As Crônicas Incontáveis de Bane escrita por ApplePie


Capítulo 5
O preço da infância


Notas iniciais do capítulo

Oláaaa pessoas.
Quero agradecer à "ShiVoodoo" por favoritar a fic!!! =D
Esse capítulo se passa logo depois de uma das Crônicas do Bane chamada: "A Última Batalha do Instituto de Nova York".
I hope you enjoy,
Kissus



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Nova York, 1990

Era uma noite como qualquer outra. Magnus estava comendo pizza sozinho assistindo TV enquanto o seu gato, Gatsby*, estava dormindo no braço de seu sofá.

Ele estava se sentindo extremamente medíocre. Sozinho, numa noite de sexta-feira, comendo pizza. Ele era o Alto Bruxo do Brooklyn, pelo amor de Deus! Ele não deveria estar sozinho numa noite de sexta-feira comendo pizza.

Fazia um ano que Bane teve um encontro nada agradável com o Ciclo e ele estava mais preocupado do que nunca. Ele viu ao vivo como Valentim Morg-alguma coisa simplesmente cegou uma criança lobisomem só por conta de seu ódio ao Submundo e logo depois ele viu como Valentim manipulou seus companheiros a pensarem que era o certo a se fazer.

A Clave não ia acreditar nele. Não alguém do Submundo contra um bando inteiro de Nephilims. Ele só torcia para que não fosse tarde demais quando a Clave percebesse quem Valentim realmente é.

Ele lembrou-se de Stephen Herondale e não pôde deixar de pensar em como ele era um idiota comparado aos seus ancestrais.

Magnus balançou a cabeça. Ele não podia pensar no passado. Ele apenas queria curtir sua pizza sozinho e assistir TV.

Pensou em ligar para Tessa para convidá-la para lá. Fazia tempo em que eles não se viam e Magnus percebeu que estava com saudades. Ele não poderia convidar outra pessoa, afinal Catarina estava ocupada como sempre com seu trabalho de enfermeira e Ragnor estava sabe-se Deus aonde fazendo sabe-se Deus o quê.

A campainha soou e Magnus parou de comer sua pizza para abrir a porta. Era pedir muito um momento de sossego para comer pizza?

Antes que Magnus pudesse abrir a porta, ela mesma se abriu num estrondo com uma menina ofegante. Ela deveria ter uns treze anos, com um cabelo preto meio ondulado e olhos castanho-claros.

— Magnus Bane, nós precisamos da sua ajuda.

Ele arqueou uma sobrancelha.

— Bem, “nós” você quer se referir a quem? Além disso, você nunca ouviu que é falta de educação entrar numa casa sem ser convidada.

Ela corou.

— M-me desculpe. Mas minha família realmente precisa da sua ajuda...

Bane percebeu que ela era uma mundana. Uma criança mundana. O que diabos uma criança mundana queria com ele?

— Com o quê? — ele perguntou.

— Minha irmã. Ela... ela é diferente. Eu acredito que ela seja como você. Porque de uns tempos pra cá às vezes os olhos dela mudam de cor e... bem, minha avó é religiosa e ela acredita que minha irmã é filha do diabo, mas ela não é! — a menina balançou a cabeça com desespero. — Minha avó vai tentar mandar um padre exorcizar minha própria irmãzinha. Você precisa impedí-la.

Magnus estava olhando atentamente para a menina. Se isso era verdade, o caso da irmã dela não era muito diferente do seu. E ele não iria deixar uma criança sofrer o mesmo que ele sofreu.

Ele ainda se lembra do seu padrasto tentando afogá-lo logo depois que sua mãe se suicidou. Magnus teve que ficar sob os cuidados dos frios Irmãos do Silêncio até fugir e tentar construir sua vida como o magnífico Magnus Bane.

Sem contar que, com o Ciclo à solta, quem poderia saber o que Valentim iria fazer com uma criança feiticeira?

O preço da infância era muito alto para ser destruído por um Nephilim maníaco ou por um parente extremamente religioso.

— Vamos lá, vamos ver sua irmã — ele disse, por fim.

***

A casa da família Soil era enorme e elegante. Ela ficava num dos bairros mais chiques de Nova York.

— Meus pais morreram logo depois de Adrianne nascer. Minha mãe morreu no parto e meu pai morreu de tristeza. Ficamos sob os cuidados de minha avó, mas — a garota balançou a cabeça, triste. — Minha avó não é a pessoa mais carinhosa do mundo. Pelo menos eu e Dri sempre tivemos uma a outra. Mas agora com todo esse negócio dela...

