Our Real Is Forever escrita por sunshine


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Hellou :B
Mais um capítulo, Boa leitura!



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Eu corria. Desesperadamente. Nem sabia pra onde, apenas seguia a trilha numa velocidade absurda. Não sabia nem como havia ido parar lá, minha mente estava embaçada Corria como uma desesperada. Como se... Minha vida dependesse disso. Um impulso exageradamente acelerado, mas que por algum motivo, eu obedecia loucamente. Aos poucos fui ficando mais atenta. Estava numa floresta. Não como as que eu costumava frequentar. Era uma floresta estranha, com árvores fininhas, pontudas e bichos que nunca havia visto na minha vida. Minhas pernas se moviam como se fossem as patas ágeis de um tigre - dos mais selvagens - perseguindo furiosamente sua presa. Um movimento estranho, mas que eu não conseguia controlar, pois sabia que deveria seguir em frente. Sabia que estava quase chegando aonde eu queria. Mas a verdade é que eu sabia onde deveria ir, mas não sabia onde estava.

Continuei observando - e minhas pernas ainda se moviam loucamente - e notei que haviam bichos nas árvores. Bichos grandes - o que era estranho, pois como árvores tão fininha poderia suportar bichos tão grandes? -, mas não eram bichos selvagens que eu via pela florestinha do Distrito 12. Não posso dizer ao certo como eram, pois devido à minha velocidade eu só via vultos.

Aquele lugar me era familiar, porém totalmente desconhecido. De repente ouvi zumbidos. Não zumbidos comuns, zumbidos exageradamente fortes. Balançava a cabeça, na esperança de espantá-los. Em vão. Eles foram ficando mais potentes, até que pararam. Suspirei, aliviada. E continuei seguindo pela trilha - a cada passo, aquele lugar me parecia mais familiar. Até que cheguei no local que esclareceu meu pensamento.

A praia. Não, pior. A praia. Então a onda súbita do reconhecimento me atingiu em cheio. Eu estava de volta naquele pesadelo.Então já sabia de tudo. Estava correndo desenfreada por uma única razão...

Nesse momento pude ouvir os gritos de agonia. E não eram do gaio tagarela. Eram reais. Como um tiro, cruzei a praia, aflita e desesperada. Será que aquilo não teria um fim? Droga. Pouco mais à frente, senti aquele cheiro horrível de flor. Mas não de uma flor comum. Da flor especial. Droga! Mil vezes droga!

Então, subitamente, parei. Não precisava ir mais adiante. Havia achado o que precisava. O aroma terrivelmente doce das rosas e o de sangue se misturavam, criando um cheiro único tão repulsivo quanto o portador dele.

–Há quanto tempo, cara Katniss.

Ele estava na frente de uma árvore - acho que a mais grossa de toda a arena -, numa postura como quem está diante de uma super autoridade, com coluna ereta e um tom de formalidade.

–O que você está fazendo aqui, Snow?

–Vim... Acabar com a saudade.

– Se você não for embora, eu é quem vou acabar com você - Eu disse, com desprezo e até certa superioridade. Ele notou, mas pareceu se deliciar com isso. Após uma breve pausa, ele me respondeu, num tom um tanto brincalhão:

–Ora, não seja tão rude, pequena valente. Afinal, seu namoradinho pode sofrer as consequências por você. Eu não sabia - ao certo - o que ele estava dizendo, até dar dois passos pro lado, revelando o tronco da árvore.

Com Peeta amarrado, inconsciente, seu tronco pendendo. Senti minha boca se abrindo, mas logo meus dentes e punhos estavam cerrados de ódio.

– O que você fez com ele, Snow? - eu gritava.

Ele sorriu.

–Apenas usei-o pra te dar um recado.

–Eu vou te matar, Snow!!! Solte Peeta! Ele não tem nada a ver com isso!

Dessa vez, seu sorriso se transformou numa risada debochada.

