O que vai ser de nós ? escrita por fêh fanfic


Capítulo 37
A revelação - parte 2


Notas iniciais do capítulo

Olá , galera ! Primeiramente , me desculpem por não ter postado antes , mas vocês vão entender pelo capítulo. Eu decidi escrevendo alguns detalhes do passado da K e , por isso , demorei . Queria fazer o melhor sem vilanizar alguém , principalmente o Cobra porque eu gosto dele. Enfim , o capítulo tá bem grande e denso , mas tá tudo explicadinho. Obrigada pelos comentários , amores . Vocês bombaram mais uma vez . Bem vinda novas leitoras e espero que gostem desse en especial !
Ps: leiam as notas finais !



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POV Karina
"Terra chamando Karina !!! " - Bianca exclamou a minha frente , tentando chamar a minha atenção.
"Desculpa , prima . Tô mega aérea . " - falei e era verdade . Não conseguia parar de pensar na reação de Pedro a tudo .
"Eu tô vendo. Você não prestou atenção em nada que conversamos com a Carol. Aconteceu alguma coisa ? " - ela me questionou e eu neguei . Não queria contar nada ainda .
"Não , Bi . Você sabe que não tenho saco pra isso de casamento. Tenho certeza que você e a Carol vão organizar tudo muito bem . No atual momento , eu só quero o Pê. " - falei sincera e minha prima me olhou surpresa.
"Nossa , quanto grude hein , K ? Nunca te vi assim nem com Pedro . Parece que você está insegura em relação a algo . " - ela comentou e eu apenas desmenti , mesmo sabendo que era verdade .
"Só acho que o Pê merece uma namorada melhor , mais presente , mais carinhosa . Só estou tentando ser o que ele é pra mim . " - disse e Bianca sorriu .
"Own !! Mas relaxa , o guitarrista , por algum motivo esquisito , gostou de você desse seu jeito aí estranho . " - Bianca brincou e e eu ri .
"Eu sou muito apaixonante , tá bom ? " - falei e ela riu alto .
"Tá bom , dona Karina. O Pedro além de louco , ainda anda mentindo pra você . Vamos logo encontrar esse menino pra você parar de me perturbar com esse romantismo que não combina com você . " - minha prima disse e eu ri , enquanto entrávamos no carro .
Em pouco tempo já estávamos em casa e tudo estava , estranhamente , calmo . Não havia ninguém nos cômodos comuns da casa , com a exceção de Mary , nossa cozinheira desde sempre .
"Bi , vou passar lá no nosso quarto pra deixar a minha bolsa e depois vou ficar com o Pedro , ok ? " - a questionei e ela apenas concordou risonha . A olhei confusa .
"Só ia dizer pra vocês não fazerem muito barulho. " - ela disse normal e eu apenas revirei os olhos , subindo as escadas em seguida.
Vi que a luz do quarto dos meninos estava acesa , o que era um sinal de que um deles estava ali e , eu não sabia se queria que fosse Pedro .
"Cobra ?!" - exclamei , assim que o vi no meu quarto . Definitivamente , não esperava vê-lo por ali .
"Karina , o Pedro não quis me escutar. " - ele falou de uma vez e eu gelei . Se ele não quis saber é porque , com certeza , não queria escutar pelo Cobra e sim por mim .
"Droga ! Por que o Pedro tinha que complicar tanto as coisas ? Já seria suficientemente difícil com você contando. " - disse e meu primo riu irônico . Odiava isso nele , ainda mais quando estava com raiva .
"Tem certeza de que foi ele quem complicou ? K , eu te falei desde do início que ele não ia gostar disso . " - ele jogou na minha cara me dando mais ódio , principalmente de mim .
"Ai , tá bom , Cobra. Eu sei que eu agi errado , mas eu realmente achei que seria o melhor. Mas se ele não acha ... eu vou ter que contar . " - constatei por fim e ele confirmou . - " De qualquer jeito , obrigada . " - sorri e ele retribuiu , parecendo querer falar algo.
"Só tem mais uma coisa , K ." - meu primo começou e eu o olhei confusa - "Mesmo ele não querendo eu falei algo dela . " - ele disse e eu o encarei mais receosa ainda .
"O que você falou , Cobra ? " - perguntei com medo .
"Que ela era nossa filha e que ela morreu ." - ele disse e eu gelei . Como ele me fala só isso pro Pedro ? Realmente foi uma péssima ideia pedir isso a Cobra .
"Cara , como é que você solta isso sem contexto ? O Pê deve estar com mais raiva ainda , pois eu nunca contei que tive uma filha e muito menos que eu a tinha perdido. A gente não tinha combinado isso , Cobra . Você precisava explicar como tudo isso começou e , principalmente , terminou . " - falei , com raiva dele e ele riu. "Eu não tenho culpa se você não confia no seu noivo " . - ele disse irônico .
"Eu confio nele sim .Como nunca confiei em você , seu idiota . E exatamente por isso eu queria que tudo ficasse claro pra ele . Mas você estragou tudo , como sempre . " - gritei , já deixando as lágrimas rolarem.
"Se eu estraguei , a culpa foi sua porque foi você que me colocou nessa história . " - ele disse aquilo que eu não queria ouvir e eu saí do quarto antes que fizesse alguma besteira .
Pra minha surpresa , Pedro estava no meio do corredor . Certamente havia escutado minha conversa com Cobra .
"Você escutou tudo ? " - questionei e ele negou com a cabeça.
"Não , só o final . Ouvi você gritando e vim ver o que era . " - ele disse e eu sorri . Sabia que ele estava com raiva de mim , mas não conseguia deixar de se preocupar comigo.
"A gente precisa conversar. " - falei e ele apenas me encarou.
"Tem certeza disso ? Se quiser eu posso esperar você confiar em mim . " - Pê disse seco , revelando toda a sua mágoa .
"Tenho , Pedro . Nunca tive tanto arrependimento por ter escondido algo de alguém como estou agora. " - disse e apenas seguiu para o quarto , abrindo espaço para que eu fosse atrás .

