Os vampiros que se mordam escrita por Gato Cinza


Capítulo 8
Quem é você Q'rey?


Notas iniciais do capítulo

Lana Salvatore *-*
Agradeço a meiga recomendação *-*
Li tantas vezes para poder acreditar que tinha recebido uma recomendação que estou quase memorizando (sério mesmo)

Boa leitura e espero que gostem
^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/585335/chapter/8

A vampira caminhava ao seu lado tagarelando sobre uma aula qualquer, Bonnie apenas ouvia a metade do que Caroline dizia. Naquele momento ela ainda estava pensando em desistir do jantar com Q’rey.

– Certo Bon?

– Certo – concordou achando que a loira falava ainda sobre aulas.

– Ótimo, vamos – gritou ela puxando a mão da bruxa – Temos apenas cinco horas para te dar um up.

– O quê? Caroline tenho aula agora.

– Mas você concordou em pularmos as aulas e fazer compras. Bonnie você não pode ir á um encontro usando jeans e tênis. E precisa de uma manicure e uma hora pelo menos no cabeleireiro.

Q’rey havia lhe chamado para jantar dois dias seguidos e foi Caroline quem disse que ela aceitava. A loira estava cansada em ver a amiga apenas estudando e estudando. Se não os livros de direito e extracurriculares eram os grimórios e lendas mágicas. Isso era doentio em um nível medonho, fora o fato dela acidentalmente ter confirmado que Bonnie e Stefan não eram namorados á Q’rey.

– Eu tenho ótimos vestidos e sandálias para um encontro Car.

– Vestidos que já estavam fora de moda quando inventaram á moda. Não seja estraga prazeres Bon, minha vida amorosa se resume á pegar professores e universitários cuja memória tenho que apagar a cada novo encontro. Então vou viver a sua vida amorosa.

– Caroline...

– Bonnie Sheila Bennett, você passou os últimos anos de sua vida ocupada demais para romance, e parte por minha culpa que não fui boa amiga. Agora vou concertar.

– Eu estive com o Jeremy – contradisse a morena ofendida

– Arg... só por uns meses, depois ele morreu, quando ressuscitou você morreu, quando te ressuscitaram foi jogada em outra dimensão e quanto te puxaram de volta o Jeremy estava obcecado por caça á vampiros. Depois que salvamos o mundo das garras do Kai, você começou a estudar e estudar feito maluca.

Desta vez Bonnie não teve argumento. Ficou em silêncio e pelas cinco horas seguintes pulou de loja em loja experimentando roupas e mais roupas. Á noite Q’rey foi busca-la para jantarem.

– Uau! – foi a única coisa que ele disse quando viu a bruxa.

Caroline estava ao lado da amiga, com um enorme sorriso de orgulho por ver alguém apreciando seu trabalho. Bonnie usava um vestido verde-escuro curto com um enorme decote nas costas, botas de cano curto S. Kelian de salto muito alto, maquiagem nude e cabelo preso em um coque frouxo.

– Q’rey – começou Caroline – Se fazer mal ou pensar em fazer mal á minha amiga. Eu vou perder alguns longos anos de minha vida te torturando e farei com que viva por muitos anos para sofrer bastante. Então é melhor a noite da Bonnie ser muito divertida.

Ele olhou Caroline por um segundo com as sobrancelhas arqueadas.

– Você é insolente e atrevida – disse calmo – Mas é justa. Tentarei oferecer á nossa amiga uma noite inesquecível e a diversão vai depender da vontade dela.

Caroline sorriu com um movimento curto de cabeça. Bonnie estava um pouco ansiosa, mas segundo Caroline ela podia fritar o cérebro de Q’rey sem precisar toca-lo – de fato podia fazer isso – caso ele colocasse a mão onde não deveria, entretanto, não era com o fato de estar em um encontro que estava deixando-a ansiosa. Estavam deixando Withmore quando ela perguntou:

– E para onde está me levando mesmo?

– Surpresa, mas não se preocupe fiz mesmo caminho vezes suficientes para não ficar perdido.

