Entre o Espinho e a Rosa escrita por Tsumikisan


Capítulo 15
A Mansão Malfoy


Notas iniciais do capítulo

yeeeey ~ bom dia! Cap fresquinho logo de manhã :3



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A mansão ficava no meio de um campo deserto. Eles não tinham vizinhos e nem parecia que havia algum lugar próximo para se comunicar com outras pessoas. Os sequestradores grunhiram um para os outros, discutindo silenciosamente até que um loiro grandalhão resolveu se aproximar do portão, sacudindo-o. Estava trancado, quem sabe não tivesse ninguém? Mas era uma esperança fútil, pois o homem soltou o portão como se ele queimasse suas mãos. O ferro estava se torcendo, desenrolando as curvas e caracóis e formando uma cara apavorante, que falou com uma voz metálica e sonora:

— Informe o seu objetivo!

— Prendemos Potter! – rugiu Greyback, triunfante. – Capturamos Harry Potter!

Os portões se abriram no mesmo instante. Fomos arrastados pelo belo jardim, mas eu estava aterrorizada demais para reparar no lugar. Uma espécie de pássaro passou perto de nós, um pavão albino. Mesmo diante daquela situação, ainda encontrei forças para revirar os olhos.

Fomos empurrados por uma pequena escada até a porta, que foi aberta bruscamente. Uma luz pálida nos iluminou, me cegando momentaneamente.

— Que é isso? – alguém, uma mulher, perguntou friamente.

— Estamos aqui para ver Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado! – Greyback respondeu.

— Quem é você?

Abri os olhos, me acostumando com a luz aos poucos. Quem falava conosco era Narcisa Malfoy, mas não parecia exatamente a mesma Narcisa que eu havia visto no beco diagonal um ano antes. Aquela mulher irradiava poder e arrogância, mas esta a nossa frente parecia assustada e ligeiramente tremula. Seu cabelo caia por seus ombros, sem vida, e seus olhos eram sombrios.

— Você me conhece! – Greyback resmungou, incrédulo. – Lobo Greyback! Capturamos Harry Potter!

— Sei que ele está inchado, senhora, mas é ele! – Scabior disse, tentando confirmar as palavras de Greyback. – Se olhar mais de perto, verá a cicatriz. E essa aqui, está vendo a garota? – Fui empurrada para frente, mas Narcisa não prestava atenção. - É a sangue ruim que está viajando com ele. Não há dúvida que é ele!

Ela examinou atentamente o rosto de Harry. Pareceu, não sei como, encontrar alguma semelhança, pois quando endireitou-se, disse:

— Traga-os para dentro.

Fomos praticamente chutados pelo corredor. Narcisa andava calmamente, seus saltos fazendo um som alto a medida que nos aproximávamos. Alguns sequestradores olhavam as fotos emolduradas no corredor e assobiavam em aprovação. Vi Scabior cutucar o loiro grandalhão e apontar para uma grande pintura de Lucio Malfoy sentado pomposamente em uma cadeira ornamentada. Os dois deram risadinhas irônicas.

— Meu filho, Draco, está em casa passando as férias. Se for Harry Potter, ele saberá. – Narcisa informou, alheia a chacota que os homens faziam de seu marido.

Finalmente chegamos à sala principal. Quando eu notei a luz se aproximando, tentei me preparar mentalmente para aquele momento. O lugar era enorme, maior que minha própria casa talvez, e ali tinha ainda mais retratos nas paredes. Havia um lustre de cristal no teto, poltronas de aparências confortáveis e uma ornamentada lareira de mármore deixava o espaço bem mais quente. Fomos empurrados com força para o centro da sala, um ao lado do outro. As duas figuras sentadas nas poltronas se levantaram, surpresas.

— Que é isso? – Lucio Malfoy perguntou.

— Eles dizem que capturaram Potter – informou a voz fria de Narcisa. – Draco, venha aqui.

Instintivamente eu virei a cabeça. Não estava pronta para encarar Draco depois de tanto tempo. Encarei com vigor a primeira foto que encontrei, o que foi um erro, por que era ele, com talvez oito anos, sem os dentes da frente, sorrindo timidamente por trás da saia da mãe. Eles pareciam felizes, sem saber o que o futuro lhes aguardava. Meu coração se apertou, imaginando o sofrimento que aquela família estava passando.

