A Única Inocência escrita por Laís Bohrer


Capítulo 5
Traços de rivalidade


Notas iniciais do capítulo

Lay*: Sei que demorei e acho que esse ficou pequeno... Mas eu gostei dele. A adolescência sai capítulo sete, entenderam? O próximo já é o torneio. Esse capítulo foi só pra mostrar a rivalidade de Ewan com o Noah... Falando nisso, eu tive um dejá vu com esse capítulo... Três partes.
Desculpem a demora e obrigada a L G Rezende e a Mrs Maddox.
Boa Leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/587132/chapter/5


Capítulo Cinco
Traços de rivalidade

Embora aparentasse estar animado, Ryan estava extremamente nervoso.

Ao chegar a sua casa, apenas sua empregada estava presente, passando um aspirador de pó no carpete escuro. Ryan a cumprimentou e a mesma sorriu para ele, um sorriso que não foi retribuindo.

Seu nome era Sally Hughman, era uma mulher baixinha de cabelos avermelhados sempre presos em um coque preciso. Seus olhos eram verdes, mais claros que os de Ryan, igualmente bondosos e radiantes na maioria das vezes. As maçãs do seu rosto eram salientes, o nariz arrebatado. Algumas rugas se encontravam discretas pela sua face. Estava na faixa dos trinta anos e trabalhava na casa da família Cross desde que Ryan completara sete anos.

Ryan passou por ela sem dizer mais nada, subiu as escadas cuidadosamente até chegar ao seu quarto – uma porta pintada há três anos antes de um verde suave, a primeira porta no segundo andar. Na outra ponta do corredor estava uma porta de madeira marrom onde do outro lado estava o quarto de seus pais. Ao lado uma escada subia para o terceiro andar – lugar onde se encontrava o escritório de seu pai, um homem de negócios.

O moreno abriu a porta de sua “toca” como gostava de chamar desde sempre.

Primeiro ele via a sua cama coberta por um edredom macio do Superman e sobre esta estava o seu inseparável companheiro Leon, um pequeno leão de pelúcia cujo lhe faltava meia orelha.

Na parede esquerda estava um enorme guarda-roupa de madeira amarela de seis portas. Na porta do meio tinha um pôster de um nadador de índice mundial, Ryan o idolatrava, mas sempre se esquecia do nome. Ao lado do armário estava uma cabeceira com um aquário pequeno e arredondado onde um peixinho dourado balançava-se de um lado para o outro, ganhou fazia um mês e o chamara de Simas.

Do outro lado do quarto, Ryan tinha uma estante de madeira amarela como o armário. Nessa havia um pote com seus lápis de colorir, uma miniatura do Batman, um globo de neve que havia ganhado de sua avó no natal do ano anterior e alguns cadernos de escola. Ao lado tinha um pequeno sofá de couro branco de dois lugares, onde descansava um macaco laranja e azul com seus membros exageradamente alongados na opinião de Ryan.

O garoto lançou a mochila em direção ao sofá e jogou-se em sua cama, abraçando seu leão de pelúcia, o garoto ficou encarando o teto onde estrelas de cinco pontas estavam espalhadas e brilhavam no escuro da noite que invadia o quarto do garoto.

A janela acima de sua cabeça estava fechada. Ryan ergueu-se e a abriu com um pouco de dificuldade.

Ele viu as ruas e os carros, deixando-se distrair com o movimento do mundo afora.

Cruzou os braços sobre o parapeito e observou.

Tinha pensado muito sobre o revezamento e sobre seus pais. No momento ambos estavam de viagem – sempre a trabalho -, eles tinham prometido voltar a tempo de ver o filho nadar, porém Ryan captara a incerteza naquela promessa.

No dia seguinte faltariam três dias e seus pais haviam partido naquela manhã para a Rússia. Ryan estava cansado de acreditar nas promessas dos pais.

Sacudiu a cabeça, tinha outras coisas lhe preocupando naquele momento, algo mais importante ainda do que seus pais.

Ele queria muito nadar naquele revezamento, mas ainda faltava um quarto membro no time e Ewan Thompson – fosse ou não o garoto da sorveteria – era sua última e única esperança.

