Wilson, que até então acompanhara toda aquela agitação sem nada dizer, aproximou-se de House e comentou.

– Acabaram de me Bipar. Um dos meus pacientes piorou. Vou lá em cima ver como ele está.

– Vc vai vestido assim?

– Claro que não! Vou tirar essa fantasia primeiro.

– Hum... tive uma idéia... Eu vou com vc.

Wilson ergueu uma sobrancelha em um gesto claro de que não queria saber que plano ele estava tendo e levantou-se, pedindo licença. House levantou em seguida e foi atrás dele.

Entraram no banheiro masculino, Wilson trocou de roupa e House assegurou que guardaria a fantasia, garantindo que não iria aprontar nada. Depois que Wilson foi embora, House rapidamente pôs a bengala de lado, guardou a mesma num dos armários e vestiu a fantasia de Esquilo de Wilson. Iria ser um pouco difícil andar sem a bengala, mas ele tomaria cuidado. Andaria devagar e com sorte, ninguém perceberia, afinal, Wilson também estava se locomovendo desajeitado com aquela enorme roupa.

Voltou para festa, agora totalmente irreconhecível. De longe avistou uma Cameron cabisbaixa, olhando para todos os lados. Ela parecia estar a procura de alguém, e ele podia jurar que esse alguém era ele. Se aproximou devagar, mas no meio do caminho foi abordado por outro oncologista vestido de marinheiro.

– Dr. Wilson, o que achou da metodologia abordada para o novo tratamento de câncer de esôfago com remédios importados da Itália?

House ia responder do jeito de sempre, mas lembrou que estava vestido como Wilson e precisava manter as aparências. Com um esforço sobrenatural para não comparar os novos medicamentos com uma pizza tamanho família de calabresa, ele conseguiu responder adequadamente e se livrar do médico, antes que este resolvesse falar das criancinhas carecas.

Chegou perto de Cameron e puxou conversa, tentando dissimular a voz, coisa que não era muito complicado, já que a própria fantasia impedia uma boa comunicação.

– Melhorou o mal estar?! – ele perguntou de surpresa.

– Hãm? Que mal est... – mas de repente ela lembrou que havia fingido um mal estar um pouco antes, no incidente da mesa. – Ah, sim. Sim. Muito melhor. Obrigada Wilson.

House riu satisfeito por baixo da fantasia.

– Vc viu o House? – ela perguntou. – ele saiu da mesa com vc, mas ainda não o vi de volta.

– Ele foi embora.

– Embora?!?!?! – disse assustada. – Como assim embora?!!!?? – completou um pouco mais calma agora, tentando em vão não parecer tão interessada.

– Sim. Ele me disse que ia pra casa. Tinha algumas coisas pra fazer...

– Anh... – ela parecia triste. E House estava adorando ver essas expressões no rosto dela. – Será que está tudo bem com ele? – o lamento transformou-se em preocupação.

– Ah ta sim. Ele parecia bem quando foi embora.

– Hum.. me dá licença Wilson. Vou pegar alguma coisa pra beber.

– Espera! Eu vou com vc.

Ele disse enquanto agarrava um braço dela como apoio, forçando-a ao mesmo tempo, a ficar mais próxima dele. Cameron pareceu não gostar da companhia. Ela queria ficar sozinha. Estava muito desapontada por House tê-la deixado sozinha depois de tudo. Mas dispensar Wilson assim, bruscamente, não era uma opção.