Before - League of Legends II escrita por Ricardo Oliveira


Capítulo 20
Respostas




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/587173/chapter/20

– Você não tem ideia de como isso é desconfortável. – Brandon resmungou para as suas costas enquanto mexia em um aparelho complicado. Não esperava que Mt. Targon tivesse uma tecnologia tão avançada, não enquanto seus guerreiros usavam lança e escudo.


– Minha esperança era de que fosse. – Leona sugeriu calmamente, com um pequeno sorriso. Tão calma que, não fosse a armadura dourada dos Solari que cobria o seu corpo, ele não diria se tratar de uma guerreira. – De que outra forma você me daria atenção?


Ela havia passado os últimos minutos sentada na grama, encarando o cientista pelas costas enquanto ele trabalhava, fazendo com que a sua atenção divergisse entre a máquina e o desejo de que ela fosse embora. Infelizmente, ele não tinha obtido muito sucesso ou progresso, acabando por ceder a vontade da Solari:


– Sou todo ouvidos. – Falou, se sentando de frente para ela. Os cabelos negros estavam sujos de fuligem, assim como o rosto. Olheiras fundas se abriam embaixo dos olhos, ele não dormia desde que conseguiu o medalhão.


Ela já tinha visto aquele brilho obsessivo antes, em sua amiga Diana. Determinada a provar a existência de deuses lunares, ela tinha se perdido em pesquisas e explorações durante anos. Uma busca que nada de bom tinha trazido para ela ou para a cidade. “O sol não revela a verdade. Sua luz apenas queima e cega.”, ela tinha dito. Leona não temia que aquilo fosse verdade, mas temia que Diana acreditasse demais naquilo, como Brandon agora acreditava no próprio papel.


– Você ainda é você. – Ela afirmou, olhando-o nos olhos quase inexpressivos. – O medalhão não te fez um guerreiro. Seja lá o que você está planejando, não faça.


Brandon sorriu levemente. Apreciava a preocupação da guerreira. Ela já o entendia muito bem antes, mas agora sabia mais sobre ele do que ele próprio. O cientista já se incomodava quando não entendia algo, agora mal lidava com o fato de ser esse algo. Trabalhar naquela máquina, crucial para o seu plano, era a única coisa que ele podia fazer. A única coisa que lhe restava.


Kristofer trabalhava em uma forma de contra-atacar os poderes de controle mental de Warlock com o Medalhão Solari de Ferro enquanto Brandon tentava encontrar uma forma de desativar a Força da Trindade, o item que dava os poderes fantásticos de Warlock. Infelizmente, seu trabalho não tinha progredido muito desde então.


Obviamente, ele tinha um plano B. E Leona, de alguma forma, sabia o que se passava na cabeça dele. Mesmo sem controlar mentalmente as pessoas, Warlock era muito poderoso. Se ele não pudesse retirar o poder dele, teria que…


– Não vou matá-lo. – Ele prometeu, sem saber se estava ou não mentindo. Na sua mente, ele quase sentia um “A menos que eu não tenha escolha”.


– Eu sei. – Ela concordou compreensivamente. – Meu medo é saber que você vai tentar.


– Ele não é a maior ameaça. – O cientista confessou, transparecendo as preocupações. – É só um peão. Viktor e as Rosas me preocupam muito mais. Eu nem sei ainda o que eles pretendem.


– Bom, você deveria descansar um pouco então! – Ela sugeriu, radiante como o sol. – Vai precisar de energia para seguir em frente.


Brandon parou de respirar por um segundo. Como se uma lâmpada se acendesse intensamente em sua mente, ele começou a pensar. Leona deve ter reparado na expressão dele, pois seu semblante ficou confuso.


– Repete. – Ele murmurou para a guerreira.


– Qual parte? – Leona perguntou, levemente assustada.


– Sobre a energia.


– “Você vai precisar de energia para seguir em frente”? – Repetiu insegura, e Brandon passou a mão pelo rosto, sacudindo o cabelo:


– Energia para seguir em frente. Ele precisa de energia para seguir em frente! – Exclamou, mais empolgado do que nunca. – Chame os outros! Eu já sei o que fazer!


Quando Leona voltou com Kristofer, Vayne e Riven, eles também pareciam confusos. Brandon apontou para Kristofer quando o viu, com o medalhão parcialmente desmontado na mão:


– Você se lembra de Fiddlesticks? – Perguntou, o brilho surgindo nos olhos.


– O espantalho do Tesla. – Respondeu indiferente. Tinha visto Tesla, que na época usava o nome Istvaan, invocar o espantalho maligno de outra dimensão. Também tinha o visto enfrentando o seu exército na batalha de Icathia, onde Kristofer tinha perdido tudo.


– Meu espantalho, ele trabalha para mim. – Corrigiu o cientista com uma pontada de arrogância. “Sempre fui assim?”, se perguntou, incerto do quanto tinha ou não mudado. – Eu nunca me perguntei antes: Por que Tesla o invocou?


– Viktor pediu. Estava fazendo experiências com energia multidimensional, algo assim… - Kristofer falou, impaciente. Sem entender por que aquilo era tão importante.


Ele se virou para Leona: - Energia. Por que tudo sempre acaba em energia? Jayce, um grande cientista de Piltover, brigou com Viktor por um cristal arcano que servia como fonte de energia.


– Eu lembro disso. – Kristofer falou. Viktor tinha roubado o cristal brevemente, antes de Jayce derrotá-lo em um combate e destruir a peça. A raiva dele tinha sido assustadora.


– O incidente em uma mina de metais preciosos chamada Kalamanda. Aconteceu logo depois que a Liga foi criada. Noxus e Demacia brigaram por pedras Nexus, fontes de energia. – Ele continuou, contando nos dedos. – Vocês me fizeram ter cronodisplasia e me usaram para energizar um portal.


– Eu também lembro disso. E o vírus ZAC era uma fonte de bioenergia. – Kristofer lembrou, ficando um pouco surpreso. Ele sabia que aquelas coisas não eram coincidência.


– E por fim, a Força da Trindade. Viktor tem procurado por uma fonte de energia, e eu te pergunto: Por quê?


– Eu não sei. – Kristofer se defendeu, levantando as mãos. – Eu nunca tinha notado… Talvez… Não, não sei.


– E onde as Rosas entram nisso? -Vayne perguntou, meio impaciente.


– Bom, dependendo de como isso vai acabar, eles vão ganhar algo muito importante. – Brandon deu de ombros, indiferente. – A certeza de que podem controlar o mundo.


– E o que você vai fazer? Ainda é Brandon “eu tenho um plano” Beck ou já mudou o suficiente para não se importar? Porque, se você não é mais aquele cara, não tenho mais o que fazer aqui. – Riven questionou de braços cruzados, um pouco tensa.


Ele olhou para a noxiana com um pequeno sorriso: - Volte para Noxus então.


O grupo o olhou surpreso enquanto ele brincava com alguns fios coloridos meio distraído até notar os olhares. Sua expressão ficou entediada:


– Eu quis dizer que vamos todos para Noxus já que, obviamente, eu tenho um plano.


– Um dos bons? – Riven perguntou, tentando conter o sorriso.


– Não. Perigoso e irresponsável. – Ele suspirou. – Vamos esclarecer algumas coisas com Katarina Du Couteau, acho que ela me deve algumas explicações.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Before - League of Legends II" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.