Já havia sido um milagre conseguir fazer Noah aceitar participar do revezamento, teria que lhe dar com outra pessoa difícil do nível de Noah Andersen ou até mesmo superior... E se o tal do Ewan fosse tão cabeça dura quanto Noah, não haveria revezamento para Ryan Cross.

Por que estou pensando dessa forma? Ele deu um leve soco no todo da própria cabeça. Eu sou Ryan Cross e...

Uma batida na porta interrompe seus pensamentos, era a senhora Hughman lhe chamando para comer.

Ryan deu uma última olhada em seu peixe dourado, Simas, e abriu a porta em direção à escadaria.

ᵜⱺᵜⱺᵜⱺᵜ

Na manhã seguinte, Jasmine Porter aproximou-se da quadra em frente a sua casa. Um grupo de garotos da sua idade corria de um lado para o outro batendo uma bola laranja no chão e a lançando na direção de uma cesta, porém, dificilmente a acertavam.

Jasmine havia certa vez tentado convencer suas primas a jogar basquete com ela, porém não conseguiu da última vez e tudo o que recebeu foi um:

O que você é? Um garoto?”. Aquilo chateou Jasmine, muito.

Lembrava-se de largar sua bola no chão e correr de volta para o seu tio Alfred, lhe contava o que tinham lhe dito caindo em lágrimas. O seu tio Alfred a segurava pelos braços enquanto ela se sentava em uma de suas pernas. O homem sorria de modo paterno.

– Não deixe que os outros a impeçam de fazer o que você gosta, Mine. – ele disse.

Então ele jogava com ela nas tardes em que não tinha que trabalhar no clube.

Ele sempre perguntava: “O que quer jogar hoje, Mine?”.

Jasmine usava uma bermuda laranja um pouco velha e uma regata rosa com o desenho de uma borboleta. Prendeu seus cabelos ruivos no alto com um elástico rosa-bebê. Usava seus chinelos com um desenho das princesas da Disney. Respirou fundo e correu para a quadra antes que desistisse de tentar:

– Posso jogar com vocês? – ela gritou um pouco alto demais para os garotos.

Eles pararam e a encararam. Um garoto um pouco maior que ela caminhou em sua direção. Jasmine teve vontade de dar meia volta e correr, mas estava paralisada de medo.

O garoto tinha o cabelo muito ralo e escuro, como se estivesse crescendo depois de raspar. Embaixo do braço ele tinha uma bola de basquete. O esporte preferido de Jasmine.

– Meninas sabem jogar basquete? – ele perguntou, Jasmine percebeu sua real curiosidade.

– Nem meninos e nem meninas nascem sabendo – ela respondeu sem pensar. – Eu gosto de jogar.

Ele parou e então sorriu. Deu as costas para Jasmine que ficou da cor de seus cabelos.

Os meninos começaram a correr como se ela não estivesse ali.

Ela estava prestes a virar-se quando viu um vulto vindo fortemente em sua direção. Um vulto laranja. Em um movimento ágil e na base do susto, Jasmine agarrou a bola em um salto.

Deu um sorriso mínimo e correu, batendo a bola no chão de um jeito desatento e desajeitado.

ᵜⱺᵜⱺᵜⱺᵜ

Noah respirou fundo antes de seguir atrás de Ryan e Sora. Havia prometido não perder a cabeça, afinal, eles precisavam de um quarto membro para o revezamento e Ewan Thompson era, infelizmente, sua única esperança.

O garoto irritante da sorveteria era realmente aquele Ewan Thompson, para infelicidade de Noah. No entanto, dessa vez, Noah não poderia ser cabeça-dura, haveria de se controlar, apesar de não ter tanta fé se aguentaria.

Ryan caminhava na frente dos garotos animadamente, Sora seguia logo atrás hesitante e Noah permanecia com uma expressão indiferente. Os três pararam lado a lado próximos a borda da piscina. Neste momento, Ewan Thompson saltava na água.

Ele era bom e mais importante, era rápido. O Andersen admitia, mas nunca falaria em voz alta que seria emocionante nadar com Ewan. Noah fez um bico enorme e abaixou a cabeça, desviando o olhar. Em pouco tempo Ewan estava de volta. O garoto se lembrou do sonho estranho que teve na noite anterior, em que Ewan aparecia para ele no clube, apontava seu dedo indicador para o meio da face de Noah e o chamava de “cachorro pulguento” enquanto exibia um sorriso esnobe.

