Fita de Seda escrita por moonrian


Capítulo 22
Capítulo 22 - Uma Manhã Agitada Demais


Notas iniciais do capítulo

Olá galerinhaa!!!
Tem novo capítulo na área, para fazer o tumtum de vocês bater forte – Mitira, não vai rolar nada demais nesse capítulo.... MITIRA DE NOVOOO hihihihi
Ignorem, tô retardada hoje.
Como não vou dar palhinha do capítulo nessas notas, só vou dizer que ainda estamos na mesma manhã maluca do capítulo anterior; quero dizer: Wina e Saky, muito obrigada por comentarem o capítulo anterior!!! Merecem corações e flores por continuarem me incentivando tanto... E Wina, talvez esse capítulo quebre sua suposição, mi amore hehehe. Mas mantenha em mente que “Nunca se sabe o que pode acontecer e se desenrolar aqui...”
Agora a minha reclamação: Amores, vocês são muito quietinhos! Pelo amor do saco plástico, vamu comentar menha gente! Reviews me inspiram e me deixam muito empolgada, mesmo que vocês só deixem um breve “Tá ótimo, continua!”. E também existe aquela curiosidadezinha de saber quem é você, fantasminha, que anda lendo...
Agora vamos torcer que eu tenha conseguido amolecer o coraçãozinho de vocês!
*Boa Leitura*



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Eu não fazia ideia de qual era a minha expressão naquele instante, tudo que estava ciente era do breve momento de paralisia que experimentei, enquanto assimilava muito lentamente o significado da sugestão de Zero – retornar a destruída e marcada aldeia. Lembrei-me do cenário de ruína daquela manhã em que acordara já sem memória, o braço infantil que eu quase tropeçara, o sangue pelas paredes...

Flashes da minha recordação mais recente foram transmitidos brevemente para realçar as imagens “positivas”, e foi o suficiente para disparar um arrepio de medo pelo meu corpo.

Pare de covardia e seja racional!

– Voltar a Lunier? – inqueri, me forçando a soar um pouco cética – No que isso iria ajudar?

Zero recostou as costas no sofá em uma postura muito a vontade.

– Poderíamos procurar registros – explicou calmamente – e talvez uma caminhada por aquelas ruas da ilha ative algumas memórias.

Senti o medo me atravessar o corpo como uma lança com a possibilidade de mais recordações como as que eu tivera aquela manhã aparecerem do nada durante uma caminhada. Eu sabia que não podia ficar fugindo do meu passado, eu teria que enfrenta-lo querendo ou não, mas não era completamente incompreensível estar hesitante em vivencia-lo – principalmente naquela manhã cheia de revelações.

Decidi me dedicar a fazer a pergunta mais banal para me distrair de toda a dor de cabeça que minha vida estava se tornando.

– Lunier é uma ilha? Você havia me dito que não ficava longe de Matsue.

Ele deu de ombros, seus olhos sondando meu rosto – provavelmente porque deve ter pescado o medo que eu sentira.

– Fica a duas horas daqui, mais ou menos – contou com indiferença.

Eu não sabia em que planeta “duas horas de distância” significava “perto”, mas resolvi que não era um detalhe tão importante a se meditar quando Zero não era um símbolo de pessoa comum – o garoto é um albino, só para começar, além de ser prematuramente rabugento e um Ex-Humano.

Soltei um suspiro e me perguntei se em algum momento da minha vida imaginei que ficaria tão envolvida entre as criaturas mitológicas que eu costumava ver na TV, e uma breve imagem do Modelo Masculino que queria me matar me dissera que eu devia desconfiar.

Olhei em volta de nós, percebendo de repente uma ausência tão óbvia que até me surpreendeu por não nota-la antes – provavelmente porque eu estava concentrada demais em todas as maluquices que ocorreram em uma só manhã.

– Onde está Kaien? – perguntei, ainda olhando em volta como se pudesse descobri-lo camuflado no recinto.

Pela minha visão periférica vi as sobrancelhas de Zero se ergueram, se lembrando de algum detalhe que se esquecera de mencionar, e foi o suficiente para atrair minha atenção.

– Ah, ele...

Batidas na porta cortaram o que quer que Zero fosse me contar, e que parecia importante, por sinal. Entreolhamo-nos por um mero segundo, olhares interrogativos, antes de Zero se levantar com um suspiro depreciativo para atender a porta.

Uma enxurrada de sentimentos me inundou, embora eu não soubesse por que eu estava os sentindo naquele instante – só consegui compreender que alguns deles eram a surpresa e a ansiedade.

– Oh! Olá, Zero – disse uma voz feminina familiar.

