Before - League of Legends II escrita por Ricardo Oliveira


Capítulo 22
Ionia




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“Hahaha”, ele riu, na voz que Brandon Beck conhecia bem. Kristofer era perigoso, por trás das brincadeiras e sorrisos, mas Tesla era o mal puro. Ele desfrutava cada segundo de maldade que podia obter, e naquele momento, sabendo que estava sendo assistido por toda a Runeterra, Tesla estava muito mais feliz. “Warlock, Warlock, Warlock, você realmente achou que era um deus? Sinceramente, eu ainda esperava que você durasse mais, mas se deixar ser capturado dessa forma? Patético.”

De relance, Brandon viu a expressão de Warlock murchar, estampada de decepção e algo mais… ira. Impotente, ele se limitou a assistir a traição que sofria.


O olhar de Tesla na projeção de tela se voltou para onde Brandon estava, embora a projeção estivesse sendo transmitida pelo mundo. Ele tinha certeza de que o vilão sabia o que acontecia ali. Eles sempre sabiam, estavam sempre na sua frente. Brandon sabia que não podia vencer e não tentar era, dessa vez, sua maior arma:


“Brandon.”, ele sorriu, “Bonito colar, ou seria um medalhão?”


“Ele sabe”, Brandon pensou, surpreso, “o maldito sabe”.


– Fico satisfeito que tenha aprovado, considerando o seu bom gosto por itens raros. Suponho que Piltover tenha sido obra sua. – O cientista falou diretamente para a tela, certo de que Tesla ouviria, o que se confirmou pelo lacaio de Viktor.


“Como sempre. Ah, mas não faça essa cara chateada. Eu não sou o monstro aqui. Eu não tinha o poder para parar a guerra em Ionia e, ao invés disso, usei para erguer torres e ilhas. Eu não criei o ZAC, a mais poderosa arma de destruição em massa. Você esfregou a lâmpada, Brandon, isso é apenas o gênio saindo.”


– É, eu tenho ouvido muito isso ultimamente. – Resmungou, acenando com a cabeça para Katarina. – Então, qual é o grande plano dessa vez?


“Oh, você vai adorar esse.”, a transmissão mudou. Era a Ilha de Doran, imponente no céu com canhões apontados para Ionia e Noxus, simultaneamente. Mudou novamente, os exércitos de Warlock, os ionianos que não estavam sendo controlados, que estavam em Noxus marchando para onde o líder tinha sido capturado. E mudando mais uma vez, para a Liga, onde os campeões se organizavam sob o comando de uma recuperada Vessaria. “No final, Brandon, isso é tudo o que sobra, a guerra.” Ele sorriu para o cientista uma última vez e então a transmissão acabou.


– Brandon… - Katarina começou, mas ele não tinha tempo.


– Inicie uma evacuação agora, e depois vá para o Instituto, não deixe eles começarem uma guerra e também. Não. Confie. Na. Vessaria. – Ele esclareceu, segurando a assassina pelos ombros.


– A guerra já começar! E isso é tudo sua culpa, Brandon Beck, sua culpa! – Warlock batia as mãos contra o campo de força, furioso.


– Tire esse idiota daqui também. – Ele apontou para Warlock. – Ninguém morre hoje, Katarina.


– O que você vai fazer? – Ela perguntou, preocupada.


– Invadir uma ilha voadora, mas antes… - Ele tocou o ar de um modo quase natural, embora não lidasse com a própria tecnologia de projeções de tela havia muito. Digitando o código do aparelho que Kristofer possuía, abriu uma conexão com onde o grupo estava.


– Oi! – Ele sorriu para os amigos pela projeção, acenando, para logo então fazer uma reverência. – Duquesa Karma, eu tenho um plano.


Pela tela, ele viu Kristofer acenar por entre algemas de madeira, o que ele achou apropriado. Riven, como uma noxiana, parecia preocupada com toda a situação e de estar ali. Brandon conhecia Karma de reuniões do Instituto, tinham parado de se ver desde que a guerra começou, ainda assim, não eram amigos e ela definitivamente não tinha motivos para confiar nele.


– Eu tenho ouvido falar muito sobre isso, e tenho certeza de que você vai entender o meu receio em confiar em você. – Sua voz suave ponderou, olhando diretamente pela tela.


– Eu tenho uma máquina, um protótipo de máquina, na verdade. Uma Dobra, ela serve como teletransporte, é o melhor jeito de evacuar Ionia rapidamente. – Sugeriu o cientista, pensando rapidamente no que deveria fazer. Tesla realmente tinha de complicar tudo?


