Os vampiros que se mordam escrita por Gato Cinza


Capítulo 7
Arco-íris




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O moreno de olhos negros e sorriso infantil passara a semana vagando por Mystic Falls, atraindo a atenção das pessoas, ele fazia algumas perguntas que ao todo eram julgadas como normais: carros para alugar, casas á venda, hotéis, restaurante. Naquele momento ele estava próximo ao Grill, que ao que ele supunha era o centro de encontro mais movimentado da cidade. Não demorou muito pra que o carro branco se aproximasse, e a morena descesse.

– Bennett – chamou se aproximando dela

Ela se virou.

– Olá, Q’rey.

– Ah! Quero te dar uma coisa. Acho que vai combinar com você.

Bonnie olhou desconfiada.

– O que?

Ele sorriu mostrando os dentes bonitos, rugas se formaram nos cantos dos olhos e ele tinha covinhas quando sorria. Estendeu á mão para a bruxa e em seguida uma dupla de flores de muitas pétalas pequenas e volumosas de cor amarela pálida apareceu.

– Para você.

– Estas são Papoulas de Zatarh. São mágicas. Criadas para assimilar a personalidade de quem as segura e mudar de cor de acordo com o humor.

Bonnie olhava as flores que tinham assumido uma cor ligeiramente mais escura com as bordas das pétalas cinzentas.

– O que significa amarelo com cinza?

– O significado muda de pessoa para pessoa, no meu caso, significa que estou nervoso e que sou inseguro.

Bonnie sorriu, e arregalou os olhos ao ver as pétalas ficando avermelhado.

– Vermelho é?

– É como fico sempre que te vejo sorrindo para mim. Ruborizado. De onde venho isso seria considerado fraqueza. Timidez diante de uma mulher.

Bonnie ainda olhava as flores, percebendo a aproximação de Q’rey. Imaginou de que cor as flores ficariam se fosse ela quem estivesse segurando. Mas logo as flores assumiram uma cor estranha de azul-claro e preto, como se tivessem jogado as tintas e não tivessem misturado bem. Ela ergueu o olhar, Caroline e Elena estavam vindo até eles.

– Bon Bon, desculpe o atraso. Precisei trocar os sapatos e depois tive que achar os brincos corretos – tagarelou Caroline sorrindo para Q’rey – Belas flores. São papoulas?

– São – respondeu o moreno com frieza.

Caroline o encarou momentaneamente séria, depois olhou para Bonnie e novamente para ele, com um sorriso travesso no rosto.

– Entendi – disse animada – Desculpe termos atrapalhado. Vamos Elena, a Bonnie já está acompanhada. Muito bem acompanhada, diga-se de passagem.

As pétalas pretas assumiram um tom fraco de vermelho que fez Bonnie rir, enquanto Caroline praticamente perfurava as flores com os olhos.

– Como fez isso? Vocês viram? Mudou de preto para vermelho.

Q’rey entregou uma das flores para Caroline, não era de sua natureza se misturar com aquele tipo de parasita, entretanto a loira tinha algo diferente, assim que mudou de mãos as pétalas da flor se tornaram completamente prateadas e assumiram um tom misturado de vários tons de rosa e branco. O moreno ficou parado olhando atentamente para Caroline que sorria virando a flor exótica com cuidado.

– É incrível – murmurou agarrando ao braço de Elena e a arrastando para longe – Nos vemos mais tarde Bon Bon, obrigado pela flor amigo incrivelmente lindo da Bonnie.

As pétalas assumiram um tom pálido de vermelho e logo ficou alaranjado. Q’rey estendeu a mão prendendo o talo da flor atrás da orelha de Bonnie, que rapidamente olhou no retrovisor do carro para ver, o tom prateado das pétalas ficou lilás com tons fracos de amarelo e roxo. Ambos sorriram.

– Uau! Uma pessoa de personalidade forte. Me diga Bonnie. Qual é a cor da felicidade para você.

Bonnie pensou um pouco. Sorriu.

– Todas as cores do arco-íris.

Q’rey coçou a nuca e assumiu uma postura séria. Fez um floreio com a mão direita e em volta da bruxa surgiu uma aura multicolorida e brilhante. Ela deu um passo para trás, fascinada e assustada.

– Impressionante – disse uma voz arrogante muito familiar á Bonnie – Mas já vi truques melhores.

Bonnie suspirou se colocando ao lado de Q’rey e encarando Damon.

– O que você quer?

– Apenas conhecer seu novo amigo, cunhadinha – Damon analisou Q’rey de baixo á cima fazendo uma careta.

Q’rey deu de ombro e sorriu. Podia acabar com o vampiro sem tocar nele, mas não queria chamar atenção para si, ainda não.

