Fita de Seda escrita por moonrian


Capítulo 21
Capítulo 21 - A Descoberta de Um Inimigo pt. 2


Notas iniciais do capítulo

Olá, personas liendas o/ *escondida atrás de um escudo*
Eu sei que demorei um cadinho e prolonguei o mistério, mas em minha defesa não foi totalmente intencional... Eu tava pensando em fazer mistério, só que algumas coisas que rolaram acabaram me atrapalhando a postar e ajudando a segurar a curiosidade de vocês por mais uns instantes...
Hoje eu tô happy que nem a música do Pharrel Williams o/ (tô ouvindo ela e escrevendo essa nota, por sinal hehehe) Sabem por quê? Novas leitoras apareceram na área uhuull
Como por exemplo, a Yuki Mikaelson, Asukakazama, Saky Chan e Sara Kelly... E claro, não posso deixar de lado as que já comentam há um tempo (nunca vou deixar de agradecer a elas) Wina e Luna hehe
Já disse que A-DO-RO vocês? Sério, vocês são demais! Só consegui chegar até aqui graças a vocês e seus comentários inspiradores... Ok, eu tô ficando melosa, menha gente hahaha Às vezes eu tenho uma “crise astrológica”, e quando digo isso quer dizer que é o momento que finalmente fico parecida com que o meu signo dita ser minha personalidade...
Agora preparem seus kokoros e apertem os cintos para a continuação do capítulo anterior *mãozinhas para o ar balançando loucamente*
Boa Leitura, galeura – sim, com u mesmo u.u



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Eu estava beirando entre o choque e a incredulidade, as palavras de Zero ricocheteando nas paredes do meu cérebro e fazendo uma bagunça que não me ajudava nem um pouco a racionar – ou talvez eu estivesse inconscientemente me negando a absorver aquilo.

Minha cabeça já estava uma algazarra depois daquele sonho, e eu estava me perguntando se perder a memória não foi uma benção ao invés de uma grande falta de sorte.

Não era segredo para ninguém que Zero e eu éramos como gato e rato (eu com certeza era o rato), que não conseguíamos manter uma conversa sem que ela terminasse em discussão, mas ele era o único cara inteligente que conhecia o mundo das sombras disponível, então eu pensei que seria uma boa ideia falar com ele...

Então, ele chegou à conclusão de que eu era anormal e como prova da sua especulação, me dizia que depois que me mordeu começou a sentir coisas estranhas...

– Que tipo de coisas estranhas? – perguntei ansiosa, mas mesmo assim resolvi forçar uma brincadeira – Ganhou superpoderes? Está soltando teia pelo pulso? Conseguiu voar? Será que tenho sangue radioativo?

Zero bufou e revirou os olhos, e eu supus que seu plano de ser solidário comigo mantendo sua paciência estava indo pelo ralo.

– Não, asna. É só... – se deteve – Você vai enlouquecer quando eu contar, provavelmente, mas não posso mais esconder devido às circunstâncias.

Comecei a ficar desconfiada com a sua cautela. Zero nunca havia agido daquela forma comigo para me dizer qualquer coisa, independente do que fosse.

Ele se arrastou um pouco mais para trás para ter uma visão melhor de mim, então deslizou uma mão pelo seu cabelo, empurrando-o para trás, e o sacudiu um pouco. Meu estômago deu uma agitada esquisita com a visão do cabelo de Zero bagunçado e seu rosto tão exposto.

Provavelmente náusea.

– Depois que te mordi e quase te matei, – continuou – eu tive um sonho naquela mesma noite...

– E daí? – interrompi.

Eu contive minha vontade de revirar os olhos com a sua prova de minha anormalidade – um sonho. As pessoas costumam ter sonhos fora do comum, e só porque ele teve um depois de quase me matar, significava que eu merecia ir para algum circo de aberrações?

Ele analisou meu rosto por alguns segundos, sua quota de paciência já abaixo da média.