Noah acordou naquela manhã estrangulando seu travesseiro.

Ryan saltitava na frente deles, como sempre, aparentemente não preocupado em esconder sua animação.

– Ewan! – Ryan gritou assim que Ewan lançava uma toalha sobre os ombros. – Você é muito bom!

Ewan fez uma careta para Ryan que fez Noah querer estrangulá-lo como fez mais cedo com seu travesseiro. O garoto tinha pele escura, cabelo ralo e negro, os olhos tinham um brilho irritante como quem diz: “Sim, sou mesmo incrível, por que está falando comigo?”.

O moreno virou na direção do trio e sorriu sarcástico:

– Hã? – ele olhou diretamente para Noah. – Se não é o cachorrinho dos três mosqueteiros.

Noah cerrou os punhos, lembrando-se do pedido de Ryan para que ele se controlasse. Perderiam sua única chance se ele estragasse tudo. Sem Ewan, sem revezamento – uma verdadeira droga.

– Isso não foi legal – disse Sora gaguejando.

Ewan olhou para o asiático e riu.

– Então... O que vocês querem? – ele perguntou.

Ryan não perdeu um segundo:

– Participe do revezamento conosco!

Noah encarava Ewan diretamente, se segurando para não voar no pescoço daquele cara. Aquela expressão o irritava tanto...

Foi quando Ewan fechou a cara e respondeu.

– E o que eu ganho participando de um revezamento com fracotes como vocês?

Ryan corou até a raiz do cabelo, aparentemente um “não” para ele era o pior que poderia receber, mas Noah sabia que caras como Ewan adoravam arranjar problemas desnecessários. Noah não podia argumentar, afinal de contas era um verdadeiro imã para problemas.

A diferença era que Ewan simplesmente procurava por eles.

– Bom... – Ryan começou, coçando a cabeça, sem graça.

Antes que Noah se pronunciasse com sua raiva pelo modo como Ewan respondeu o amigo, Sora deu um passo para frente, as mãos juntas defronte para o corpo, ele abaixava a cabeça, nervoso.

– Senhor Ewan, precisamos de um quarto membro pro nosso time de revezamento – disse extremamente educado. – Você é a nossa única chance de conseguir entrar no revezamento. Por favor, vamos vencer juntos!

O moreno examinou Sora dos pés a cabeça, torcendo o nariz com nojo. Noah já tremia de raiva.

Se controle... Ele pensava.

Ewan soltou uma risada alta. Encarou Sora de frente. Ambos os garotos eram magros, mas Ewan era aparentemente mais forte e mais alto do que Sora.

– Você deve ser outro bichinho de estimação do Cross – analisou o japonês. – Ah, sim, já ouvi falar de você... Diga Sora, sua mãe gosta de você?

Sora recuou.

– S-sim...

– Com esse nome? – riu Ewan. – Tem certeza? Sora é um nome muito esquisito e feio, estou até com pena... Oh... – Ewan virou para Noah, com um sorriso provocador. - Cross, você vacinou seu cachorrinho Andersen? Ele está espumando de raiva.

Aquela foi à gota d’água.

Noah segurou as pontas da toalha em cima da cabeça de Ewan e a puxou para baixo, puxando Ewan pelo pescoço. Seus olhos pareciam soltar faíscas de tanta raiva que Noah estava sentindo.

O Andersen não tinha se importado muito até agora com os comentários sobre ele, mas tinha acabado de fazer amigos e não gostou quando Ewan os provocou daquele modo tão rude. No entanto, Noah não estava pensando nisso naquela hora, apenas pensou sobre como queria esganar Ewan. Aquela era a hora perfeita.

– Repita o que disse. – rosnou Noah.

Ewan apenas riu.

– Olha, o cachorrinho fala...

– Repita! – insistiu Noah impaciente.

– Noah, pare com isso! – Ryan colocou a mão sobre seu ombro. – Deixe pra lá...

Mas Noah apenas segurou a toalha mais firme.

– Tire as patinhas de mim, Andersen – a expressão de Ewan se fechou. – Antes que eu...

Diferente do esperado, Noah sorriu perigosamente. Ryan recuou.

