A casa do medo escrita por Ninna


Capítulo 4
Capítulo 4 - Bons sonhos




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/586468/chapter/4

Fiquei imóvel por um tempo, grande parte de mim estava curiosa, mas a outra estava com muito medo, contei até três e me virei, havia uma garota com os cabelos pretos no rosto, usando um vestido branco sujo, e com os olhos totalmente branco, logo quando me virei ela andou reto no corredor, olhei novamente para Beck e a conexão começou a falhar, até o notebook desligar completamente.

Me levantei da cama e tentei acender a luz porém não acendia, aparentemente a luz havia acabado, coloquei minha cabeça para fora do quarto e não conseguia enxergar nada, estava com medo, medo de ficar no escuro do quarto e medo de ir, então bati a porta no quarto de Missy, estava trancado:

– Missy? Por favor, deixa eu ficar com você ai – Falei batendo na porta.

– Vai embora! – Ela gritou.

– Missy!!!! Me escuta, eu sinto mui... – Tentei falar.

Enquanto eu falava ouvi algo subindo as escadas, e se virando no corredor, como estava escuro não via quem era, mas podia ouvir os passos se aproximando:

– Missy!!!!! Abra a porta, é sério, socorro – Falei batendo mais forte.

Conforme a pessoa se aproximava eu conseguia ouvir um estranho ruído, como um gemido:

– Não tenha medo – Uma mulher falou rindo.

Reconheci aquela voz da ligação do número privado, me desesperei, tentei voltar para meu quarto porém minha porta fechou sozinha na minha cara, minhas mãos estavam congelando, o corredor estava frio, e os passos cada vez mais perto, até que um silêncio permaneceu, e da escuridão vi uma mão e depois a outra, a mulher estava se rastejando, foi então que Missy abriu a porta e eu entrei:

– Missy – Falei abraçando-a.

– Não é a Missy – Respondeu uma criança rindo.

Empurrei a criança para cima da cama de Missy, não conseguia enxergar nada, me sentei no canto do quarto, e fiquei quieta:

– Aonde você está? Quero brincar – Ela falou.

Me encolhi mais ainda, quando coloquei minha mão no chão para me empurrar mais para parede sentir tocar em algo muito frio, quando olhei eu estava tocando no pé da criança que estava olhando para mim, gritei e fui engatinhando para a porta, que abriu, alguém entrou e ligou a luz, no mesmo momento fechei os olhos:

– Alice? – Missy falou.

– Missy – Falei abraçando-a.

Aquela noite dormi com a Missy, ou tentei, os pesadelos me assombravam.

No dia seguinte acordei e quando me virei dei de cara com a cabeça de Pandora, levei um susto e pulei da cama, peguei a cabeça e a parte de baixo e coloquei na minha bolsa. Desci para cozinha onde estava com um cheiro maravilhoso, quando cheguei vi minha mãe ensinando Missy a cozinhar, sorri para elas e falei que voltava depois. Fui até o centro da cidade, onde havia uma costureira que eu acreditava que podia arrumar a boneca.

O lugar era pequeno e desarrumado, havia algumas cruzes e quadros espalhados pelo lugar, a costureira era amiga da minha avó e falou que conseguia concertar a Pandora, e que eu podia voltar depois.

A cidade era muito pequena, cada loja era perto da outra, fui andando pela quadra e vi um poste com um cartaz de desaparecidos, me aproximei e vi a criança que me dera um susto noite passada, descolei aquele cartaz e fui a delegacia.

A xerife estava logo na entrada tomando um café e conversando com dois policiais:

– Eu vi essa garotinha na minha casa noite passada! – Falei olhando para ela.

Ela falou para que os dois policiais para que saíssem e falou para eu ir para sala dela. Um policial a parou no meio do caminho, então continuei o percurso sozinha, entrei e me sentei a espera dela. Passaram alguns minutos quando reparei que havia um caso em cima da mesa dela que tinha a foto da minha casa, olhei para trás e abri o arquivo, reconheci a mulher que estava se rastejando no corredor, o jardineiro, e haviam mais 7 mortes naquela casa, ouvi a xerife vindo e fechei rapidamente e disfarcei:

– Você está dizendo que viu essa garota? – Ela falou com um tom de ironia sentando na mesa.