– Sua impaciência é irritante, então se puder manter a boca fechada por alguns instantes e me deixar explicar, eu agradeço. – após eu sacudir a cabeça de má vontade, concordando, ele continuou: – Como estava dizendo, eu tive um sonho… com você. – fez uma careta – Isso soa muito estranho dito em voz alta. Enfim, não era como os sonhos que as pessoas costumam ter; neste eu era um espectador fantasma assistindo toda a cena se desenrolar e não podendo fazer nada para interferir. E pelo que me contou da sua lembrança, foi exatamente a mesma coisa.

Meu corpo travou, meu cérebro prendendo-se em algum tipo de paralisia repentina que desintegrou cada pensamento que eu estava tendo ou prestes a ter.

Encarei-o por um tempo imensurável, descrente, me perguntando se Zero havia enlouquecido ou estava me zoando de alguma maneira.

Isso era impossível! Certo? Ele não podia estar falando sério.

Algo em meu interior, sexto sentido ou qualquer coisa do tipo, me dizia que ele estava sendo completamente sincero e não estava confortável em me contar.

Uma bomba de percepção explodiu por meu cérebro semibranco e se espalhou por meus tímpanos, deixando completamente ciente da esquisitice da revelação.

Lembrei-me daquela noite em que Zero estivera dormindo na poltrona do quarto na enfermaria, e como ele parecia estar tendo um sonho bastante agitado.

Como isso poderia ser possível? Ele ter o sonho antes de eu mesma me lembrar do ataque em Lunier e do assassino, que me queria assada e com uma maçã na boca?

– Por que não me contou antes? – quis saber, um pouco indignada.

– Acreditei que fosse só um sonho, oras. Como iria eu cogitar que milagrosamente estava vendo seu passado?

Uma ideia completamente insana iluminou minha mente brevemente. Talvez eu pudesse ter minha memória de volta através de Zero, eu não precisaria ficar desbravando pelo interior de meu subconsciente e enfrentar cada informação que viesse.

– Foi só esse sonho ou você teve mais?

Sacudiu a cabeça.

– Apenas esse.

Não pude conter o suspiro desapontado.

– Talvez você tenha absorvido algumas informações sobre mim através de meu sangue – sugeri – Como em Anjos da Noite, que eles veem as memórias através do sangue.

Zero me encarou por vários segundos, como se estivesse procurando a fonte da minha estupidez, antes de revirar os olhos.

– Você tem que justificar tudo que não entende com baboseira Hollywoodiana? Não “absorvi” lembranças suas através do seu sangue ou nada do tipo, vampiros de verdade não fazem isso.

Estreitei meus olhos, não gostando nem um pouco do seu tom de voz áspero.

– Vampiros de verdade não são tão legais, então – resmunguei.

Ele parecia inclinado a me sufocar com a almofada.

– Mantenha o foco na realidade, Hime, nas questões que estamos discutindo.

– Sim, sobre a minha possível anormalidade – zombei, soando um tanto ácida.

Ele bufou, eu conseguindo finalmente terminar com sua quota de paciência do dia – não demorou muito para acontecer...

– Você é a criatura mais irritante que deve existir no planeta. Pare de levar tudo para o pessoal e falar idiotices fictícias, ok?

Dei de ombros, tentando parecer indiferente, mas resolvi me calar antes que dissesse algumas poucas e boas – Zero estava definitivamente me infectando com seu lado rabugento.

– Não foi apenas o sonho que me aconteceu de estranho depois que te mordi. – ele prosseguiu, assim que teve certeza que eu não continuaria a discutir – Ultimamente tenho conseguido sentir a consistência dos sentimentos que passam por você. Por isso eu te encontrei na frente da casa hoje, pois eu senti que você estava muito amedrontada. Ou como agora, que sinto uma coisa ardente em você que provavelmente é raiva... E algo que me parece – a boca dele se deslocou em um quase sorriso – atração.

Engasguei com o ar, meu coração errando uma batida.

Fitei-o intensamente, parte horrorizada e parte chocada, ignorando o enjoativo sapateado das mariposas em meu estômago.

Fiquei presa entre a descrença e a raiva com a petulância dele.

– O que? – praticamente cuspi a pergunta, a voz ficando mais aguda e subindo umas três oitavas – Atração? Você deve estar maluco!