POV Pedro

"E então , o que quer falar comigo ? " - questionei Karina , de forma indiferente devido a minha raiva em relação a sua falta de confiança. Suas íris azuis me encaravam tristes e eu desviava de seu olhar para que eles não atrapalhassem minha frieza .
"Pê , eu sei o quanto eu errei não te contando nada e ainda pedindo pro Cobra revelar o meu passado para você . Mas eu te peço" - ela disse , chegando mais próximo -" que baixe a guarda . Eu preciso que você seja apenas o meu Pedro agora . Se você quiser brigar comigo depois , tudo bem. Mas agora , por favor , só me escuta sem frieza ou afastamento. O que eu já deveria ter te falado é algo muito difícil pra mim . " - minha noiva pediu , suplicante , segurando em minhas mãos. Seus olhos já estavam marejados e e eu apenas me sentei com ela na cama em um claro sinal de que a ouviria como sempre fiz .
"Pode falar , K . Eu não vou te julgar . " - falei , tentando lhe dar segurança e ela sorriu fraco , fitando nossas mãos entrelaçadas .
"Como meu primo já te disse , nós tivemos uma filha. Ela não foi concebida por mim , mas tenho certeza de que o sentimento era o mesmo de uma mãe que gera seu filho . " - ela começou , parecendo tentar buscar forças para contar seu passado . - " Como eu já te falei , o Cobra era envolvido com esquemas de lutas , uso de anabolizantes e o pior de tudo : drogas . Quando começamos a namorar eu conheci esse lado dele que , com a derrota nas lutas , só foi piorando . A cada perda , ele descobria uma droga diferente , para meu desespero. A nossa família começou a perceber as alterações comportamentais do meu ex e quiseram que a gente se afastasse. Eu era completamente louca por ele e não aceitei isso . Como sabíamos que a nossa relação seria impedida , a força , por nossa família , Cobra me chamou para morar com ele e eu , boba apaixonada , aceitei desde que ele começasse a frequentar um grupo de auxílio para usuário de drogas. Supostamente para não me perder , meu primo começou a frequentar tal grupo e lá ele conheceu uma mulher , a Maria . Ela era uma viciada de anos em virtude de uma infância difícil . Frequentava o grupo mais como uma obrigatoriedade imposta pelo serviço social , mas a grande verdade é que ela nunca se libertou do vício . Essa moça tinha uma filha , Pê . O nome dela era Manuela , a minha Manu . " - Karina parou , por um instante , secando algumas lágrimas que começavam a cair . Acarinhei suas mãos para que continuasse. - "Quando o Cobra começou a frequentar o grupo , a Manu tinha 2 anos. Ele começou a se envolver com a história dela devido ao desprezo com o qual a Maria a tratava . Segundo ela , a nossa menina tinha sido fruto de uma transa numa noite de vícios e ela só a teve pois descobriu tarde demais para um aborto. Nos a conhecemos , pois Maria sempre a levava para o grupo e eu ia com Cobra , para garantir que aquilo adiantasse de algo . A mãe da Manu se tornou uma pessoa melhor durante o tempo em que convivemos , mas em uma noite de briga com o seu atual marido , ela fez um uso intensivo de drogas e morreu. A manu ficou sem ninguém , já que não tinham família .E aí , eu e Cobra , totalmente apegados a ela resolvemos trazê-la para morar conosco e , de fato , durante os 4 meses nos quais fomos uma família , a amamos como uma filha . " - Karina disse e eu estava atônito com a aquela história toda. Minha noiva tinha adotado uma criança com seu primo . Ela era filha de uma viciada e ... Ela morreu ?