– Bom, Bonnie. Fico te devendo o arco-íris em forma de flor. Queria passar mais tempo com você, mas os mortos desta cidade parecem respirar-te.

Ele sorriu enquanto se afastava olhando para Bonnie por cima dos ombros. A bruxa estava imóvel com uma sensação estranha de perda, um frio percorria sua espinha e quando Q’rey dobrou uma esquina ela tremeu se agarrando ao próprio corpo.

– O que foi? – perguntou Damon colocando a mão nos ombros dela

– Não gostei do que ele disse. Os mortos desta cidade parecem respirar-te. Não gostei de ouvir isso, não gostei.

Damon franziu o cenho olhando para onde Q’rey havia ido, passou a mão pelos ombros da morena e a levou para o Grill. Aquele estranho estava começando á incomoda-lo, mesmo. Caroline estava brincando com sua flor de tons róseos e púrpuros, sentada ao lado de Elena que parecia aborrecida com algo.

– Bonnie, onde foi que seu amigo Perdição dos Perdidos conseguiu essas flores? São incríveis demais. Bonnie?

A morena tinha desabado na cadeira e encostado o rosto no tampo da mesa. Damon sentou-se ao lado de Elena com os olhos fixos em Bonnie. Ele estava preocupado, na noite anterior achou que Stefan estava sendo exagerado com isso de proteger á bruxa do desconhecido, mas agora tinha certeza que aquele homem não era coisa boa, pelo menos não para a saúde de Bonnie. O celular da garota tocou antes que Caroline fizesse mais uma pergunta á ela.

“Bonnie?”

– Sim, quem é?

“Elijah, precisamos conversar”.

A bruxa se endireitou, sabia que os três vampiros estavam escutando a conversa e isso a incomodava um pouco. Não queria falar sobre Klaus na frente deles, não sem ter que envolvê-los em seus segredos.

– Ah! Pode me ligar mais tarde? Estou no Grill com Damon, Elena e Caroline.

“Entendi. Falamos-nos mais tarde então”

– Ok.

Ela desligou o celular e encheu a boca da cerveja que Elena estava bebendo, rindo em seguida de si mesma. Enquanto os outros a encaravam.

– Estou no Grill com Elena, Caroline e Damon – repetiu o vampiro na sua frente imitando a voz dela – Me senti ofensivamente excluído de algum segredo sinistro envolvendo minha bruxinha e o almofadinha Mikaelson.

Bonnie olhou para Damon com um sorriso estranho no rosto.

– Meu mundo não gira em torno de Damon Salvatore, e os assuntos entre mim e os Mikaelson não dizem respeito á você.

– Nem á nós? – perguntou Caroline

A flor em sua mão tinha um tom intenso de ciano que chegava a incomodar. Automaticamente Bonnie segurou sua flor entre as mãos, sua flor estava totalmente branca, mas ela não sentia nenhuma paz interior. Ao contrario, estava assustada, confusa, incomodada e muito preocupada com os rumos que as coisas estavam tomando. Como ela ia sair daquela situação com o Elijah?

Dizer a ele que Klaus tinha perdido a memória e virou uma voz fantasma em seus sonhos, não era uma opção válida. Ela precisava voltar a conversar com Klaus, saber o que estava acontecendo. Ia conversar com também com Q’rey, não tinha lutado tanto para ser quem havia se tornado para retroceder e precisar ser protegida pelos outros. Á “não quero que se arrisquem por mim” do grupo era Elena Gilbert, não ia tirar da amiga a coroa de pobre e inocente vitima das circunstâncias.

– Sinto muito meus vampiros queridos – disse ela apertando a flor de pétalas prateadas na mão – Mas minha vida, minhas regras. Regra número cinco, manter os mortos longe dos problemas e os Mikaelson são problemas dos grandes.

Ela saiu sendo acompanhada por seis olhos incrédulos.

– Ela nos chamou de mortos? O que foi que fizeram com minha amiga? – perguntou Caroline ofendida

Damon seguiu os passos de Bonnie, até não conseguir mais distinguir entre os passos dela e das outras pessoas que andavam do lado de fora do pub. Definitivamente ele ia ficar grudado em Bonnie, não apenas pelo Q’rey a perseguindo ou pelo segredinho com o Elijah, seria mais pelo fato dela estar mentindo descaradamente sobre não precisar de ajuda.


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Notas finais do capítulo

Spoiler...

A bruxa olhou o celular, ainda não eram nove da noite e a lua nova brilhava pálida na escuridão da noite. Havia combinado com Caroline que a vampira ligaria ás dez para saber se ela ainda estava viva. Mas isso de repente pareceu á bruxa uma ideia infantil e tola, aceitar ir para algum lugar jantar com um desconhecido que provavelmente lhe colocaria em perigo



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