A casa do medo escrita por Ninna


Capítulo 6
Capítulo 6 - Fim?


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo gente! Obrigada a todos que leram >



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Tudo fazia sentido, minha avó não apontava para Pandora e sim para a Missy:

– O que você vez com a Missy? – Gritei.

– Ela era fraca, e agora está morta – Ela respondeu.

– Não! Não! – Falei.

– Sim! Sim! – Missy falou sorrindo.

Subi as escadas correndo, me tranquei no quarto e fiquei lá o dia todo, apenas chorando, não era real, nada daquilo podia ser, a Missy morreu? Ela era apenas uma criança, abaixei minha cabeça e peguei no sono. Quando acordei já era a noite, meu quarto estava escuro, e Missy estava sentada do meu lado:

– Não chora, isso é fraqueza, e lembra o que aconteceu com a última fraca? – Ela falou me abraçando.

– ME DEIXA EM PAZ! – Gritei empurrando-a.

Missy se levantou, seus olhos ficaram brancos, e ela saiu correndo. Me levantei ainda tremendo, ainda chorando e fui ir atrás dela, acendendo as luzes, desci a escada e estavam todos sentados na mesa de jantar:

– Filha, senta temos que contar muitas novidades – Minha mãe falou.

– Vamos nos mudar! – Andrew falou sorrindo.

– O que? Agora? – Falei.

– Sim, eu estou grávida – Minha mãe falou rindo.

– O que? Não... – Falei.

– Por que não? – Blair perguntou.

– Sabe Alice, achei que você poderia ficar feliz por mim, uma vez na vida – Minha mãe falou deixando a sala de jantar.

As luzes se apagaram, fui até o interruptor e tentei ligá-la mas havia caído a energia, Andrew pegou uma lanterna na cômoda próxima a ele e falou para esperarmos lá fora e que ia chamar minha mãe.

Andrew subiu as escadas enquanto nós deixávamos a casa:

– Aonde está a Missy? – Blair perguntou.

Liguei a lanterna do celular e fui procurá-la. Blair saiu da casa nervosa, não sabia o que estava acontecendo e ficou no quintal roendo as unhas, esperando que alguém saísse. Ouvi alguém subir as escadas e fui atrás, sabia que era Missy, ela ia fazer mal ao bebê, me virei naquele corredor escuro e com a pouca luz fui tentando chegar ao quarto de minha mãe, passando por vários quadros da família e Missy estava em todos, uma parte de mim não acreditava que ela havia partido.

Entrei no quarto deles escorregando, coloquei a luz no chão e vi sangue, muito sangue, fui seguindo até que vi Andrew deitado, ele havia sido esfaqueado, coloquei minha mão na boca e larguei o celular, fui até ele tentar parar o sangramento mas ele me empurrou:

– Salve sua mãe – Ele falou apontando para porta.

Me virei e vi Missy na porta segurando meu celular em uma mão e na outra uma faca ensanguentada, ela quebrou o celular e a luz apagou, estávamos no completo escuro, tentei ficar o mais quieta possível, e engatinhando fui saindo do quarto, me levantei e procurei minha mãe em todos os cômodos do lado direito apenas pelo tato, pois não enxergava nada, até que ouvi um grito vindo do outro lado do corredor, fui correndo até lá, entrei no meu quarto e no de Missy, mas apenas um quarto estava com a porta fechada, o último quarto do corredor, o quarto da Lily, virei a maçaneta mas ela não abriu, bati forte e gritei pela minha mãe, mas apenas ouvia gritos, desci até a cozinha peguei uma vela a acendi e voltei.

A porta estava aberta, fui indo devagar, eu estava com muito medo, entrei no quarto e não havia ninguém, me virei e vi minha mãe pendurada, enforcada, no mesmo lugar, subi em cima da cama da minha avó e tentei soltá-la, mas a corda era muito forte, deixei a vela e fui pegar uma tesoura no meu quarto.

Voltei e subi na cama novamente, e então Missy entrou, com seus olhos brancos, segurando a faca ainda, eu sabia que ela ia me matar, mas eu tinha que tentar salvar minha mãe, e a criança. Missy se aproximava cada vez mais, sorrindo, eu tinha que pensar rápido, não tinha mais tempo, peguei a vela e joguei na frente dela, o fogo se espalhou e ela recuou, cortei a corda e minha mãe havia caído:

– Mãe? – Gritei.