A bruxa olhou o celular, ainda não eram nove da noite e a lua nova brilhava pálida na escuridão da noite. Havia combinado com Caroline que a vampira ligaria ás dez para saber se ela ainda estava viva. Mas isso de repente pareceu á bruxa uma ideia infantil e tola, aceitar ir para algum lugar jantar com um desconhecido que provavelmente lhe colocaria em perigo. Quase meia hora depois eles encostaram-se à estrada.

– Chegamos – anunciou Q’rey animado descendo e abrindo a porta do carro para Bonnie

– Gostaria de saber onde – murmurou ela para si mesma

Ele pegou uma cesta de piquenique enquanto falava:

– Estamos na divisa exata do estado – informou ele – Na verdade estamos apenas na fronteira entre Withmore e Winchester.

Ela concordou o seguindo para dentro da pequena floresta que circundava a estrada. Q’rey olhou para trás pouco antes de sumir dentro da floresta, vislumbrou um vulto escuro e sorriu.

Bonnie ficou admirada ao chegarem onde um rio corria, já tinha estudado em mapas, aquele era o mesmo rio que atravessava Mystic Falls. Havia um tronco grosso de árvore preparada para duas pessoas, dois troncos menores para se sentarem, lanternas decorativas para iluminá-los flutuavam ao redor da mesa improvisada e havia alguns instrumentos de sopro mais próximo ao rio.

Q’rey colocou o cesto ao lado do tronco maior e começou a organizar a “mesa” enquanto Bonnie olhava curiosa os balões, passando a mão por baixo deles.

– Como fez isso? Fazer os balões não flutuarem, sem fio.

– Quer mesmo saber?

– Quero, claro – mesmo que já soubesse queria confirmação verbal.

Q’rey estalou os dedos, os instrumentos começaram a tocar como se fosse uma orquestra invisível.

– Magick – disse com orgulho

– Você quer dizer mágica?

– Magia, magika, encanto, feitiço... de onde vim são á mesma coisa.

– E de onde você veio?

Ele hesitou assoviando no ritmo da musica, então disse:

– Essa resposta vou ficar te devendo, sinto muito, mas não tenho permissão para falar de casa com... outros.

– Permissão? Precisa de permissão para falar sobre si mesmo?

– Infelizmente há segredos que não podem ser compartilhados – ele olhou para Bonnie por alguns segundos, deu de ombros e sorriu – Mas há momentos que podem e devem ser compartilhados.

Ele segurou Bonnie pela mão e a ajudou se sentar. Mesmo estando mais curiosa que antes para saber quem era Q’rey, a morena apenas se deixou levar pelo momento e esquecer-se do resto do mundo que a cercava.

– Espero que goste de sanduiches frios de queijo e peru ou pasta de amendoim e geleia de uva, sopa enlatada, pudim de chocolate e suco de laranja – Q’rey falou sem muita animação, depois fez uma careta e perguntou constrangido – Devia ter te levado á um restaurante, certo?

– Não, isto aqui está perfeito. E eu fico com o pudim.

Q’rey teve que aquecer a sopa, que não tinha gosto muito bom e deixaram de lado, os sanduiches salvaram a noite e disputaram o pudim de chocolate em uma competição de quem tocava violino melhor.

– Como imagina sua vida daqui á cinquenta anos Bonnie? – questionou ele enquanto dividiam o pudim

Ela o observou em silêncio, podia ter respondido de vários modos àquela pergunta, mas respondeu de modo mais sincero que pode:

– Não consigo nem imaginar como será meu dia de amanhã, quem dirá daqui á cinquenta anos.

– Ok, então reformulando minha pergunta. Como gostaria que fosse sua vida daqui á cinquenta anos, em uma probabilidade mínima de se conseguir o que se quer.

Ela fechou os olhos.

– Eu me imagino como uma juíza de reconhecimento internacional, casada, mãe de três filhos já adultos e vivendo tranquilamente na presença de meus netos em uma cidade pequena e pacifica – ela abriu os olhos, curiosa – E você?