Aquela ideia era absurda! Eu sequer o suportava, como eu poderia ter alguma atração por ele?

Ele deu de ombros, tentando fingir alguma indiferença, mas eu sabia que ele estava achando a situação engraçada.

– Então por que ficou tão nervosa? Eu acabei de dizer que posso sentir o que você sente e você está maluca porque te acusei de estar atraída por mim?

Mesmo após alguns segundos segurando seu olhar, que esperavam minha resposta com um brilho vitorioso, não conseguira pensar em nada brilhante para me justificar, fiquei abrindo e fechando a boca igual uma retardada.

– Porque a ideia é absurda – falei metodicamente – Mas eu não estou atraída por você. Tudo que desperta em mim é ira e náuseas.

Quanto mais eu falava, mais animosidade com o meu desconforto parecia surgir nos olhos de Zero, que esquadrinhavam meu rosto de maneira incômoda... Queria furar os olhos dele com um lápis.

Engoli em seco, meu estômago cada vez mais irrequieto e as mãos suando frio, e tudo por causa da situação idiota que ele criara.

– E você continua a discutir sobre o ponto mais trivial da minha fala. Sinto seu desconforto e sua ansiedade, Hime. Para alguém que definitivamente só sente raiva e náuseas, você está muito incomodada e determinada a negar. Está mentindo para mim ou para si mesma?

Estava muito tentada a pegar uma das facas na cozinha e mata-lo. Era enervante como ele conseguia manipular minhas respostas para que confirmassem sua afirmação absurda.

E ele está se divertindo com isso!

Se havia alguma possibilidade de que Zero e eu nos tornássemos amigos, mesmo que quase nula, morrera naquele instante.

Eu não ia mais dar oportunidades para ele me zombar...

– Temos coisas mais importantes para conversar – mudei de assunto – Como eu também poder sentir o que você sente... O que não é muita coisa, já que você é quase uma pedra de gelo.

Zero pareceu brevemente surpreso, não mordendo a minha provocação – infelizmente.

– Desde quando?

Eu tentei lembrar quando comecei a “adivinhar” os sentimentos dele, mas por fim dei de ombros.

– Não faço ideia. Eu acreditava que estava finalmente te entendendo, então não dei muita atenção. Devia ter desconfiado, já que você é sempre muito bom em mascarar seus sentimentos.

Ele parou de me ouvir quando respondi que não sabia, o que me irritou um pouco. Eu estava lá tagarelando sobre minhas suposições e justificativas do por que não sabia, e ele me ignorando.

Não esquente a cabeça com Zero, Hime... Pelo menos não mais.

Eu fiquei o encarando e pensando que aquilo era uma infelicidade.

– Então você pode sentir minhas emoções e eu as suas... Eu vi algumas recordações enterradas no fundo da sua mente, e você tem algum vampiro querendo mata-la. Bem, já são evidencias demais de sua provável anormalidade.

Fiz uma carranca.

– Pensei que você havia dito que eu tinha algo anormal e não que eu era anormal.

Zero suspirou, tentando reunir alguma paciência interior.

A bipolaridade dele me deixava perdida! Uns minutos atrás ele estava me provocando, acusando-me de estar atraída por ele; e não muito depois já estava tentando não me esganar.

– Você incrivelmente se concentra nos detalhes mais estúpidos da questão toda. – reclamou – Será que ainda não notou toda a situação? Que nós estamos passando por coisas muito confusas desde a minha queda de consciência.

– É uma maneira de descrever o dia em que você quase me secou – incitei, ainda irritada com ele.

Ele olhou para o teto, como se buscasse alguma assistência divina.

– Certo, Hime, eu desisto! – rugiu, se colocando de pé – Você é idiota demais para conversar, tem um cérebro do tamanho de uma ervilha que só pensa em me provocar e procurar pelas respostas de coisas bestas. Sinto que estou falando com a parede... Pior, pois a parede pelo menos se mantém calada enquanto estou falando.

Porque se uma parede respondesse, com certeza ela seria entrevistada...

Não tive tempo de dar minha resposta espertinha, ele parecia estar com pressa de se afastar de mim.

