso no inicio, mas logo ele fez o mesmo em mim.

********

Desde que entrei no carro, minhas mãos tremiam, eu suava frio e meus olhos insistiam em querer lacrimejar, mas eu segurava o choro mordendo meu lábio inferior. Eu olhava pela janela, mas não prestava atenção no que via. Meu objetivo era me acalmar. Evitava olhar para Percy já que eu não queria que ele soubesse o quando eu estava assustada.

–Annie?

Eu o encaro, ainda mordendo meu lábio, mas agora uma de minhas mãos esconde o que eu faço. Ele ri. Nós estamos parados, pois o sinal está vermelho. Uma das mãos de Percy segura a minha que está próxima a minha boca e a retira. E com isso, um arrepio percorre meu corpo. Isso é estranho.

–Sua boca vai acabar sangrando.

Devagar eu solto meu lábio. Não seria nenhuma novidade se ele sangrasse, já que faço quando algo me incomoda. Pego uma mexa de cabelo e coloco-a atrás de minha orelha.

–Está nervosa- Percy afirma.

O encaro sem expressão. Como ele sabe que faço esse tipo de coisa quando estou nervosa? Eu faço isso desde sempre e ele me conhecia antes, mas como ele ainda se lembra?

Percy engole em seco. Parece nervoso com algo, mas poucas pessoas perceberiam isso, pois ele parece bem relaxado.

–Eu não sei como te perguntar isso e nem sei como você vai reagir – Meu Deus, aí tem coisa – Me faz um favor?- pergunta me encarando através de óculos escuros, o que é uma pena já que os olhos dele são muito bonitos.

–Diga.

Eu não o encaro. Olho para um ponto fixo em minha frente.

–Finja ser minha namorada essa noite? – diz, um pouco rápido.

Eu viro para encará-lo, com os olhos arregalados, e ele ri disso. Então esse é o verdadeiro motivo de ele ter me chamado. Rio mentalmente com isso, seria engraçado. Pela expressão de Percy, ele espera que eu diga não. Mas em hipótese nenhuma eu diria não. O que parece meio estranho, já que eu sempre me vi como a insensível.

–Tá – ele me olha surpreso – O que eu tenho que fazer?- pergunto.

O sinal fica verde e Percy volta a dirigir.

–Só dizer que é minha namorada – ele dá de ombros.

A única coisa que eu não entendi foi: Percy é lindo. Ele conseguiria qualquer garota incrivelmente bonita para fingir ser sua namorada. Então por que justo eu? Aquela garota que estava com ele mais cedo era muito bonita.

–Qual a razão de você me pedir isso? – eu quis saber.

Sem tirar os olhos da estrada, me responde.

–Porque todos os meus amigos que estrão lá tem uma namorada e, provavelmente, tentariam me empurrar para uma garota quando as aulas começassem. E se você fingir ser minha namorada e eles me deixarão em paz.

–E por que eu?

–Porque você é minha melhor amiga – melhor amiga? Não sabia que ele me considerava tanto assim. Até porque ficamos afastados por muito tempo, e não posso deixar de pensar que se ele tivesse ficado as coisas estariam melhor para mim – E também porque seria legal ser o namorado de uma garota espetacularmente bonita – conclui.

Gostei do elogio, embora eu achasse que o certo seria espetacularmente feia. Achei incrível o fato dele não querer nenhuma garota. Até porque Percy conseguiria a que ele quisesse.

Um pequeno momento de silêncio fica entre nós. E meu nervosismo – o qual eu tinha me esquecido – volta. Parece que conversar me acalma.

–Então você não quer nenhuma namorada no momento? – tento puxar assunto, a fim de esquecer o nervosismo de novo.

Percy estaciona o carro e eu fico completamente nervosa como se fosse enlouquecer. O moreno passa um dos braços em volta de meu pescoço, fazendo com que minha cabeça encoste em seu ombro.

–Nós não chegamos ainda, parei para você se acalmar- ele ri- isso está engraçado.

Quando ele diz isso, eu relaxo um pouco, entretanto meu coração ainda está muito acelerado, parece que vou ter um ataque cardíaco a qualquer instante.

– Quero arrumar alguém por mim mesmo, mas não tenho pressa- continua falando.

Isso é um pouco bizarro. Percebo que ele tem sentimentos, e é um pouco estranho porque, para mim, garotos não tinham sentimentos.

