Fita de Seda escrita por moonrian


Capítulo 5
Capítulo 5 - Treinando com o Zero


Notas iniciais do capítulo

Yoo, pessoas o/
Como vão as coisas? Espero que bem hehe
Cá estou eu para postar um capítulo novinho de FDS, um capítulo q ta MUUIITOOO legal kkk Bem, eu gostei :v Eu tentei fazer uma luta "neutra", onde eles só se provocavam e discutiam, mas eu não consegui kkk TINHA q colocar uns pontinhos de arrancar o coração e fazer as garotas se descabelarem e dizerem "OOH, MEU DEUSSSS, HIME SUA SORTUDA FDP" kkkkkk Bem, eu pensei isso...
Um SUUPEERR obg a minha leitora fiel, Wina... E a MissLaila, a nova leitora desta singela fic!
Agora chega de meus blablablas, certo?
*Boa Leitura*



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Ele se levantou do sofá imediatamente, caminhando na direção do hall de entrada e eu tive que correr para não ficar para trás – muito para trás, afinal o albino não era o tipo de cara que era fácil de acompanhar graças àquelas pernas longas.

Ele me guiou para fora do casarão e eu não pude deixar de aspirar de forma apreciativa o ar livre, meus olhos saturando-se de cada detalhe do mundo exterior no qual eu ainda não havia explorado; o chão de blocos brancos, os muros baixos delimitando as redondezas do casarão de Kaien e escondendo o primeiro andar de olhares curiosos.

Eu era hóspede de Kaien havia seis dias e em todos esses, nunca havia posto o pé para fora da residência, sequer fui para a varanda de meu quarto para olhar a noite ou o dia, não sabendo se seria um problema se outros me vissem. O dia estava nublado e frio, fazendo-me me arrepender de ter saído da casa usando apenas uma saia e uma camisa, mas agora eu não podia retornar – algo na postura daquele albino mal-humorado me dizia que ele não voltaria e não me esperaria.

Demos a volta e ele me guiou até os fundos do casarão, onde vi a continuação desanimadora do chão de blocos, prometendo-me um treino doloroso para aquela tarde – e torci internamente para não ser derrubada nesse treino. Mais atrás, próximo ao muro, havia uma pequena área para as hortas de Kaien. Tentei imaginá-lo por um instante cuidando daquelas plantinhas e a representação me pareceu comprometer a masculinidade dele...

– Por que não usamos a porta dos fundos? – questionei, confusa.

Toda aquela caminhada – não que tivesse sido realmente grande, eu que era preguiçosa – havia sido desnecessária quando tínhamos a porta dos fundos da casa para encurtar nossa viagem.

– Não quero supervisão de Kaien, – explicou impassível – e se bem me lembro, aquela porta fica na cozinha.

Arrisquei um olhar para a porta lapidada de madeira da casa e as janelas, que estavam abertas e cobertas pela cortina branca leve que sacudia com o vento. O som das músicas de Kaien escapava para nosso local de treino, e era extremamente hilário pensar que iriamos treinar ao som de Village People.

– Mas se treinarmos aqui, ele não vai nos ouvir?

Zero balançou a cabeça, virando-se para mim.

– Kaien está cozinhando, cantando e ouvindo suas músicas favoritas, só nos ouviria se causássemos uma grande explosão. Ele sempre faz um banquete, então vai demorar no mínimo uma hora e se você não conseguir aprender nada neste tempo, significa que tem um problema cognitivo proveniente daquela pancada... Ou genes ruins.

Cruzei os braços, brava, querendo dar-lhe um chute na canela para ver se a dor o ajudaria a aprender bons modos ou no mínimo algum respeito. Uma das coisas que aprendi sobre Zero nos dias em que ficara na casa era que ele não era um tipo comunicativo, mas ele parecia adorar falar quando se tratava de me alfinetar.

– Então fale menos e ensine mais. – pedi, preferindo ignorar as provocações.

Zero assentiu e então avaliou brevemente o espaço ao nosso redor.

– Qual é o seu pé de apoio? – perguntou.

Franzi o cenho, a cabeça tombando para o lado.

– O que quer dizer?