–Você não vê, Katniss? - ele esperou um momento, e notando minha confusão, prosseguiu - Ele é a minha arma. Você fez com que os distritos se rebelassem, e eu o uso contra você.

– Você já telessequestrou ele, e não adiantou. O que pretende agora? Transformá-lo num bestante? - Eu estava com tanto ódio que minha voz saiu zombeteira sem querer.

E aí aconteceu uma coisa muito estranha. Snow mudou. Seu rosto foi ficando enrugado, com grandes hematomas roxos por inteiro. Ferimentos extensos também surgiram. Sangue escorria sem parar de sua boca. Como se tivesse sido pisoteado, seu rosto se transformou em uma careta horrível, e então notei que aquele era o Snow... morto. Seu rosto horripilante se transformou em um sorriso, e ele disse, com uma voz sombria:

– Vou matá-lo, assim como você fez comigo.

Um calafrio percorreu meu corpo, e com o fiozinho de minha voz - agora tomada por medo - que restava eu sussurrei, quase inaudível.

–Impossível...

Ele se aproximou de mim, com passos suaves e decididos e parou bem ao meu lado. Abriu a boca, e pude sentir seu hálito de sangue esquentando minha orelha esquerda.

–Você sabe que não, Katniss. - suas unhas afiadas percorreram minha bochecha, da ponta da orelha direita até meus lábios - E eu não vou demorar.

Paralisada pelo meu pavor, vi ele se mover até onde estava Peeta, abaixar e pegar algo do chão. Só percebi o que era quando ele levantou, sorrindo na minha direção. Com um movimento rápido, ele moveu o tronco, acertando em cheio.

E sangue do Peeta espirrou em mim.

–Não!!!

Acordei gritando e sentei na cama. Peeta sentou logo após.

–O que foi Katniss?

Eu estava ainda paralisada pelo choque. Arfava. Levou alguns segundos até que eu pudesse me recompor e notar as mãos protetoras de Peeta pousadas em meus ombros. Fui subindo o olhar até seu rosto, e quando tive certeza de que estava como no dia anterior – intacto -,pulei em seu pescoço. Caímos abraçados na cama, meu rosto enterrado em seu peito. Assustado, ele levou as mãos envoltas em minha cintura.

– O que houve?

–Ah, Peeta! Graças a Deus! – eu o apertei um pouco mais, e só o soltei quando ele gemeu.

–Katniss, está me sufocando! – depois que eu me afastei e deitei em seu peito, ele examinou minha expressão e concluiu – Como foi esse?

Contei tudo a ele. Não omiti nada. Falava rápido, ainda assustada. Quando terminei, ele me olhava com uma expressão um tanto diferente – um pouco de solidariedade misturado com conforto.

–Eu já disse que eles não vão te machucar. Eu não vou deixar. A Capital não tem por que se virar contra você. E o Snow... Ora, Katniss. Ele está morto.

Um calafrio percorreu meu corpo quando ele disse morto. Mas Peeta tinha razão. Eu estava ficando neurótica. Fiquei um tempo olhando por nada, até que senti os dedos de Peeta correndo pelo meu pescoço. Percebi que ainda estava deitada sobre ele.

–E então? – ele perguntou – O que vamos fazer hoje pra... Passar o tempo?

–Eu não sei. O que você quiser.

Ele pensou por um minuto e depois disse, decidido:

– Você podia me ensinar a melhorar a minha mira... Com as facas e tudo o mais. Eu sou péssimo com armas, mas realmente gostaria de aprender.

Seu interesse repentino em armas me assustou um pouco. Ele deve ter percebido minha expressão, porque logo se justificou preocupado.

–Apenas pra te ajudar a caçar, Katniss. Eu juro. Nada além disso.

Seu desespero me fez rir. Ele riu junto comigo, então nós levantamos, nos trocamos, pegamos o que precisávamos e fomos pra floresta.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pela atenção, até a próxima!



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