Kristofer o repreendeu com o olhar. Não tinham a máquina, então a verdadeira sugestão de Brandon era “Ei, Kristofer, você consegue reconstruir uma daquelas nos cinco minutos anteriores à morte certa? Obrigado”.


– E para onde iríamos depois?


– Por enquanto, não temos o luxo de pensar no depois. Eu vou tentar impedir o bombardeio, mas não posso garantir nada. – Ele argumentou. – Confie em mim, eu posso salvar todos aí.


– Você quer ser responsável pela vida de todos aqui? Isso é… - Ela pigarreou, incrédula. – Doentio. É infantil e impossível. Você quer controlar algo incontrolável.


– Eu tenho que fazer isso. – Brandon afirmou, sério.


– Por que? – A duquesa perguntou, pouco convencida.


Ele olhou envergonhado: - Não me sobrou mais nada. Nada pelo que lutar, nada pelo que viver.


– E como você acha que o meu povo se sente todos os dias? – A voz da ioniana era calma, mas um brilho intenso de ódio surgia em seu olhar.


– Estou me oferecendo para mudar isso. – Pediu, exasperado.


– Não, você está se oferecendo para morrer, e eu estou cansada de enterrar cadáveres.


Eles se encararam por um longo tempo até o cientista passar a mão pelo rosto. Era desconfortável como as outras pessoas o entendiam melhor do que ele mesmo. Ele tinha uma ideia simples. Libertar todos do controle de Warlock enquanto fazia a paz dos dois lados, como as coisas tinham dado tão errado?


“Você já deveria ter se acostumado”, uma vozinha, que ele imaginou ser a própria consciência, falava em sua cabeça, “quando as coisas saíram como planejado?”


– Duquesa… por favor, me escute. – Ele começou, mas já era tarde demais.


– Não. Não mais. Eu estou cansada de escutar vocês e seus interesses. Te julgamos mal, Brandon Beck, você não é um homem de paz. Que comece a guerra afinal. – Então se virou para os ionianos que a acompanhavam. – Matem-nos. – Apontou para o trio.


E a transmissão se encerrou, antes que ele pudesse ver o desfecho da situação.


– É isso então, acabou. – O cientista falou para si mesmo. Katarina tinha partido, levando Warlock consigo. Queria chorar, mas não tinha certeza de que conseguiria e já tinha acumulado decepções suficientes para o tempo de uma vida.


“Eu achei que tinha mudado.”, ele pensou, “Achei que depois de tudo que eu passei, tinha me tornado alguém melhor. E aqui estou eu, prestes a morrer.”


– Uma Noxus unida poderia controlar o mundo, e seria merecedora disso. Aí, você apareceu. – Uma voz falou atrás dele.


Brandon se virou. “Conhecia” o sujeito. Tinham se visto na batalha por Kalamanda, uma vez apenas. Ele era enorme, quase um gigante e carregava um machado igualmente grande e pesado, que segundo as histórias que contavam a respeito dele, Brandon ficava surpreso em vê-lo limpo de sangue.


– Darius. Está acontecendo uma evacuação… - Tentou explicar para o guerreiro.


– Eu sei o que está acontecendo! – Ele respondeu rispidamente, ajeitando sua ombreira cheia de espinhos. – Swain ordenou a incursão final em Ionia, mesmo com a sua amiguinha dizendo o contrário. Liga para lá, paz para cá. Você é um idiota.


– Continue falando que eu vou te dar algumas sugestões de onde guardar esse machado. – Advertiu o cientista, sem muito humor restando.


– Há! Um pouco de valentia, afinal. Talvez você não seja um desperdício completo como noxiano. – Brandon estremeceu, não gostava de ser lembrado da cidade natal, pois se considerava um filho de Piltover. – Olhe, o que eu estou querendo dizer é, você não pode fugir de todas as lutas. Guerreiros, padeiros ou homens de paz, todos lutam em algum momento, garoto. E pelo que eu entendi, você é a nossa esperança para que aquela ilhazinha no céu não jogue toneladas de veneno em nós, então vá lutar a sua luta.


– Por que você está me dizendo isso? – Perguntou o cientista, que não esperava uma palestra motivacional de um dos guerreiros mais sanguinários de Noxus. Não esperava nem que ele soubesse montar uma frase.


– Ninguém gosta de perder, eu acho. Nem idiotas como você. – Brandon sorriu levemente para o guerreiro. – Não, sem afeto, pelo amor de Deus, só vá.


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