– Sim, ela estava na minha casa – Falei.

– Ela morreu na sua casa – A xerife falou.

– Co-como? – Perguntei.

– O nome dela é Lily, a encontramos enforcada no quarto dela, que é o quarto do final do corredor – Ela respondeu.

– Ela cometeu suicídio? – Perguntei.

– Não... O pai dela a fez sofrer muito, a afundava na banheira, a deixava dias sem comer, foi ele que a amarrou lá, ele deixou um bilhete escrito que foi a casa que o mandou fazer aquilo e depois deu um tiro em sua cabeça – Ela respondeu.

Fiquei paralisada, não conseguia acreditar:

– Você ainda está se drogando? – A xerife perguntou.

– Não vou responder isso – Falei me levantando.

Deixei a delegacia e voltei para pegar a Pandora, quando cheguei não havia ninguém, apenas a boneca em cima da mesa com um bilhete:

‘’Tire isso daqui’’

Peguei a boneca e voltei para casa. Missy estava sentada vendo desenho e comendo pipoca:

– Oi – Falei sentando-me ao lado dela.

– Oi – Ela respondeu.

– Olha o que eu trouxe – Falei mostrando a Pandora.

Missy olhou para Pandora e depois olhou para mim, e um sorriso instantâneo apareceu, ela me abraçou e sussurrou obrigada. Terminei o dia assistindo o desenho com Missy. A porta abriu desesperadamente, e Blair entrou, gritou para que eu Missy entrássemos no carro, e nos levou para o hospital:

– O que aconteceu? – Perguntei assustada.

– A vovó – Blair respondeu dirigindo.

Quando chegamos minha mãe nos acalmou dizendo que estava tudo bem agora, Blair e ela continuaram conversando, e eu fui ver a vovó:

– Oi vó – Falei a abraçando.

Ela ainda não falava nada, mas conseguiu dar um sorriso ao me ver e segurou minha mão.

– Blair, eu vou passar a noite com a vó de vocês, preciso de um favor- Minha mãe falou para Blair.

– Claro, o que? – Blair perguntou.

– A xerife me ligou, falando que Alice foi procurá-la para falar de uma garota morta que ela viu – Ela respondeu.

– A Alice não anda dormindo direito, mãe, mas ela não é drogada – Blair falou.

– Eu sei, por isso preciso de você – Minha mãe falou.

– O que quer que eu faça? – Blair questionou.

– Faça ela tomar isso – Minha mãe falou entregando um remédio a Blair.

– Você está maluca? – Blair gritou.

– É uma espécie de sonífero, não fará mal a ela, é apenas para que ela recompor a energia e a sanidade – Minha mãe falou.

– Tá! – Blair respondeu.

Vi minha mãe entregando algo para Blair:

– Do que estavam falando? – Perguntei.

– Nada meu amor, te vejo amanhã – Minha mãe falou.

Me despedi da vovó e voltei para casa, tomei o chá que Blair fez para todas nós e fui dormir, não conseguia abrir os olhos direito, estava me sentindo mal, via pessoas andando no meu quarto como flashes.

Um pouco mais tarde abri um pouco os olhos e vi Lily na porta do meu quarto, minha visão estava embaçada, tentei me mover mas não conseguia, o que estava acontecendo? Fechei meus olhos por alguns minutos e quando consegui os abrir de novo vi Missy seguindo Lily para o quarto no final do corredor, tentei dizer não, mas não saia um som, não conseguia me mover, fechei meus olhos novamente e ouvi gritos da Missy, tentei sair da cama mas não dava, me joguei, cai no chão e fui tentando chegar no quarto porém não consegui me mover mais e acabei desmaiando ali mesmo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A casa do medo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.