Ele suspirou pesado, sem paciência como de costume, e avançou subitamente como se fosse me atacar, meu pé direito indo para trás por reflexo.

– Certo, já sabemos seu pé de apoio. – falou sem emoção – Agora tente me dar um soco.

Fitei seu rosto por vários segundos procurando qualquer indício de que Zero, por um milagre divino, houvesse se tornado um palhaço brincalhão naquele instante.

– Não sabia que demorava tanto pro seu cérebro enviar os comandos para seu corpo... – provocou. – Com essa mente lenta vai demorar mais que o previsto.

Meus olhos semicerraram, ofendida, e eu estive muito perto de dar um soco nele para machucar.

– Eu só não tinha certeza de que você estava falando sério.

Ele estava parado a minha frente, os braços relaxados ao lado do corpo em uma postura muito casual, mesmo que sua língua fosse afiada.

– Agora sabe que estou, por que ainda não tentou?

Suspirei e recuei o braço, então o impulsionei na direção de seu rosto, mirando em seu nariz simétrico – seria hilário vê-lo quebrado. No entanto, para tristeza de meus delírios mais loucos, Zero desviou com uma expressão tão entediada que poderia considerar que minha tentativa foi humilhante.

– Esse foi o movimento mais patético que já vi – afirmou Zero. – Você é pior nisso do que eu imaginava.

Forço o outro punho na direção de seu rosto, não dando oportunidade para insultos ou respostas, mas tudo que conseguiu surtir foi uma risada, o albino desviando com muita facilidade. Mesmo que eu devesse ficar irritada por ele estar debochando de mim, aquela havia sido a primeira vez que eu vira Zero rir em todos os dias que estivera ali, e foi o suficiente para me distrair. Ele passava tanto tempo emburrado ou inexpressivo, que era surpreendente descobrir que ele sabia rir, mesmo que fosse de mim.

– Não precisa levantar o cotovelo até a orelha para dar um soco, – explicou ainda com um leve sorriso – não dê um aviso prévio do que vai fazer. O impacto deve ser inesperado. Ande, tente de novo.

Suspirei e tentei novamente, mas o movimento foi tão flácido e patético que desisti na metade do caminho.

– Retiro o que disse anteriormente, esse foi o mais patético. – provocou – Não seja tão fraca, Hime, tente me socar.

– E se eu quebrar seu nariz? – perguntei com presunção.

Zero me encarou por alguns segundos, como se eu tivesse dito que ia beber toddynho pelo nariz, então revirou os olhos, descrente.

– Você nunca conseguirá me acertar, por mais que você deseje.

Meus olhos semicerraram, não apreciando o quanto ele estava certo de que eu não conseguiria; ele estava subestimando minha capacidade. Aquela havia sido a gota d’água para mim, e naquele instante eu estava determinada a mostrar o contrário para ele e tirar toda aquela autoconfiança.

Lancei outro punho em sua direção, mais forte desta vez, um movimento injusto e inesperado, aproveitando que ele não estava pronto. Para minha tristeza, ele tinha reflexos felinos, agilmente recuou como se eu o tivesse atacado em câmera lenta.

– Esse foi melhor... – ele afirmou – Me faz até pensar que provavelmente não estou perdendo meu tempo. Faça mais uma vez.

Sem pensar duas vezes, lancei meu punho outra vez onde seu rosto se encontrava, e no instante seguinte ele encontrou apenas o ar.

– Lembre-se que não é seu punho que carrega a força. Proteja seu rosto com o outro braço – ele segurou meu pulso esquerdo e o ergueu – e quando for usá-lo para me socar, ponha o outro em posição de defesa, entendeu? – balancei a cabeça, concordando – Agora tente de novo.

Fiz o que ele pediu, mas ao contrário das outras vezes, desferi uma sessão de socos na direção dele, esperando que pelo menos um o acertasse. Zero, mesmo que não esperasse por aquilo, bloqueou cada um deles acertando a lateral do meu pulso e retirando os golpes de sua direção, os reflexos dele rápidos demais para meus braços sedentários.

Zero segurou meu pulso e me puxou para frente, fazendo-me perder o equilíbrio em direção a ele.