– Me imagino morando em uma casa de campo em uma cidadezinha cujo nome não aparece nem em mapas, com netos, três filhos adultos felizes, e casado com uma juíza internacionalmente conhecida.

Bonnie o encarou tentando identificar um traço de brincadeira. Ele olhou por cima do ombro na direção da estrada quando escutou movimentação, uma sombra mais escura que as sombras da floresta se afastava rapidamente, se virou novamente para Bonnie e disse:

– Mas isso é apenas uma probabilidade mínima de se conseguir o que se quer, semana passada eu queria conhecer a Cleópatra, pessoalmente.

A bruxa franziu o cenho, Q’rey sorriu. O ritmo da musica se tornou mais agitado.

– Vamos dançar? – pediu Bonnie se levantando

Por alguns minutos a bruxa tentou ensina-lo a dançar, mas a cada movimento que ele fazia um dedo dela era atingido. Já era bem tarde quando voltaram para o Whitmore College. Ele fez questão de levá-la até a porta do dormitório que dividia com Caroline e Elena.

– Está entregue, em total segurança – disse ele colocando as mãos no bolso – Posso te ver amanhã?

Bonnie hesitou em responder, então concordou rapidamente com um sorriso. Q’rey se aproximou e deu um beijo na testa da morena. Ela o seguiu com o olhar até não vê-lo mais. Sem segundas intenções?

– Como foi? – perguntou Caroline assim que ela entrou no quarto

– Que susto, já são quase duas da manhã Car, amanha conversamos.

– Não vou conseguir dormir Bon, só me diga foi bom ou não?

– Foi inesperado – respondeu a morena segurando a flor prateada que assumiu tons brilhantes de azul, verde, amarelo e rosa.

– O que isso significa? – perguntou Elena olhando á flor

– Significa que nossa amiga teve uma noite memorável – respondeu Caroline fazendo mais perguntas á Bonnie sobre seu passeio.

...

A ruiva desviou da estatua de mármore que sua irmã jogou em sua direção enquanto tinha mais um acesso de fúria, o quinto naquela semana.

–Malditos sejam todos eles – gritou furiosa enfiando as unhas em uma parede – Vou mandar decepar um a um.

– Ótimo, se já decidiu pelo que fará com eles vou voltar para lá para minha vida de semi-humana.

– Não se atreva a sair Lumina – gritou a mais velha.

Lumina passou a língua pela fileira superior de dentes serrilhados e afiados, detestava receber ordens tanto quanto detestava ser chamada pelo nome. Girou nos calcanhares e fitou a irmã. Aizzah se parecia muito com ela, com exceção da personalidade, enquanto a mais velha era explosiva e impulsiva, ela era calma e calculista.

– O que mais quer de mim, Aizzah?

– Quero que me deixe governando Taan por mais um tempo. Preciso ensinar ao povo uma pequena lição sobre o que acontece quando irritam uma rainha.

Răzbunare – murmurou Lumina sorrindo – Așa să fie. Mas... não se esqueça que nem todos são culpados pelo que fizeram ao seu marido.

– Não é por Tei’raa, irmã, é pelo nosso filho que tiraram de mim – disse com a mão na barriga – Não farei mal á outro inocente, não até que cada inocente aprenda a odiar e sofrer.

A ruiva revirou os olhos, no fim acontece sempre o mesmo. Os inocentes que alguém lutava para proteger se tornam vingadores frios e irracionais dispostos á tudo por nada. Mas ela não ia se envolver nisso, não de novo.

– Se precisar de venenos me chame e, por favor, tente não destruir Taan, bem ou mal este lugar ainda é meu lar. E é para cá que voltarei quando recuperar o Livro da Luz e mandar Él-Lir para o buraco de onde ele fugiu, novamente.

...

Q’rey estava com a estranha sensação de estar sendo observado mais uma vez. Detestava aquilo. Mudou de caminho, foi em direção ao cemitério e de lá se embrenhou no bosque, ia ensinar ao vampiro uma lição sobre seguir sombras da luz.