Ergui a cabeça para espiar quem estava na porta, ainda confusa com aquela loucura dos sentimentos, e constatei com grande surpresa que se tratava de Yuuki Kuran.

Franzi o cenho com a imagem da vampira parada na porta de Kaien tão cedo.

O que ela está fazendo aqui? Ela não devia estar dormindo?

Yuuki parecia desconcertada por algum motivo desconhecido, e meu sexto sentido feminino me dizia que provavelmente era pela pessoa que a recepcionara.

Por que ela estaria tão surpresa? Aquela era a casa de Zero, então o albino atender a porta era uma possibilidade muito possível, não acham?

Pude notar que os ombros de Zero estavam tensos e aquela ligação estranha ou meu sexto sentido feminino novamente (ou as duas coisas juntas) me dizia que era por causa de nossa visitante; e todos aqueles indícios me deixaram meio confusa.

Está sendo uma manhã cheia de revelações e questões levantadas...

Yuuki estava realmente linda em um vestido soltinho branco e sem mangas, um cinto dourado marcando a cintura fina; os longos e magníficos cabelos castanhos jaziam soltos e impecáveis. Caramba, eu não era lésbica, mas eu não pude deixar de notar que ela tinha pernas matadoras capazes de deixar qualquer cara meio abobalhado, mesmo que este cara fosse o Zero.

Engoli em seco e encolhi os ombros, sentindo grande vergonha da minha aparência catastrófica naquele instante – eu não penteara o cabelo, estava de pijamas e sequer lavara meu rosto; e isso era uma perigosa receita beirando ao desastre.

Após minha vergonha interior, percebi que aqueles sentimentos loucos e inconvenientes passando por mim eram, na verdade, de Zero – por alguma razão, eu os sentia com tanta intensidade que não era de se admirar que eu tivesse pensado que eram meus.

Provavelmente porque os sentimentos dele estão intensos demais.

– Oi, Yuuki – murmurou, sua voz soando estranha.

Não, eu não estou querendo dizer que ele falou de forma estranha. O que havia de tão diferente era que quando Zero pronunciou o cumprimento tão comum, a maneira com que proferiu cada palavra não estava carregado de ira ou uma frieza calculada.

Antes que eu pudesse me dar algum tempo para tentar decifrar, Yuuki me avistou no sofá, encarando embasbacada para a cena, e fez uma careta culposa.

– Cheguei em má hora? – a pergunta com certeza não era pra mim.

Fiquei me perguntando o que ela havia visto em meu rosto para cogitar que seria “má hora”, esperando que ela não estivesse se referindo a minha presença.

– Não – Zero respondeu, dessa vez parecendo mais como ele mesmo – O que você quer, Yuuki?

A voz de Zero podia estar cuidadosamente neutra, mas ele não podia esconder os sentimentos de mim, nunca de mim. Ele estava “despido” de sua máscara quando se tratava de mim, então nada daquele teatro Zero-Pedra-de-Gelo funcionaria comigo.

Eu pude sentir com intensidade sua mágoa, a surpresa e... Concentrei-me para identificar o outro sentimento em meio aquela bagunça que passava por ele... Atração? Não... Era… Era…

Meus olhos se esbugalharam tanto que eu jurei que saltariam para fora, completamente catatônica com a resposta do enigma.

Oh meu Deus! Pelo Anjo! Kami-Sama!

Meu estômago se contorceu e contraiu de maneira incômoda, e dessa vez eu tinha certeza absoluta que era náusea, meu sangue gelou nas veias com o choque à medida que eu experimentava a nova revelação.

Zero está APAIXONADO por Yuuki Kuran.

Meu queixo estava no meu colo e meu cérebro repetia as mesmas perguntas incessantemente, as palavras se atropelando.

Como? Desde quando? Por quê?

Aquela estava sendo uma manhã e tanto!

Felizmente eles pareciam alheios a todas as minhas caras e bocas.

– Não vai me convidar para entrar? – ela perguntou, parecendo constrangida.

O suspiro de Zero soou mais como um bufar, e por um segundo eu pensei que ele diria alguma das respostas ácidas que sempre me dava. Mas ele pareceu conter a língua com ela e deu um passo para o lado, dando espaço suficiente para que Yuuki passasse.

Felizmente eu já havia recuperado o domínio de minha face, embora meu cérebro fosse um caso perdido na situação bagunçada em que se encontrava.

Será que Yuuki gosta de Zero também? Eles se conhecem desde quando? Zero não disse que odiava vampiros? Por que ele está apaixonado por Yuuki? Ele não odeia o irmão dela? Ela não era apaixonada pelo Kaname, por sinal?

