Traga Me para a Vida escrita por Eire


Capítulo 2
Capítulo 1 - Sonhos?


Notas iniciais do capítulo

Já imaginou sonhar com a mesma pessoa todas as noites?

Texto escrito em itálico faz parte do sonho.
Texto escrito em caracteres normais são acontecimentos normais.
" " pensamento do personagem.



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Traga me para a vida
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Quando eu sinto a mágica do amor no ar
Eu tô pensando em você
A luz do sol brilhando em seu olhar
E eu acho que me apaixonei.
Tudo o que eu penso, leva até você
Seu abraço forte de paixão
O mundo até onde  eu posso ver
Parou só pra ouvir seu coração 

Eu posso te sentir, ouvir a sua voz
O cheiro doce dessa emoção
Eu posso adivinhar aonde te encontrar
É só seguir, a minha intuição, o rastro da paixão
É só imaginar amor que você está aqui
Que eu posso te sentir
Sentir.
Eu Posso Te Sentir – Wanessa Camargo
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Capítulo 1 – Sonhos?
A neblina estava bastante espessa e a brisa que soprava era um pouco fria, folhas caíam do alto das árvores enquanto ele seguia pelo corredor formado pelas árvores daquela floresta, ele não estava andando, mas saltando, em alguns momentos chegava a subir nas copas das árvores, mas ele não achava aquilo estranho, parecia ser algo realmente normal, algo que ele fazia desde criança, há tanto tempo que tinha já se esquecido de quando tinha sido a primeira vez. O vento soprou forte mais uma vez e trouxe para perto dele um cheiro que ele já conhecia. Era o cheiro dela. Apressou-se mais, correu até chegar numa clareira, uma grande árvore estava ali, parecia familiar para ele, sentada, como de costume, aos pés da árvore, lá estava ela. A garota sempre ficava sentada naquele lugar, parecia esperar alguma coisa, algumas vezes ele ia até ela e conversavam por horas, outras vezes ele ficava a observando sem ter coragem de chegar nela. Algumas vezes ele não entendia nada do  que ela falava, não se lembrava de nada que ela esperava que ele lembrasse. Mas em outras vezes ele perdia o controle sobre os próprios pensamentos, sobre as próprias ações, sobre as próprias palavras e deixava de ser ele para ser outro, outro que ele sabia, estava dentro dele, mas sobre quem ele não sabia nada. De uma coisa ele tinha certeza, ambos amavam aquela mulher.

_Inuyasha, você está aí?
As palavras dela o despertaram, ela tinha o percebido escondido atrás dos arbustos.

_Eu, só estava olhando você. Parecia triste.


_Eu só estou um pouco cansada de ficar sozinha aqui, você não vem me visitar sempre, então na maioria das vezes fico vagando por aqui sozinha. De uns dias pra cá comecei a sentir falta da mamãe, do Souta, do vovô.


Inuyasha chegou perto dela e a abraçou carinhosamente.


_Ka-chan, não precisa ficar assim, eu estou aqui com você agora.

_Mas você demorou tanto dessa vez. Por que você não pode ficar o tempo todo comigo?

_Eu não sei, já disse a você que não sei. Quando deixo você perco a consciência e não sei mais quem eu sou, é como se eu deixasse de ser o Inuyasha para ser outra pessoa.


_Então, porque não fica aqui comigo pra sempre?


_Acho que sou importante em outro lugar...eu não sei explicar. Tudo nesse lugar é muito confuso, deixo este lugar sem saber  o porquê e chego aqui também sem saber o porquê. A única coisa da qual eu tenho certeza aqui é que você é real. O que eu sinto por você é real, o que nós vivemos aqui é real...


Então ele tomou os lábios dela num beijo que começou cálido e tímido, mas que logo evoluiu para um beijo profundo e apaixonado, cheio do desejo e do amor que um sentia pelo outro, em questão de minutos já estavam de novo entregues um ao outro, como acontecia em quase todas as vezes que se encontravam naquele lugar, horas depois adormeceram abraçados, não sem antes declarem-se um ao outro:


_Amo você, Inuyasha!