"E depois disso , K ? " - a questionei e ela respirou fundo como se tentasse criar coragem para contar o resto.
"Como eu era de menor , não tinha como assumir a responsabilidade de uma adoção e , muito menos Cobra , com o seu histórico de envolvimento em lutas ilegais e drogas . Só que a gente sentia que a Manu precisava de nós e , por isso , ela foi morar conosco em segredo . Por isso ninguém da minha família a conheceu . Primeiro que achariam que era uma loucura e , segundo que sabíamos que expôr a nossa filha poderia tirá-la de nós . Pode parecer exagero que , em 4 meses , a gente tenha criado esse sentimento por ela . Mas a Manu encheu a nossa vida de alegria. Eu e Cobra , antes dela , vivíamos numa inconstância muito grande pois variava muito com o estado do meu ex . Quando ele ia bem na sua profissão , tudo ia bem . Quando ia mal , as coisas eram terríveis. Ele nunca me agrediu diretamente ,mas vê-lo se acabando por meio das drogas e as nossas consequentes discussões acabavam comigo. A chegada da Manu nas nossas vidas parece que trouxe um eixo para o Cobra. Ele tinha agora pelo que lutar. Tinha uma criança que precisava dele . Eu fui muito feliz naquele tempo , Pê , pois eu realmente acreditei que o Cobra poderia mudar . Eu via , finalmente , que poderíamos ser uma família . A alegria e a maturidade que a Manu trouxe para as nossas vidas nos mostrou que , acima das nossas brigas , tinha alguém que a cada dia nos dava mais carinho e amor e que ,por isso mesmo deveríamos fazer de tudo para que ela sorrisse sempre. Sabe , Pedro , o sorriso da Manu era a expressão mais pura e linda que eu já vi em alguém . Ele ne trazia uma paz inexplicável . " - Karina disse , em lágrimas e eu a envolvi em um abraço tentando lhe transmitir paz. Qualquer que tivesse sido o motivo da morte de Manuela , não tinha sido nada fácil para K.
"Mas o Cobra comentou que ela morreu ." - disse baixo e Karina concordou , se afastando do meu abraço .
"Esse com certeza foi o pior dia da minha vida . " - ela disse com a voz fraca devido ao meu choro .
"Mas o que aconteceu ,K ? Pelo que entendi , a relação entre vocês 3 era muito boa e vocês cuidavam dela como uma filha , como já disse. " - questionei e ela fitou o nada , para talvez segurar o choro.
"Três meses depois de vir morar com a gente , a Manu começou a ficar doente com uma certa frequência e nenhum remédio dava jeito. Eu e Cobra preocupados , a levamos ao médico e lá , ele nos deu a pior notícia que poderíamos querer. A manu tava começando a apresentar alguns problemas sérios no seu sistema de defesa , em virtude do fato de sua mãe ter utilizado drogas durante a sua gestação. O doutor falou que era até estranho ela nunca ter revelado nenhum problema neurológico por isso e que sequelas na saúde da criança eram comuns nesse caso. Segundo ele , a Manu teria pra sempre problemas no sistema de defesa dela contra doenças e que , por isso , ela exigia cuidados dobrados e muitos medicamentos . É claro que a gente queria o melhor pra ela e , por isso , o Cobra voltou a participar de apostas em lutas para ganhar mais dinheiro para pagar seus remédios . Foi aí que tudo desandou. Ele voltou a ter variações comportamentais de acordo com o dinheiro que ganhava e que perdia e a se envolver , novamente , com drogas. Parece que o peso da vida da Manu depender dele fez com que ele se