Eu estava definitivamente pirando com a descoberta.

Yuuki se sentou perto de mim no sofá e cruzou as belas pernas – e eu não deixei passar o olhar que o albino lançou para elas. Zero se sentou logo ao lado da vampira, parecendo incomodado, e a vampira sorriu educadamente para mim, embora eu tivesse notado sua postura ficar mais ereta com a proximidade do albino.

Ugh, eu vou vomitar!

– Oi, Hime! – ela soou quase tão alegremente quanto Kaien soaria – É bom vê-la novamente.

Eu não consegui formular um sorriso para ela, os músculos do meu rosto pareciam contrários à ideia de demonstrar alguma emoção que não fosse uma máscara parecida com a que Zero costumava usar todos os dias: indiferença.

– Olá, Yuuki – murmurei, a voz seca.

Aquela não era a reação que eu pretendia passar, mas meu corpo não me obedecia.

Ainda estava nauseada com a imagem de Zero abobalhado pelas pernas dela, provavelmente porque a imagem de Zero flertando devia me parecer nojenta. Mas eu devia ser maluca, pois parte de mim não queria sair dali de jeito nenhum, desejando respostas para todas as questões que passavam por minha mente.

– Qual a razão da visita? – Zero perguntou, impaciente.

Yuuki virou-se para ele encolhendo os ombros, ficando de costas para mim.

– Estava com saudade – explicou, entristecida.

Saudade?

– Saudade? – indagou Zero como se tivesse lido minha mente, mas ao invés de surpresa ele parecia incrédulo.

– Sim, claro. Senti saudade de você e Kaien, então precisava vê-los... – sua mão esfregou a nuca, parecendo desconcertada – Se bem que eu jurava que você estivesse na aula. Eu sei que você não quer me ver...

Não havia dúvidas que eu era uma intrusa no assunto, mas eu não conseguia me importar o suficiente, minha curiosidade sempre falava mais alto. E daí que a visão deles juntos fazia o meu estômago revirar o seu conteúdo desconhecido e um gosto amargo brotar na minha boca? Estava louca para descobrir o que estava acontecendo e o que havia acontecido entre eles.

Será que eles são ex-namorados?

Zero a encarou, ainda descrente, ambos parecendo esquecer que eu estava ali.

– Saudades? – repetiu.

– Sim, Zero, saudades – ela pareceu magoada dessa vez.

Aquilo pareceu o suficiente para amolecer Zero e ele hesitar em qualquer tipo de informação que ele estava prestes a despejar sobre ela.

Deus, o que está acontecendo aqui?

– Certo, tudo bem! – falou o albino em desistência – Kaien está no escritório conversando com um vampiro – sua voz soou amarga ao falar “vampiro” –, aparentemente ele está querendo entrar na Night Class.

Como se fosse uma deixa, ouvimos passos na escada.

Todos nos colocamos de pé e eu alisei o cabelo e meu pijama, fazendo o melhor que podia para melhorar minha aparência – tinha um vampiro bonitão descendo aquelas escadas, não podia ficar de qualquer jeito.

Kaien chegou primeiro ao pé da escada e nos avistou, mas seus olhos se concentraram em Yuuki, parecendo em choque antes de um brilho exultante cintilarem em seus olhos. Logo um homem de cabelos negros apareceu atrás de Kaien, parecendo momentaneamente confuso do porque Kaien parara – e seria um eufemismo dizer que ele era só bonito.

O vampiro novato seguiu o olhar de Kaien até nós, e passou por todos os outros ao meu lado muito brevemente, descartando suas imagens tão rápido que eu duvidava que ele tivesse reparado que Yuuki era linda e Zero era albino. Seus olhos de um tom muito intenso de azul cobalto se fixaram nos meus, prendendo-os de uma maneira que pareceu impossível desviar.

Meu coração tropeçou antes de ganhar um ritmo descompassado e senti algo arranhar em minha mente, mas estava distraída demais para me concentrar.

O vampiro novato esquadrinhou a silhueta de meu ser muito atentamente, e por um mero segundo jurei ter visto alívio ou algo do tipo – eu devia estar com cara de doente naquele instante, de qualquer forma.

– Yuuki! – Kaien praticamente gritou, quebrando toda aquela situação entre eu e o novato – Oh, querida, é tão bom vê-la!

Eu não havia notado que Kaien havia encurtado a distância entre ele e Yuuki, e a abraçava como se a vampira fosse uma filha que havia ido para a faculdade em outro estado e finalmente havia aparecido no natal.