_Também amo você, minha Kagome!

O despertador tocou e o fez despertar. Ainda atordoado ele passou a mão do outro lado do colchão, mas ela não estava ali, a cama estava vazia, como sempre estava, jogou o travesseiro em cima da cabeça para abafar aquele barulhinho chato, queria voltar a dormir, voltar a sonhar com ela, mas o despertador não queria deixar e ele foi obrigado a desligar a porcaria, acontece que no momento em que esticou a mão para desligar o aparelho, ele o derrubou. Resultado: o despertador acabou quebrando e ele esbravejou bem alto fazendo com que se escutasse a sua voz na cozinha da casa que ficava no andar de baixo.
 

_Parece que ele acordou de mau humor de novo Taishou!

 

_E será que tem algum dia em que esse garoto acorda de bom humor?

 

_Acho que esse tratamento que ele está fazendo com o doutor Morita não está surtindo efeito algum. Ele tem evitado nos contar, mas acho que os sonhos estão ficando piores.

 

_Eu disse a você que não ia adiantar. Acho que ele precisa é de uma orientação espiritual.

 

_Então quer propor que o levemos para conversar com a Matriarca de sua família?

 

_Exatamente. Ela talvez possa ajudá-lo.

 

_Sabe que não concordo com isso, quando ela o conheceu, há 15 anos atrás o deixou assustado e traumatizado por um bom tempo, lembra? Imagina dizer que o nosso filho tinha morrido em uma batalha contra um youkai maligno na outra vida dele para purificar uma jóia de sei lá quantas almas e que poderia não ter resolvido tudo naquela época, por isso deveria estar destinado a repetir tudo aquilo. Que os sonhos dele eram lembranças, avisos, sinais. Não vou deixar que essa maluca enfie mais coisas desse tipo na cabeça dele.

 

_Iza, meu amor, ela é uma mulher de grande sabedoria, que já viveu muito. Acho que ela talvez tenha razão sobre Nuya. Segundo a tradição de nossa família nós descendemos de um poderoso general que foi um youkai cão muito poderoso.

 

_Taishou, me admira muito você, um homem respeitado, que sempre teve a cabeça no lugar acreditar nesse tipo de coisa. Youkais são apenas mito, nunca existiram de verdade.

 

_Mas por trás de todo mito há um fundo de verdade, isso é o que o meu professor de mitologia sempre diz.

 

Não foi o marido que respondeu à Iza, mas o filho deles que estava entrando na cozinha naquele momento, ouvira apenas o final da conversa dos dois.

 

_Nuya, há quanto tempo estava ouvindo de trás da porta a minha conversa com sua mãe?

 

_Cheguei agora, por quê? Estavam falando de mim?

 

_Apenas comentamos o fato de termos ouvido seus xingamentos daqui de baixo.

 

_A propósito, mãe aquela porcaria de despertador quebrou, acho que dessa vez não tem mais concerto.

 

_Vou comprar outro hoje quando sair.

 

_Por que não deixa que o próprio Nuya faça isso, afinal de contas ele precisa adquirir responsabilidade. Não vai conseguir isso enquanto você ficar passando a mão na cabeça dele e comprando coisas pra ele também. Nosso filho já é um homem, precisamos deixar que ele mesmo faça suas escolhas.

 

_Está se referindo ao que conversávamos agora há pouco?

 

_Ei, será que vocês dois poderiam parar de falar sobre mim como se eu não estivesse aqui.

 

_Desculpe filho.

 

_Eu só queria entender por que uma conversa sobre mim foi acabar indo parar na questão dos antepassados de nossa família terem sido ou não youkais. Do que estavam falando realmente?

 

Taisho e Iza olharam um para o outro procurando refúgio nos olhos um do outro, o filho deles era muito esperto, sempre fora, não iriam conseguir enrolá-lo.

 

_Filho, eu e seu pai estamos preocupados que o tratamento com o Dr. Morita não esteja surtindo resultados...