— Então, moleque? – Greyback rosnou.

Não pude resistir. Parei de encarar a foto e olhei para o verdadeiro Draco, o de dezessete anos, parado a alguns centímetros de mim, olhando um tanto quanto confuso para Harry. Ele ainda não havia olhado para mim sequer uma vez. Parecia mais alto, ou talvez fosse apenas os meses sem vê-lo que me davam essa ilusão. Os olhos cinzentos dele pareciam tão apagados quanto os da mãe, seu cabelo estava penteado para trás e ele usava roupas muito formais para férias em casa. Parecia extremamente desconfortável.

Mas era Draco, com certeza era ele. O meu Draco.

— E então? – Lucio perguntou, ansioso. – É ele? É o Harry Potter?

— Não tenho... Não tenho muita certeza – respondeu Draco.

— Mas olhe-o com atenção, olhe! Chegue mais perto!

— Não sei – ele retrucou, cruzando os braços e encarando o pai.

— É melhor termos certeza, Lúcio – disse Narcisa para o marido. O tom de voz que ela usava com ele era o mesmo com que ela falava com Greyback. Não me admirava que o filho deles tinha tanta dificuldade em mostrar afeto por alguém. – Absoluta certeza de que é Potter, antes de chamarmos o Lorde das Trevas... Se nos enganarmos, se O chamarmos inutilmente...

— E a sangue ruim aqui? – Greyback apontou para mim.

Todos os olhares na sala foram diretamente para mim, mas eu só estava centrada em um. Os olhos dele se arregalaram nitidamente e ele comprimiu a boca tanto que parecia um risco fino em seu rosto. Pude ver um traço de emoção passar por seu rosto antes que ele a escondesse, franzindo o cenho. Mas depois daquele momento seus olhos não me deixaram nem por um segundo.

— Esperem... – disse Narcisa, com uma nova esperança na voz. – Sim! Ela esteve na Madame Malkin com Potter! Vi a foto dela no Profeta! Olhe Draco, não é a garota Granger?

A sala ficou em um silencio absoluto. Pude ouvir até mesmo Rony engolir a saliva a minha esquerda e Harry cerrar os dentes a direita. Todos torcíamos pela mesma coisa.

— Draco? – Lucio insistiu.

— Não.

— Como?

— Não, não é ela. – ele repetiu.

— Ah pelo amor de Deus, Draco! – Narcisa exclamou, de boca aberta. – Você não pode estar falando séri...

— Que é isso? Que aconteceu, Ciça?

Belatriz Lestrange entrou na sala com uma expressão calma, quase entediada. Ela caminhou diretamente para o centro, onde estávamos ajoelhados e sem sequer olhar para Harry, se aprumou para perto de mim. Seus olhos negros percorreram meu rosto rapidamente.

— Mas essa é a garota sangue ruim não é? – suas palavras foram sopradas em meu rosto lentamente, como se ela tivesse todo o tempo do mundo. – A Granger? Amiga do Potter?

— Achamos que sim, mas Draco disse...

— Ele disse é? – ela sorriu ironicamente. – Bom, o que eu digo é que esta é sim a Granger!

— Então este só pode ser Harry Potter. – Narcisa concordou.

— Potter e seus amigos, enfim, capturados!

— Potter? – guinchou Belatriz, finalmente parecendo notar Harry ali. Ela se levantou e o analisou com ar vitorioso. – Você tem certeza? Bem, então o Lorde das Trevas precisa ser imediatamente informado!

Ela puxou para cima sua manga esquerda e a marca negra apareceu, terrivelmente queimada no braço dela.

— Eu já ia chamá-lo! – disse Lúcio, e sua mão se fechou sobre o pulso de Belatriz, para impedi-la de tocar a Marca. – Eu O convocarei Bela! Potter foi trazido à minha casa e, portanto, está sob a minha autoridade...

— Sua autoridade! – Ela desdenhou, tentando soltar a mão do seu aperto. – Como se atreve! Tire as mãos de mim!

— Me desculpe, Sr. Malfoy, Sra. Lestrange – Scabior disse formalmente. –, mas fomos nós que pegamos Potter, e nós temos direito ao prêmio em ouro...