Comecei a chorar, não podia ser, o fogo se espalhava cada vez mais pelo quarto, e minha mãe não acordava, olhei em volta e Missy havia desaparecido:

– Filha – Minha mãe falou apertando meu braço.

– Sim! Sim! – Falei a ajudando a levantar.

Havia muita fumaça, começamos a tossir muito, ela se apoiou no meu ombro e fui tirando-a do cômodo, estávamos quase chegando na escada quando alguém subiu rapidamente os degraus:

– O que aconteceu? – Blair falou.

– Não! Blair, você tem que sair daqui agora! – Gritei.

– E a mamãe? A Missy ? E o Andrew? – Ela falou tossindo.

– Tira a mamãe daqui, eu vou ver o Andrew, mas a Missy, ela está morta – Falei.

Entrei no quarto e senti o corpo de Andrew, tentei sentir sua respiração, mas ele estava morto. Desci as escadas e vi Blair passando pela porta com a minha mãe, eu estava logo atrás, quando minha mãe passou a porta fechou na minha frente, me virei e vi Lily, algo me jogou contra a escada, Lily não ia me deixar sair, e as chamas já haviam tomado conta do andar de cima, havia pedaços de madeira caindo, logo iria me acertar:

– Lily para! Me deixa ir – Falei chorando.

Lily estava muito mais assustadora, seus cabelos estavam muito bagunçados, seus olhos brancos, sua pele estava exatamente quando morta e ela ainda tinha marcas de corda no pescoço. Ela começou a andar chegando mais perto de mim, e eu fui me afastando cada vez mais, até que encostei na porta, não havia mais escapatória, Lily se aproximou e pegou meu braço e eu virei meu rosto, quando ela ia puxá-lo algo a empurrou, virei lentamente meu rosto, estava tonta, não conseguia ver muita coisa por causa da fumaça, mas Missy estava na minha frente, e Lily estava deitada no pé da escada se levantando.

– Vai – Missy disse para mim.

A porta se abriu, e eu levantei:

– Vem Missy – Falei esticando minha mão.

– Eu não posso – Ela falou.

Lily se levantou e correu em minha direção, eu saí, fechei a porta e corri até minha mãe e Blair, vi cada uma daquelas pessoas assassinadas na casa pela janela, inclusive Lily que me encarava da janela do meu quarto, até as chamas explodirem o vidro. Os bombeiros chegaram e nos ajudaram, minha mãe foi encaminhada para o hospital e Blair foi junto, fiquei para dar o depoimento do que ocorreu ali, estava completamente em choque por Missy e Andrew, gaguejava para contar a história inventada, afinal quem acreditaria?

1 ano depois...

Eu, Blair, minha mãe e Billy nos mudamos de cidade, Billy era a cara de Andrew, era fofo e tinha a inocência de Missy. Nosso apartamento novo era normal, não tinha andar e sem escadas barulhentas, tinha quatro quartos, então não tinha espaço para mais ninguém ali. Minha mãe demorou para superar a morte de Andrew e de Missy, ela estava arrasada, mas cuidava muito bem de Billy. Blair estava no meio do semestre, estava tentando digerir tudo aquilo, mas ficava mais em casa. E eu fique feliz por saber que não estava louca ou drogada, ainda tenho a marca da mão de Lily no meu braço e principalmente sinto muita falta do Andrew, e da Missy, quem vai me fazer rir agora? Me deitei na cama e uma lágrima escorreu quando pensava no que Missy passou e fez por nós:

– Filha, atende a porta, estou fazendo o almoço – Minha mãe gritou.

– Blair é para você – Gritei.

– Estou cuidando do Billy, pirralha! – Ela gritou.

Me levantei e fui até a porta, não havia ninguém, apenas uma pequena caixa de papelão no chão, a peguei e levei para meu quarto, com uma tesoura cortei a fita que estava no meio, quando a caixa abriu veio um calafrio, olhei para todos os lados, e o medo tomou conta de mim, ela estava na casa mas não estava queimada, era impossível aquilo. Era a Pandora.


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