– Escute aqui, Thompson – enfatizou. – Eu só não te quebro por que... – as palavras eram difíceis. -... Precisamos de você para o revezamento.

Ewan bufou.

– Você é persistente – reclamou. – Me dê um motivo para participar desse time com você, Andersen?

Noah estava prestes a responder quando uma voz os interrompe.

– Ewan! – era Derek Thompson, irmão mais velho de Ewan e assistente do Sr. Porter. – O que está acontecendo?

– Esse louco me atacou. – Ewan se livrou das mãos de Noah, olhando para o irmão. – Por que não vai brincar na água, maninho?

Derek suspirou. Noah estranhou sua paciência, afinal Derek era um irmão mais velho, deveria estar tão irritado quanto Noah com uma resposta daquelas, mas Derek não parecia se importar.

O rapaz estalou a palma da mão na própria testa.

– Eu mereço... – soltou mais um suspiro. – Ewan, o que conversamos?

O mais novo deu de ombros com um bico, aparentemente irritado e então ignorou o irmão e Noah, dando as costas para o grupo. Ryan já estava suspirando desapontado quando Noah chamou:

– Nade comigo! – ele forçou as palavras para fora.

Ewan parou no meio do caminho lançando a toalha branca no ombro. De inicio ele não olhou para Noah e este soube que o outro estava surpreso com a proposta, pelo menos era isso o que Noah queria pensar, que estava por cima daquele “estúpido Thompson”.

Ryan e Sora, assim como Derek Thompson, observaram o desenrolar da cena.

O moreno virou-se para Noah e surpreendeu-se com o brilho nos olhos castanhos de Noah – um brilho confiante demais para uma criança de doze anos, um brilho que lembrava...

Ewan cruzou os braços com um sorriso.

– Não brinque comigo, Andersen – disse. – Você acha que é mais rápido que eu na água?

– Sou bom o suficiente para enfrentar você – retrucou Noah.

– Noah... – Ryan chamou.

Noah virou o rosto para o moreno, os dois olhos grandes e esverdeados de Ryan mostravam preocupação. O loiro esqueceu-se com o passar dos dias que costumava odiar Ryan Cross quando tinham sete anos. Naquela época, Ryan era mais alto que Noah e agora estavam praticamente do mesmo tamanho.

Então ele desviou os olhos para Sora que se encolhia atrás de Ryan, em suas feições asiáticas o menino estava claramente ansioso.

Mas Noah Andersen sorriu confiante.

– Está tudo bem, pessoal – ele tentou tranquilizar os amigos.

Virou-se para Ewan.

– Uma aposta – desafiou. – Se eu vencer, você vai participar do revezamento com a gente.

Ewan hesitou.

– E se eu vencer? – sorriu. – Ou melhor... Quando eu vencer...

Noah bufou.

– Faremos o que você quiser. – disse sem pensar duas vezes. – Por uma semana.

– Noah! – Sora e Ryan exclamaram, mas Noah não deu atenção.

– Meus escravos, por um mês. – Ewan sorriu com a ideia.

– Ewan! – Derek ralhou.

O garoto desconhecido cerrou os punhos.

– Feito.

E de todas as burrices que Noah havia realizado ao longo da vida, até ali, aquela foi considerada a pior delas. O garoto estava com uma confiança esquisitamente poderosa, como se não fosse mesmo perder aquela. Já imaginava a expressão de Ewan quando vencesse.

E aquele era o primeiro passo para a sua derrota: Sua autoconfiança extrema.

Mas Noah não poderia voltar atrás.

Não mais.

Ewan sentia o mesmo.

– Ida e volta – disse o moreno. – Eu não vou pegar leve com você, espero que não se afogue... Cachorrinho.

Noah sorriu.

– Vou com tudo – ele prometeu. – Não venha chorar depois.

– Noah – Sora chamou. – O que está fazendo.

O japonês estava aparentemente nervoso.

– Relaxe, Sora – Noah se alongava e então virou-se para Derek. – Ei, você!

– Hã?! – Derek assustou-se.

– Faça a cronometragem, combinado? – sorriu.

– Eh... Okay? – disse Derek hesitante. – Ewan, tome cuidado, certo?

– Me dê um tempo – reclamou o mais novo.