— Ouro! – Belatriz riu alto, enquanto tentava se desvencilhar de Lúcio. – Fique com o seu ouro, seu abutre imundo, para que quero ouro? Pretendo apenas a honra de... De...

Ela parou de falar e de se debater. Olhava para os sequestradores com ar de extrema surpresa, seus olhos quase saltando para fora das orbitas.

— O que é isso? Onde você achou? Diga-me!

Relutantemente, desviei a atenção de Draco para o local onde Belatriz olhava com tanto vigor. Um dos sequestradores ainda trazia a espada de Griffyndor na mão.

— Encontrei na barraca deles. – o homem informou, abrindo um sorriso orgulhoso. – Acho que agora é minha.

Ouviu-se um estampido e, em seguida, um clarão vermelho. O caos se instalou na sala. Belatriz era muito habilidosa com a varinha e mesmo em menor numero, ela estuporava os sequestradores um a um sem ser atingida uma só vez. O único que sobrou foi Greyback, ajoelhado aos pés da bruxa enquanto ela apontava a varinha curva para ele com um ar insano e com a outra mão segurava a espada.

— Solte-me mulher! – ele grunhiu. – Você está louca?

— Onde foi que você obteve essa espada? – ela perguntou, sacudindo o objeto perigosamente em frente ao rosto do homem. – Snape mandou-a para o meu cofre em Gringotes!

— Estava na barraca deles, já disse! – respondeu a voz áspera de Greyback. – Me solte!

Ela fez um gesto brusco e o lobisomem se pôs de pé, esfregando o peito no lugar em que a varinha estivera apontada. Belatriz andou pela sala lentamente, balançando a cabeça. Parou em um ponto a minha esquerda, murmurando consigo mesma, um pouco antes de apontar para Draco.

— Você. Leve esse lixo para fora – disse, indicando os homens desacordados. – Se não tiver peito para acabar com eles, deixe-os no pátio para mim.

— Não se atreva a falar com Draco assim – disse Narcisa, furiosa.

— Cale-se! A situação é mais grave do que você seria capaz de imaginar, Ciça! Temos um problema muito sério!

— Do que está falando? O que está acontecendo? – Lúcio perguntava, alarmado, mas as irmãs não prestavam atenção nele. Se encaravam intensamente, até que Narcisa suspirou.

— Obedeça a sua tia, Draco.

Senti que ele estava relutante. Draco hesitou por um momento, olhando para os homens estuporados no chão e depois para mim. Mas sob o olhar ferino de Belatriz, não havia nada que ele pudesse fazer, por isso enfeitiçou os sequestradores para que eles flutuassem e levou-os pelo mesmo corredor que haviam chegado minutos antes.

— E os prisioneiros devem ser levados para o porão, enquanto reflito sobre o que fazer. – Belatriz disse quando ele saiu de cena.

— A casa é minha, Bela, você não dá ordens... – Lúcio tentou impor sua autoridade novamente

— Obedeça! Você não faz ideia do perigo que estamos correndo! – guinchou Belatriz. Estava assustadoramente nervosa. Seu ar psicótico parecia ainda mais perigoso daquela forma.

Narcisa encarou a irmã novamente, mas dessa vez levou menos de dois segundos para dizer:

— Leve os prisioneiros para o porão, Greyback.

Fomos levantados. O lobo parecia já ter estado ali, pois nos guiou até uma porta de madeira velha e desgastada. Estávamos na metade do caminho quando ela mudou de idéia:

– Espere. – A bruxa disse rispidamente. – Todos, menos a sangue ruim.

Engoli em seco. Belatriz olhava para a espada distraidamente, mas eu pude perceber o brilho sádico em seus olhos. Greyback me soltou dos outros e me empurrou de volta para o centro da sala. Rony agora se debatia, nervoso.

—Não! – gritou. – Pode ficar comigo no lugar dela!

Belatriz se aproximou como um raio e deu-lhe uma bofetada no rosto. Seu sorriso me lembrava muito a Umbridge quando tudo saia como ela planejava: ridiculamente infantil e ao mesmo tempo medonho.

— Se ela morrer durante o interrogatório, você será o próximo. No meu caderninho, traidor do sangue vem logo abaixo de sangue ruim. Leve-os para baixo, Greyback, e verifique se estão bem presos, mas não faça mais nada com eles... Por enquanto.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem hehe.



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