Quando ele fez a menção de ir embora, eu agarrei a mão dele, impedindo-o.

Certo, ele tinha um pouco de razão. Eu estava agindo como uma idiota quando ele estava procurando respostas para coisas mais importantes do que possíveis atrações ou correções sobre como a palavra “anormal” deve ser aplicada. Mas como eu havia dito, ele estava um pouco certo, porque quem despertou a raiva em mim foi ele.

– Ok, me desculpa... – falei em desistência – Eu vou controlar meu temperamento dessa vez e me concentrar no que importa. O que você tinha perguntado?

Ele não merecia um pedido de desculpas, ele estava mais errado do que certo, mas como eu ainda precisava dele, resolvi pisar em metade do meu orgulho e fazer aquele sacrifício.

Zero sondou meus olhos por instantes que me pareceram imensuráveis, em dúvida sobre se deveria acreditar em mim e me dar mais uma chance. Ele suspirou com algo que me pareceu desistência e se jogou no sofá.

Notei com desconforto que eu ainda segurava a mão dele, que não fazia nenhum esforço para segura-la de volta ou repudia-la. Eu fiquei meio perdida sobre como quebrar o contato, se havia alguma politica de que a pessoa que foi tocada quem devia terminar.

Deus, por que eu estou pensando tanto nessas tolices?

Puxei minha mão de volta para mim, deixando-a sobre meu colo.

– Eu disse que precisamos entender porque isso está acontecendo conosco.

Eu pensei por uns poucos segundos.

– Tem certeza que isso não é normal? Como uma espécie de imprint ou conexão que a gente tem?

Eu não sabia se ele estava bufando ou rindo de mim.

– Você tem mesmo que romantizar tudo? – e lá estava ele perdendo a paciência novamente – Não sei se classifico essa sua mania como inocência ou ignorância... A vida não é um filme da Disney, Hime. A situação é que existe algo em você que não é natural e está causando isso.

Como manter a calma quando ele está sempre me tratando como se eu fosse uma retardada?

– Classifique minha mania de “romantizar tudo” como quiser – rosnei – Mas eu vou classificar essa sua arrogância como “deficiência educacional” e “falta de uma surra”. Não importa o que tenha acontecido na sua vida, Zero, que você esteja se tornando a droga de um Nível-E; nada disso te dá o direito de ficar me insultando desta maneira. E depois fica me acusando de ter problemas mentais quando é você quem fica me irritando da pior maneira possível. Agora eu te pergunto: Como eu poderia me sentir atraída por alguém como você, como você tão estupidamente me acusou, quando você não faz nada além de me tirar do sério?

Terminei meu longo discurso indignado ofegante, encarando-o com tanta raiva que era muita sorte dele eu não ter visão de raio-laser.

Para a surpresa geral, Zero pareceu hesitar em sua raiva, e aquela ligação estranha apontou que ele sentia um pouco de culpa – mas eu sabia que ele não pediria desculpas, não era do feitio de Zero.

– Ok. – foi o que ele disse – Então vamos nos concentrar no assunto e fazermos de tudo para não provocarmos um ao outro. Eu não acho que discutirmos sobre o que está acontecendo entre nós vai nos dar a resposta para o que há em você, e não podemos esperar até que suas memórias retornem. Se alguma delas ameaçar vir, eu quero que você seja forte e veja, Hime. Precisamos descobrir o que esse vampiro quer com você e o que você é.

– Mas e se eu for só uma humana?

Ele me encarou por alguns instantes, pensativo.

– Só saberemos de uma maneira: voltando a Lunier.


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Notas finais do capítulo

Uuh, voltar a Lunier? Mais menha gente! Isso promete u.u Zero e Hime podendo sentir o que eles sentem? Uii! Zero sonhando com as memórias de Hime? Hime supostamente atraída por Zero? OMG, sinto cheiro de reviews... espero não estar enganada *carinha chorosa para coagi-los*
Zero é uma pessoinha bastante irascível, não acham? E a Hime tá se tornando uma rabugentinha também hihihihi OMG!
Espero que tenham gostado galera, e inté a próxima o/



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