Derek revirou os olhos e sorriu para Noah.

– Desculpe por isso tudo – murmurou para que o irmão mais novo não ouvisse.

Noah assentiu e tomou sua posição na beira da piscina. Olhou se soslaio para Ewan e seus olhos se encontraram como se soltassem faíscas de animação. As outras crianças paravam para observá-los, assim como o próprio Sr. Porter.

Noah não estava acostumado a chamar aquele tipo de atenção – uma curiosidade estranha, mas ele queria que olhassem para ele, queria ser notado.

Derek assoprou um apito e os garotos saltaram. Seus corpos traçando dois arcos no ar. O coração de Noah estava a mil e ele disparou na frente, ambos optando pelo seu estilo preferido: O nado livre.

Aquela era a primeira vez que Noah Andersen nadava para chegar primeiro.

Suas braçadas eram desesperadas. Ele conseguiu ver Ewan logo ao seu lado e esse mesmo chegou primeiro, o ultrapassando e virando em uma cambalhota tomando impulso na parede lateral da piscina.

Segundos depois, Noah repetiu seus movimentos.

Tenho que chegar primeiro... Ele pensava. Por eles.

Ele pensava em Ryan e Sora que naquele instante deveriam estar contando com ele.

Noah não queria dar mais aquela satisfação para Ewan Thompson.

Ele venceria, com certeza.

Batendo suas pernas e braços, ele chegou logo atrás de Ewan. Ele ouviu uma torcida e alguém gritou seu nome. O pequeno Andersen se sentia tão feliz na água que se esqueceu de que estava competindo.

Alguns segundos e Noah sentiu a outra ponta da piscina na palma de sua mão. Sentiu uma decepção, um pressentimento horrível.

Lembrou-se de Ewan na sua frente.

O que aconteceu? Ele pensava. Eu perdi?

Alguém gritou, Ryan, depois disso Ewan surgiu logo ao seu lado sem olhar para ele, tentando recuperar o folego. A expressão de Ewan era terrível.

Noah sorriu espontaneamente.

Eu venci.

Ele subiu pela escada de saída e foi recebido por elogios de seus amigos, mas ainda não havia acabado:

Noah virou-se para Ewan que ainda estava na piscina com uma face em choque que Noah adorou. O garoto loiro disse:

– Você perdeu agora – disse Noah com uma sombra atravessando seu rosto. – Sinceramente, eu quero vença na próxima vez... No revezamento.

Ewan riu, sem folego para sarcasmos.

– Quem disse que eu vou...

Noah o interrompeu, encarando Ewan ameaçadoramente.

– Trato é trato – Noah enfatizou. – E eu odeio pessoas que quebram promessas, me dá vontade de quebra-las.

Ewan engoliu seco e forçou um sorriso.

– Tá! Cachorrinho... – disse vencido. – Mas não me atrapalhe, vai ser a última vez que nadaremos juntos.

Noah riu.

– Não precisa mais olhar na minha cara depois – prometeu. – Te vejo daqui a três dias

E o loiro lhe deu as costas o que deixou Ewan Thompson muito irritado.

Derek começou a gargalhar assim que o trio se foi, Ewan encarou o irmão, com a raiva em suas feições. Ewan saiu da piscina e Derek colocou uma toalha em sua cabeça.

– Qual a graça?! – Ewan perguntou impaciente.

Derek tossiu.

– Ah, que vergonha... – suspirou. – Esse cara é durão mesmo, tem mais moral do que eu...

– Qualquer um tem... – murmurou Ewan.

– Hã? – Derek questionou enquanto Ewan o deixava sozinho. – Ei!

Embora não aparentasse, o moreno ficara realmente abatido. Aquele brilho nos olhos de Noah lhe lembrava de seu irmão no campeonato regional de natação. Lembrou-se de como ficou ansioso para vero irmão nadar e comparou com sua animação antes de saltar na água há minutos antes.

Definitivamente, ele nadaria com Noah Andersen novamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então cada um deles tem sua personalidade mais única... Ryan é mais criança, Sora mais tímido, Noah cabeça-quente e Ewan... O Ewan e o Noah se parecem, agora que notei... Talvez por isso se amem tanto, sim?
Espero que tenham gostado
Beijos Azuis