— Como você soube como me procurar? — Magnus perguntou curiosamente.

— Dri tem sonhos estranhos. E num dos sonhos ela viu seu nome. Então... eu comecei a procurar o seu nome e aqui estou — ela fez um gesto apontando para si mesma.

Eles foram para a parte de trás da casa, logo abaixo da janela do quarto das meninas.

— Eu vou escalar aqui e vou abrir a porta para você, tá? — a menina não deu chance para Bane responder e já começou a subir pelas paredes.

Lynda – Magnus descobriu que esse era o seu nome – abriu a porta e pediu silêncio que sua avó estava dormindo.

— Adri está lá em cima.

Lynda bateu na porta e entrou. Magnus a seguiu.

O quarto era típico de uma criança feminina: era cheia de coisas rosas, brancas e lilás, com vários brinquedos e móveis bonitinhos.

Magnus percebeu que tinha uma menina encolhida num dos cantos da parede próxima a uma prateleira cheia de livros.

— Dri? — Lynda perguntou suavemente.

Dri virou-se para olhar Magnus e Lynda. Reconhecimento passou pelos olhos de Adrianne que rapidamente se levantou para olhar Magnus melhor.

Adrianne deveria ter uns oito anos. Ela era uma menina baixinha, com cabelo preto bem liso e longo.

Mas não era para o cabelo que Magnus estava olhando e sim para seus olhos.

Os olhos que, quando Magnus viu pela primeira vez, estavam castanhos, agora estavam rosa. Bane percebeu que segundos depois, eles mudaram para um amarelo canário.

— Oh — foi tudo o que ele disse antes de se sentar na cama e pedir com a mão para Adrianne se sentar.

A menina foi rapidamente atrás dele. Magnus percebeu que ela já confiava nele, o que era muito bom.

— Adrianne, eu sou Magnus Bane, o Alto Bruxo do Brooklyn.

Ela assentiu.

— Eu vim porque a sua irmã disse que vocês precisavam da minha ajuda.

Ela suspirou.

— Eu... eu sou diferente. Eu já sabia disso há um tempo. Mas... eu não sou um demônio, sou?

Magnus suspirou, preparando-se para contar tudo.

***

Bane contou o básico sobre feiticeiros, Submundo e Caçadores de Sombras. Adrianne mastigava todas as informações como se fosse um café-da-manhã.

— Você tem como me ajudar? — ela perguntou depois de um tempo. — Como todo esse problema dos meus olhos?

Magnus fez um glamour para que os olhos dela ficassem castanhos.

Ela olhou no espelho e sorriu.

— Você quer ficar aqui? — Magnus perguntou suavemente.

Adrianne virou-se e assentiu levemente.

— Minha irmã precisa de mim. E ela sabe o que eu sou e aceita isso — Adrianne sorriu para Lynda. — Este aqui é, por enquanto, o meu lugar.

Magnus assentiu e não disse mais nada. Ele sabia bem o preço da infância e não iria estragar tudo contando todos os males de ser imortal ou todos os problemas do Submundo, afinal a garota só tinha oito anos e tinha uma imortalidade pela frente, ela descobriria por si só todos os problemas.

— Então, acho que eu vou indo.

— Mas e o pagamento? — Lynda perguntou.

— Você realmente pensa muito pouco de mim se acha que eu vou pegar dinheiro de duas criancinhas — Magnus fingiu estar ofendido, as meninas riram.

Adrianne levou Magnus até a porta.

— Eu sei que deve ter muitos problemas. Posso ver em seus olhos — ela disse isso e chocou Bane pelo fato de uma menina de oito anos ter tanta maturidade. — Mas ainda sim, há coisas pelas quais vale a pena sofrer. E minha irmã é uma delas.

Magnus sorriu.

— Até um dia, Adrianne Soil. Nós, provavelmente, iremos nos ver mais rápido do que você pensa.

A garotinha sorriu.

— Até um dia, Magnus. Espero que você encontre logo uma coisa pela qual vale a pena sofrer — ela sussurrou para si mesma a última parte.

*****

(*) Gatsby, para quem não lembra, é o gato que Magnus teve antes do Presidente Miau. Ele aparece no final do conto "A Última Batalha do Instituto de Nova York".

*****


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Notas finais do capítulo

Bem, é isso. Espero que tenham gostado.
Eu esqueci de avisar, mas essa fic vai ser igual às "Crônicas de Bane", ou seja, só terão 10 histórias. Pouco, eu sei, mas pelo menos são 10 histórias que vão valer a pena.
Comentem, favoritem ou recomendem!
Byebye