 

_Então eu disse a sua mãe o que sempre disse, que não ia adiantar, que você, talvez precise de uma orientação espiritual.

 

_E o senhor logo pensou nela, não é mesmo? Na Matriarca da família.

 

_Nuya eu disse ao seu pai e volto a repetir, não quero que volte lá para ela encher a sua cabeça com mais coisas.

 

_O senhor acha que adiantaria pai?

 

_Eu não sei, mas ela é uma pessoa que já viveu muito, conhece várias coisas, sempre ouvi dizer que ela tem um poder espiritual, talvez isso que vem acontecendo com você nesses últimos quatro anos tenha alguma relação com aqueles sonhos que você tinha quando menino e por conseguinte tenha relação com aquilo tudo que ela disse. Só acho que nós devemos tentar todas as possibilidades, mesmo você e sua mãe não acreditando nisso, mesmo você não sonhando mais com essas coisas.

 

Nuya baixou a cabeça, sabia da preocupação de seus pais. Desde menino  ele sempre tivera sonhos e pesadelos estranhos que não o deixavam dormir direito, a Matriarca da família ao conhecê-lo disse que os sonhos tinham relação com a vida passada dele. Na época ele ainda era um menino e ficou muito assustado com tudo o que ela lhe dissera. Depois de algum tempo, depois de começar a tomar vários remédios os sonhos foram diminuindo e passaram a se tornar mais raros, até que há exatos quatro anos tinham voltado, só que dessa vez mais fortes, mas nítidos, ele diria que até mais reais. No início ele não se lembrava das coisas ao acordar, mas ultimamente ele não conseguia deixar de ficar repassando na mente as coisas que aconteciam no sonho e é claro também não conseguia deixar de procurar desesperadamente em todas  as mulheres que conhecia a mulher com quem se encontrava todas as noites no sonho. Ele lutava para se recordar do nome dela ao acordar, mas nunca conseguia. Os sonhos que tinha quando menino eram muito diferentes daqueles, apesar de esquisitos, ele sempre os via como sonhos, mas esses que tinha todas as noites com a mesma garota, para ele não eram sonhos. Era como se ele fosse transportado para um outro lugar assim que adormecia, lá ele se tornava, na maioria das vezes, outra pessoa, alguém que ela conhecia e amava. Ela sempre estava lá, sempre o esperava naquele lugar. Ele tinha certeza de que estava ficando completamente apaixonado por aquela mulher que ele nunca tinha visto de verdade. Isso estava mexendo demais com a saúde mental dele, por isso ele estava se tratando com um psiquiatra, mas as sessões, os remédios, nada parecia conseguir ser capaz de curá-lo. Se bem que Nuya tinha medo da noite em que ao adormecer não mais veria sua amada. Mas ele sabia que aquilo estava lhe fazendo mal, estava atrapalhando os estudos, às vezes chegava a atrapalhar a  sua banda (apesar de que ele passara a compor e a cantar com mais emoção depois de “conhecer” a garota), e já fazia um bom tempo que ele não namorava firme. Alguma coisa precisava ser feita. Ele precisava descobrir quem era aquela garota, onde estava e por que eles sempre se encontravam nos sonhos dele. Talvez procurar a velha senhora de quem ele morria de medo na infância fosse a solução.

 

_Eu...ainda sonho pai. Essa noite mesmo, eu sonhei com ela de novo. Parecia tão real...

 

_Filho, eu já disse a você para pensar em outras coisas antes de dormir...

 

_É mais forte que eu mãe. Acho que o senhor tem razão pai. Eu quero falar com a Matriarca. Talvez ela saiba como me ajudar.

Continua... 

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Notas finais do capítulo

Ficaram mais confusos com este capítulo? As coisas vão ser esclarecidas nos próximos. Pra quem não entendeu a primeira parte foi um sonho.
No próximo capítulo vamos saber onde está a Kagome.

Aguardo comentários.

Até o próximo capítulo.



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