Levantei o olhar, envergonhada, e vi seus olhos lilases, sempre inexpressivos, ardendo com um fogo contido pela batalha, e esse foi outro detalhe que me distraiu por um bom tempo.

– Nunca permita que te façam perder o equilíbrio, ou que a segurem assim. – falou com seriedade – Um vampiro poderá te matar na mesma hora.

Como se para provar o que estava dizendo, uma de suas mãos segurou-me pela cintura e girou-nos tão rápido que fiquei zonza e atordoada, então senti minhas costas colidirem com indelicadeza no muro que cercava a casa. Não sabia em que momento suas mãos agarraram meus braços, mas ele estava impedindo minha fuga; e seu rosto estava no meu pescoço.

Meu pulso saltou, assustada com a agilidade sobre-humana de Zero e em quão rápido ele me deixara indefesa, o hálito morno acariciando minha jugular. Era uma posição incômoda, levando em conta que eu não apreciava sua companhia e tampouco ele a minha.

Zero recuou rapidamente, dando vários passos para trás, seus olhos semicerrados e fixos no chão, e por um segundo jurei ter visto uma cor vermelha neles antes que o albino os fechasse. Por um breve segundo cogitei que ele pudesse estar constrangido com a própria atitude, vendo que para qualquer um que nos visse naquela situação pensaria que estávamos fazendo algo que definitivamente não era treinar, mas ao avaliar melhor seu rosto notei que parecia aborrecido... Ele pigarreou, como se tivesse algum incômodo na garganta.

A sua audácia em me atacar daquela forma tão idiota me dera mais raiva dele, meus dedos se fechando em punhos.

– Vou acabar te machucando, Zero – falei, meus olhos se apertando.

Minha frase pareceu o suficiente para atrair sua atenção para mim, um olhar desdenhoso.

– Não acho que consiga.

Cruzei os braços, entrando na defensiva.

– Está se superestimando demais, branquelo.

A sombra de um sorriso lhe tocou os lábios.

– Prove-me que estou errado.

Ah, ele não precisa me pedir duas vezes...

Caminhei mais para perto e pus meus pés em posição, erguendo os antebraços para defender meu rosto. Eu estava decidida a acertar pelo menos um soco para destruir sua arrogância. Respiro fundo, meus olhos concentrados na figura branca e despreocupada a minha frente, sem sequer se colocar em uma posição de batalha – me diz se ele não está debochando de mim!?

Dou um soco.

Ele bloqueia.

Tento outro.

Ele passa por baixo do meu braço, parando ao meu lado.

Giro sobre os calcanhares e golpeio outra vez.

Em um minuto ele segura meu pulso e no outro minhas costas atingem o chão de pedra dolorosamente, Zero me olhando com um brilho humorado nos olhos, tentando conter um riso. Meus braços protestavam de dor após tantos golpes sem êxito e um latejar insuportável crescia em minhas costas, era humilhante saber que não conseguira o acertar nenhuma vez.

“Ótimo, já sei como fazê-lo sorrir... É só me machucar”.

– Sádico filho de uma...

– Um vampiro teria te matado três vezes. – interrompeu-me.

Senti o ar frio nos meus quadris e a barra da saia em minha barriga, a consciência disso levando um jato de rubor intenso para meu rosto. Arfei e me sentei rapidamente, abaixando minha saia para esconder minha calcinha rosa com desenho de arco-íris. Não havia palavra melhor para descrever o que eu sentia do que “mortificada”.

Será que era tarde demais para bater a cabeça novamente e esquecer que isso havia acontecido?

– Vai ficar sentada descansando? – Zero perguntou, implicando.

Trinquei os dentes, mais irritada com ele do que nunca, afinal era culpa dele minha saia ter se erguido.

– Meus braços estão cansados, – reclamei, carrancuda, fitando seus pés – não consigo mais lutar.

– Pare de frescura, Hime, e levante logo. – ele me puxou não muito delicado, colocando-me de pé – Agora me deixe notificar cada um dos seus erros. Para começar você coloca seu peso na frente dos pés, parece que vai cair para cima de mim a qualquer momento...

– Como se eu fosse querer cair em você... – murmurei, ainda irritada.