desestabilizasse , assim como eu . Sabe o que ver as duas pessoas que você mais ama na vida se acabando , Pê ? Era assim que eu me sentia . O Cobra de um lado se matando com as drogas e a Manu do outro ficando cada dia mais doente , ainda que tomasse os remédios. Até o dia em que o Cobra apostou no lutador errado e perdeu uma grana . Ele não teria como pagar o próximo mês de tratamento da nossa filha e não queria aceitar pedir auxílio a nossa família . Com isso , ele fez uso abusivo de drogas e foi parar , em coma , no hospital . Eu fiquei desesperada , obviamente , e fui com a Manu para o local. Ela não podia entrar em contato com pessoas doentes , mas sabia que Cobra precisava de nós . A partir desse dia ela nunca mais saiu de lá . Nos dias em que ficamos lá por causa do meu ex , a Manu se contaminou com alguma bactéria que gerou todo um processo infeccioso que a levou a morte , pela seu sistema imunológico frágil . " - Karina estava aos prantos , ela soluçava alto , certamente porque nunca havia falado sobre isso com ninguém.
"K , eu realmente sinto muito . Eu não consigo nem mensurar a dor que você sentia na época e o vazio que tem até hoje. " - falei , enxugando suas lágrimas .
"Sabe , Pê , eu culpo o Cobra por tudo isso até hoje porque se não fosse ele a parar naquele hospital , ela ainda estivesse com a gente. Mas eu também errei . Não deveria ter levado a Manu comigo sabendo dos riscos dela ficar próxima a doentes. Talvez se não fosse por isso , ela ainda estaria entre nós . " - K disse , revelando todo o motivo de se sentir tão culpada e eu apenas neguei com a cabeça a abraçando novamente .
"Karina , a culpa não é de ninguém. Você viveu isso muito mais do que eu e sabe o quanto é difícil proteger uma criança com esse tipo de problema de contrair algo grave . Isso certamente aconteceria com ou sem hospital. "- falei e ela me se afastou dos meus braços , olhando o nada . - " K , olha pra mim . " - pedi , erguendo seu rosto. - " Eu tenho certeza que você foi a melhor mãe que a Manu poderia querer . Infelizmente , a vida não foi grata com ela , mas , sem dúvida , ela foi muito feliz com você e a Cobra . Vocês deram a ela uma família , ainda que por prazo determinado. Eu acho que ela não gostaria de ver você se culpando . Você deveria tentar guardar dela o sorriso que disse ser o mais lindo , assim como tenho certeza de que ela guarda esse seu olhar azul tão revelador e aconchegante , onde quer que ela esteja. Lembre da Manu sempre como algo bom , K porque de fato ela o foi . Isso vai te ajudar a seguir em frente e , encarar esse passado , apenas como um período no qual você teve ao seu lado duas pessoas muito importantes em dado momento da sua vida. Isso ajudará a superá-lo. " - falei e Karina concordou , me abraçando e chorando baixo enquanto eu afagava seus cabelos.
Ainda havia muita coisa a ser esclarecida e resolvida , mas , por hora, achava melhor deixá-la em paz com suas lembranças.


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Notas finais do capítulo

E aí , o que acharam ? Eu já tava com isso na minha cabeça há muito tempo , mas não sei se consegui me expressar direito e se ficou muito cansativo. Mas digam o que acharam . Enfim , o Pê abriu a guarda agora , mas não posso dizer que vai ficar tudo um mar de rosas . Comentem muito , lindas ! Postarei breve , breve . Beijinho :)



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