Ele acelerou o passo, e no segundo seguinte estava correndo em uma velocidade que ultrapassaria a velocidade do mais rápido dos vampiros se ele quisesse, mas não queria. Quando achou que estava á uma distancia segura para ferir quem o seguia sem ter a presença notada ele parou.

– Achei que nunca fosse me alcançar – disse alguns minutos depois para uma árvore

– E eu achando que bruxas usassem vassouras para ir de um lugar para o outro – disse o vampiro saindo de trás da árvore – Mas também acho que você não é um bruxo.

– Você deve estar muito perdido para achar tanto, mas suas suspeitas estão corretas. Não sou bruxo – concordou Q’rey tranquilo – Me diga, Salvatore, por que está me seguindo?

– Por que não confio em você, seja lá quem for, e quero que fique longe da Bonnie.

O feiticeiro suspirou dramaticamente.

– E eu pensando que me seguia pelo meu charme, mas se é sobre a Bon, te perdoo. Além de não confiar em mim, por que quer que eu fique longe dela? – ele sorriu malicioso – Ciúmes da Bonnie, vampiro?

Damon não respondeu, em vez disso se moveu rapidamente empurrando Q’rey contra uma árvore e apertando o pescoço dele. No segundo seguinte o vampiro caiu no chão entrando em convulsão, os olhos vidrados nas folhas das árvores que pareciam muito altas e giravam paradas no mesmo lugar. Seu corpo vibrava levemente e um filete de sangue no canto da boca que tremeu quando tentou falar, não emitiu nenhum som.

– Não deve tocar em mim sem minha permissão, se você fosse vivo estaria morto agora – disse Q’rey se sentando no chão e curvando a cabeça para olhar os olhos azuis vítreos – Sabe vampiro. Eu entendo seu ciúmes pela Bonnie. Ela é uma pessoa excelente, divertida, inteligente, sincera e mais uma infinidade de adjetivos que nem sei o que significam. Entretanto, não quero ter que dividir a atenção dela com vocês. É chato entende, ela se distrair o tempo todo preocupada com o fato dos vampiros estarem sempre em perigo.

Damon emitiu um leve gemido.

– Não me interrompa. Ainda não decidi o que farei com você, então não me apresse. Voltando á Bonnie. Ela é muito interessante, tinha me decidido que podia desfrutar da amizade dela antes daquele seu irmão intrometido dizer que era namorado dela. Uma mentira bem obvia, tendo em vista a reação surpresa de Bonnie, mas não me importei com isso. Com sua idade você deve saber o quanto é tedioso ser o cara novo na cidade velha, onde todos te olham desconfiado, mas Bonnie não pareceu se importar tanto comigo, eu me interessei por isso.

“Aliás tenho que agradecer á loirinha engraçada por ter obrigado a Bonnie á sair comigo. Eu ia te contar sobre nosso encontro de ontem a noite, mas você estava lá. Você viu e ouviu o bastante, acho” – Damon emitiu um grasnar – “Sim, vampiro, eu vi você me seguindo. Na verdade podia ter te impedido de nos seguir, mas imaginei que estava apenas cuidando de sua amiga, agora duvido que seja isso. Mas não sou um ciumento paranoico psicótico. Sou apenas paranoico”

Q’rey se levantou.

– Eu devia arrancar sua cabeça, mas se eu fazer isso poderei ser rastreado. E não queremos a duende de dreadlocks ferrando com a paz da cidade, certo? Esta conversa não existiu.

Ele desenhou um circulo ao redor de Damon murmurando palavras em um idioma muito mais antigo que quaisquer palavras que Damon pudesse conhecer. O vampiro viu flashes de muitos momentos de seu passado, e foi envolvido pela escuridão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Q'rey não respondeu as perguntas de Bonnie :}

Apenas há pouco notei que ainda não tinha dito o nome da ruiva ¬¬



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Os vampiros que se mordam" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.