– Mantenha-os planos no chão, – continuou falando, como se eu não houvesse dito nada – vai te dar mais equilíbrio. Você usa a raiva para lutar, e te aconselho a não fazer isso, pois desvia sua concentração e te deixa mais fraca e ainda mais desengonçada do que naturalmente é.

Respirei fundo, deixando que parte da raiva pela vergonha se esvaísse, sentindo-me bem o suficiente para olha-lo. Ele não parecia minimamente abalado com minha exibição de calcinha uns minutos atrás, e eu não sabia se ficava aliviada ou chateada – afinal, como garota, isso significava que não era atraente.

“E o que interessa se ele te acha atraente?”, me perguntei.

Realmente NA-DA, mesmo que não fosse bom para o ego.

– Tente de novo – incentivou.

Minha testa se crispou, horrorizada com a possibilidade de continuar treinando. Ele não podia estar falando sério depois do golpe cruel que ele me deu. Minhas costas ainda latejavam de dor pela queda recente, meus braços estavam flácidos e fracos.

– Para você me derrubar de novo? – retruquei, emburrada – Não, dispenso.

Zero revirou os olhos.

– Pare de frescura.

Meus olhos semicerraram, a fúria crescendo de novo. Meu senhor, como aquela criatura podia ser irritante!

– Porque não foi com você, seu sádico! – rebati – Está tentando me matar?

Ele arqueou uma sobrancelha.

– O treino não é para ajuda-la no contrário?

– E do que adiantará se eu não termina-lo inteira?

Ele bufou, cansado de nossa discussão.

– Prometo que não a derrubo novamente...

Aproveitei a guarda-baixa para tentar dar um soco avançando em sua direção, não me importando nem um pouco se tiraria sangue (quem me dera!) ou se apenas teria o prazer de acerta-lo, mas Zero segurou meu punho quando estava próximo a seu rosto. Lancei outro punho, mas teve o mesmo fim do primeiro.

– Patético. – murmura.

Em um surto de raiva, passei uma perna por trás das dele e então o empurrei com toda a minha força para derruba-lo, e Zero, que ainda segurava minhas mãos, acabou me levando com ele.

Cai sobre Zero, que foi como cair no chão; o que me deixou petrificada de vergonha, sentindo a bochecha fria dele sobre a minha, a respiração em minha orelha. O rabugento me empurrou para o lado de maneira indelicada e se levantou, limpando a sujeira de sua calça e a camisa.

– Foi um ataque completamente idiota, – reclamou, parecendo irritado e isso me alegrou bastante – em uma batalha a teria levado a morte.

Levantei-me, exultante, contendo o desejo de dar pulinhos de felicidade.

– Mas eu te derrubei – comemorei, apontando um dedo para o rosto dele.

Fiz uma dancinha da vitória, não me importando com o quão ridículo era.

Ele bufou, frustrado, e seus dedos deslizaram entre os fios prateados de seu cabelo – que por sinal, eram perfeitos e invejáveis – tão forte que pareceu que os arrancaria. Eles pareciam sedosos e tinham movimento, o que eu apostava que era natural, afinal Zero não me parecia o tipo de pessoa que gastava seu tempo com hidratação e massagem capilar.

Era revoltante! Pra que um homem precisa de cabelo bonito?

– Você definitivamente tem problemas cognitivos, Hime. – reclamou, furioso – Estou tentando treiná-la para que saiba se defender de um ataque dos vampiros da Night Class e você está mais preocupada em me derrubar? – eu encolhi os ombros, já não tão alegre quanto antes... Estava envergonhada com como meu plano parecia idiota quando era dito em voz alta – Eu definitivamente estou perdendo meu tempo com você.

E Zero me deu as costas, caminhando para a porta dos fundos da casa de Kaien.


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Notas finais do capítulo

Eaiii, pessoas lindas, o que acharam das "cenas" de arrancar o coração (pelo menos o meu foi kkk)? Consideraram "compreensível" a atitude da Hime, ou estaria Zero certo quanto ao q ela estava se dedicando a fazer? Comentem!!!! E já estou na metade do outro capítulo, ok?
E inté a próxima, pessoal o/