– Uau, garotos tem sentimentos – minha voz sai sem entonação, completamente sem graça.

Sinto seu corpo mexer quando ele ri, já que ainda estou meio abraçada com ele.

– Por mais que as mulheres digam que homens são todos iguais, nós conseguimos ser bem diferentes – diz rindo.

Percy me solta e retoma o caminho.

*********

Nem preciso comentar que, quando chegamos ao local, aconteceu uma cerimônia para eu sair do carro. Depois de tantos vou e não vou, eu decidi não ir, mas Percy não sabe disso, porque ele simplesmente me puxou para fora do carro. Pelo menos os amigos e primos do moreno não pareciam monstros, —porém eram irritantes —e eu estava começando a achar que nenhum deles me conhecia, o que era muito bom, até eu ver o Nico e a Hazel. Interessante.

—Uau, você é rápido — disse um garoto loiro, cujo nome seja Jason eu acho, após Percy me apresentar — Acaba de voltar e já arranjou uma namorada.

Quando Jason diz isso Hazel sorri para Percy, acho que ela acabou de entender o que estava acontecendo, já que ela sabe da verdade. Entretanto, não é para ela que eu olho quando o loiro diz a palavra “namorada” e sim para Nico.

Nico está com um cara loiro ao seu lado, e pelo jeito que seguram as mãos, estão saindo juntos. Eu sei que ele tinha uma queda pelo Percy antes de o mesmo se mudar, e também sei que ele me odeia, mas não sei direito qual o motivo. Eu nunca fiz nada para ele, só fiz uma brincadeirinha de mau gosto com a amiguinha dele, a Rachel — lê-se demônio ruivo.

Apesar de eles estarem sendo gentis, eu ainda estava com medo, por isso evitava encará-los. Não queria que me reconhecessem de algum lugar, não queria que Nico ou Hazel tocassem nesse assunto, eu me arrependi de ter dito à Hazel sobre a minha doença, eu não quero que ninguém saiba sobre ela. E tinha uma garota, a mesma garota que estava com Percy mais cedo, e eu sabia que a conhecia de algum lugar. Tanto eu quanto ela estávamos intrigadas uma com a outra, pois não parávamos de nos encarar. Se ela for quem eu estou pensando que é não sei se vou querer vê-la outra vez. Essa garota me traz lembranças da qual eu ainda não decidi se são boas ou más.

Nico riu pelo nariz, o que me fez olhar para o mesmo.

—Puxa, estou impressionado— disse baixo, perto de mim, para que só eu ouvisse— de gorda e feia para super bonita e... — Um elogio? — antipática. Achei que estava livre de você, monstra— completou, com uma expressão de nojo. Reviro os olhos, estava estranhando o elogio.

*********

Ao sentarmos em uma das mesas, Percy estava ao meu lado, porém exercia uma conversa com Jason, Frank e Leo. Hazel conversava animadamente com uma garota chamada Calipso. Thalia e Piper me encaravam enquanto Nico conversava com Will – o garoto loiro que agora sei o nome.

–De que agencia você é? – Piper perguntou simpática.

A garota que antes me encarava como se eu fosse um alienígena me pegou tão de surpresa. Eu não entendi o que ela quis dizer.

–Oi?

–Você é modelo, não é? – perguntou como se fosse obvio.

–Não... – Isso realmente foi muito estranho.

Piper encolheu os ombros de forma envergonhada e Thalia riu.

–É que você é tão bonita que achei... – ela voltou a dar o mesmo sorriso que estava estampado em seu rosto antes.

Não deveria mentir sobre esse tipo de coisa, Piper

Era o que eu gostaria de dizer, mas o que saiu foi: eu ri. Mas não foi uma risada normal, foi tão bonitinha que até eu me surpreendi.

–Obrigada, Piper – agradeci.

–Ela devia estar ocupada demais com a dieta, por isso não é modelo – diz Nico, se intrometendo na conversa.

Argh, que otário. Ele me olhava sorrindo irritantemente. Se ele queria que eu ficasse brava, a tentativa dele foi falha porque eu não fiquei. Na verdade eu passei bastante tempo pensando em emagrecer e ficar bonita, mas por outro lado, nunca pensei em ser modelo.

–Acho que tem alguém com inveja por aqui – ri daquela forma bonitinha de novo, e encarei o mesmo.