Ela o abraçou de volta, parecendo espelhar toda a emoção de Kaien.

– Também estava cheia de saudades de você.

Eu desviei o olhar, sentindo-me cada vez mais uma intrusa e vislumbrei uma sombra de sorriso nos lábios de Zero, que observava a cena se desenrolar.

Vou confessar que eu fiquei com ciúmes de Kaien, dando todo aquele carinho e atenção a Yuuki que sequer pareceu se lembrar da minha presença naquela sala – não era que eu quisesse ser o centro das atenções, mas eu passara por tantas coisas aquela manhã e precisava de Kaien para conversar e dizer tudo, pedir alguma assistência e ver se ele concordava com a suposição insana de Zero; porque eu não acreditava. Ok, e porque eu queria ser tão querida por ele quanto Yuuki parecia ser.

Eu devo ser muito carente de atenção!

Resolvi não insinuar minha presença no recinto, decidindo que era hora de me afastar e voltar para o dormitório.

Em silêncio, eu me virei e segui para o hall de entrada, a cabeça baixa para atrair o mínimo de atenção possível – e eu duvidava que fosse conseguir alguma com toda a cena escandalosamente feliz que Yuuki e Kaien faziam.

Estava a meio caminho da porta quando senti uma mão segurar meu braço com delicadeza, detendo-me.

Virei-me e fiquei surpresa ao descobrir que era o vampiro novato, que ainda estava parado ao lado da escada – eu realmente estava passando por ele completamente alheia depois de toda aquela situação uns minutos atrás?

Ele tinha cabelos pretos e tinham um corte superdescolado, onde a parte superior é maior e as laterais mantêm os fios mais rentes ao couro cabeludo – e a cor contrastava com a pele leitosa. Seus olhos eram sobrenaturalmente intensos, como se fossem dois faróis de luz azul que ele decidira usar como seus orbes, e eram emoldurados por uma grossa franja de cílios escuros. Os traços de seu rosto eram fortes e marcantes, e ele parecia o estereótipo de bad boy que todas as garotas tinham.

Ele não me parecia um vampiro, pelo menos não parecia com os vampiros que existiam na Night Class. Todos os morceguinhos do colégio tinham um porte elegante, como se Kaien os tivesse tirado os príncipes de alguns livros de histórias infantis.

O novato vestia roupas muito casuais, como calças escuras, All Star e uma camisa cinza que se agarrava amorosamente nos músculos de seu corpo. Ele era esguio, não era uma espécie de muralha de músculos, apenas o suficiente para fazer qualquer garota suspirar e derreter em uma piscina aos seus pés.

– Parece chateada – foi o que ele constatou após uns segundos avaliando minha expressão.

Não era exatamente o que eu esperava que ele dissesse para mim, mesmo que eu sequer soubesse que tinha expectativas.

Não estava com bom-humor, então puxei meu braço para longe de seu toque.

– E você parece muito certo de sua suposição para quem acabou de me conhecer – retruquei, ranzinza.

Tecnicamente ele não me conhecia, só havíamos trocados alguns olhares.

Seus lábios lentamente amoleceram em um pequeno sorriso que lhe concedeu todo um ar de lobo-mal.

– Talvez eu te conheça a muito mais do que uns minutos.

Ele me deu uma piscadela antes de se afastar, caminhando para perto de Kaien e toda a situação de Oh-que-saudade que estava rolando naquele canto.

Eu o encarei enquanto colocava distância entre nós e deixava aquela questão no ar a minha volta, e eu me perguntei se ele havia falado sério ou se não havia sido uma espécie de brincadeira sobre vidas passadas e baboseiras do tipo.

Devo estar procurando coisas demais na fala do garoto novo.

Com um dar de ombros, eu me virei e saí pela porta.


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Notas finais do capítulo

Só eu acho que essa “náusea” da ideia de Zero flertando com Yuuki se chama “Ciúmes”? Tenho certeza que não u.u
Alguém neste lugar reconheceu a descrição do vampiro? Cabelos pretos e olhos azuis cobalto? Se não lembrarem, eu dou dica: É só mandar um review com sua opinião da fic e fazendo a pergunta no fim (neguim tem que tentar hihihi)
Quem o achou liendo levanta a mão o/ pelo menos eu achei, mas calma que eu sei quem vocês preferem hehe
Sei que tem umas que devem ter ficado bem contente com a aparição de Yuuki (e outras por Zero ficar todo “uuh, Yuuki” *olhinhos de coração*), embora já sinta o cheiro de alguns reviews meio “MASOQ???”.
Bem, espero que tenham apreciado o capítulo!
Inté a próxima, pessoal o/