Nico fez uma careta. Ele estava mesmo com inveja, .

–Nem pensar. Percy – chamou e o mesmo se virou – você é louco, não é? Porque só assim para namorar essa monstra.

Mostrei a língua para ele ao ouvir a palavra monstra. Percy riu e passou um dos braços pelo meu ombro.

–E sou. Por ela – dito isso, ele lascou um beijo na minha bochecha.

Por fora, eu dei um sorriso irônico, sem mostrar os dentes, para Nico. Porém por dentro, era como se tudo tivesse congelado, sentia um frio na barriga muito estranho e apesar de estar em uma lanchonete, parecia que eu iria vomitar se comesse algo. Eu estava nervosa, mas eu não sabia o porquê.

Talvez eu estivesse assim por estar em lugar com bastante gente, mas ao mesmo tempo eu pensava não ser por conta disso. Quero dizer que acho que se Percy não estivesse ao meu lado, provavelmente eu estaria com muito medo, mas faz um tempo que eu tinha esquecido que estava com medo de estar aqui. Confuso? Sim. Estranho? Complemente. Se eu estou entendo algo?Quem me dera.

************

No desenrolar da noite, eles continuavam conversando. Cada um fez um pedido, eu não ia pedir nada além de um suco de laranja, mas Percy acabou pedindo uma poção de batata frita para mim. Eu não pude deixar de notar que, talvez, ele se preocupe comigo. Ainda mais quando ele ficou olhando para mim, vendo se eu iria comer mesmo. O que é bem estranho já que nem minha mãe faz isso. O que me faz achar que é besteira esse tipo de pensamento.

Nico não falou mais comigo, porém Thalia continuava me encarando.

–Eu te conheço – Thalia afirmou, olhando para mim.

–Eu sei – não sabia o que responder, e agora que ela disse que me conhecia, eu tenho certeza de que ela é quem eu estava pensando que era.

Ela suspirou e perguntou com um sorriso fraco.

–Como vai a vida?

–Normal. E a sua?

–Tá legal.

Depois dessa emocionante conversa, eu voltei a prestar atenção no que Percy conversava, e o mesmo ainda tinha seu braço em volta do meu ombro.

************

Na volta para casa, Percy falava sem parar, comentava sobre todo mundo, o que eu achei bom porque ainda sentia um frio na barriga e tinha medo de gaguejar, tudo estava tão estranho, eu nem o ouvia direito, estava prestando atenção nos olhos dele e em sua boca mexendo. Percy é tão bonito. Ele não me perguntou nada sobre o que tinha acontecido entre mim e Nico, mas o moreno estava curioso quanto a isso, eu percebi. Acho que ele achava que não seria bom perguntar, mas eu não ligo em responder isso a ele.

–Chegamos- Percy anunciou.

Eu fiquei prestando tanta atenção nele que não tinha percebido que estávamos em frente a minha mansão. Lancei um sorriso, sem dentes, para ele e Percy retribuiu.

–Ei – foi meio que automático virar para o moreno ao ouvi-lo me chamar – Obrigado por hoje. Deveria fingir ser minha namorada mais vezes – ao dizer isso ele piscou para mim.

Senti um calafrio percorrer meu corpo e, logo após, meu rosto ficar quente. Eu engoli em seco.

–De nada.

Entrei em casa correndo e escorei-me na porta, soltando um suspiro. Amei hoje, provavelmente o melhor dia da minha vida até agora. Mesmo eu não sabendo o motivo de sentir o que eu estava sentindo, era uma sensação boa.

–Annie – ouço alguém gritar.

Quando levanto minha cabeça vejo a minha nonna. Acho engraçado o fato de que sempre que a vejo, está usando alguma coisa com perolas.

–Quem o garoto? – pergunta, depois de me soltar de um abraço apertado. Essa é a nonna, sempre se intrometendo na vida das pessoas.

–Meu amigo, nonna – digo, revirando os olhos.

Enquanto caminho em direção ao meu quarto, a nonna continua me seguindo.

Nonna, eu vou dormir.

Ela desmancha o sorriso.

–Não vai me contar?

–Não – digo, secamente.

A mulher dos cabelos grisalhos desce as escadas pisando duro.

–Boa noite – resmunga.

–Tchau.

Apesar de eu ser um pouco grossa com ela e não recebê-la da forma que minha mãe gostaria que eu fizesse, eu gosto dela.


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